Tratamento de Inverno Gelso Marchioro MSc Engenheiro Agrônomo Professor

Conceito: É um conjunto de técnicas aplicas em plantas frutíferas no período de repouso com o objetivo de melhorar as condições sanitárias e produtivas das frutíferas na safra seguinte.

Técnicas Utilizadas Poda Controle de pragas e doenças; Condução das plantas Adubações

Objetivo do controle de pragas e doenças Diminuir as fontes de inóculo de pragas e doenças remanescentes no pomar; Realizar uma limpeza na planta a fim de auxiliar a planta nas fotossíntese; Os tratamentos de inverno é uma das técnicas mais importantes a serem realizados nos pomares.

Cronograma para tratamento inverno Época O Que Objetivo Abril Terceira adubação Acumulo de reserva Abril/maio Calda bordalesa (1%) Proteção e limpeza Junho Calda sulfocálcica (4 Be) Limpeza Calda bordalesa mais quebra de dormência, mas óleo mineral Limpeza e quebra de dormência Julho Poda frutificação

Calda Bordalesa O que é: Finalidade: É um defensivo agrícola alternativo de fácil preparo na propriedade e de baixa toxidez para o homem Finalidade: Ferimentos no tronco das fruteiras; Cortes feitos durante a poda são porta de entrada para microorganismos, que poderão causar seca dos ramos, troncos ou até mesmo outras doenças.

Calda Bordalesa Formulação: Preparo: Preparar Calda a 1% 1 kg de sulfato de Cobre 1 kg de cal virgem 98 lt de água Emulsificantes e espalhante adesivo. Preparo: Dissolver o Sulfato de Cobre e colocar dentro de um pano de algodão e mantido imerso, em suspensão, na parte superior do recipiente, com a metade da água a qual vai-se preparar a calda. Em outro recipiente, deve-se fazer uma suspensão da cal com a outra metade da água. Acrescentar água até a concentração prevista.

Recomendações e concentração da calda bordalesa na fruteiras Cultura Doenças Proporção (kg de cal:kg de Sulfato de Cobre: 100 lt de água Época e número de aplicações Observações Pessegueiro Ferrugem, bacteriose, crespeira, sarna, chumbinho, cancro dos ramos 2 : 2 : 100 Tratamento de inverno O Cobre contido na calda pode ser fitotóxico à folhagem do pessegueiro Videira Antracnose, míldio, podridões 0,5 : 0,5 : 100 Primeira folha separada Calda concentrada causa fitotoxidez na folhagem nova 1,5 : 1,5 : 100 14 dias após a primeira folha Inflorescência desenvolvida, flores separadas Quatro aplicações: 1ª com grãos do tamanho de ervilha; 2ª 14 dias após; 3ª inicio de maturação; 4ª pós-colheita Figueira Ferrugem, antracnose, seca da figueira 1 : 1 : 100 Ferrugem, antracnose 0,8 : 2,5 : 100 Período vegetativo (novembro a abril) Caquizeiro Cercosporiose 0,5 : 2,5 : 100 Período vegetativo (3 a 4 aplicações, logo após o início da frutificação) Antracnose Período vegetativo (2 a 3 aplicações) Marmeleiro Entomosporiose, podridão-amarga, podridão-preta Tratamento de inverno, período vegetativo (1º - brotações com aproximadamente 12cm; 2º - após florada, com frutos visíveis; 3º - 20 dias após e repetir de 30 em 30 dias.

INDICAÇÕES PARA O USO DA CALDA BORDALESA CULTURA DOENÇAS SULFATO de COBRE CAL VIRGEM ÁGUA Cebola, Alho Míldio 1.000g 100 l Tomate e Batata Requeima, Pinta Preta 100 1 Solanáceas Pinta Preta, Podridões 800g 400g 1001 Cucurbitáceas Míldio, Antracnose 300g Café Ferrugem, Manchas foliares 1.500g 100l Abacate e Manga Antracnose Morango Mancha de Micosferela 500g maracujá Bacteriose, Verrugose Macadâmia e Pecã Manchas Maçã e Pêra Sarna, Podridões Goiaba Verrugose, Manchas 600g Nêspera Manchas, Entomosporiose Citros Verrugose, Melanose, Rubelose Uva 1001 Itália Míldio, Podridões Uva Niagara Mildio Manchas 500 / 600g Figo Antracnose; Podridões Caqui Antracnose; manchas 300 http://www.sitioduascachoeiras.com.br/agricultura/vegetal/inseticidas.html

Culturas, indicações e dosagens para 100 l água Doenças Sulfato Cobre (gr) Cal Virgem (gr) abobrinha mildio e manchas foliares 300 a 500 abacate antracnose 500 a 1.000 500 a 1.00 alface míldio e podridão de esclerotínia 250 a 500 alho batata requeima e pinta preta café ferrugem e manchas foliares 1.000 a 1.500 caqui antracnose, cercosporiose e micosfaerela 1.500 a 2.500 couve e repolho míldio e alternária em sementeira cucurbitáceas míldio e antracnose 150 a 300 figo ferrugem, antracnose e podridões 400 a 800 goiaba verrugose e ferrugem 300 a 600 manga maracujá bacteriose e verrugose 200 a 400 morango micosfaerela e antracnose noz pecã manchas foliares tomate requeima, pinta preta e septoriose uvas Itália e Niagara míldio e podridões

Calda Sulfocálcica É um composto de cal virgem e enxofre, cuja reação resultará no polissulfeto de cálcio. Esse princípio ativo possui propriedades fungicidas, acaricida, inseticida controla musgos e liquens

Modo de fabricação A fabricação da calda é feita a quente e requer recipiente de metal. No caso de preparar 100 lt, utilizar um tambor de 200 lt. Dissolver primeiro o enxofre (25 kg) com um pouco de água quente, formando uma pasta mole, e completar com água. Quando a água esquentar (+/- 50ºC), derramar lentamente a cal virgem (12,5 kg), mexendo com uma vara. Deixar ferver por 60 minutos, mexendo sempre. Adicionar, sempre que necessário, um pouco de água fria para evitar que derrame. Quando atingir a cor pardo-avermelhada a calda está pronta, tirar do fogo e deixar esfriar, coar a calda e guardar em recipiente de plástico ou vidro bem fechados, em locais sombreados, por até 60 dias, pois a exposição ao ar perderá a qualidade. Os resíduos poderão ser usados para caiação dos troncos das fruteiras.

Aplicação A calda para ser considerada boa, possui uma densidade de 28 a 32 ºBé; Instrumento de medida densímetro ou Areômetro de Baumé. Para cada cultura é recomendada uma diluição da calda concentrada inicial

Diluição desejada Concentração inicial (ºBé) Concentração da calda desejada (litros de água a acrescentar) 4,0º 3,5º 3,0º 2,0º 1,5º 1,0º 0,8º 0,5º 0,3º 32º 9,0 10,5 12,4 19,3 26,2 38,7 50,0 81,0 137,0 31º 8,6 9,9 11,9 18,5 25,1 38,1 48,0 77,0 131,0 30º 8,2 9,5 11,3 17,7 24,0 36,5 46,0 74,0 129,0 29º 7,8 9,1 10,8 17,0 23,0 34,8 44,0 71,0 120,0 28º 7,1 15,4 31,9 65,0 110,0