Deepak Nayyar: A corrida pelo crescimento (2)

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1 Deepak Nayyar: A corrida pelo crescimento (2)
Ronaldo Fiani Instituto de Economia da UFRJ

2 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
Na última aula vimos na tabela a seguir que no período entre 1980 e 2008, como percentagem do PIB per capita dos países industrializados, o PIB per capita da América Latina caiu de 36% para 28%.

3 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
Vimos também que PIB per capita da África como proporção do PIB dos países desenvolvidos se reduziu de 10% para 7%.

4 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
Enquanto isso, o da PIB per capita da Ásia como proporção do PIB dos países desenvolvidos aumentou de 10% para quase 20%.

5 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
Vimos então que é o crescimento do PIB da Ásia como proporção do PIB dos países desenvolvidos que “puxa” o PIB dos países em desenvolvimento como proporção do PIB dos países desenvolvidos.

6 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
E que África e América Latina vão mal. O PIB per capita da África como proporção do PIB dos países desenvolvidos em 2008 é 44% da mesma proporção em 1950!

7 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
E o PIB per capita da A. Latina como proporção do PIB dos países desenvolvidos em 2008 é 62% da mesma proporção em 1950.

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9 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
Em uma primeira análise, eis as tendências que emergem:

10 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
1) O PIB per capita africano como proporção do PIB per capita dos países desenvolvidos (o que seria a medida de sua convergência) declina de maneira constante ao longo do período , parecendo se estabilizar no período

11 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
2) Na comparação com o PIB per capita dos países desenvolvidos, o PIB per capita da América Latina retrocedeu um pouco no período , até ser atingido pela crise do endividamento externo nos anos 1980. A partir daí retrocede fortemente.

12 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
3) No caso da Ásia, o PIB per capita como proporção do seu equivalente nos países desenvolvidos recua no período , passando a crescer desde então. Além disso sofreu forte aceleração no período

13 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
Vários analistas têm sugerido que o polo de crescimento teria se deslocado dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. Mas será que foi isso mesmo o que aconteceu?

14 A Dinâmica Asiática

15 A Dinâmica Asiática Do gráfico anterior fica evidente que a “convergência” dos países em desenvolvimento tem sido essencialmente a convergência da Ásia.

16 A Dinâmica Asiática A tabela a seguir afasta qualquer esperança de uma convergência global, deixando claro o mau desempenho da América Latina e África, e o bom desempenho da Ásia.

17 A Dinâmica Asiática

18 A Dinâmica Asiática Da tabela anterior fica claro que a arrancada asiática se inicia em meados dos anos 1990, e que a (pequena) recuperação da África e da A. Latina é fruto da arrancada da Ásia.

19 A Dinâmica Asiática A correlação entre países em desenvolvimento-Ásia, a estagnação da A. Latina e o descenso africano ficam ainda mais claros no gráfico que pode ser visto a seguir.

20 A Dinâmica Asiática

21 A Dinâmica Asiática A ilustração se torna ainda mais dramática quando se comparam os patamares, como no gráfico a seguir.

22 A Dinâmica Asiática

23 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
Alguns pontos a serem notados: o período corresponde à decolagem do Japão e da Coréia do Sul, mas isso não parece ter sido suficiente para provocar um impacto significativo no desempenho da Ásia comparada com os países desenvolvidos.

24 Nayyar: Fim da divergência, primórdios da convergência?
A decolagem da China no período é que parece ser determinante do comportamento asiático.

25 A Dinâmica Asiática

26 A Dinâmica Asiática Apesar de apresentarem crescimento mais acelerado do PIB per capita, Japão e Coréia do Sul não foram suficientes para reverter a posição asiática. A China é o principal agente da mudança.

27 A Dinâmica Asiática Isso, não obstante o nível de seu PIB per capita ainda ser muito baixo, quando comparado com os de Japão e Coréia do Sul. O que podemos deduzir de tudo isso?

28 Resumo 1) Não há um processo geral de convergência, emparelhamento ou catching up. Há um processo de crescimento acelerado na Ásia, comandado pela China, que não tem paralelo no que ocorreu no Japão e na Coréia, pela ordem de grandeza da economia chinesa.

29 Resumo América Latina e África se encontram em situação de estagnação, sem perspectivas de constituírem polos dinâmicos da economia mundial. As transformações da Ásia não parecem ser resultado de um processo de convergência automático, mas de um projeto político deliberado.

30 Ronaldo Fiani Muito obrigado