Conceito de Ergonomia A palavra “ergonomia” é de origem grega formada pelas palavras Ergon (trabalho) e Nomos (regra), então na raiz a palavra ergonomia.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Taylorismo Fordismo e Pós-Fordismo
Advertisements

Administração da Produção e Operações
ACOMPANHARAM AS TRÊS REVOLUÇÕES
Organização, Sistemas e Métodos
Prof. Ms. Camila Sieburger Tessmann 02 / 2011
Projeto do Trabalho Abordagem Histórica
Universidade Federal do Paraná Departamento de Engenharia Mecânica
Fundamentos da Ergonomia
PLANEJAMENTO DE LAYOUT ADMINISTRATIVO parte 2 Prof. Beth CARREIRA, Dorival. Organização, sistemas e métodos. São Paulo, Saraiva 2009.
HISTÓRIA DO MARKETING Desde o início da humanidade as pessoas vendem e compram bens, fazendo trocas. Com o crescimento das cidades , o comércio aumentou.
DESLOCAR, LEVANTAR E TRANSPORTAR CARGAS MANUAIS
FREDERICK TAYLOR ( ) Americano de familia enriquecida no comércio com a India Interrompeu seus estudos em Havard para trabalhar como aprendiz.
Professora: Desiree Blum Menezes, MSc. (Fundamentos da Administração)
Métodos Quantitativos
MÉTODOS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL.
Estudo de Layout.
Gestão de Ergonomia e Qualidade de Vida
Não se cansa; Não necessita de salário; Não tira férias e nem licença de maternidade; Pode manter uma qualidade uniforme na produção; Não necessita de.
Gestão da Manutenção 7 -Técnicas Preditivas.
Ergonomia.
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Disc. : Gerência de Manutenção Prof
Indústria Do artesanato ao robô.
Administração Geral - Aula 03
Contabilidade de Custos
FUNDAMENTOS POLÍTICOS-ECONÔMICOS DA EDUCAÇÃO
Administração Científica
Objetivos da Higiene e Condições Ambientais do Trabalho
Economia e Mercado 2ª AULA.
ERGONOMIA. ERGONOMIA HISTÓRICO A ergonomia surgiu em função da necessidade do ser humano cada vez mais querer aplicar menos esforço físico e mental,
O que é a ergonomia? O termo Ergonomia, deriva do grego,' "ERGON", que significa Trabalho e "NOMOS" que significa Leis ou Regras.
Cristian de Souza Freitas, MSc
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização da produção;
Disciplina ADPO Capítulo 9 – Projeto do Trabalho
TEMA: O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Métodos Quantitativos
Escola Clássica da Administração
Fisioterapeuta: Sania de Sousa Cançado
Teoria geral da administração
INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
Teoria Geral da Administração
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO
A Teoria da Administração Científica
SHOP MANAGEMENT.
Faculdade Estácio de Sá
Ergonomia I.
Administração Cientifica Frederick Winslow Taylor
Administração da produção pela filosofia tradicional
Administração Científica
RESTROSPECTIVA SOBRE A HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO
HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Ergonomia Kevin Gabriel Goetz RA
PREVENÇÃO DE DOENÇAS PROFISSIONAIS
Introdução à Administração
TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO
Administração Científica
PROGRAMA DE ERGONOMIA -
AULA 10 ERGONOMIA.
Escola da Administração Científica
23/10/20081 Higiene Industrial Por: Bruno Cotta Danilo Sobral Filipe Campos José Francisco da Silva FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA.
Aptidão Física Educação Física II.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II
ERGONOMIA.
Saúde do Trabalhador: Fisioterapia do Trabalho, Ergonomia e Ginástica Laboral Celine.
Fordismo Henry Ford.
Métodos Quantitativos Prof. Edson Nemer Site:
MODOS DE PRODUÇÃO CAPITALISMO I.
ARRANJO FÍSICO ESTUDO DE LAYOUT.
ERGONOMIA É o estudo da adaptação das
A EVOLUÇÃO DO ESPAÇO URBANO –INDUSTRIAL MUNDIAL G5.
BEM - VINDOS ! Ergonomia 60 horas Layanne Lobo
Transcrição da apresentação:

Conceito de Ergonomia A palavra “ergonomia” é de origem grega formada pelas palavras Ergon (trabalho) e Nomos (regra), então na raiz a palavra ergonomia significa “regras para o trabalho”.

Existem alguns conceitos que são atribuídos à Ergonomia: “Conjunto de estudos que visa à organização metódica do trabalho em função do fim proposto e das relações entre o homem e a máquina” (dicionário Aurélio).

“Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento, ambiente e, particularmente, da aplicação dos conhecimentos de anatomia e fisiologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”. (Sociedade de Ergonomia – Inglaterra década de 50)

“Ergonomia é a ciência que objetiva adaptar o trabalho ao trabalhador e o produto ao usuário” (Meister- 1998)

“É o estudo do homem com seu trabalho, equipamento e meio ambiente para que exista maior produtividade com menor prejuízo físico e mental”.

A NR 17 conceitua a Ergonomia como “Parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente”.

Isto na pratica quer dizer que o trabalho deve estar (ou deveria estar) atendendo as condições que proporcionem conforto e segurança, sem riscos à saúde do trabalhador.

A Ergonomia é aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas, tarefas e ambiente, para além de melhorar a segurança, saúde, conforto melhorar também a eficiência no trabalho.

Ela focaliza o homem! Não se limita a um conhecimento específico e sim se apóia em outras áreas do conhecimento como: antropometria, fisiologia, biomecânica, psicologia, engenharia mecânica, desenho industrial, informática, eletrônica, toxicologia, etc.

A Ergonomia surgiu com a própria evolução da história do trabalho.

O trabalho antes de 1750: era obtido pelo uso da energia física do homem ou da tração animal. Não existia outra forma de energia, nas cidades vivia-se do comércio e o padrão econômico era o agropastoril de subsistência e de troca.

Revolução industrial: com a invenção da máquina a vapor, passou-se a usar a energia do vapor dando origem às fábricas. Houve então uma migração dos trabalhadores rurais para as cidades industrializadas resultando no aparecimento de favelas com condições subumanas.

As condições para o trabalho eram péssimas e as horas de trabalho eram excessivas, resultando em acidentes, doenças ocupacionais, além de salários baixos.

A segunda revolução industrial: originou-se na administração científica de Taylor e Ford que estabeleceram a produção em massa aumentando com isso a produtividade das empresas.

Reestruturação produtiva: a partir da década de 70, outra mudança significativa ocorreu com a utilização de novas tecnologias, mudanças nas 5 relações de trabalho, mudanças na organização do trabalho e novas formas de gerenciamento.

A Ergonomia apareceu em 1950, nos países socialmente industrializados e desenvolvidos e para entender o porquê do seu desenvolvimento vamos verificar alguns detalhes dentro da evolução do trabalho.

Os princípios básicos instituídos por Taylor eram: • Análise racional do trabalho e a instituição da técnica de trabalho que consistia na análise de movimentos, cronometragem e a organização da única forma correta de trabalho, contemplando basicamente a alta produtividade. • Autoridade técnica do engenheiro para fazer a análise do trabalho: trabalho feito por alguém com preparo específico nessa área.

• Adaptação do homem ao trabalho: assim para tarefas com grande esforço físico, necessitaria de uma pessoa forte, uma tarefa embaixo uma pessoa baixa, para trabalhos de alta precisão de movimentos, uma pessoa extremamente habilidosa. • Pagamento diferenciado de produção: melhor salário para quem produzisse mais.

O mais expressivo aumento de produtividade dessa época surgiu em conseqüência da aplicação dos princípios de Henry Ford: • Organização do trabalho em linha de montagem; • Ritmo de trabalho determinado pela velocidade da esteira; • Trabalhador fixo em determinada posição; • Produção de grandes quantidades.

Problemas causados pelos princípios de Taylor e Ford: • Impossibilidade de se conseguir um método correto para a execução do trabalho (o ser humano é diferente e complexo); • Alienação do trabalhador (nos engenheiros concentravam o método e a decisão sobre o trabalho);

• Seleção física e psicológica rigorosa (com a exclusão social daí decorrente, seja porque o individuo não tinha a condição física exigida na seleção – por incapacidade, por desgaste – seja por gradativa deterioração da capacidade física e exclusão social após determinada idade); • Trabalho exaustivo até a fadiga (aumento da produtividade); • Isolamento do trabalhador numa mesma posição ao longo do tempo (tornando o ser humano autômato);

• Desencadeamento de distúrbios osteomusculares por sobrecarga funcional (trabalho em uma mesma posição por um longo tempo); • Aumento da velocidade da esteira diante da necessidade de produzir mais (gerando fadiga, lesões e distúrbios dolorosos); • Colocando a pessoa mais hábil na primeira posição da linha de montagem (correria e sobrecarga para os demais);

Neste contexto apareceu a Ergonomia como uma proposta aproveitando o que havia de positivo e a necessidade de preservação do trabalhador. O conceito mais mudado pela Ergonomia é o da adaptação do homem ao trabalho. Ela propõe justamente o contrario, a adequação do trabalho ao homem.

É importante destacar que até1960 as fábricas e postos de trabalhos eram construídos sem qualquer consideração sobre o ser humano que ali iria trabalhar, apesar de ainda hoje muitos fabricantes de equipamentos os constroem completamente inadequados aos trabalhadores.

O grande desencadeador da Ergonomia foi o projeto da cápsula espacial norte-americana. (os astronautas exigiram melhores condições principalmente dentro da cápsula espacial).

Outro grande motivo do rápido desenvolvimento da ergonomia foram as lesões do sistema osteomuscular (geram absenteísmo e quando o trabalhador sai da empresa originam processos de indenização. Então um dos motivos da difusão da Ergonomia foi o custo da “Não Ergonomia”.

O objeto da Ergonomia O objeto da Ergonomia é o homem; ele é o “centro“ das atenções. O trabalhador precisa de todos os benefícios e facilidades para exercer a sua função de produzir.

É oportuno lembrar que a Ergonomia não se preocupa com a ociosidade (“erg” significa trabalho). Portanto, o conforto, a segurança e o bem-estar não são um “fim”, mas um “meio”: um meio oferecido para que o trabalhador produza com boa qualidade.

É inimaginável um “controle de qualidade” sem a preocupação inicial com a segurança, o conforto e o bem-estar.de quem produz. Entendemos que, quando um bem é produzido com acidentes e doenças ocupacionais, a boa qualidade está comprometida.

“A BOA QUALIDADE DO PRODUTO É APENAS O RESULTADO DA BOA QUALIDADE DA PRODUÇÃO; E SEGURANÇA É UM DOS ELEMENTOS DA PRODUÇÃO”

Os subsídios à Ergonomia Alguns dos recursos e conhecimentos humanos de que se vale a ergonomia para adequar as condições de trabalho ao homem, afim de que ele possa exercer a sua atividade dignamente:

Exemplos: 1- Para a empresa formar, economicamente, o seu estoque de carteiras, em área urbana, é necessário saber, primeiramente, qual a população de trabalhadores com habilidade “de esquerda” e “de direita”; depois, a periodicidade com que cada equipamento (carteira) se desgasta. 2- Também, a antropometria, a estatística e a economia se aplicam para a formação do estoque de calçados de segurança, conceito estendido a todo e qualquer equipamento ou ferramenta.

Por que, primeiramente, o conhecimento da população e, depois, o do consumo? Desta forma, temos condições de avaliar a periodicidade com quê determinado bem é consumido: há certa relação entre a quantidade de consumidores numa classe (por exemplo, os que calçam sapato no 38) e o consumo deste equipamento.

Entretanto, convém estar atentos para alguns fatores que contribuem para maior ou menor desgaste do bem:

nível de treinamento; - condições ambientais de trabalho; - qualidade da matéria prima usada na fabricação do equipamento; - acabamento dado ao equipamento; - uso indevido e/ou incorreto do equipamento; - outros.

Os objetivos da Ergonomia Podemos distribuir os objetivos em duas classes: Objetivos (interesses) imediatos: Propiciar conforto, segurança e bem-estar; Reduzir a fadiga do trabalhador; Prevenir acidentes e doenças ocupacionais

Objetivos (interesses) mediatos: Reduzir o absentismo; Aumentar a eficiência do trabalho; Minimizar os custos de produção; Aumentar a produção; Aumentar a produtividade;

Melhorar a qualidade de produção (controle de qualidade); Ensejar maiores lucros à empresa; Ainda que não se constitua em um objetivo, a aplicação do trabalho (ao homem) resulta em ampliação do mundo de trabalho ao chamado “deficiente”, ou “portador de necessidades especiais”.

O reconhecimento e a avaliação dos agentes ergonômicos. Agentes ergonômicos são todos os elementos envolvidos na execução do trabalho, estudados nesta 2a fase de prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais:

condições do posto de trabalho lay-out ruídos temperaturas vibração mecânica posição de trabalho ritmo de trabalho empatia tempo de execução de um serviço jornada de trabalho, etc.

Quando há a inadequação, o desajuste ou a impropriedade destes agentes, eles irão gerar condições inseguras de natureza ergonômica, as quais causarão acidentes e doenças ocupacionais.

Assim como ocorre na primeira fase – adaptação do homem ao trabalho – também na segunda fase, que é a domínio da ERGONOMIA, há escala de procedimentos para a prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais:

O RECONHECIMENTO DOS AGENTES ERGONÔMICOS Procedimento que consiste em identificar todos os agentes ambientais e/ou operacionais que possam interferir no desempenho, na saúde e na integridade física do trabalhador.

A interferência de ordem psíquica não é objeto de preocupação da Ergonomia; mas, por exemplos, o tamanho do pincel de um pintor, a cadeira usada por um digitador, ou a posição de trabalho do professor, a temperatura ambiente em que o artista trabalha, sim.

Esse reconhecimento pode ser efetivado empírica ou objetivamente (com o uso de equipamentos ou instrumentos de medição).

A AVALIAÇÃO Consiste em identificar a intensidade com que esses elementos ambientais e/ou operacionais ocorrem, relacionando-os com o limite de tolerância do trabalhador a eles.

Para os riscos de insalubridade, o limite de tolerância é verificado em função, basicamente, de dois fatores: aspectos quantitativo e qualitativo da medição; tempo de exposição ao (s) agente (s).

Para os riscos de periculosidade, o limite de tolerância é verificado em função, basicamente, de dois fatores: aspectos quantitativo e qualitativo da medição; distância à fonte geradora.

O CONTROLE Após o reconhecimento e a respectiva avaliação, estando caracterizado o risco, ele deverá ser controlado.

Entretanto, pela multiplicidade dos agentes, torna-se difícil a avaliação quantitativa e para facilitar a avaliação e o necessário controle dos agentes chamados de “fatores ergonômicos” - são distribuídos em três classes:

Fatores Individuais: tipo físico inteligência capacidade de concentração idade sexo habilidades, etc.

Fatores Ambientais: temperatura ruído umidade lay-out topografia, etc.

Fatores Operacionais: posição de trabalho ritmo de trabalho turno de trabalho velocidade da máquina atos repetitivos, etc.