O PERÍODO REPRODUTIVO DE MULHERES IDOSAS EM FUNÇÃO DO TIPO DE TRABALHO REALIZADO- VIÇOSA-MG Adelson Luiz A. Tinoco 1 ; Anna Paula R. dos Santos 2 ; Eliana Taciana Pereira 3. 1 Prof. Adjunto do Departamento de Nutrição e Saúde - UFV 2 MS em Economia Doméstica - UFV 3 Economista Doméstico - UFV INTRODUÇÃO De acordo com VALÉRY e PAIVA (1996), a definição conceitual da terceira idade segue a terminologia francesa para definir uma categoria etária, cujo princípio cronológico pode variar de 60 a 65 anos. Fica evidente, para esses autores, a ausência de unanimidade sobre o que é ser velho. Pode-se inferir que o envelhecimento não é apenas um processo físico, mas também vital, individual e com amplas variações. Para o presente estudo, que trata de características epidemiológicas e reprodutivas considerou-se os fatores que evidenciam o envelhecimento. É importante atentar para o período após a menopausa, que, segundo TOLOSA (1997), ocorre em média aos 50 anos, podendo variar em função das características pessoais. Portanto, considerou-se mulheres maiores de 50 anos com o intuito de caracterizar a fase de vida coincidente com a transição da idade adulta para a chegada da terceira idade. Dentro de um conjunto de perdas, segundo TOLOSA (1997), o papel social da mulher sempre esteve ancorado aos valores de sua etapa reprodutiva e à sua capacidade de gerar e educar filhos. Assim, o cessar das funções reprodutivas representa, automaticamente, anulação das funções femininas na sociedade, podendo representar o início do envelhecimento. De acordo com DEBERT (1994), associados às perdas estão o abandono dos filhos adultos, a viuvez ou o conjunto de transformações físicas trazidas pelo avanço da idade. Para as mulheres, o envelhecimento significa uma passagem de um mundo totalmente regrado para outro em que se sentem impelidas a criar as próprias regras. Entretanto, no mundo contemporâneo, a conquista da liberdade feminina é um fato irreversível e redefine o que é envelhecer, abrindo espaço para as mulheres em idades mais avançadas DEBERT,( 1994). OBJETIVO O objetivo do presente trabalho foi caracterizar a mulher com mais de 50 anos de idade em relação ao seu conceito de velhice, seu trabalho, sua vida reprodutiva, o cessar de sua vida reprodutiva e um pouco de sua saúde. MATERIAL E MÉTODO Trata-se de estudo descritivo, no qual a população maior de 50 anos, residente em Viçosa - MG, foi caracterizada quanto a alguns fatores sócio - econômico - culturais que determinaram sua vida reprodutiva e o tipo de trabalho realizado. Estudou-se dois grupos de mulheres num período em que o planejamento familiar era inexistente no Brasil e o mercado de trabalho era sexista. Optou-se pela aplicação de inquérito semi-estruturado, assim delineado: indivíduos do sexo feminino, maiores de 50 anos, casadas, com filhos e residentes na zona urbana de Viçosa - MG, que totalizavam um universo de, aproximadamente 4420 (IBGE 1991). A amostra foi calculada de acordo com o proposto por LWANGA (1982), amostragerm por prevalência, perfazendo um total de 214 mulheres. RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO Verificou-se no grupo estudado que as limitações físicas é que marcam o início do envelhecimento. Envelhece-se quando se sente dependente, inútil para todas as tarefas que sempre desempenharam com facilidade. Conclui-se que não existem grandes diferenças estatísticas entre os parâmetros que caracterizam a mulher que permaneceu no âmbito doméstico em comparação àquela que realizou o trabalho remunerado. Isto explicado pela semelhança dos níveis educacionais e ambiente sócio-cultural que vivenciaram quando estavam em pleno período de reprodução. As características cronológicas são apresentadas na Tabela 1. Pode-se observar que, em relação à idade inicial do envelhecimento, para a maioria das mulheres dos grupos 1 e 2, independente da idade, a tendência é que o inicio do envelhecimento aconteça após os 60 anos. Com relação às características - sócio - culturais obtidas e demonstradas na Tabela 2, na percepção das mulheres do grupo1, o que evidencia o início do envelhecimento é a aposentadoria e a solidão. Para as mulheres do grupo 2 somente a aposentadoria. Na Tabela 3 observa-se que 49,4% das mulheres do grupo1 e 58,8% do grupo 2 fizeram uso de métodos contraceptivos. Com relação ao Tratamento de Reposição Hormonal (TRH), 60,6% das mulheres do grupo 1 não o fizeram, bem como 42,3% do grupo 2 também não. Esses dados podem ser observados na Tabela 4. Em todas as faixas etárias as mulheres que exercem o trabalho domiciliar fazem exames preventivos com maior frequência que as que exercem o trabalho remunerado (Tabela 5).

O PERÍODO REPRODUTIVO DE MULHERES IDOSAS EM FUNÇÃO DO TIPO DE TRABALHO REALIZADO- VIÇOSA-MG Adelson Luiz A. Tinoco 1 ; Anna Paula R. dos Santos 2 ; Eliana Taciana Pereira 3. 1 Prof. Adjunto do Departamento de Nutrição e Saúde - UFV 2 MS em Economia Doméstica - UFV 3 Economista Doméstico - UFV INTRODUÇÃO De acordo com VALÉRY e PAIVA (1996), a definição conceitual da terceira idade segue a terminologia francesa para definir uma categoria etária, cujo princípio cronológico pode variar de 60 a 65 anos. Fica evidente, para esses autores, a ausência de unanimidade sobre o que é ser velho. Pode-se inferir que o envelhecimento não é apenas um processo físico, mas também vital, individual e com amplas variações. Para o presente estudo, que trata de características epidemiológicas e reprodutivas considerou-se os fatores que evidenciam o envelhecimento. É importante atentar para o período após a menopausa, que, segundo TOLOSA (1997), ocorre em média aos 50 anos, podendo variar em função das características pessoais. Portanto, considerou-se mulheres maiores de 50 anos com o intuito de caracterizar a fase de vida coincidente com a transição da idade adulta para a chegada da terceira idade. Dentro de um conjunto de perdas, segundo TOLOSA (1997), o papel social da mulher sempre esteve ancorado aos valores de sua etapa reprodutiva e à sua capacidade de gerar e educar filhos. Assim, o cessar das funções reprodutivas representa, automaticamente, anulação das funções femininas na sociedade, podendo representar o início do envelhecimento. De acordo com DEBERT (1994), associados às perdas estão o abandono dos filhos adultos, a viuvez ou o conjunto de transformações físicas trazidas pelo avanço da idade. Para as mulheres, o envelhecimento significa uma passagem de um mundo totalmente regrado para outro em que se sentem impelidas a criar as próprias regras. Entretanto, no mundo contemporâneo, a conquista da liberdade feminina é um fato irreversível e redefine o que é envelhecer, abrindo espaço para as mulheres em idades mais avançadas DEBERT,( 1994). OBJETIVO O objetivo do presente trabalho foi caracterizar a mulher com mais de 50 anos de idade em relação ao seu conceito de velhice, seu trabalho, sua vida reprodutiva, o cessar de sua vida reprodutiva e um pouco de sua saúde. MATERIAL E MÉTODO Trata-se de estudo descritivo, no qual a população maior de 50 anos, residente em Viçosa - MG, foi caracterizada quanto a alguns fatores sócio - econômico - culturais que determinaram sua vida reprodutiva e o tipo de trabalho realizado. Estudou-se dois grupos de mulheres num período em que o planejamento familiar era inexistente no Brasil e o mercado de trabalho era sexista. Optou-se pela aplicação de inquérito semi-estruturado, assim delineado: indivíduos do sexo feminino, maiores de 50 anos, casadas, com filhos e residentes na zona urbana de Viçosa - MG, que totalizavam um universo de, aproximadamente 4420 (IBGE 1991). A amostra foi calculada de acordo com o proposto por LWANGA (1982), amostragerm por prevalência, perfazendo um total de 214 mulheres. RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO Verificou-se no grupo estudado que as limitações físicas é que marcam o início do envelhecimento. Envelhece-se quando se sente dependente, inútil para todas as tarefas que sempre desempenharam com facilidade. Conclui-se que não existem grandes diferenças estatísticas entre os parâmetros que caracterizam a mulher que permaneceu no âmbito doméstico em comparação àquela que realizou o trabalho remunerado. Isto explicado pela semelhança dos níveis educacionais e ambiente sócio-cultural que vivenciaram quando estavam em pleno período de reprodução. As características cronológicas são apresentadas na Tabela 1. Pode-se observar que, em relação à idade inicial do envelhecimento, para a maioria das mulheres dos grupos 1 e 2, independente da idade, a tendência é que o inicio do envelhecimento aconteça após os 60 anos. Com relação às características - sócio - culturais obtidas e demonstradas na Tabela 2, na percepção das mulheres do grupo1, o que evidencia o início do envelhecimento é a aposentadoria e a solidão. Para as mulheres do grupo 2 somente a aposentadoria. Na Tabela 3 observa-se que 49,4% das mulheres do grupo1 e 58,8% do grupo 2 fizeram uso de métodos contraceptivos. Com relação ao Tratamento de Reposição Hormonal (TRH), 60,6% das mulheres do grupo 1 não o fizeram, bem como 42,3% do grupo 2 também não. Esses dados podem ser observados na Tabela 4. Em todas as faixas etárias as mulheres que exercem o trabalho domiciliar fazem exames preventivos com maior frequência que as que exercem o trabalho remunerado (Tabela 5).