Corrupção e Ética na Política Brasileira

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Transcrição da apresentação:

Corrupção e Ética na Política Brasileira Daniele Gazola e Elisangela Lasta

O que é corrupção? Provém do latim Corruptione e significa corrompimento, decomposição, devassidão, depravação, suborno, perversão, peita. O conceito de corrupção historicamente não detinha de um lado negativo, a corrupção detinha um caráter de legalidade e o corrupto era entendido como aquele que não seguia as leis. Atualmente, corrupção toma um lado oposto, sendo entendida como uma ação não aceitável e condenável eticamente e moralmente, pois os políticos que aderem tal postura acabam tirando proveito em benefícios próprios e aumentando a desigualdade e problemas sociais. Com sistema capitalista a corrupção chegou ao seu auge, pois tal sistema é propicio para o desenvolvimento da mesma.

O que é ética? Conjunto de normas que norteiam o comportamento humano, da qual a sociedade compreende, pois são normas pré-estabelecidas desde a civilização. Tem como objetivo regular a conseqüência das ações e decisões das pessoas, dando a possibilidade de consciência para cada cidadão de suas ações.

As razões históricas para o Brasil sofrer com a corrupção política: Estudiosos chegam a duas possibilidades sobre o surgimento da corrupção no Brasil: A primeira vertente acredita que a corrupção vem do patrimonialismo ibérico. A segunda acredita que a ausência de uma história feudal seria o passo inicial para a falta de separação entre a esfera pública e a privada, sendo similar ao patrimonialismo oriental.

Isso significa: Que o país vem sofrendo um desenvolvimento da modernização conjuntamente com o patrimonialismo, o que nos transfere para a realidade de uma estrutura dependente do país em harmonia com a manutenção do status quo das elites brasileiras. Portanto, o país passa por uma modernização conservadora, pois as mudanças que vem ocorrendo são pontualizadas, para que a estrutura das elites não seja prejudicadas, assim aumentando a desigualdade social e econômica.

Segundo a elite brasileira: Trata-se “promover mudanças para que tudo fique como está”.

Então conclui-se: “Nesse sentido, não há um Estado de Direito consolidado no Brasil, e muito menos se poderia falar da existência de um Estado de bem-estar social. O Estado neopatrimonial surgido em decorrência do desenvolvimento desigual e dependente do país serve prioritariamente aos interesses de grandes proprietários de terras, empresários e outros representantes do capital. Trata-se, portanto, de um Estado autoritário e centralizado. Nós defendemos a tese de que quanto mais autoritário e centralizado estiver organizado o poder, maior será a probabilidade de se confundir o interesse público (res publica) com interesses privados” (ANDRIOLI).

O que leva as pessoas a se candidatarem: A maioria dos políticos brasileiros se candidata com a intenção de conseguir benefícios da estrutura do Estado, como imunidade parlamentar, sigilo bancário que facilita a lavagem de dinheiro, altos salários, dentre outros.

E o povo: Outro fator facilitador para os corruptos é a falta de participação popular na política tanto antes das eleições quanto após. Pois, boa parte da sociedade aproveita as eleições para pedir algo em troca de seu voto, transformando as eleições em um leilão, onde a proposta que maior beneficia o cidadão em particular ganha seu voto. O que torna mais difícil ainda controlar a corrupção no país, se o próprio povo faz parte dela.

E a ética? Aí entramos em conflito com a ética tanto da política quanto do povo brasileiro. “O tratamento dessa questão, digamos desde já, não pode ser equacionado com a introdução de simples reformas institucionais, mas parece exigir uma espécie de redirecionamento cultural e ético da classe política, algo como uma “reforma moral” que diminua o abismo aberto na base da sociedade política entre a “ética dos resultados” e a “ética dos valores”” (ALMEIDA).

Cultura da corrupção no Brasil e a falta de ética: No Brasil é possível visualizar uma linha que segue a vida cotidiana e com a corrupção. Tanto a mídia quanto os políticos estimulam o pensamento de que a corrupção é algo natural, levando o povo a tolerar e até mesmo compreender certos atos de corruptos.

Um dos maiores fatores para essa cultura: A elite brasileira completamente enraizada com o patrimonialismo se relaciona com os fenômenos do coronelismo e clientelismo, constituintes da base histórica do populismo e do assistencialismo brasileiro. Ambos estão completamente ligados ao desenvolvimento do país, pois originalmente sempre a elite controlou a economia de mercado.

Ao final conclui-se que: A tendência da sociedade em não encarar a corrupção como um problema, a transforma em um crime justificável. Pois, quando um ato desses é tolerado, o corrupto passa a ser considerado esperto e não um criminoso nem antiético, não sendo julgado e nem condenado. Tanto os políticos como a mídia são responsáveis por essa visão de esperteza, a qual chamam de “jeitinho brasileiro”, não sendo encarada como criminalidade e sim formas criativas de se auto beneficiar.