Os tiros que se seguem rasgam o véu de silêncio em meio à noite escura. Na calada da noite, pistoleiros invadem uma aldeia indígena.

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Transcrição da apresentação:

Os tiros que se seguem rasgam o véu de silêncio em meio à noite escura. Na calada da noite, pistoleiros invadem uma aldeia indígena.

Maria dos Anjos Paulino Guajajara, de apenas 6 anos de idade, em meio a seu sono de criança, tem a vida interrompida por um tiro na cabeça.

Maria dos Anjos Paulino Guajajara, Lágrimas e lamentos ecoam pela mata, tendo apenas a lua por testemunha.

Maria dos Anjos Paulino Guajajara, A ocorrência não ganha espaço, nem tem repercussão na grande mídia. ‘Apenas mais um índio assassinado’, friamente calculam os editores.

Esta apresentação é dedicada à pequena Maria dos Anjos. Onde quer que te encontres, pequenina índia, brinque em paz...

Onde quer que te encontres, pequenina índia, brinque em paz... – Maria dos Anjos Paulino Guajajara – ( )

– Séculos Indígenas –

Imagem é mediação – presença apenas sugerida. Um encontro entre alteridades exige mediações adequadas.

Quando um rosto é descoberto, algo dele permanece oculto. Mistério, quando experimentado, permanece mistério.

Índio todo mundo sabe o que é. Ou criou na cabeça que sabe.

Se o ponto está assegurado, a vista é sempre refém dos espelhos da história...

O século era o décimo sexto para os habitantes da Península Ibérica, Europa.

Estes adoravam ora um Deus que lhes prometia um novo mundo, ora um mundo que lhes prometia um novo deus.

Estes adoravam ora um Deus que lhes prometia um novo mundo, ora um mundo que lhes prometia um novo deus. Outras margens encontraram. Dão-nas por descobertas.

Chamam-nas ‘Nova Terra’ ao que era habitação para muitos povos.

A mediação poderia ter sido reverência, mas o medo gera dominação. O que poderia ter sido um encontro transformou-se em terrível calamidade para nossas mães e nossos pais.

O que poderia ter sido um encontro transformou-se em terrível calamidade para nossas mães e nossos pais.

Não por acaso eles nos chegaram com a distração dos espelhos...

O que poderia ter sido um encontro transformou-se em terrível calamidade para nossas mães e pais. Mas, afinal, o que teriam enxergado nossos antepassados naquelas superfícies de brilho reflexivo?

Que imagem perdida? Que presença desconhecida? Que rosto é esse na face indígena?

A imagem do índio reproduzida na nossa sociedade dita civilizada é tal que o índio nela não se reconhece.

Diante da insensatez dos livros da escola e da espetacularização da televisão, confortavelmente agimos como se tudo tivesse sido dito. Esgotado.

Índio todo mundo sabe o que é. Ou criou na cabeça que sabe.

Se o ponto está assegurado, a vista é sempre refém dos espelhos da história...

Não há síntese ou imagem que não seja como nuvem passageira. Híbrida. Provisória.

As melhores ideias a respeito de outros povos e realidades surgem tão somente de partos dolorosos.

Merecem todo o nosso apreço. Mas são, ainda, bem menos do que o espírito que se almeja alcançar.

O desafio de cultivar uma vivência sensível, aliada à reflexão acerca da identidade cultural brasileira.

Como enriquecer uma percepção crítica e sensível da realidade histórica e política dos povos indígenas no Brasil contemporâneo?

Recuperar ritos e tradições esquecidas.

O vermelho do urucum, o azul, quase negro, do jenipapo, e outras tantas cores essenciais que pelo caminho, por descuido, ficaram abandonadas.

Em meio à dispersão geral dos tempos conturbados que vivenciamos, ter olhos, cultivar um coração capaz de reconhecer e valorizar a herança poética que dos índios recebemos.

Uma herança poética, ética, humana e estética, capaz de nos reconduzir a desejos e aspirações imemoriais, de banhar a nossa jornada comum por este pequeno planeta com significado, beleza, poesia e encanto.

Como usar o tempo a nosso favor? Como resgatar os valores espirituais que apenas na contemplação, no silêncio e no repouso são estabelecidos?

O ritual iniciático a nos conduzir ao ‘mais que humano’ que habita em nós.

O ritual iniciático a nos conduzir ao ‘mais que humano’ que habita em nós. A criança pequenina – cabocla, negra, indígena – que um dia, não tão distante, fomos.

A seiva ancestral que percorre nossas veias, e alimenta as nossas mais profundas raízes.

Contemplar um outro mundo possível, – onde o estranhamento cederá lugar ao reconhecimento, diálogo e fraternização na diferença.

Se voltássemos sempre de novo a enxergar o mundo como criança, nos surpreenderíamos menos com nossos sonhos.

Reconhecer-me-ia numa síntese minha com traços indígenas?

Falaria que língua? O que comeria aos domingos? (mas haveria domingos?)

Quem e quantos seriam a minha família?

Que nome daria a meus sentimentos?

Minha melhor síntese está por ser realizada.

Tema musical: “And When I Touched You”, Ernesto Cortazar Formatação:

Texto adaptado da exposição “Séculos Indígenas” Organizada pelo ‘Museu do Índio’ Brasília, Outubro 2011