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1
Cartilha da Natureza A capa
2
Enquanto vibra o calor Do verão, em luz florida, A capa confortadora Permanece recolhida.
3
Em tudo há sol claro e quente, Após a bênção do orvalho. . .
Oculta-se a capa amiga Nas reservas de agasalhos.
4
Entretanto, chega um dia, Envolto de sombras frias
Que surge na imensidão, Envolto de sombras frias E sopros de tempestade.
5
Das tardes de primavera.
Rajadas dilacerantes Invadem a atmosfera, Não mais a carícia doce Das tardes de primavera.
6
De outras vezes, muito embora
Cesse a grande ventania, Continua o inverno forte, Torturando noite e dia.
7
Ar gelado, névoas densas Ao longo de toda a estrada,
Se a neve não cai do céu, A terra sofre a geada.
8
Como a terna mensageira
É quando a capa bondosa Aparece no caminho, Como a terna mensageira Do consolo e do carinho.
9
Requestada em toda parte,
No tempo frio e brumoso, Trabalha, conforta e ajuda, Sem as pausas do repouso.
10
Assim, no inverno das dores A crença é a capa celeste
Que trazem desolação, A crença é a capa celeste Que agasalha o coração.
11
Mas no mundo há muito crente,
Que quando padece e chora, Desatende a Providência E atira com a capa fora.
12
Francisco Cândido Xavier
(psicografia) Casimiro Cunha (espírito)
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