5 - Classes sociais e estrutura social

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Capitalismo Adaptador por Professor Marcelo Rocha Contin
Advertisements

TRABALHO : SENTIDO ONTOLÓGICO
PRNCIPAIS CONCEITOS DO REFERENCIAL TEORICO DE MARX
Max weber busca explicar o capitalismo através de fatores externos à economia. Para Weber, o capitalismo se constitui a partir da herança de um modo de.
Sociologia Matemática e Letras Prof. Dr. Vidal Mota Junior
Características e Especificidades do Modo de Produção Capitalista
MARXISMO UNIJUI- UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO
PROFESSOR DEJALMA CREMONESE
Capitalismo / Socialismo
TRABALHO DE SOCIOLOGIA
Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista
Unidade iii Marxismo Slides utilizados na disciplina – Sociologia Aplicada para o Curso de Administração/UFSC Por Prof. Juliana Grigoli.
A perda da identidade do trabalho por causa do capitalismo
KARL MARX MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO
“ A sociedade se resume à luta de classes”
Sofrimento Psíquico e Trabalho
violência. trabalho. cultura. religião. educação política. modernidade
GF 115: Economia do Desenvolvimento Prof. Rui Albuquerque
GF 115: Economia do Desenvolvimento Prof. Rui Albuquerque
BEM-VINDO À DISCIPLINA
A Economia Política de Karl Marx
Sistemas sócio-econômicos
MATERIALÍSMO HISTÓRICO PROF: CRISTIANO ALMEIDA
Aulas 8 e 9 – Modos de Produção e Formações Sociais
A análise do capitalismo por Karl Marx
Materialismo histórico e dialético
Capitalismo, Mercadoria, Dinheiro, Capital, Mais Valia
Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista
Segundo Ano – Sociologia – Escola Adventista
ALIENAÇÃO Karl Marx (1818 – 1883) 02/04/2017
A mercadoria: O Capital, Marx afirmava que a nossa sociedade APARECE INICIALMENTE COMO UM GRANDE DEPÓSITO DE MERCADORIAS. No entanto, o que pode existir.
Karl Marx e a História da Exploração
TEMA: O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Link para o texto sobre Marx
DESIGUALDADES SOCIAIS
Estrutura e Dinâmica Social
Karl Marx Máxima: 1818 – 1883 d.C. “Os filósofos não têm feito senão interpretar o mundo de diferentes maneiras, o que importa é transformá-lo”. Teses.
A INVERSÃO DA REALIDADE
Karl Marx (1818 – 1883).
Cap. 6 – Trabalhadores, uni-vos!
Socialismo utópico e Socialismo Científico
Socialismo.
Karl Marx e as modos de produção social
Karl Marx e a Sociologia
PPGE – UEPG DRª GISELE MASSON
Karl Marx: o uso político de suas ideias Sérgio Praça edspraca.wordpress.com.
HUMANIZAÇÃO E ALIENAÇÃO
IDEOLOGIA.
MODOS DE PRODUÇÃO OLIVEIRA, Pérsio dos Santos. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, Bibliografia.
Prof. Esp. Jefferson Luis Brentini da Silva
“Mais-valia” Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Modos de Produção Em Karl Marx.
Karl Marx e F. Engels Marx ( ) Engels ( )
Trabalho Assalariado e Capital
CAP 20 – As teorias socialistas e o marxismo
“Político é sempre corrupto”. “Baiano é sempre preguiçoso”
Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista
Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista
Karl Marx e o materialismo histórico
Karl Marx.
THIAGO DA HORA PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DOS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA.
Fundamentos de Sociologia Prof. Francisco Eduardo B. Vargas Instituto de Sociologia e Política Universidade Federal de Pelotas 2/6/2016 Curso de Filosofia.
A teoria do Valor-trabalho O valor das “coisas” – O valor de qualquer mercadoria corresponde à quantidade de trabalho social médio nela contida. A quantidade.
As bases do pensamento de Marx
Aula 8 - A teoria de Karl Marx Karl Marx ( ) As bases do pensamento de Marx Filosofia alemã Socialismo utópico francês Economia política clássica.
A Revolução Industrial O movimento operário e as ideologias pós-revolução industrial.
AULA 3 DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO Gustavo Rodrigues Lemos – EPUFABC 2016.
Notas sobre o fetichismo jurídico: teoria e exame de casos concretos Marcus Orione Gonçalves Correia e Flávio Roberto Batista.
A BASE ECONÔMICA DA SOCIEDADE
Transcrição da apresentação:

5 - Classes sociais e estrutura social “Os indivíduos que constituem a classe dominante possuem, entre outras coisas, uma consciência, e é em consequência disso que pensam; na medida em que dominam enquanto classe e determinam uma época histórica em toda a sua extensão, é lógico que esse indivíduos dominem em todos os sentidos, que tenham, entre outras, uma posição dominante como seres pensantes, como produtores de idéias, que regulamentem a produção e a distribuição dos pensamentos de sua época; as suas idéias são portanto, as idéias dominantes de sua época.”

6. Luta de classes Ponto essencial: todos os grupos são classes sociais? não ..a história das sociedades cuja estrutura produtiva baseia-se na apropriação privada dos meios de produção pode ser descrita como a história das lutas de classe CLASSES EM SI: conjunto de membros de um sociedade que são identificados por compartilhar determinadas condições objetivas, ou a mesma situação no que se refere à propriedade dos meios de produção CLASSES PARA SI: classes que se organizam politicamente para a defesa consciente de seus interesses, cuja identidade é construída também do ponto de vista subjetivo

6. LUTAS DE CLASSE Dado que as classes dominantes sustentam-se na exploração do trabalho daqueles que não são proprietários nem possuidores dos meios de produção – a relação entre elas não pode ser outra, senão conflitiva, ainda que apenas potencialmente. A consciência de classe conduz, na sociedade capitalista, à formação de associações políticas (sindicatos, partidos) que buscam a união solidária entre os membros da classe oprimida com vistas à defesa de seus interesses e ao combate aos opressores

7. A economia capitalista A unidade analítica mais simples da sociedade capitalista e a expressão elementar de sua riqueza é a mercadoria, forma assumida pelos produtos e pela própria força de trabalho, e composta por dois fatores: Valor de uso Valor de troca

7. A economia capitalista a) Valor de uso: a mercadoria tem a propriedade de satisfazer as necessidades humanas, sejam as do estômago ou as a fantasia, servindo como meio de subsistência ou de produção. Por ser útil, ela tem um valor de uso que se realiza ou se efetiva no consumo, enquanto o que não se consome nunca se torna mercadoria.

7. A economia capitalista Valor de troca: mede-se a quantidade de “substância” que ela contém, o trabalho, o tempo socialmente necessário – todo trabalho executado com grau médio de habilidade e intensidade em condições normais relativas ao meio social dado. O cálculo do valor de troca é feito segundo o tempo de trabalho socialmente necessário gasto na sua produção em uma sociedade e em um período dados. Abstrai-se o valor de uso da mecadoria: sobra o trabalho.

7. A economia capitalista – a mercadoria trabalho O sistema capitalista é aquele no qual se aboliu da maneira mais completa possível a produção com vistas à criação de valores de uso imediato, para o consumo do produtor: a riqueza só existe agora como processo social que se expressa no entrelaçamento da produção e da circulação: leia- se MERCADO. O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO: valor dos meios de subsistência requeridos para produzir, desenvolver, manter e perpetuar a força de trabalho, ou seja, tudo o que é necessário par que o trabalhador se reproduza de acordo com suas habilidades, capacitação e nível de vida.

7. A economia capitalista – a mercadoria trabalho – As relações capitalistas implicam na existência do MERCADO, onde também a FORÇA DE TRABALHO é negociada por um certo valor entre o trabalhador livre e o capital. A força de trabalho é a única mercadoria que pode produzir mais riqueza do que seu próprio valor de troca A sociedade capitalista baseia-se na ideologia da igualdade, cujo parâmetro é o mercado. De um lado, está o trabalhador que oferece ao mercado sua força de trabalho, de outro, o empregador que a adquire por um salário. A idéia de equivalência na troca é crucial para a estabilidade. Os homens aparecem como iguais diante da lei, do Estado, no mercado, etc. e assim eles vêem ai mesmos.

7. A economia capitalista – a mercadoria trabalho – Tempo de trabalho necessário: período no qual se dá a reprodução do trabalhador e no qual gera o equivalente ao seu salário. Tempo de trabalho excedente: período em que a atividade produtiva não cria valor para o trabalhador mas para o proprietário do capital Mais-valia: razão entre o tempo de trabalho necessário e tempo de trabalho excedente.

O salário O salário é o valor da força de trabalho, considerada como mercadoria. Como a força de trabalho não é uma “coisa”, mas uma capacidade,inseparável do corpo do operário, o salário deve corresponder à quantia que permita ao operário alimentar- se, vestir-se, cuidar dos filhos, recuperar as energias e, assim estar de volta ao serviço no dia seguinte. Enfim, o salário deve garantir a reprodução da condições de subsistência do trabalhador e sua família

Lógica de produção da mais-valia Custo de um par de sapatos na jornada de trabalho de três horas Meios de produção - 120 + Salário 30 150 Custo de um par de sapatos na jornada de trabalho de nove horas: Meios de produção 120 x 3 = 360 + Salário 30 390 Repetindo essa operação cada dia, o capitalista desembolsará 150 e o resto será uma mais-valia, pela qual o capitalista não paga equivalente algum. É sobre essa modalidade de troca entre o capital e o trabalho que se funda a produção capitalista. Uma coisa é o valor da força de trabalho, isto é, o salário, e outra é o quanto esse trabalho rende ao capitalista. Esse valor excedente produzido pelo operário é o que Marx chama de MAIS-VALIA

7. A economia capitalista – a mercadoria trabalho A sociedade capitalista baseia-se na ideologia da igualdade, cujo parâmetro é o mercado. De um lado está otrabalhador que oferece no mercado sua força de trabalho, de outro, o empregador que a adquire por um salário. A idéia de equivalência na troca é crucial para a estabilidade da sociedade capitalista. Os homens aparecem iguais diante da lei, do Estado, no mercado, etc..

8. O papel revolucionário da burguesia - “A burguesia cumpriu então, um papel revolucionário. Sua ação destruiu os modos de organização do trabalho, as formas de propriedade no campo e na cidade; debilitou as antigas classes dominantes como a aristocracia feudal e o clero, substituiu a legislação feudal, e eliminou os impostos e obrigações feudais, as corporações de ofício, o sistema de vassalagem que impedia que os servos se transformassem nos trabalhadores livres e mesmo o regime político monárquico nos casos em que sua existência representava um obstáculo ao pleno desenvolvimento das potencialidades da produção capitalista. Essa dimensão revolucionária da ação burguesa não se esgota....

9 – A transitoriedade do modo de produção capitalista Ao mesmo tempo que cresce essa “massa da humanidade absolutamente ´”despossuída” aumenta também sua concentração em grandes centros industriais, sua capacidade de organização e de luta e a consciência de sua situação social. É ao proletariado que Marx e Engels atribuem o papel de agente transformador da sociedade capitalista.

10 – Trabalho, alienação e sociedade capitalista Fundamento da alienação: o trabalho. Estranhamento entre o trabalhador e a produção. Três aspectos da alienação:

10 – Trabalho, alienação e sociedade capitalista A) O TRABALHADOR É ALIENADO EM RELAÇÃO ÀS COISAS o trabalhador relaciona-se com o produto do seu trabralho como algo alheio a ele, que o domina e lhe é adverso, e relaciona- se da mesma forma com os objetos naturais do mundo externo

10 – Trabalho, alienação e sociedade capitalista O TRABALHADOR É ALIENADO EM RELAÇÃO A SI MESMO A atividade do trabalhador tampouco está sob seu domínio, ele a percebe como estranha a si próprio, assim como sua vida pessoal e sua energia física e espiritual, sentidas como atividades que não lhe pertencem.

10 – Trabalho, alienação e sociedade capitalista O trabalhador é alienado em relação ao sentido do trabalho. a vida genérica ou produtiva do ser humano torna-se apenas meio de vida para o trabalhador, ou seja, seu trabalho – que é a atividade vital consciente e que o distingue dos animais – deixa de ser livre e passa a ser unicamente um meio para que sobreviva. O trabalho é um sacrifício de vida. O que produz para si mesmo é o salário.

Conclusão O capitalismo se desenvolveu e tornou-se tão complexo que, hoje, não é mais possível vermos tão nitidamente a divisão das classes como propôs Marx. Por exemplo, surgiu o capitalismo financeiro e, recentemente, as empresas virtuais. E também não há como compreendermos os comportamentos dos indivíduos apenas de acordo com o critério de propriedade dos meios de produção, pois as sociedades criaram outras formas de classificação. Entretanto, ainda existem as camadas que visivelmente não têm propriedade de meios de produção – ou propiredade alguma – e, em função disso, nenhum ou quase nenhum poder político e prestígio social, o que mantém a questão da propriedade como elemento importante na análise sociológica. Isso nos remete a uma outra visão sobre as classes sociais e a desigualdade. (Sarandy, 2001).

A perspectiva visionária de Marx quanto ao alcance do poder pelos proletariados está contida nas principais propostas do Manifesto. São elas: Expropriação da propriedade fundiária e emprego da renda da terra para as despesas do Estado. Imposto fortemente progressivo. Abolição do direito de herança. Confisco da propriedade de todos os emigrados e rebeldes.

5.Centralização do crédito nas mãos do Estado e com o monopólio exclusivo. 6. Centralização de todos os meios de comunicação e transporte nas mãos do Estado; 7. Multiplicação das fábricas nacionais e dos instrumentos de produção, arroteamento das terras incultas e melhoramento das terras cultivadas, segundo um plano geral.

8. Unificação do trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura. 9. Unificação dos trabalhos agrícola e industrial; abolição gradual da distinção entre a cidade e o campo por meio de uma distribuição mais igualitária da população pelo país. 10. Educação pública e gratuita a todas as crianças; abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material.