Aceleradores em Física de Partículas Luis Peralta FCUL e LIP.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Advertisements

Física de Aceleradores
Força Magnética by Fred Tavares.
TRABALHO E ENERGIA Prof.: Gilson Rocha.
ATÉ HOJE NÃO SE CONSEGUIU SEPARAR OS PÓLOS MAGNÉTICOS
CORRENTE ELÉCTRICA Até aqui a nossa discussão dos fenómenos eléctricos concentraram-se em cargas em repouso Consideraremos agora as situações que envolvem.
ROTAÇÃO DE UM CORPO RÍGIDO O eixo fixo é denominado eixo de rotação
Energia potencial da espira
ATÉ HOJE NÃO SE CONSEGUIU SEPARAR OS PÓLOS MAGNÉTICOS
Quando um ímã é dividido ao meio  resulta em dois novos ímãs, cada um com um pólo norte e um pólo sul porque não é possível separar o pólo norte do.
MÁQUINAS ELÉTRICAS Máquina de Corrente Contínua Fundamentos Iniciais
Indução Eletromagnética
O que você deve saber sobre CAPACITORES, GERADORES E RECEPTORES
Conceitos básicos sobre Radiação
Os limites do nosso Universo A grande escala A pequena escala.
Os aceleradores e detectores de partículas
Reconstruindo jatos no experimento LHCb
Material de Apoio Interacção Gravítica.
Prob. 1: Qual deve ser o momento linear de uma partícula, de massa m, para que a energia total da partícula seja 3 vezes maior que a sua energia de repouso.
Aceleradores e Detetores de Partículas
5. Fontes do campo magnético: campo magnético criado por uma corrente num condutor (lei de Biot-Savart, lei Ampère), magnetismo na matéria. Em 1820, Hans.
Dicionário da Física acelerar: ação de mudar a velocidade de em um movimento. acústica: Parte da Física que trata dos sons e dos fenômenos que lhe são.
Interacção radiação matéria.
Questão 01: Considerando as alternativas abaixo, assinale a(s) correta(s) relativamente à Mecânica: (001) Quando a aceleração de um corpo é nula, podemos.
É um movimento ordenado de partículas eletricamente carregadas
Aula Teórica 2 Difusividade e Fluxo Difusivo.
Comunicação de Informação a Curtas Distâncias
MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME
FORÇA MAGNÉTICA I- Força magnética sobre uma carga móvel imersa em um campo magnético uniforme.
A Detecção de Partículas Elementares
Resultados Recentes de HERA-B 1 Física 2000 Resultados Recentes de HERA-B João Carvalho LIP-Coimbra e Departamento de Física da Universidade de Coimbra.
Fonte de elétrons São dois os tipos de fonte de elétrons utilizados em MET (No aparelho a construção dessas duas fontes recebe o nome de “canhão de elétrons”)
SONDA DE NÊUTRONS UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Piracicaba- 2009
Introdução à Radiação Eletromagnética
Prof. Vasco Vasconcelos
EXEMPLO: Intensidade da corrente elétrica
Radioquímica.
Carga do elétron: experimento de Millikan
Magnetismo Já na Grécia antiga se conheciam as propriedades de um minério de ferro encontrado na região da magnésia (Ásia), a magnetita (Fe3O4) : a magnetica.
CORRENTE E RESISTÊNCIA
DIFERENÇAS DE POTENCIAL NUM CAMPO ELÉCTRICO UNIFORME
Campo Magnético Universidade Estadual do Piauí Campus Parnaíba
FÍSICA DE PARTÍCULAS PROFESSOR: DEMETRIUS SÉRIE: 3º ANO
FORÇA MAGNÉTICA SOBRE FIOS
Tópicos de Ondulatória
Violação CP no sistema K 0 anti-K 0. Simetrias Simetrias importantes em física  Paridade: x → -x (x vector), L = x x p → L.  Conjugação de carga: e-
Alexandre Suaide Ed. Oscar Sala sala 246 ramal 7072 Física Experimental III – aula 10
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
CAMPO ELÉCTRICO O campo gravitacional num ponto no espaço é igual à força gravitacional que age sobre uma partícula de prova (teste) de massa m0 dividida.
Utilizaremos o conceito de energia no nosso estudo da electricidade
Laboratório de Física Corpuscular - aula Instituto de Física - UFRJ1 Física de Aceleradores Prof. Marcelo Sant’Anna Sala A-310 (LaCAM)
MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA CARREGADA NUM CAMPO MAGNÉTICO
Aceleradores de Partículas ? Raphael Liguori Neto Abril 2006.
Laudo Barbosa (06 de Novembro, 2006)
Uma carga de prova q0 colocada num campo eléctrico
Cinemática das Colisões Nucleares
Física Experimental III – aula 7
Professor: Marivaldo Mendonça
O UNIVERSO INVISIVEL. Edwin Hubble (1889 – 1953) O Universo em expansão.
Campos Magnéticos Produzidos por Correntes
Electromagnetismo.
ELETROMAGNETISMO Imãs -corpos que tem o poder de atrair ferro e que interagem entre sí.
E.E. Des. Milton Armando Pompeu de Barros
Trabalho e Energia.
SISTEMA DE PARTÍCULAS.
EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA E DOSIMETRIA
A experiência demonstrou que cargas eléctricas em movimento criam, no espaço à sua volta, um campo magnético. Verificou,
CAMPO ELECTROMAGNÉTICO
Sensores Aluno: Carlos Araujo. O que é um sensor? Sensor : É definido com um dispositivo que é sensível à um fenômeno físico, que interage com o.
Corrente elétrica Física – 3º ano - IEV.
Transcrição da apresentação:

Aceleradores em Física de Partículas Luis Peralta FCUL e LIP

Porquê acelerar as partículas ? A energia é transformada em massa na colisão E = g mc2 E às vezes acontecem surpresas!

Energia do feixe Unidade de Energia – electrão-volt (eV) 1 eV = 1,602 x 10-19 joule Múltiplos mais usados em Altas Energias keV MeV GeV TeV (103) (106) (109) (1012) Massa protão ~ 1 GeV/c2 Um mosquito: m ~ 2,5 mg v ~ 0,5 m/s => Ec ~ 6,3 x 10-7 J = 4 TeV Feixe de protões LHC E ~ 7 TeV

Experiências de alvo fixo Energía útil = Energía no centro de massa Protão com energia E ACELERADOR Alvo de protões DETECTOR Feixes com alta intensidade Alvo pode ser escolhido Mau aproveitamento da energia do feixe (menos de 10%)

Colisionadores Energia útil = Energia no centro de massa Ecm = 2·E Protão com energia E Protão com energia E ACELERADOR ACELERADOR Ecm = 2·E

Colisionadores vs. Alvo Fixo ENERGIA DE CENTRO DE MASSA ALVO FIXO ENERGIA FEIXE

Número de Eventos Luminosidade: medida da intensidade do feixe Eventos Secção Eficaz Luminosidade para LHC 109 eventos/s 1034 cm-2s-1 10-25 cm2

Número de Eventos Alta Luminosidade Implica: 1. Alta corrente no feixe Partículas por pacote No. Pacotes Frequência Área do feixe 1. Alta corrente no feixe 2. Muitos pacotes de partículas 3. Tamanho pequeno do feixe

Energia contida nos feixes de LHC Nº pacotes = 2808 Protões / pacote = 1011 E = 2 x 2808 x 1011 x 7 TeV ~ 4x1015 TeV ~ 0,6 GJ 0,6 GJ é a energia cinética de um TGV à velocidade de 200 km/h !

Esquema básico do acelerador de partículas Fonte de partículas Transporte Aceleração Transporte Extracção -> Experiência

Fontes de Partículas Só conseguimos acelerar partículas com carga eléctrica F=qE Por efeito termo-iónico podemos obter electrões livres Canhão de electrões do cinescópio de um televisor

Fontes de partículas Duoplasmatron from CERNs Linac-Homepage protons out (~300 mA) Gas in Plasma Anode Cathode

Como acelerar as partículas? Força de Lorentz E(t) aumenta a energía B(t) modifica a trajectória

Aceleradores Electroestáticos A ideia é criar uma diferença de potencial suficientemente elevada para acelerar as cargas eléctricas até energias elevadas DV - + E e- DEp = eDV

Aceleradores Electroestáticos - Van de Graaff: 1930 Interior do primitivo Van de Graaff do Laboratório de Sacavém E < 10 MeV Van de Graaff do campus Jussieu em Paris

Aceleradores Electroestáticos – Cockcroft-Walton: 1932 4U Escada de multiplicação de tensão Vout= 2n U 2U Pré-injector do LINAC2 (750 keV) no CERN. Foi substituído em 1993 U

Aceleradores Lineares Wideroe - 1928 Fonte ~ l1 l2 l3 l4 l5 l6 l7 O feixe é descontinuo (pacotes) L1<L2<L3… Para se obter uma energia elevada são necessário grandes comprimentos Fonte RF

Tornando os aceleradores mais compactos Aceleracão Linear Aceleração Circular

O ciclotrão frequência do ciclotrão E. Lawrence 1929 força centripeta = força Lorentz frequência do ciclotrão E. Lawrence 1929

O ciclotrão visto por... desenhos de Dave Judd e Ronn MacKenzie

Sincrociclotão e ciclotrão isócrono Para partículas relativistas a frequência de ciclotrão varia com a velocidade g > 1 Para manter as partículas em fase com o potencial acelerador no hiato dos D com o aumento da energia das partículas é necessário: Variar B com o raio :ciclotrão isócrono Variar a frequência f do gerador de RF:sincrociclotrão

Sincrotrão R=const. O feixe ganha energia em cada volta relativista R=const. O feixe ganha energia em cada volta São necessários imanes dipolares para curvar o feixe O campo B e a energia do feixe variam sicronizadamente. Os elementos aceleradores (cavidades de RF) podem estar distribuídos por todo o anel (LEP) ou localizados num ponto (LHC)

Radiação de sincrotrão A radiação emitida pelas partículas sujeitas à aceleração centripeta limita a energia que é possível alcançar g = E/m LEP Electrões E=90 GeV => g =180000 LHC Protões E=7 TeV => g =7000 Em LEP (90 GeV), os electrões/positrões perdiam quase 1 MeV em cada volta em forma de raios gama. Os protões de LHC (7000 GeV) perderão só 0.04 keV por volta

Leptões: (e- / e+) Hadrões: (p- / p+) p+ p+ Leptões vs. Hadrões Partículas Elementares Energia muito bem definida Experiências de precisão Hadrões: (p- / p+) Colisiões múltiplas p+ p+ quarks Dispersão de Energia Experiências com grande potencial de descoberta

Componentes principais de um colisionador

Injecção Cadeia de injecção do LHC no CERN

Confinamento – Anel de armazenamento Órbita de referência Imanes Curvatura: Dipólos Focalização: Quadrupólos Uma partícula positiva dirigida para fora do plano do slide focaliza no plano vertival e desfocaliza no plano horizontal. A força é proporcional à distância ao centro. Uma partícula carregada circulando no tubo de feixe (perpendicular ao plano do slide) será desviada para a esquerda ou direita conforme o sinal da sua carga.

LHC - Dipolos B = 8.33 T I = 13000 A Construção 2 em 1 Temperatura de trabalho ~1.9 K 1232 criodipolos de 15 m de comprimento Construção 2 em 1

Quando as coisas não funcionam…! Energia Magnética A energia armazenada no dipolos e quadrupolos principais do LHC é análoga à energia cinética do porta-aviões USS Kitty Hawk quando se desloca a 55 km/h Quando as coisas não funcionam…!

Sistema de Focalização Um gradiente de focalização alternado (focalização-desfocalização no plano horizontal-vertical) dá um efeito global focalizante No quadrupólo quanto maior é a distância ao centro maior é o desvio sofrido pela partícula Quadrupólos Dipólos

Aceleração colisiões rampa injecção início rampa circulação Aceleração tempo a partir da injecção(s)

Aceleração – Cavidades RF Órbita de referência As partículas surfam na onda RF A cavidade funciona como um circuito ressonante As partículas atrasadas veêm um campo eléctrico maior As partículas avançadas veêm um campo eléctrico menor

Aceleração – Cavidades RF do LHC

Momentum Beam Cleaning (warm) IR7: Betatron Beam Cleaning (warm) Beam dump blocks CMS RF Extracción Momentum Beam Cleaning (warm) IR7: Betatron Beam Cleaning (warm) LHC-B ALICE ATLAS Injection Injection

Agradecimentos Vários slides / figuras foram retirados das apresentações de: Antonio Vergara (CERN – CIEMAT) “Introducción a los Aceleradores de Partículas”, 2007 Elena Wildner (AT/MCS) “Introduction to Accelerators”, 2007