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CIRCLAGEM: Indicações e técnicas
12 de maio de 2011 RESIDÊNCIA MÉDICA
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INDICAÇÃO DE CIRCLAGEM
DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CERVICAL (IC)
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O QUE TORNA O COLO INSUFICIENTE?
Determinantes genéticos Fatores mecânicos Influência hormonal Alterações inflamatórias
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL Conceito “Clássico”
Dilatação cervical não dolorosa no segundo trimestre, com prolapso e abaulamento de membranas para a vagina, acompanhada ou não de ruptura de membranas e expulsão do concepto, que tende a se repetir em toda gravidez, em IG cada vez mais precoces
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL Conceito “Dinâmico”
Quadro de modificações cervicais progressivas, de gravidade variável, que acarreta amadurecimento precoce do colo uterino O início e a velocidade de progressão das modificações são variáveis e estão associadas a perdas gestacionais precoces e tardias, de maneira repetida Admite várias formas clínicas (“GRAUS”)
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GRAUS DE INSUFICIÊNCIA CERVICAL
Passini, 2.002 FUNÇÃO CERVICAL SUFICIENTE PARA: gestação única, mas não múltipla gestação única até 32 semanas, mas não ao termo gestação única até 24 semanas, mas não até 32 sem
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL
CONCEITO (?) A competência cervical é anatomicamente refletida pelo comprimento cervical e fisiologicamente pela duração da gestação
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL Diagnóstico - História Clínica
Antecedentes: História de 2 ou + perdas de 2o T (excluindo as resultantes de TPP e DPP), sem dor ou hemorragia Partos rápidos Ruptura prematura pré-termo de membranas de repetição História de dilatação cervical não dolorosa até 4-6cm Lesões cirúrgicas (conização, lacerações intraparto, dilatação forçada intraparto ou para término da gestação e aborto) Sintomas: Não específicos, ocorrendo em gestações normais Mais importantes: pressão pélvica, aumento de “corrimento” vaginal, dor lombar, sangramentos esporádicos Principal característica para valorização: persistência
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL Diagnóstico - Exame Físico
Exame especular encurtamento e/ou dilatação cervical visualização de membranas Toque vaginal Índice de Bishop (inicial e seriado) Afunilamento em exames seriados Protrusão de membranas pelo canal cervical Preenchimento dos fundos de saco pela apresentação Lesões adquiridas
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL Diagnóstico - Métodos Auxiliares
Fora da gravidez: Teste da vela de Hegar Testes com balão endocervical Histerografia O.I. 1 cm Imagem em funil Na gravidez: Ultra-som
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COMPRIMENTO CERVICAL, IIC E CIRCLAGEM
Comprimento cervical curto aumenta o risco de parto prematuro e infecção Somente uma minoria de pacientes com colo curto apresentam IIC* Somente pacientes com IIC se beneficiam com a circlagem *Quase 85% das mulheres com CC <= 25 mm terão partos de termo 50% das mulheres com CC <= 15 mm terão partos > 32 semanas
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RELAÇÃO ENTRE COMPRIMENTO CERVICAL, IIC, CIRCLAGEM E MARCADORES INFLAMATÓRIOS
mulheres: 1,5% de colo 25mm Com (165) x sem (81) circlagem: sem diferença em relação a parto prematuro IL 8 < 360 ng/mL: circlagem parto prematuro (em relação a não circlagem) IL 8 360 ng/mL: circlagem parto prematuro A existência de processo inflamatório piora os resultados da circlagem Indicação de circlagem não deveria considerar só história e US Sakai et al, AJOG, 2006
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Portanto……. AMADURECIMENTO CERVICAL PRECOCE COLO CURTO
NÃO É IGUAL A IC!!!! Perda de tecido conjuntivo Distúrbios congênitos Infecção intrauterina Supressão de progesterona multifatorial AMADURECIMENTO CERVICAL PRECOCE
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL
TRATAMENTO CLÍNICO X CIRÚRGICO
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Circlagem eletiva, profilática ou indicada pela história:
CLASSIFICAÇÃO DA CIRCLAGEM SEGUNDO HISTÓRIA, SINTOMAS E ALTERAÇÃO CERVICAL Circlagem eletiva, profilática ou indicada pela história: história prévia sintomas encurtamento cervical Circlagem de urgência, secundária, ou indicada pelo US: afunilamento + outros achados Circlagem de emergência ou terciária: dilatação 2 cm 50% esvaecimento membranas ovulares no OE ou +
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Estudo Randomizado Multicêntrico de Circlagem Cervical
Relatório Final do Grupo de Pesquisa Médica/Colégio Real de Obstetrícia e Ginecologia (MRC/RCOG) Estudo Randomizado Multicêntrico de Circlagem Cervical Estudo entre , com 1292 pacientes, 2/3 na Inglaterra Pacientes de risco: fazer ou não fazer a circlagem? 647 com circlagem e 645 sem circlagem Taxa total de Parto Prematuro: 28% Condição Com circlagem Sem circlagem p PP < 33 sem. 13% 17% 0,03 MBP 10% 13% 0,05 Aborto, natimorto, morte neonatal 9% 11% NS Conclusões: 1 em cada 25 circlagens preveniu 1 PP Só deveria ser feita em casos de 3 ou mais perdas antes de 37 sem. MACNAUGHTON e cols., 1993 (BJOG, 100: )
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CIRCLAGEM X NÃO CIRCLAGEM OU REPOUSO EM SITUAÇÕES DE HISTÓRIA PRÉVIA E/OU COLO CURTO (US, TOQUE)
Razão de Risco (IC 95%) RR IC95% Parto < 28 sem Tratamento Controle Althuisius, 2001 2/24 3/46 1,28 (0,23-7,13) Rush, 1984 7/96 7/98 1,02 (0,37-2,80) TOTAL 9/120 10/144 1,08 (0,46-2,58) Parto < 32 sem Althuisius, 2001 2/24 5/46 0,77 (0,16-3,66) Lazar, 1984 4/268 1/238 3,55 (0,40-31,56) Rush, 1984 12/96 10/98 1,22 (0,56-2,70) TOTAL 18/388 16/382 1,29 (0,67-2,49) Parto < 37 sem Althuisius, 2001 8/24 27/46 0,57 (0,31-1,05) Lazar, 1984 18/268 13/238 1,23 (0,62-2,46) MRC/RCOG, 1993 169/647 198/645 0,85 (0,72-1,01) Rush, 1984 33/96 30/98 1,12 (0,75-1,69) 228/1035 268/1027 0,88 (0,76-1,03) TOTAL Drakeley AJ, Roberts D, Alfirevic Z. Cervical stitch (cerclage) for preventing pregnancy loss in women (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 1, Oxford: Update Software 1 10 0,2 5 0,1
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Cerclagem em mulheres com antecedente de PP e colo curto < 25 mm
Sem cerclagem n=254 Com cerclagem n=250 RR Parto < 35 sem 41.3% 28.4% 0.7 ( ) Morbimortalidade neonatal composta 11 % 5.2% 0.64 ( ) Parto < 24 sem 24.8% 15.6% 0.48 ( ) Benefício maior em mulheres com antecedente de parto < 24 semanas Berghella et al., 2011
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Resultados comparativos dos tipos de cerclagem
Parto > 36 sem Corioamnionite IG parto sem ELETIVA 73% 1% 35 URGÊNCIA 57% 18% 34 EMERGÊNCIA 23% 42% 29 Nelson et al., 2009
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gravidez (média) - sem.* 20,20,9 12,2 1,5 8,3 0,9
RESULTADOS GESTACIONAIS EM 3 GRUPOS SUBMETIDOS A CIRCLAGEM (ELETIVA, DE EMERGÊNCIA E DE URGÊNCIA) POR INSUFICIÊNCIA CERVICAL (N = 92) Grupo I (eletiva) N=38 Grupo II (emergência) N=35 Grupo III (urgência) N=15 Achados Prolongamento da gravidez (média) - sem.* 20,20,9 12,2 1,5 8,3 0,9 Idade gestacional ao parto (média) - sem.* 35,50,8 30,50,9 33,071,4 Amniorrexe prematura pré-termo (%)*# 18 51 40 Corioamnionite (%)*# 5,6 37,1 33,3 * p < 0.05, Grupo I x II e III # NS para Grupo II x III KURUP & GOLDKRAND, 1999, AJOG, 181(2):
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CIRCLAGEM TÉCNICAS
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COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS À CIRCLAGEM
Ruptura de membranas Corioamnionite Perda de sustentação da sutura Dificuldade de retirada do fio de sutura Estenose cervical Laceração cervical Lesões de órgãos próximos Dificuldade de nova gestação
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL Tratamento Cirúrgico - Circlagem
Inabsorvível polifil Fita cardíaca Poliester trançado Monofil – não Agulha longa PALMER, 1948 LASH, 1950 SHIRODKAR, 1955 McDONALD, 1957 AQUINO SALES, 1960 TRANSABDOMINAIS, 1965 ESPINOSA-FLORES, 1966
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CIRCLAGEM PELA TÉCNICA DE PALMER
Palmer, R. & Lacomme, M. La béance de l’orifice interne, cause de avortements a répétition? Une observation de déchirure cervico-isthmique reparée chirurgicalement, avec gestation à terme consécutif. Gynecol. Obstet., 47: 905, 1948
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CIRCLAGEM PELA TÉCNICA DE SHIRODKAR
Shirodkar, VN. A new method of operative treatment for habitual abortion in the second trimester of pregnancy. Antiseptic, 52: , 1955
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McDonald, IA. Suture of the cervix for inevitable miscarriage.
CIRCLAGEM PELA TÉCNICA DE MCDONALD McDonald, IA. Suture of the cervix for inevitable miscarriage. J. Obstet. Gynecol., 64: , 1957 ALTHUISIUS et al., 1999 (AJOG, 180(2): )
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CIRCLAGEM PELA TÉCNICA DE
ESPINOSA-FLORES Espinosa-Flores, C. Treatment of cervical isthmic incompetence during pregnancy, with simple transcardinal ligation of the cervix. Personal technic. Ginecol. Obstet. Mex., 21: , 1966
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OCLUSÃO DO COLO UTERINO
Aquino-Salles, A.; Amaral, LDB; Pinho ANB. Diagnóstico e tratamento da incompetência istmocervical durante a prenhez. Ginecol. Obstet., 106: 389, 1960 Circlagem pela técnica de Hefner
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ETCO Early Total Cervical Occlusion
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Cerclagem de WURM
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CORREÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CERVICAL PELA TÉCNICA DE LASH
Lash, AF; Lash, A. Incompetent internal os of the cervix - diagnosis and treatment. AJOG, 79:346, 1957
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CORREÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CERVICAL POR VIA ABDOMINAL
Indicações: colo excessivamente curto ou malformado falha na abordagem vaginal Riscos: hemorragia necessidade de retirada de sutura em abortamento necrose tecidual Sutura Útero-sacro Paramétrio Art. Uter.
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CIRCLAGEM ABDOMINAL POR VIA LAPAROSCÓPICA
RA EA RD P F Kjøllesdal, Møyfrid, Nielsen, Sven, Stjerndahl, Jan-Henrik & Ellström Engh, Marie A Laparoscopic cervico-uterine cerclage using polypropylene mesh for the treatment of cervical incompetence. Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica 84 (8), , 2005
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CIRCLAGEM DE EMERGÊNCIA
Ausência de contratilidade Certeza de integridade de membranas Feto vivo, sem malformações Trendelemburg acentuado Bexiga cheia Útero-inibição Antibioticoprofilaxia Amniocentese Balão endocervical Circlagem (técnica)
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL COM PROLAPSO
DE MEMBRANAS E MEMBROS Passini, 2001
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CIRCLAGEM DE EMERGÊNCIA
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Trendelemburg acentuado
CIRCLAGEM DE EMERGÊNCIA PELA TÉCNICA DE OGAWA. O círculo aberto indica o “topo” do útero. A seta cheia indica a pressão no abdôme; a seta clara indica a pressão no fundo do útero e a seta longa indica a pressão nas membranas prolapsadas Posição joelho-tórax Trendelemburg acentuado OGAWA e cols., Acta Obst. Gynec. Scand., 78(9):
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RISCO DE MORTE NEONATAL SEGUNDO IDADE GESTACIONAL NO PARTO
20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 1 0,8 0,6 0,4 0,2 Idade Gestacional (meses) Probabilidade de mortalidade COOPER e cols., 1993
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COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DE ESTUDOS COM PACIENTES SUBMETIDAS A CIRCLAGEM DE EMERGÊNCIA
Prolong. da gestação (sem) RPM (%) Sobrevida (%) N Autores Goodlin (1979) 11 11,2 33 78 Barth e cols. (1990) 14 9,8 13 58 Mitra e cols. (1992) 40 12 38 86 Aarts e cols. (1995) 20 4 20 57 Olatunbosum e cols. (1995) 22 10,6 22,7 73 Kurup & Goldkrand (1999) 35 8,3 51 85,7 Cockwell, Smith 2005 638 7,1 29 70
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COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DE ESTUDOS COM PACIENTES SUBMETIDAS A CIRCLAGEM DE EMERGÊNCIA
Com cerclagem (89) Sem cerclagem (72) PROLONGAMENTO DA GESTAÇÃO 41 dias 3 dias NASCIDOS VIVOS 72% 25% PESO MÉDIO AO NASCIMENTO 1340 g 750 g retrospectivo Stupin et al., 2008
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL Conclusões
Difícil diagnóstico, podendo levar ao excesso; O desconhecimento da fisiopatologia impede de atuar na paciente certa, na hora certa; Qualquer método diagnóstico e terapêutico é limitado devido à origem multifatorial; A probabilidade de uma paciente com colo curto de chegar ao termo é > não chegar;
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL Conclusões
Há “graus”, com repercussões variáveis; Investigar implica necessidade de utilizar métodos propedêuticos múltiplos e seriados; Nos casos eletivos, o melhor tratamento nem sempre será a circlagem; Nos casos de urgência/emergência, a circlagem dá melhores resultados que a conduta conservadora
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INSUFICIÊNCIA CERVICAL Conclusões
Não há predomínio de uma técnica sobre outras, dependendo de cada situação e domínio do procedimento
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RESUMO CONDUTAS
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BAIXO RISCO* Não há benefício comprovado do rastreamento sistemático da medida de colo e da circlagem! Porque? Porque a maioria das mulheres com colo curto terá partos de termo EXCETO: CIRCLAGEM DE EMERGÊNCIA *Primigestas
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Avaliar risco específico de cada condição
Antecedente de parto pré-termo/aborto 2o. Trimestre (16-34 sem) causas clínicas, fetais ou obstétricas NÃO PROGESTERONA US cervical seriado SIM Avaliar risco específico de cada condição Cerclagem se CC < 25 mm
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Antecedente de PP ou perda de 2o. trimestre Circlagem pré-gestacional
ALTO RISCO Antecedente de PP ou perda de 2o. trimestre PROGESTERONA 3 OU + PP ou 2 ou + PST Circlagem profilática, primária ou indicada pela história Se PP ou PST com circlagem anterior < 3 PP ou < 2 PST Retornar ao slide anterior Circlagem pré-gestacional
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Primeira gravidez pós cone US cervical seriado
Conização prévia Primeira gravidez pós cone US cervical seriado Circlagem se CC < 25 mm PP pós conização Progesterona e circlagem profilática
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COLO CURTO: Cerclagem ou progesterona
Se antecedente de PP: Progesterona para todas Antecedente de PP E colo curto SEM cerclagem: progesterona reduz PP Antecedente de PP E colo curto COM cerclagem: cerclagem reduz PP Progesterona NÃO adiciona benefício a circlagem Circlagem mais eficiente que progesterona no colo curto < 15 mm
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Conduta nas complicações
TPP Se colo normal, manter o fio e observar Se colo lacerado ou sangrante, retirar o fio Ruptura de membranas Retirar o fio sempre
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OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
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