LATIM VULGAR X LATIM CULTO

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Bianca Ana Gabriela Giovanna
Advertisements

História da Língua Portuguesa
Bianca Ana Gabriela Giovanna
Equações de primeiro grau com uma variável.
A língua portuguesa – origens e geografia
como viviam os indios em
Seminário de Teoria da Linguagem ILARI, R
TRABALHO DE PORTUGUÊS ALUNOS: FERNANDO Nº. 15 ALISSON N°. 02
Comunicação.
Nome:Fred;Sara;Igor Profª:Karla Veloso Serie:7ª Disciplina:Geografia
A língua e suas realizações
COLÉGIO MILITAR DE FORTALEZA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
COLÉGIO MILITAR DE FORTALEZA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
COLÉGIO MILITAR DE FORTALEZA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
COLÉGIO MILITAR DE FORTALEZA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
A IMPORTÂNCIA DA CRÔNICA NA LITERATURA BRASILEIRA,
Capítulo VIII Itinerários educativos Os itinerários educativos são interdependentes e complementares; levando em conta as características próprias dos.
Variedades Linguísticas
LÍNGUA PORTUGUESA.
BEM-VINDO À DISCIPLINA
EVOLUÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
OS PAPÉIS SOCIAIS DO ADULTO
Gramática Profª Regina.
MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA O ENEM 2010
História Conhecimentos Gerais 1 Prof. Omar Martins
Cultura, Linguagem e Língua
PROGRAMA NACIONAL ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA
Variações Linguísticas
Variação Linguística Observações.
Os processos de construção da linguagem escrita: a Constituição do sujeito leitor numa sociedade indígena Prof° Dra° Terezinha Bazé de Lima
REVISÃO PARA O TESTE I UNIDADE Professora: Cláudia Luz Saraiva.
Linguagem verbal.
Prof.ª Irislane Figueiredo
As Histórias em Quadrinhos (HQs) utilizadas em salas de aula se bem trabalhadas propõe aos alunos um bom debate e maior aprofundamento do que seja o uso.
Leitura e interpretação de texto
Preconceito linguístico
Interpretando as Escrituras Sagradas
CULTURA: É o conjunto de atividades, de modos de agir, de costumes, de crenças, de tradições e de valores de um grupo, transmitidos por meio da linguagem.
Estágio Supervisionado III - Língua Portuguesa
LINGUAS ROMANCES De oriente a ocidente Balcanorromance: Retorromance:
Indivíduo, cultura e sociedade Parte 03
O objecto da Ciência da Literatura. O que quer dizer «Literatura» De acordo com o significado da palavra, abrange toda a linguagem fixada pela escrita.
Variação Linguística: Dialetos, Registros e Norma Linguística
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
Cultura: A Transição para a Humanidade
COMPONENTES DO TCC: DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
A Dimensão Social das Palavras
PROF. ROSE CLÉA Universidade Castelo Branco
Concepções de linguagem e ensino de português
ANÁLISE TEXTUAL ANÁLISE TEXTUAL PROF. ROBERTO PAES AULA 1.
MITO 1: A língua de sinais é uma mistura de gesticulação e pantomima e não é capaz de expressar idéias e conceitos abstratos Na verdade os sinais são como.
LÍNGUAS DE SINAIS As línguas de sinais são línguas naturais, pois surgiram do convívio entre as pessoas. As línguas de sinais podem ser comparadas no que.
Variações Linguísticas
Antropologia Sociologia Prof. Jorge.
Teoria e Prática de Leitura Daniel Bom Queiroz Turma A-2015
PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Variação Linguística: Dialetos, Registro e Normas Linguística
A origem da língua portuguesa
SEMINÁRIO DE PESQUISA PEDAGOGIA 8° PERÍODO UNIDADE II – REVISÃO DE LITERATURA Prof. Ms. Saulo Rodrigues de Carvalho.
Mª João Rodrigues Linguagem e Comunicação. Mª João Rodrigues LÍNGUA E FALANTE Linguagem – é a capacidade humana de usar símbolos para representar o mundo.
Introdução à Comunicação
HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
Aula sobre níveis de linguagem
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.
Mayara T. Santos - Sociologia
LINGUAGEM LINGUAGEM UTILITÁRIA E LITERÁRIA DENOTAÇÃO Linguagem informativa, comum a todos. Objetiva um conhecimento prático, científico. A palavra empregada.
Cultura na antiga Grécia Os gregos no século V a.C.
O Falar do Sul.
LÍNGUAS DE SINAIS As línguas de sinais são línguas naturais, pois surgiram do convívio entre as pessoas. As línguas de sinais podem ser comparadas no que.
LATIM VULGAR X LATIM CULTO
Transcrição da apresentação:

LATIM VULGAR X LATIM CULTO Prof. Ms. Nailton Matos

O LATIM Disponível em< http://portal108.files.wordpress.com/2009/03/latim.jpg> Acesso em 17.05.09.

O latim vulgar foi a fala da plebe romana O latim vulgar foi a fala da plebe romana. Seu estudo se reveste de importância, já que foi dele que se originou as várias língua românicas, entre elas o Português.

LATIM: VARIAÇÃO VERTICAL X VARIAÇÃO HORIZONTAL Variação vertical: estratificação social (patrícios, plebeus e os escravos) Variação horizontal:diferenças geográficas

LATIM CULTO “Um aspecto da diversificação da sociedade romana é o aparecimento da literatura latina; durante muito tempo os autores latinos procuraram pautar seus escritos pelo ideal da urbanitas, evitando formas ou expressões que conotassem arcaísmo ou provincianismo ou que lembrasse a educação precária das classes subalternas e do campo ” (Ilari, p. 58)

As variedades populares do latim falado pelos plebeus e escravos deram origem às línguas românicas. “A essa variedade, que aparece assim como um “proto-romance”, isto é, como ponto de partida da formação das línguas românicas” (Ilari, p. 58)

LATIM VULGAR Enfoque para a palavras “vulgar” a) “corriqueiro”, “banal”: língua que as várias camadas falaram e escreveram em situações informais; b) “reles” “baixo”: expressão própria das camadas populares; c) conotação popular, provinciana ou arcaizantes.

O proto-romance foi de fato uma língua eminentemente popular. Argumentos históricos: a) alusão à existência de uma variedade da língua denominada rusticitas; b) O processo de latinização foi predominantemente realizado pelo elemento plebeu; c) Simplificação linguística; d) Maior recorrência a formas concretas e expressivas; e) Pouca resistência a termos exóticos (estrangeirismos)

O proto-romance foi uma língua vulgar no sentido de língua popular, expressão de camadas populares que não tiveram acesso à cultura formal e escrita. Maurer apud Ilari, p. 60

Relação latim vulgar/vulgarismos “Uma língua é muito mais que um catálogo de erros” O latim culto e o latim vulgar conviveram num mesmo espaço sociolinguístico e apresentavam semelhanças estruturais significativas a ponto de dar margem a interferências vistas como “erros”

LATIM CULTO X LATIM VULGAR: IDADE MÉDIA Diferenças: Latim literário: língua estável Latim vulgar: língua de inovação Enquanto o latim literário permanecia relativamente estável como língua da escrita e como língua de todas as situações formais, o latim vulgar foi derivando para variedades regionais que, no fim do primeiro milênio, já prefiguravam as atuais línguas românicas. A essas variedades costuma-se chamar “romances”.

Séc. IV: Aproximação entre o latim vulgar e o latim culto; Valorização do latim do povo São Jerônimo: “Vulgata” “ciceronianus es, non cristianus” Santo Agostinho: “melius est reprehendant nos grammatici quam non intelligant populi”

Concílio de Tours (813): “ Ut easdem homilias quisque aperte transferre studeat in rusticam romanam linguam aut thiotiscam, quo facilius cuncti possint intellegere quae dicuntur.” Com esta iniciativa consagra-se um importante avanço dos romances em direção à plenitude de usos linguísticos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: ILARI, Rodolfo. O Latim vulgar e o latim literário no primeiro milênio. In: Linguística românica. São Paulo: Ática, 2007, p.57-64.