MANIFESTAÇÕES TEATRAIS ANTERIORES A GIL VICENTE

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Teatro Medieval.
Advertisements

O TEATRO Página Seguinte – 11º Ano.
AUTO DA BARCA DO INFERNO
GIL VICENTE.
Humanismo.
Literatura Prof. Henrique
Literatura de Cordel.
Renascimento
Humanismo Período literário.
Literatura Informativa
Portugal 2ª época Medieval (material retirado da internet)
BEM-VINDO À DISCIPLINA
Auto da barca do inferno – Gil Vicente
O RITO DE PASSAGEM PARA O CLASSICISMO
AUTO DA BARCA DO INFERNO
O VELHO DA HORTA GIL VICENTE PROFESSOR: Geordano Valente Raad
Gil Vicente Vida e obra.
Gil Vicente.
Gil Vicente Gil Vicente (1465? – 1536?) Formandas: Patrícia Pinto &
Vimos uma Estrela.
Tipos de Cómico.
Auto da Barca do Gil Vicente.
Auto da Barca do Inferno (Frade)
Professora: Aíla Rodrigues
Professsora: Aíla Rodrigues
Humanismo (1418 – 1527).
Em Caná.
Humanismo Prof. Júnior Oliveira.
Humanismo Prof.ª Jéssica Gravino.
AS CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DRAMÁTICO.
Origem do Teatro Português
Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente
O período humanista na Literatura
HUMANISMO
OS GÊNEROS LITERÁRIOS A tradição fixou uma classificação básica em três gêneros, que englobam inúmeras categorias menores comumente chamadas subgêneros:
AUTO DA BARCA DO INFERNO de Gil Vicente
Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.
Auto da Barca do Inferno Gil Vicente
O teatro Popular em Portugal Gil Vicente (1465 – 1537)
AUTO DA BARCA DO INFERNO Gil Vicente
Breve História do Teatro
Humanismo e Humanismo Literário
Gêneros Teatrais.
→ elementos paratextuais
O TROVADORISMO MARCO INICIAL: A RIBEIRINHA, 1189/1198 Autor: Paio Soares de Taveirós Gênero: Cantigas (poesia) e novelas de cavalaria.
Gil Vicente Notas sobre a vida e obra.
Humanismo em Portugal (1434 – 1527)
TROVADORISMO HUMANISMO CLASSICISMO
HUMANISMO O Humanismo, segunda Escola Literária Medieval, corresponde ao período de transição da Idade Média para a Idade Clássica. Como o próprio nome.
O Milagre do Amor nas Bodas de Caná (Jo 2, 1-1)
Teatro.
Uma Estrela.
GIL VICENTE Farsa de Inês Pereira Caracterização das personagens
Ilustração de Victor Couto
Auto da Barca do Inferno Auto da Barca do Inferno
Esquemas-síntese de «Inês malmaridada» (pp )
UNIDADE 3 Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira.
Esquemas-síntese de «Inês fantasiosa» (pp )
Esquemas-síntese de «Inês quite e desforrada» (pp )
Após as festas natalinas, inicia o Tempo Comum, em que revivemos os principais Mistérios da Salvação. Com a imagem do CASAMENTO, a liturgia apresenta.
Auto da Barca do Inferno O “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente é um clássico da literatura que retrata a sociedade portuguesa do século XVI e ao.
Farsa de Inês Pereira Gil Vicente
Capítulo 7 - Introdução Ao elaborar sua defesa contra a acusação de que estava desvalorizando a lei, Paulo demonstra três atitudes que o ser humano tem.
Auto da Barca do Inferno Teatro de Gil Vicente Ilustração da edição original do Auto da Barca do Inferno
GGil Vicente foi o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na sua escrita.
Celebramos hoje a festa da EPIFANIA neste tempo litúrgico do Natal, lembrando a adoração de Jesus pelos Magos. "Epifania" significa manifestação de.
MANIFESTAÇÕES TEATRAIS ANTERIORES A GIL VICENTE
Ilustração de Victor Couto
Transcrição da apresentação:

MANIFESTAÇÕES TEATRAIS ANTERIORES A GIL VICENTE MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS Mistérios: dramatização de cenas da vida de Cristo. Milagres: representação da vida de santos e os seus milagres. Moralidades: representações em que as personagens são a personificação de virtudes e vícios com uma finalidade didática (alegoria).

MANIFESTAÇÕES TEATRAIS ANTERIORES A GIL VICENTE MANIFESTAÇÕES PROFANAS Arremedilhos: imitações burlescas de pessoas ou acontecimentos. Entremezes: pequenas representações com cantos e danças. Momos: representações cujas personagens são seres humanos e entidades fantásticas.

MANIFESTAÇÕES TEATRAIS VICENTINAS A classificação das peças teatrais vicentinas é difícil, porque, em cada peça, estão presentes estruturas diversificadas. Três grandes grupos: Autos pastoris; Autos de moralidade (Ex.: Auto da Feira); Farsas (Ex.: Farsa de Inês Pereira).

ÉPOCA O reinado faustoso de D. Manuel. A descoberta da costa africana. A chegada da Vasco da Gama à Índia. Lisboa: centro de convergência das especiarias vindas do Oriente. A construção dos Jerónimos. A inquisição e a perseguição aos cristãos novos.

GIL VICENTE Gil Vicente foi um perspicaz observador do seu tempo, recorrendo à sua veia satírica. Gil Vicente critica a sociedade parasitária, de gente que desprezava o trabalho para viver de expedientes fáceis, ludibriando os outros e usando muitas vezes da tirania e da corrupção. Critica igualmente a hipocrisia generalizada, o contraste entre o ser e o parecer, o adultério, as mulheres caprichosas ou levianas, as alcoviteiras. O dramaturgo critica, também, os escudeiros pobres e presunçosos; o clero corrupto e a própria Igreja e, ainda, os excessos cometidos pelos que iam à Índia em busca de riqueza. “Ridendo castigat mores” – Pelo riso se castigam (corrigem) os costumes.

GIL VICENTE, ESCRITOR DE TRANSIÇÃO CARACTERÍSTICAS MEDIEVAIS Linguagem popular e arcaica. Utilização de personagens populares com os seus costumes e linguagem próprios. Sintaxe pouco elaborada. Uso predominante da redondilha maior (7 sílabas métricas). Valorização do espírito de cruzada. Personagens sem grande densidade psicológica. Personagens-tipo.

GIL VICENTE, ESCRITOR DE TRANSIÇÃO CARACTERÍSTICAS CLÁSSICAS/RENASCENTISTAS Sátira aos costumes com princípios moralizadores. Presença de um certo nacionalismo. Mecenatismo. Crítica religiosa (influência das ideias de Erasmo), sobretudo ao clero, pelos seus excessos, mas também à questão das indulgências. Sensibilidade relativamente à compreensão dos problemas sociais - reação ao evidente materialismo da época. Presença de algumas referências mitológicas e clássicas. Formalmente: tentativa de divisão em quadros e existência de prólogo em algumas peças (Auto da Feira, por exemplo).

FARSA DE INÊS PEREIRA

TÓPICOS DE CONTEÚDO: Caracterização das personagens. Relações entre as personagens. A representação do quotidiano. A dimensão satírica. Linguagem, estilo e estrutura.

RELAÇÕES ENTRE PERSONAGENS Inês solteira (recusa Pero Marques) Inês casada (com o Escudeiro) MÃE Lianor Vaz Judeus e o moço Inês viúva (do Escudeiro) Inês casada (com Pero Marques) Lianor Vaz

AS PERSONAGENS A Mãe é prudente, conselheira, confidente, atenta à realidade e um pouco interesseira. Manifesta a sua discordância em relação ao casamento com o Escudeiro. Aceita a decisão da filha. Esta aprenderá às suas custas.

AS PERSONAGENS Inês é uma rapariga solteira preguiçosa, alegre e sonhadora. Para ela, o casamento representa a liberdade. Inês julga os pretendentes pela aparência, mas a vida irá mostrar-lhe que a aparência pode ser enganadora. Inês vai tornar-se uma mulher desiludida e calculista.

AS PERSONAGENS Pero Marques é uma personagem rústica, ridicularizada e rejeitada por Inês. Oriundo de um espaço rural, cai no ridículo pela forma como fala e como se comporta. É uma personagem cómica (cómico de caráter ou de personagem). Representa, na peça, o papel de “asno”.

AS PERSONAGENS O Escudeiro é interesseiro, dissimulado e astuto. É um homem fraco que apenas se mostra cruel com Inês. A elegância e a “cultura” do Escudeiro contrastam com a simplicidade e ignorância de Pero Marques. Representa, na peça, o papel de “cavalo”.

AS PERSONAGENS Lianor Vaz é a alcoviteira, adjuvante de Pero Marques. Traz a sua carta a apresentação a Inês. Revela grande experiência de vida e capacidade de persuasão. Judeus casamenteiros (Latão e Vidal). Empenham-se em encarecer os méritos do escudeiro, a troco de compensação material. Aparentemente bajuladores, criticam com subtileza Inês e o Escudeiro.

AS PERSONAGENS O Ermitão é um antigo pretendente de Inês e é personagem necessária à concretização da liberdade e vingança de Inês.

TIPOS DE CÓMICO Cómico de personagem – Pero Marques Cómico de situação – encontro de Pero Marques com Inês e a cena final Cómico de linguagem – a linguagem de Pero Marques e as falas dos Judeus casamenteiros

A farsa ilustra uma situação. FARSA VICENTINA Põe em cena o triângulo amoroso, desenvolve a ideia de um provérbio; As personagens são oriundas da vida quotidiana rural e citadina e agem segundo um esquema repetitivo, próximo da caricatura. A farsa ilustra uma situação.

DIMENSÃO CRÍTICA A farsa é um divertimento sério, orientado por uma intenção moral; é preciso fazer rir para instruir, respeitar a família e o trabalho; tem um caráter edificante: Inês casa com um homem da sua condição; A farsa partilha com a moralidade o tema da repreensão e do desconcerto.