POR QUE COMUNICAÇÃO RURAL ?

Apresentação em tema: "POR QUE COMUNICAÇÃO RURAL ?"— Transcrição da apresentação:

1 POR QUE COMUNICAÇÃO RURAL ?
COMUNICAÇÃO HUMANA POR QUE COMUNICAÇÃO RURAL ? Ademir de Lucas, ESALQ/USP,

2 A COMUNICAÇÃO É UM PROCESSO UNIVERSAL:
SEUS PRINCÍPIOS SÃO APLICÁVEIS A QUALQUER GRUPO HUMANO SEUS MEIOS E MENSAGENS ALCANÇAM TODAS AS PESSOAS URBANAS OU RURAIS

3 ENTÃO... POR QUE RURAL???

4 MEIO RURAL : HETEROGENEIDADE
PRODUTOR RURAL SEGMENTO DA POPULAÇÃO EXTREMAMENTE HETEROGÊNEO

5 ÁREA RURAL EXISTEM E CONVIVEM ESTRUTURAS SÓCIO-ECONÔMICAS PRODUTIVAS DE GRANDE DIVERSIDADE

6 NÃO SÃO MASSA HOMOGÊNEA
TRABALHADOR AGRÍCOLA ; PROPRIETÁRIO RURAL (GRANDES, PEQUENOS E MÉDIOS); PARCEIROS ; ARRENDATÁRIOS; OS PRODUTORES INTEGRADOS; AGRICULTURA FAMILIAR, AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA. NÃO SÃO MASSA HOMOGÊNEA CADA CATEGORIA : TEM VALORES, ATITUDES, COMPORTAMENTO E CULTURA PRÓPRIOS DE SEU GRUPO, RACIONALIDADE DISTINTA QUE, SE NÃO CONHECIDA E COMPREENDIDA, TORNA-SE SÉRIO OBSTÁCULO À COMUNICAÇÃO.

7 1. A POPULAÇÃO RURAL TEM A SUA VIDA E COMPORTAMENTO AO REDOR DE UMA ATIVIDADE COMPLEXA E MARCANTE: A AGRICULTURA 2. VIVE ISOLADA GEOGRAFICAMENTE, POSSUINDO JORNADA LONGA DE TRABALHO QUE NÃO CORRESPONDE AOS PADRÕES URBANOS 3. OS AGRICULTORES PENSAM, SENTEM E AGEM DE MANEIRA DIFERENTE DAS PESSOAS URBANAS E POSSUEM CÓDIGOS E MEIOS DE COMUNICAÇÃO PRÓPRIOS

8 PERCEBE A REALIDADE E A INTERPRETA , JUSTIFICA, EXPLICA E SENTE
4. COMUNIDADE RURAL : PERCEBE A REALIDADE E A INTERPRETA , JUSTIFICA, EXPLICA E SENTE DE ACORDO COM SEU ACERVO CULTURAL, DERIVADO DE SUA EXPERIÊNCIA E SUAS AÇÕES SOBRE A NATUREZA E NO SEU PRÓPRIO MEIO FÍSICO E CULTURAL;

9 ESPECIFICIDADES DO “SER-RURAL”
“IN – COMUNICAÇÃO” ENTRE OS AGRICULTORES ENTRE SI ENTRE AGRICULTORES E OS TÉCNICOS

10 ETNOCENTRISMO URBANO TENDÊNCIA DO PENSAMENTO A CONSIDERAR AS CATEGORIAS, NORMAS E VALORES DA SOCIEDADE OU CULTURA URBANA COMO PARÂMETRO APLICÁVEL A TODAS AS DEMAIS.

11 A SUA REALIDADE, SEU PROCESSO DE CONHECIMENTO
PARA QUE OS DESVIOS SEJAM OS MENORES POSSÍVEIS: É NECESSÁRIO QUE SE CONHEÇA O COMPORTAMENTO DO PÚBLICO COM O QUAL VAMOS TRABALHAR, A SUA REALIDADE, SEU PROCESSO DE CONHECIMENTO

12 ISTO SIGNIFICA CONHECER AS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA SOCIEDADE EM QUE VIVEM E QUE DETERMINAM PARTE SIGNIFICATIVA DO SEU COMPORTAMENTO E DA SUA PRÓPRIA PERCEPÇÃO DA REALIDADE.

13 DAÍ A IMPORTÂNCIA DE DESTACARMOS DENTRO DA COMUNICAÇÃO HUMANA
A COMUNICAÇÃO RURAL

14 BUSCANDO ENCONTRAR OS CAMINHOS QUE POSSAM MELHORAR CADA VEZ MAIS O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ENTRE OS TÉCNICOS RESPONSÁVEIS PELA ASSISTÊNCIA TÉCNICA E OS PRODUTORES RURAIS.

15 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO RURAL
DISPONIBILIZAR TECNOLOGIA AGROPECUÁRIA E GERENCIAL, OU SEJA, CONHECIMENTOS, PRÁTICAS, EXPERIÊNCIAS, NOVOS INSUMOS E MÁQUINAS

16 OS EXTENSIONISTAS, TÊM QUE CONHECER E ENTENDER AQUELES QUE SÃO OS SUJEITOS DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO RURAL – OS AGRICULTORES.

17 NÃO BASTA ENTENDER DE SOLOS, ANIMAIS, PLANTAS.
O EXTENSIONISTA TEM QUE CONHECER PROFUNDAMENTE OS MECANISMOS INTERNOS QUE CONTROLAM O COMPORTAMENTO DOS AGRICULTORES, BEM COMO OS CONDICIONAMENTOS EXTERNOS DESSE COMPORTAMENTO, DISPONDO DE INSTRUMENTOS ADEQUADOS PARA INTERAGIR COM ELE.

18 O mundo rural..

19 QUE RESPONDEM DE MODO DIFERENTE AOS DESAFIOS QUE ENCONTRAM
UNIVERSO AGRARIO DIFERENTES TIPOS DE HABITANTES, AGRICULTORES OU NÃO COM INTERESSES PRÓPRIOS COM ESTRATÉGIAS PRÓPRIAS DE SOBREVIVÊNCIA E DE PRODUÇÃO QUE RESPONDEM DE MODO DIFERENTE AOS DESAFIOS QUE ENCONTRAM

20 AS CATEGORIAS DE PRODUÇÃO PERMITEM VISUALIZAR O DIFERENCIAL DE NECESSIDADES, EM TERMOS DE NOVAS TECNOLOGIAS PERMITEM DISTINGUIR OS DIFERENTES TIPOS DE PÚBLICO PARA QUEM SERÃO GERADAS ESSAS TECNOLOGIAS

21 AS CATEGORIAS DE UPAs Burke & Molina
CAMPONESA EMPRESA FAMILIAL EMPRESA CAPITALISTA LATIFÚNDIO

22 UNIDADE CAMPONESA OU DE SUBSISTÊNCIA
OS AGRICULTORES FUNCIONAM MAIS COMO PROVEDORES DAS NECESSIDADES DA FAMÍLIA DO QUE COMO TOMADORES DE DECISÃO NO MERCADO

23 AGRICULTURA CAMPONESA
Os sistemas de produção são constituídos basicamente pela agricultura de subsistência (arroz, milho, feijão e mandioca) e pela criação extensiva nível tecnológico pouca utilização de tecnologia dita moderna. Diversidade de produção e uso de recursos internos. Mão de obra em sua maior parte da família

24 Também vivem do extrativismo e de plantas nativas, que contribuem como fonte de renda alternativa e de absorção de mão-de-obra para os agricultores Apesar do potencial representado por essas riquezas naturais, estas ainda são pouco exploradas tecnicamente.

25 “OS RECURSOS NATURAIS E AS ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS DESENVOLVIDAS NÃO GARANTEM SUA INSERÇÃO NO MERCADO. SUA RENDA MONETÁRIA É BAIXA, CARACTERIZANDO-SE, ASSIM, UMA SITUAÇÃO DE EXTREMA VULNERABILIDADE, QUANTO MAIS FOREM SE INTEGRANDO NO MERCADO DE INSUMOS.”

26 TAMBÉM DISPÕE DE POUCO CAPITAL E NÃO TEM ACESSO AO CAPITAL BANCÁRIO
O PRODUTOR DE SUBSISTÊNCIA, PREOCUPADO COM A MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA, DECIDE-SE POR TECNOLOGIAS QUE LHE PROVENHA ESSA SUBISTÊNCIA SEM COLOCÁ-LA EM RISCO. TAMBÉM DISPÕE DE POUCO CAPITAL E NÃO TEM ACESSO AO CAPITAL BANCÁRIO

27 Na agricultura de subsistência, os produtos básicos de alimentação são produzidos predominantemente em culturas não comerciais, cujo suprimento independe das perspectivas de preço no mercado e dos custos de produção INFLUI NA FALTA DE INCENTIVO AO INVESTIMENTO COM O PROPÓSITO DE ELEVAR A PRODUÇÃO, A PRODUTIVIDADE E A RENDA GERADA NO SETOR AGROPECUÁRIO

28 PORTANTO… PRATICAM UMA AGRICULTURA EM CONSORCIAÇÃO EM POUCA TERRA, EXIGEM TECNOLÓGIAS QUE PRIORIZEM SEUS SISTEMAS DE PRODUÇÃO E AS DIVERSAS CONSORCIAÇÕES PRATICADAS. HÁ QUE SE PENSAR NA INTEGRAÇÃO DE VÁRIAS LINHAS COMO:MILHO PORCO BANHA CARNE ALIMENTAÇÃO VENDA DO EXCENDENTE

29 O DESEQUILÍBRIO PODE LEVAR O AGRICULTOR E SUA
A GERAÇÃO DE TECNOLOGIA DEVE RESPEITAR O CONTEXTO DE OPERAÇÃO DAS UNIDADES CAMPONESAS, PARA QUE DE FATO AS TECNOLOGIAS SEJAM ADEQUADAS A ELA. A TECNOLOGIA NÃO PODE POR EM RISCO O EQUILÍBRIO EXISTENTE SEM PROPOR ALTERNATIVAS MAIS SEGURAS E EFICIENTES O DESEQUILÍBRIO PODE LEVAR O AGRICULTOR E SUA FAMÍLIA A SAIR DA ÁREA RURAL

30 EMPRESAS FAMILIARES AS EMPRESAS FAMILIARES, ALÉM DE PREOCUPAR-SE EM PROVER A FAMÍLIA, TAMBÉM PREOCUPAM-SE COM O MERCADO DE INSUMOS E PRODUTOS

31 EMPRESAS CAPITALISTAS
MONOCULTURAS (CANA, SOJA, CAFÉ) NÃO USAM O TRABALHO DA FAMÍLIA MÃO DE OBRA CONTRATADA ALTA TECNOLOGIA VISAM EXCLUSIVAMENTE O LUCRO

32 EMPRESAS CAPITALISTAS
APENAS SE PREOCUPAM COM O MERCADO: QUAL A MELHOR COMBINAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO, TERRA, CAPITAL E TRABALHO

33 O QUE BUSCAM? LINHAS DE EXPLORAÇÃO RENTÁVEIS, DE ALTA PRODUTIVIDADE, MESMO QUE HAJA NECESSIDADE MACIÇA DE CAPITAL PARA ADQUIRIR TECNOLOGIAS MODERNAS EM TERMOS DE MÁQUINARIA, INSUMOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS PENSAM EM LUCRO, RENDA,OFERTA E PROCURA

34 MAS, ALÉM DE TECNOLOGIAS MODERNAS
PRECISAM DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS E POLÍTICAS PARA DECIDIR RACIONALMENTE NA BUSCA DE MAXIMIZAÇÃO DE SUES LUCROS

35 IMPORTANTE: A TECNOLOGIA VOLTADA PARA AS CAMADAS EMPRESARIAIS DEVEM LEVAR EM CONTA AS CONSEQUÊNCIAS RESULTANTES DE SUA APLICAÇÃO. NUM PAÍS QUE TEM EXCESSO DE MÃO-DE-OBRA, UMA MOTOMECANIZAÇÃO DESEQUILIBRADA PODE PROVOCAR DESEMPREGOS AINDA MAIORES. AS NECESSIDADES DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL DEVEM SER COERENTES COM AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS

36 LATIFUNDIOS PRESENÇA DE PARCEIROS, ARRENDATÁRIOS E COLONOS QUE ASSUMEM A RESPONSABILIDADE DOS RISCOS DA EXPLORAÇÃO

37 RECENTEMENTE 2 GRUPOS NÃO HOMOGENEOS TEM SE DEBATIDO: AGRICULTURA FAMILIAR AGRICULTURA PATRONAL

38 AGRICULTURA FAMILIAR A TODO MOMENTO SURGIAM NOVOS CONCEITOS E PARA CARACTERIZAR A AGRICULTURA FAMILIAR.

39 AGRICULTORES FAMILIARES
SÃO CHAMADOS DE PEQUENOS PRODUTORES PEQUENOS AGRICULTORES COLONOS CAMPONESES, ETC.

40 Critérios para definir Agricultura Familiar
Lei nº de 2006 4 módulos fiscais é o limite máximo para um empreendimento familiar; Mão-de-obra deve ser predominante da própria família; Renda deve ser originada nas atividades da propriedade; Direção tem que ser feita por um membro da família.

41 AS UNIVERSIDADES ATÉ RECENTEMENTE DAVA POUCA IMPORTÂNCIA, A AGRICULTURA FAMILIAR.

42 AGRICULTURA FAMILIAR NÃO VISA APENAS O LUCRO
PREOCUPA-SE COM A SEGURANÇA E A SOBREVIVÊNCIA DA FAMÍLIA TEM PRODUÇÃO DIVERSIFICADA PRODUZ PARA CONSUMO NA PROPRIEDADE E PARA MERCADO

43 Censo agropecuário mostrou em relação
Agricultura Familiar Nova dinâmica social e produtiva no campo Um conjunto plural formado pela pequena e média propriedade, assentados da reforma agrária e comunidades mais tradicionais – extrativistas, pescadores, ribeirinhos, quilombolas

44 Agricultura familiar em números Total de estabelecimentos-
UPAs – ha Total Familiar – UPAs – 83,35 % ha – 24 % Patronal – UPAs – 16,65% ha - 76 %

45 Numero de estabelecimentos:
Agricultura Familiar: ; Patronal: > ha > ha Valor da produção: Agricultura Familiar: 1ha = R$677,00; Patronal: ha = R$ 368,00

46 Censo Agropecuário 2006 – IBGE – Set 2009
POSSE DE ÁREA: Agricultura Familiar: 24% da área cultivada; Patronal: 76% da área cultivada PRODUÇÃO: Agricultura Familiar: 40% valor da produção; Patronal: 60% do valor da produção

47 Produto Agricultura Familiar Patronal
O que produzem: Produto Agricultura Familiar Patronal mandioca % % feijão % % suínos % % leite % % aves % % Milho % % bovinos % % Café % % Arroz % % trigo % % soja % %

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50 CONCLUSÕES…..

51 A POPULAÇÃO AGRÍCOLA NÃO É HOMOGÊNEA
PRECISAMOS CONHECER MELHOR AS CATEGORIAS EXISTENTES PARA QUE TENHAMOS ELEMENTOS SUFICIENTES PARA DEFINIR SUAS REAIS NECESSIDADES ESSA NECESSIDADES DEFINEM OS OBJETIVOS DE QUALQUER AÇÃO VOLTADA PARA SATISFAZÊ-LAS. O CONTEÚDO DAS MENSAGENS DEVE ATENDER AS DIFERENTES NECESSIDADES DE CADA CATEGORIA