O MECANICISMO DESCARTES.

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Transcrição da apresentação:

O MECANICISMO DESCARTES

Objetivos: Introduzir o aluno na reflexão sobre o pensamento Mecanicista de Descartes e suas conseqüências.

“O MUNDO É UMA MÁQUINA” 1. Através das idéias adventícias Descartes chega à existência do mundo corpóreo: Intelecto: a) Distinto da capacidade de imaginar e sentir; b) O intelecto é uma coisa pensante ou uma substância, cuja essência ou natureza toda é apenas pensar, essencialmente ativa;

Imaginação : a) É essencialmente representativa de entidades materiais ou corpóreas; b) Descartes sentia-se inclinado a considerá-la intimamente ligada ou dependente do corpo. Portanto, “o intelecto pode considerar o mundo corpóreo valendo-se da imaginação e das faculdades sensoriais, que se revelam passivas ou receptivas de estímulos e sensações”. A ligação entre o mundo ‘res cogitans’ e o mundo ‘res extensa’ é operada pela faculdade de imaginação e pelas faculdades sensórias; Se as faculdades imaginativas e sensórias atestam a existência do mundo corpóreo, não há razão para pô-lo em discussão; Porém, deve-se fazer uma seleção daquilo que essas faculdades nos oferecem aplicando o método das idéias claras e distintas;

Daquilo que as faculdades sensórias nos oferecem o que nos chega claro e distinto: a) Como claro e distinto somente nos chega do mundo externo a ‘extensão’; b) A extensão deve ser considerada como constitutiva ou essencial; c) Toda outra coisa que se pode atribuir ao corpo pressupõe a extensão; d) Toda outra coisa é apenas algum modo da própria coisa extensa . (Como também todas as coisas que encontramos na mente são somente modos diversos de pensar).

Como entender o que afirma Cartésio: Res extensa ou mundo material: a) A figura se dá na extensão; b) O movimento se dá no espaço extenso; c) Pode-se entender a ‘extensão’ sem a figura ou o movimento, mas nunca a figura e o movimento sem a extensão. Res cogitans ou mundo espiritual: a) A imaginação se dá na coisa pensante; b) O sentido se dá na coisa pensante; c) A vontade se dá na coisa pensante; d) Pode-se entender a coisa pensante sem a imaginação, sem o sentido e a vontade, mas não o contrário.

Conclusão: Aplicado o método de clareza e distinção só se pode atribuir como essencial ao mundo material a propriedade da extensão; Somente a extensão é concebível de modo claro e completamente distinto das outras coisas; Não tendo uma idéia clara e distinta, todas as outras propriedades como a cor, o sabor, o peso, o som são secundárias.

Conseqüências: Essas propriedades (Cor, sabor, peso e som) são componentes constitutivos do mundo material? Ou serão essas propriedades uma série de respostas do sistema nervoso aos estímulos do mundo físico? São essas propriedades objetivas?

•Deixemos Cartésio nos ajudar: “Não há portanto mais que uma mesma matéria em todo o universo. E nós a conhecemos somente pelo fato de que ela é extensa, já que todas as propriedades que percebemos distintamente nela nos remetem a essa propriedade: que ela pode ser dividida segundo as suas partes e pode receber todas as diversas disposições que nós observamos poderem se verificar por meio do movimento de suas partes”. O ‘reino das qualidades’ tem um caráter subjetivo; Portanto, a ajuda dos sentidos pode significar fonte de estímulos, mas não é a sede da ciência. Esta pertence ao mundo das idéias, claras e distintas.

Assim, deve-se encontrar explicação mecânica: Não existem realidades intermediárias entre a ‘res cogitans’ (Mundo espiritual) e ‘res extensa’(Mundo Material): Na filosofia antiga tudo era permeado de espírito e vida e com as quais eram explicadas as conexões entre os fenômenos e sua natureza mais recôndita; Para Descartes não há graus intermediários entre a ‘res cogitans’ e a ‘res extensa’; Assim, deve-se encontrar explicação mecânica: a) Mundo físico em geral; b) O corpo humano; c) O reino animal.

Vejamos o que afirma Cartésio: “A natureza da matéria ou do corpo tomado globalmente não consiste em que é uma coisa dura, pesada, colorida ou que afeta os nossos sentidos de qualquer outro modo, mas somente no fato de que é uma substância extensa em comprimento, largura e profundidade (...). A sua natureza consiste apenas em que é uma substância que tem extensão”.

Como explicar o mundo físico: São elementos essenciais do mundo físico: a) Matéria, ou melhor, extensão, ou melhor ainda, espaço; b) Movimento; A matéria como pura extensão, privada de qualquer profundidade, leva à rejeição do vácuo; O mundo é como um ovo pleno e preenchido; O vácuo dos atomistas é inconcebível, pois é inconciliável com a matéria extensa.

Qual é a explicação da multiplicidade dos fenômenos e seu caráter dinâmico: Deus injetou um movimento no mundo quando o criou e que permanece constante, porque não cresce nem diminui; Os acontecimentos são causados pelo choque de partículas movendo-se umas sobre as outras; O calor, a luz, a força magnética, o crescimento das plantas e toda função fisiológica são interpretados como casos particulares dessa ação dinâmica . “Identificando a matéria com a extensão, Descartes elimina o espaço vazio, dando lugar a um mundo pleno de vórtices, como matéria sutil que permite a transmissão do movimento de um lugar para o outro: o mundo é um imenso relógio mecânico, composto de inúmeras rodas dentadas: os vórtices fazem com que se engrenem, de modo a impelirem-se uma à outra para diante”. (K. R. Popper).

Leis fundamentais que compõem o mundo e regem o universo: Princípio de conservação: a) A quantidade de movimento permanece constante; Princípio de inércia: a) Se a matéria não tem qualidades, só pode haver alguma mudança de direção através da impulsão de outros corpos; b) Um movimento iniciado tende a prosseguir na mesma direção; Princípio do movimento retilíneo: a) Segundo o qual toda coisa tende a mover-se em linha reta.

Observação fundamental: • Essa extrema simplificação da natureza está em função de uma ‘razão’ que, através de ‘modelos teóricos’, quer conhecer e dominar o mundo; Apreender e explicar a realidade a partir de um modelo “mecânico”. OBS: MECANICISMO:Doutrina que admite que determinado conjunto de fenômenos, ou mesmo toda a natureza, se reduz a um sistema de determinações mecânicas. [Afirma-se esta doutrina sobretudo por conceber o movimento como determinado por lei causal rigorosa, e por negar todo o tipo de finalismo ou de qualidade oculta para a determinação dos fenômenos naturais.]