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Comunicação de Risco no Âmbito da Vigilância Sanitária.

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Apresentação em tema: "Comunicação de Risco no Âmbito da Vigilância Sanitária."— Transcrição da apresentação:

1 Comunicação de Risco no Âmbito da Vigilância Sanitária.
Prof. Ligia Rangel ISC/UFBA 2008

2 novos riscos, atribui valores,
Sociedade do Risco A sociedade produz incessantemente novos riscos, atribui valores, assume e deseja riscos Busca o controle dos riscos, cria e comercializa tecnologias de controle. Ao Estado cabe regular relações em torno dos riscos. O controle de risco na sociedade disciplinar é diferente do controle de risco na sociedade de risco (Spink)

3 Novos modos de produzir e trabalhar
VISA RISCO Novos modos de produzir e trabalhar Crescimento desordenado das cidades Novas formas de lazer e hábitos de consumo

4 Como entender o risco na sociedade contemporânea?
O risco é uma construção social realizadas tanto por disciplina do campo científico, quanto por grupos e classes, e é sempre mediada por valores sócio- culturais. A sociedade está repleta de signos que indicam risco.

5 Dimensões sócio-culturais do risco à saúde
Econômica: monetização do risco. Política: normas, procedimentos e o conjunto da tecnologia de segurança utilizados como instrumentos para regular e controlar o risco e são passíveis de resistência. A escolha de um método de aceitação do risco é sempre uma decisão política. Ideológica: O risco é minimizado por mecanismos de neutralização e pela ênfase à tecnologia de segurança. Éticos: A aceitação do risco envolve liberdade tanto quanto justiça (liberdade de consumo; opção por adicional de periculosidade...). A responsabilidade com o risco é parte do código ético-cultural de um grupo.

6 Dimensão Econômica e Política do Risco
O risco é regulado pelo Estado: adicional de insalubridade e periculosidade. normatização das relações em torno dos riscos. Fundamenta lutas econômicas e políticas de trabalhadores e lutas sociais para proteção da saúde

7 Dimensão Ideológica do Risco CONFIANÇA E CREDIBILIDADE
Confiança “cega” em sistemas de excelência técnica ou competência profissional que organizam grandes áreas dos ambientes material e social em que vivemos hoje, Crise de confiabilidade Credibilidade em governantes e segmento produtivo quanto ao controle de riscos à saúde e segurança. Crise de credibilidade

8 Dimensão Ideológica do Risco
O risco tende a ser neutralizado: pela naturalização; ênfase a tecnologias de segurança e sistemas peritos; e remissão do risco ao passado ou a outros lugares. As pessoas subestimam regularmente os riscos em situações familiares e riscos de baixa probabilidade Discursos recorrentes relativos ao risco na sociedade: Neutralização do medo Culpabilidade.

9 Distribuição Social do Risco
A relação das pessoas com seu ambiente, produtos e objetos de consumo é mediada por valores que definem as formas de uso e de percepção e aceitação de riscos Relações de poder tornam a distribuição do risco assimétrica Fatores ligados à experiência modulam a percepção e os modos de lidar com os riscos de grupos e pessoas O risco não é o mesmo para todos, nem sua percepção. A percepção do risco depende de idéias de liberdade e justiça.

10 Dimensão Ética do Risco
Pode a vida de uma pessoa jovem valer mais que a de uma pessoa idosa? A compensação monetária pode ser relacionada ao poder de audição? O preço da vida é uniforme para todas as vidas? Aceitação social do risco: critérios de ordem moral e ética. Percepção pública de qualquer política de riscos depende da padronização pública de idéias de justiça. O conceito de justiça e honestidade leva em conta variação cultural e social.

11 E a Comunicação ?

12 Comunicação: condição humana - linguagem e hominização
Interação Troca Intersubjetividade Diálogo Expressão Ação humana constitutiva do sujeito assume novas complexidades na cultura contemporânea, em função da crescente incorporação tecnológica, da multiplicidade de mediações entre emissores-receptores e da diversificação de fluxos da informação.

13 Públicos-alvo estático Informações e conhecimentos concentrados
EEUU – Mass Communication Research Teoria da “bala mágica” ou da “agulha hipodérmica” Transmissão de mensagem e conhecimentos Receptor Emissor Canal Redução da comunicação aos meios, eliminação de conflitos e contradições Públicos-alvo estático deve reagir ao emissor Informações e conhecimentos concentrados

14 Críticas à teoria da bala mágica
EEUU - questionada por outras teorias que contribuíram no entendimento da complexidade da relação emissor/receptor. Receptor é ativo – mensagem é interpretada pelo receptor, que lhe dá novos sentidos Receptor é um sujeito – possui um complexo conjunto de necessidades que busca satisfazer com os mass media

15 Meios: Indústria Cultural Europa - Alemanha - Critica da Escola de Frankfurt (Adorno)
Contexto da Sociedade Capitalista Meios Instrumentos de dominação e de comercialização de mercadoria simbólica Emissor dominador e produtor Receptor é dominado e consumidor Mensagem – é mercadoria simbólica Guarda a idéia de um receptor/consumidor passivo/oprimido

16 Abordagem Compreensiva Comunicação = circulação Atribuição de Sentidos
Modelo Teórico: Abordagem Compreensiva Comunicação = circulação de signos (Redes) Saberes/Informações: - signos em interação Atribuição de Sentidos Circulação de signos A cultura modifica os modos de atribuição de sentidos Disputa de sentidos - Que sentidos/significados circulam sobre os alimentos? - Que valores sobre o alimento e riscos à saúde e suas formas de prevenção circulam na sociedade? - Como a cultura organiza a experiência social sobre alimento e saúde? - Como as relações sociais modificam a comunicação sobre alimentos e saúde?

17 Representações = saberes Saberes e significados
Modelo Teórico: Abordagem Compreensiva Representações = saberes (Rabinow) Saberes e significados (Bibeau & Corin) Significados Como afeta a experiência de vida cotidiana? Como percebe o risco alimentar? Como a cultura organiza a experiência frente ao risco alimentar? Saberes -Conversação - Diálogos - Práticas sociais Saúde/doença SIGNOS Novos Saberes Experiência com o risco: percepção, ambiente, valorização de signos (sinais e sintomas), novas leituras, novas interações, novas redes. Novas Práticas Modos de lidar com o risco

18 Comunicação e Saúde Mediações Signos Significados
Formas culturais de produção/reprodução simbólica. - Linguagem. - Formas de comunicação/tecnologias Formas de perceber/identificar o alimento e o risco. - Gênero - Valor social do corpo/ambiente - Classe/lugar social - Idade/experiência de vida - Ocupação - Identidade Signos Sistema de signos informados pelos conhecimentos/saberes sociais Significados Experiência com o risco (adoecimento, morte) Formas simbólicas produzidas para o risco alimentar em contextos particulares.

19 E a Comunicação de Risco?

20 Comunicação de Risco Conceito (Santos 1990; US Public Health Service, 1995)
Processo interativo de troca de informações entre indivíduos, grupos e instituições. Campo de aplicação ou intervenção que opera com metodologias múltiplas, combinando pesquisa de opinião e de percepção de risco, grupos focais, análise de conteúdo, surveys, entrevistas individuais e testes de mensagens.

21 Envolve atividades de ouvir e não só de falar
Veicula respostas às preocupações, opiniões, emoções e reações de vários atores sociais interessados sobre o risco, de modos distintos em dialogar sobre a natureza do risco e as decisões para sua minimização ou controle. Comunicação de Risco Conceito (Santos 1990; US Public Health Service, 1995)

22 Comunicação de Risco Objetivos
Divulgar informações sempre e o mais cedo possível, Construir relações de confiança e credibilidade, envolvendo fontes de alta credibilidade; demonstrando boa vontade, prontidão para compartilhar controle. Prover ao público informação sobre a saúde, segurança em temas concernentes ao ambiente, estabelecendo bases/relacionamentos com a comunidade; Responder a situação de crise de forma coordenada e consistente.

23 Comunicação de Risco - Princípios (U.S. Public Health Services, 1995).
Aceitar e envolver o público como um parceiro legítimo; Planejar cuidadosamente e avaliar os esforços realizados; Ouvir as preocupações do público específico; Ser honesto, franco e aberto; Coordenar e colaborar com outras fontes confiáveis; definir a necessidade de media; falar claramente e com compaixão.

24 Aspectos críticos Comunicação do Risco e Ciência
Dificuldade de acordo entre cientistas tomadores de decisão na caracterização, comparação, categorização e priorização de riscos e de ações reguladoras. Alto nível de dificuldade para entender a linguagem cientifica Complexidade dos estudos científicos e sua linguagem. Políticas de preferência e precaução influenciam os resultados das avaliações de risco.

25 Campo polifônico, de múltiplos produtores
Comunicação é multicêntrica, multidirecional, mediada por relações de poder Colegas Sistema de Saúde Jornais Televisão Família Sindicato Empresa Medicina Privada Vizinhos Religião Campo polifônico, de múltiplos produtores Por Ligia Rangel, 2004, adaptado de Fabio Sabogal, PhD, Ica, 2002.

26 Comunicação do Risco e Cultura - implicando em distintas
Vozes dissonantes Tenho uma irmã que acredita e, quando precisa, usa os medicamentos genéricos, similares e manipulados, sem queixas. Mas outro dia ela levou minha mãe a uma famosa especialista em geriatria, aqui em Aracaju, e pediu que a médica receitasse genéricos, quando ouviu o seguinte disparate: - Não receito genéricos; se uma pessoa pode comprar uma roupa original de griffe, por que comprar uma imitação (...)?. Estratégias de proteção são desautorizadas por discursos de agentes em outros lugares de fala, que re-significam o consumo como status implicando em distintas percepções de risco

27 Caso Na gerência de inspeção e controle de riscos de alimentos, o assunto “Comunicação de Risco de Alimentos” faz parte da rotina. Caso: Situação conflituosa em relação à a contaminação do arroz por fungos na região sudoeste do Maranhão. Estudos e análises concluiram que o Beribéri Agudo levou à morte 42 pessoas em 2005/2006 e a principal causa seria o consumo deste arroz com altas doses de toxinas fúngicas, por conta das más condições de colheita, armazenamento e falta de processamento adequado. A produção afetada pelo fungo é domiciliar, ou seja, para consumo próprio ou para a região. É uma forma de subsistência. (Depoimento de aluna do CEVISA, 03/08)..

28 Caso: Dilemas éticos Para o cumprimento da missão da ANVISA (proteger e promover a saúde da população), como seria comunicado este risco? Qual seria a melhor maneira de comunicar sem causar pânico? Seria ético não comunicar o risco até a comprovação das análises laboratoriais? E seria ético publicar uma nota / informe técnico sendo que a produção de arroz é de responsabilidade do Ministério da Agricultura? (Depoimento de aluna do CEVISA, 03/08).

29 Caso: questões políticas e econômicas
Seria correto reunir várias partes do governo federal sem representantes do governo estadual ? Como agir em conjunto com os outros órgãos responsáveis (MAPA, MDA, MDS), além do Ministério da Saúde? Qual o reflexo desse problema no mercado interno e externo de arroz? Nesse contexto, comunicação de risco na produção, processamento, armazenamento e consumo daquele arroz se fez necessária de forma restrita em primeiro plano, ou seja, nos municípios envolvidos, por técnicos da secretaria de saúde, com orientações simples. É preciso cautela e muita articulação sem perder de vista o foco principal do profissional de saúde que é zelar pela saúde da população. (Depoimento de aluna do CEVISA, 03/08).

30 Caso: questões políticas e econômicas
Posteriormente à conclusão das análises, as articulações entre governos federal, estadual e municipal, integrando várias partes foram intensificadas e a divulgação do problema que já está “sob controle” (sem mortes) está sendo feita sutilmente. Práticas mais eficazes e rápidas para o controle total desse “novo risco” são demandadas pelos diversos setores. “Esse foi um dos casos, mas a comunicação de risco na minha área é necessária sempre que uma notícia relacionada a consumo de alimentos está circulando e causando dúvidas e, conseqüentemente gerando demandas em excesso no trabalho normal. Nesse momento, a divulgação de um informe ou entrevista esclarecendo sobre o problema é necessária. Ex: leite adulterado, caldo-de-cana, açaí, consumo direto em latas de bebidas...” (Depoimento de aluna do CEVISA, 03/08).

31 Comunicação de Risco no âmbito da Vigilância Sanitária
Requer considerar: O conhecimento técnico-científico existente sobre o risco e controle e o conhecimento popular. As relação do poder público do qual a VISA é parte, com a sociedade em cada região: Estado e governo x população afetada; Estado e governo x setor produtivo; Estado e governo x técnicos e cientistas; Estado e governo x meios de comunicação. As relações dos meios de comunicação de massa com: população afetada (audiências) governo setor produtivo Os recursos de comunicação e preferências dos diferentes atores e peculiaridades da linguagem em cada região. As dimensões sócio-culturais envolvidas no risco em questão (políticas, econômicas, culturais, ideológicas)

32 Comunicação de Risco eficiente no âmbito da Vigilância Sanitária
Buscar a participação dos diferentes públicos envolvidos no problema de saúde ou risco com suas tradições, biografias, estoques de conhecimento e de poder. Estruturar-se como prática de divulgação dos conhecimentos e informações técnico-científicos e de promoção do diálogo destes com os demais saberes e práticas dos grupos envolvidos. Buscar a construção do entendimento para a formulação de planos estratégicos de ação com atores privilegiados. Capacidade de promover negociações em situações de conflito, através do pleno exercício da cidadania, orientados por princípios da democracia.

33 Comunicação de Risco eficiente no âmbito da Vigilância Sanitária
Requer: Pensar globalmente e agir localmente e estrategicamente. Conhecer as possibilidade concretas da CR em todas as suas dimensões. Desenvolver capacidades internas à VISA para a CR em sua complexidade. Desenvolver pesquisas de campo para fundamentar a CR. Aproximar-se dos meios de comunicação de massa (conhecer como funcionam e com que atores se articulam). Escolher os interlocutores principais dentre todos os atores. Definir a relação desejada com os atores (parcerias, distanciamentos). Selecionar os discursos e canais próximos e os distantes, definir o que potencializar e o que questionar ou neutralizar. Admitir que negociações são necessárias e permanentes. Fortalecer as capacidades comunicacionais dos aliados e parceiros.

34 Princípios e Diretrizes para uma política de Comunicação em Visa
Universalidade/ democratização das ações de comunicação: acesso universal à informação; descentralização/regionalização; participação popular; consideração das diferentes culturas; visibilidade das experiências locais; linguagem adequada. Informação como direito: participação social; Ética comunicacional: transparência, responsabilidade social; Eqüidade: multimidiatização; redução da assimetria de poder pela comunicação; prioridade a grupos de maior vulnerabilidade e produtos e serviços de maior risco; Coerência com o princípio da integralidade: integração das práticas de comunicação no SNVS e nas organizações populares. Princípios e Diretrizes para uma política de Comunicação em Visa

35 Planejamento estratégico
O planejamento estratégico contribui para articular interesses e acumulações e valorizar as rotas de circulação da informação, bem como os circuitos específicos de grupos.

36 Obrigada!


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