Parte III: Abordagem Histórica da Economia Brasileira

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Parte III: Abordagem Histórica da Economia Brasileira Capítulo 13: Economia Agroexportadora Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Agroexportação É a forma de inserção da economia brasileira na economia mundial desde a época colonial, passando pelo período imperial A República Velha é o momento de auge e ruptura desta forma de inserção (1889-1930) Cada período foi marcado por um produto que dava dinâmica ao Balanço de Pagamentos e a economia: ciclo do açúcar, do ouro, do café etc. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Vulnerabilidade das economias agroexportadoras alto peso do setor externo na economia A exportação é variável quase que exclusiva na determinação da renda nacional e de seu dinamismo Exportações: dependência de variáveis fora de controle das autoridades nacionais: demanda externa, oferta de países concorrentes, comercialização internacionalizada C. Tavares: Modelo de desenvolvimento voltado para fora Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Agroexportadores Exportação: variável chave na determinação da renda Pauta de exportação base estreita, poucos produtos primários importações base para suprir consumo interno grande diferença entre base produtiva e de consumo Centrais Exportação importante, mas Investimento interno também pauta de exportação não diferente de pauta de consumo importações atende parte do consumo proximidade entre base produtiva e de consumo Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

As oscilações de preços na economia cafeeira (1) Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

As oscilações de preços na economia cafeeira (2) As oscilações se devem: às condições da demanda (mercado mundial), ou seja aos ciclos da economia mundial. às condições da oferta por exemplo geadas, pragas. à defasagem entre o plantio e a colheita do café. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Deterioração dos termos de troca (1) Termos de troca: relação entre os preços das exportações e das importações de uma economia Segundo alguns autores existe a tendência dos preços dos produtos agrícolas caírem frente as manufaturas, existe assim uma tendência de deterioração dos termos de trocas (Raúl Prebisch – CEPAL) Se realmente houver tal tendência haverá uma perspectiva de crescimento relativamente inferior das economias agroexportadoras frente às outras Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Deterioração dos termos de troca (2) A deterioração dos termos de troca pode explicada dentre outros fatores por 2 razões: elasticidade renda da demanda de produtos primários menor que 1 e elasticidade renda da demanda de produtos manufaturados maior que 1. mercado com características oligopolísticas para produtos manufaturados e mercado concorrencial para os produtos primários. O tema é objeto de controvérsia entre os economistas Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Os ciclos e os impactos sobre a economia Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

A ação do governo e a crise da economia agroexportadora Possibilidades de ação do governo nos momentos de queda dos preços: A. Desvalorização cambial. B. Política de valorização do café. Estes mecanismos eram eficientes no curto prazo para proteger a cafeicultura mas tinham efeitos negativos a longo prazo Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Desvalorização cambial Exemplo: Com US$ 1,00 = R$ 2,00 Se a saca do café custa R$ 60,00 no Brasil. Nos EUA irá custar US$ 30,00. Com US$ 1,00 = R$ 2,50 A mesma saca, custa R$60,00 no Brasil. Já nos EUA, irá custar US$ 24,00. A desvalorização cambial torna o produto nacional mais barato para o importador. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

A desvalorização cambial em uma economia agroexportadora A vantagem é que a desvalorização cambial mantinha em moeda nacional a rentabilidade da cafeicultura e o nível de emprego Mas gerava dois tipos de problemas: a desvalorização cambial “escondia” os sinais dados pelo mercado (tendência de superprodução de café). a desvalorização cambial encarecia todos os produtos importados desta economia (socialização das perdas). Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

A política de valorização do café A política de valorização do café consistia em reter parte da oferta na forma de estoques. Esta política se assemelha a práticas atuais de regulação dos mercados agrícolas por meio de:  Política de preços mínimos – o governo estabelece preços mínimos na safra, a partir dos quais ele adquire e estoca produtos.  Estoques reguladores - estocar na safra para “desovar” os estoques na entresafra, evitando aumentos excessivos de preços na entresafra Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Os problemas com a estocagem de café A expectativa é que houvesse nos anos seguintes uma reversão da oferta de café, mas esta reversão se mostrava cada vez mais difícil à medida em que a estocagem ia ocorrendo. A política acentuava a tendência à superprodução e outros países também eram indiretamente incentivados a plantar café. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

A superprodução e a crise da economia cafeeira em 1930 Com a manutenção da rentabilidade da economia cafeeira, os recursos convergem para esta atividade levando à superprodução. Em 1930, dois elementos se conjugaram: A produção nacional era enorme A economia mundial entrou numa das maiores crises de sua história. Consequências:  Preços despencaram.  o governo passou a queimar parte dos estoques. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Indústria e economia agroexportadora A fragilização do modelo agroexportador traz à tona a necessidade da industrialização. A industrialização brasileira teve início no final do século XIX mas foi a partir da década de 30 que passou a ser meta de política econômica. Antes de 1930 as indústrias existentes surgiram nas “franjas” da economia cafeeira, de acordo com as necessidades de atender a um mercado consumidor incipiente Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

As Origens da Indústria Brasileira (1) Duas correntes procuram explicar a origem da indústria no período agroexportador: teoria dos choques adversos – a indústria surgiu como uma resposta às dificuldades de importar produtos industriais em determinados períodos (I GM e Depressão de 30). industrialização induzida por exportações – a indústria crescia nos momentos de expansão da economia cafeeira (expansão da renda e do mercado consumidor). Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

As Origens da Indústria Brasileira (2) A origem do capital industrial é um vazamento do capital cafeeiro e ela surge para atender as necessidades da economia cafeeira. De acordo com o censo industrial de 1920, os produtos têxteis, alimentícios e bebidas, respondiam por mais de 60% do valor da produção industrial no país. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 13 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.