MEDELLÍN-APARECIDA PRÉ-TEXTOS CON-TEXTOS E TEXTOS

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Transcrição da apresentação:

MEDELLÍN-APARECIDA PRÉ-TEXTOS CON-TEXTOS E TEXTOS

Medellín, mais que um Documento, é um espírito, um ponto partida, que continua fazendo caminho. Sua força está na ousadia de ter buscado fazer uma “recepção criativa” do Concílio Vaticano II para a América Latina. O que o Concílio representa para a Igreja no mundo, Medellín representa para a América Latina, aterrizando suas intuições e eixos fundamentias, em nosso contexto próprio e empobrecido.

A aventura, permeada de riscos e conflitos, redundou na “tradição latino-americana”, resgatada e reafirmada por Aparecida. Medellín, impulsionou uma Igreja profética, que engendrou os milhares de mártires das causas sociais, “nossos santos ainda não canonizados”. Puebla foi um freio a Medellín e, Santo Domingo, seu estancamento. Mas, Aparecida não só resgatou e reafirmou Medellín, como virou a página para frente.

MEDELLÍN-APARECIDA O PRÉ-TEXTO DOS TEXTOS

1. O Pré-texto de Medellín No campo social: Medellín se insere no contexto da “irrupção dos pobres” e do “Terceiro Mundo”, fruto da crise do desenvolvimentismo (1955-1960). A “Teoria da Dependência”, gestada na CEPAL, desmascarando o neocolo-nialismo, colocou as bases da perspectiva libertadora.

A gigantesca mobilização social é reprimida por ditaduras militares, respaldadas na “ideologia da segu-rança nacional”, em nome da defesa “da civilização ocidental cristã”. O sistema liberal capitalista reage, inaugurando a fase de uma globalização da economia, através da expansão de empresas transnacionais, respalda-da pela “Comissão Trilateral” (Alemanha, Estados Unidos e Japão).

No campo eclesial: Entra em cena uma nova sensibilidade eclesial com João XXIII, convocando o Vaticano II para fazer da Igreja “uma Igreja dos pobres para ser a Igreja de todos”. Mater et Magistra põe a descoberto a desigualdade entre hemisfério Norte e hemisfério Sul, fruto de um neocolonialismo. O Concílio Vaticano II, rompendo com a cristandade, supera o eclesiocentrismo, põe a Igreja em espírito de “diálogo e serviço” ao mundo. A Igreja está no mundo e existe para a salvação do mundo.

O Vat. II convida a Igreja a inserir-se no mundo. A Igreja na A. L O Vat. II convida a Igreja a inserir-se no mundo. A Igreja na A.L. se perguntará: dentro de que mundo? Dos privilegiados ou dos excluídos? A Populorum Progressio, abrirá portas, qualificando o “subdesenvolvimento dos países subdesenvolvidos como o subproduto do desenvolvimento dos países desenvolvidos”. Em Medellín, ecoou o grito do sofrimento dos pobres, que delatava o cinismo dos satisfeitos. O grito seria ouvido e defendido até o martírio.

2. O Pré-texto de Aparecida No campo social: Aparecida se insere no contexto da “irrupção de governos populares” e de uma “sociedade civil mundial”, fruto da crise do neoliberalismo. A busca de “um outro mundo possível”, alimenta a utopia de uma sociedade solidária, que passa por inciativas populares, como a economia solidária e a agro-ecologia.

O desgaste da democracia representativa, a crise ética e a corrupção, suscitou o surgimento de organizações não governamentais e organizações populares, sem vinculação partidária. O sistema liberal capitalista, sob a hege-monia do sistema financeiro entra na fase de uma globalização do mercado, acirran-do a exaustão dos recursos naturais e provocando o aquecimento global. Em contra-partida, há a emergência de uma consciência planetária, em favor de uma sociedade solidária.

No campo eclesial: Há o esgotamento do projeto da “nova evangelização”, mostrando os limites dos movimentos eclesiais e o debilitamento da Igreja na Europa. Volta-se a apostar numa Igreja comunidade de comunidades. Surgem inciativas de resgate do Vaticano II e da tradição latino-americana, em meio a recaídas de certos segmentos em respostas oriundas da neocristandade ou de refúgio no emocionalismo.

O processo de involução eclesial atinge o nível mais crítico com a reafirmação da Dominus Iesus, a volta da Missa de Trento e a notificação de J. Sobrino. Aparecida denuncirá a falta de determinação e coragem para levar adiante a renovação conciliar e resgatará a tradição latino-americana.

MEDELLÍN-APARECIDA O CON-TEXTO DOS TEXTOS II MEDELLÍN-APARECIDA O CON-TEXTO DOS TEXTOS

1. O Con-texto de Medellín Com a Conferência do Rio (1955) e a criação do CELAM, teve início um processo de integração da Igreja na América Latina. João XXIII insistia na necessidade de uma ação eclesial de con-junto na A.L., que desembocasse num plano de ação (1958). Entre 1956 e 1959 são criadas a maioria das Conferências Episco-pais do Continente (Brasil, 1952). A CLAR é fundada em 1958.

Terminado o Concílio, o CELAM pediu ao Papa a convocação de uma II Conferência para receber o Vaticano II na A.L. Dom Manuel Larraín e Dom Hélder Câmara, mentores da Populorum Progressio, exerceram um papel preponderante. Medellín teve um excelente processo de preparação, com diversos encontros: - Baños (Equador): pastoral de conjunto, educa- ção, ação social e leigos; - Mar del Plata: aplicação da Populorum Progressio - Buga (Colombia): universidade católica e pastoral universitária; - Melgar (Colômbia): missão ad gentes, indígenas e afro-americanos.

Em Medellín, adotou-se para o trabalho, em cada um dos 16 Documentos (o mesmo número de Documentos do Vaticano II), o método ver-julgar-agir. Adota-se, também, a perspectiva libertadora, que rompe com a postura desenvolvimnetista reinante, colocando as bases da futura teologia da libertação.

A Assembléia de Medellín esteve composta de 249 pessoas: 145 bispos, 70 presbíteros, 10 religiosos, 19 leigos e 9 observadores. Diferente da Conferência do Rio, houve participação de não-bispos. O Documento foi publicado imediatamente à Assembléia, sem passar por Roma.

2. O Con-texto de Aparecida Ao contrário de Medellín, Aparecida teve um processo de preparação oficial numa perspectiva pré-conciliar, que se tornou irrelevante para a Assembléia. O Documento de Participação : - Eclipsava o Reino de Deus na eclesiologia; - Silenciava as vozes proféticas dos mártires das causas sociais; - Ignorava as CEBs, - Desqualificava o método ver-julgar-agir; - Ignorava a rica contribuição da TdL; - Professava um docetismo cristológico.

A Assembléia de Aparecida esteve composta por 268 participantes, que se fizeram presentes nas categorias de membros, convidados, observadores e peritos. Só os membros - os cardeais, arcebispos e bispos – tiveram direito a voz e voto, em um total de 162; os demais, só tiveram voz. Dos votantes, somente 92 eram delegados pelas Conferências Episcopais. Entre os convidados membros, 17 eram da Cúria Romana. Em Santo Domingo haviam sido 40.

Leigos de movimentos e das pastorais e CEBs Expressão de quase três décadas de involução eclesial, que passa também pelos critérios de eleição dos novos bispos, na Assembléia de Aparecida explicitaram-se tensões entre tendências eclesiológicas, diagnósticos da realidade e opções pastorais distintas: Leigos de movimentos e das pastorais e CEBs Religiosos e membros das novas comunidades de vida

Anti-feministas e defensores de uma Igreja ministerial, que inclua também as mulheres. Guardiãs da vida em âmbito mais restrito (vida intra-uterina e eutanásia) e defensores da vida em sentido amplo do nascimento à morte, incluída a pobreza. Agentes de uma ação evangelizadora calcada no âmbito espiritual e religioso e os que incluem até a ecologia e a questão da Amazônia. Bispos de movimentos e Bispos sensíveis a uma Igreja autóctone; entre bispos eurocentristas e bispos defensores da tradição latino-americana. Os que eram contra e a favor do método ver-julgar-agir.

A Assembléia, entretanto, era muito menos conservadora do que se esperava, conseguindo resgatar o Vaticano II e a tradição latino-americana, bem como dar novas respostas a novos desafios. O Documento Original, tal como ocorreu com Puebla e Santo Domingo, foi censurado por alguns membros da Cúria Romana.

MEDELLÍN-APARECIDA OS TEXTOS III MEDELLÍN-APARECIDA OS TEXTOS

Aparecida resgata e reafirma a tradição latino-americana, inaugurada por Medellín, e, em seu espírito, avança na resposta aos novos desafios de nosso tempo. Ambas Conferências estão em estreita continuidade com o Vaticano II, tirando consequências e fazendo desdobramentos das intuições e eixos fundamentais do Concílio em nosso contexto. Mas, Apare-cida significa, sobretudo, o resgate de Medellín.

1. Igreja comunhão, CEBs e renovação da paróquia Eixos fundamentais e inter-dependência entre Vaticano II, Medellín e Aparecida: 1. Igreja comunhão, CEBs e renovação da paróquia O Vaticano II concebeu a Igreja como a comunidade dos batizados, na comunhão da radical igualdade em dignidade de todos ministérios. Para Medellín, a comunhão eclesial, real e palpável, acontece nas Comuni-dades Eclesiais de Base, célula inicial da estruturação eclesial, foco de evangelização.

Aparecida, com Medellín, reafirma as CEBs, afirmando que elas demonstram seu compromisso evangelizador entre os mais simples e afastados e são expressão visível da opção preferencial pelos pobres. Para isso, urge a setorização da paróquia em unidades territoriais menores e, dentro dos setores, criar comunidades de família, animadas e coordenadas por equipes de leigos.

2. Pastoral de conservação, evangelização e missão Para Medellín, com o Vaticano II, se a comunidade dos batizados é o sujeito eclesial, então, é a comuni-dade, como um todo, o sujeito da ação evangelizadora. Por isso, é preciso passar de uma pastoral de conservação, alicerçada na sacramentalização, para uma ação com ênfase na evangelização.

Para Aparecida, a Igreja como um todo precisa estar em estado perma-nente de missão, de modo que “cada comunidade seja um poderoso centro irradiador da vida em Cristo”. Para passar de uma pastoral de conser-vação a uma pastoral decididamente missionária, há duas implicações: a conversão pastoral e uma renovação eclesial.

3. Igreja dos pobres, Igreja pobre e martírio O Vaticano II, conclama sermos “uma Igreja dos pobres para ser a Igreja de todos”. Para Medellín, a ação evangelizadora, enquanto testemunho de Jesus, “que sendo rico se fez pobre para nos enri-quecer com sua pobreza”, passa pela visibilidade de uma Igreja pobre.

Para Aparecida, é preciso uma Igreja samaritana, pois ela não pode estar alheia aos grandes sofrimentos, que padece a maioria de nossa gente, que frequentemente são pobrezas escondidas. A Igreja na América Latina precisa continuar sendo, com maior afinco, companheira de caminho de nossos irmãos mais pobres, inclusive até o martírio. A Igreja está convocada a ser “advogada da justiça e defensora dos pobres”, diante das intoleráveis desigualdades, que clamam aos céus.

4. Do pobre objeto ao pobre sujeito Medellín, ao optar pelo ser humano com o Vaticano II, dada a situação de exclusão e a predileção de Deus pelos excluídos, opta antes pelos pobres. Opção pelos pobres significa fazer do pobre, não um objeto de caridade, mas sujeito de sua própria libertação, ensinando-lhe a ajudar-se a si mesmo.

Aparecida ratifica e potencializa a opção pelos pobres, pois ela radica na fé cristológica; para que seja preferencial precisa atravessar todas as estruturas e prioridades pastorais. Evite-se, pois, toda atitude paternalista, procurando, a partir dos pobres, a mudança de sua situação, pois eles são sujeitos da evangelização e da promoção humana integral. Por isso, é preciso fortalecer uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral, para que todo processo evangelizador promova a autêntica libertação.

5. Opção pelo sujeito social –o pobre– e pelo seu lugar social O Vat. II conclamou a Igreja inserir-se no mundo. Medellín se perguntará: mas dentro de que mundo? Do mundo dos incluídos ou dos excluídos? Consequentemente, a opção pelo sujeito social –o pobre- implica igualmente a opção pelo seu lugar social. A evangelização, enquanto anúncio encarnado, precisa do suporte de uma Igreja sinal, compartilhando a vida dos pobres.

Para Aparecida, também é papel dos cristãos a criação de estruturas que consolidem uma ordem social, econômi-ca e política, inclusiva de todos. A Igreja tem responsabilidade em formar cristãos e sensibilizá-los a respeito das grandes questões da justiça internacional. Se muitas estruturas atuais geram pobreza, em parte se deve à falta de fidelidade a compromissos evangélicos de muitos cristãos com especiais responsabilidades políticas, econômicas e culturais.

6. Evangelização, promoção humana e conversão das estruturas O Vaticano II superou todo dualismo entre matéria-espírito, corpo-alma. Em conse-quência, para Medellín, a obra da salvação é uma ação de libertação integral e de promoção humana. Toda libertação é já uma antecipação da plena redenção em Cristo. A missão evangelizadora abarca também as estruturas: “não teremos Continente novo, sem novas e renovadas estruturas”.

Para Aparecida, a promoção da vida plena em Cristo nos leva a assumir, na perspectiva do Reino, as tarefas prioritárias que contribuem com a dignificação de todos os seres humanos. Necessidades urgentes nos levam a colaborar com outras pessoas, organismos ou instituições, para organizar estruturas mais justas, no âmbito nacional e internacional.

7. Diakonía histórica, profetismo e martírio Para o Vat. II, a Igreja precisa exercer uma diakonía na história. Medellín, em sua opção pelos pobres e seu lugar social, faz da diakonía um serviço profético. A missão evangelizadora se concretizará na denúncia da injustiça e da opressão, sinal de contradição para os opressores. O serviço profético pode levar ao martírio, expressão da fidelidade à opção pelos pobres.

Para Aparecida, o empenho da Igreja na A. L Para Aparecida, o empenho da Igreja na A.L. em favor dos pobres redundou em perseguição e morte de muitos, que consideramos testemunhas da fé, nossos santos e santas, ainda não canonizados. Em nossa experiência eclesial, as CEBs têm sido verdadeiras escolas que formam cristãos comprometidos com sua fé, testemunhas de entrega generosa, até mesmo com o derramar do sangue de muitos de seus membros.

Concluindo… A renovação do Vaticano II passa pela ousadia de Medellín e determinação e coragem de Aparecida. As opções e o espírito de Medellín, longe de verem-se superados, foram resgatados e re-impulsionados por Aparecida.

Certamente, nem todas as páginas que esperávamos e seriam necessárias. Aparecida, num contexto de involução eclesial, virou a página para frente. Certamente, nem todas as páginas que esperávamos e seriam necessárias. Mas as suficientes para a Igreja na América Latina continuar desenvolvendo sua genuína tradição, que lhe confere, em seu próprio contexto, cada vez mais, um rosto e uma palavra própria.