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FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
CIRURGIA 4º ANO DISFAGIA
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Definição . dificuldade em deglutir;
sensação de obstrução à passagem do alimento ao nível da orofaringe ou esófago.
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Semiologia… Afagia: obstrução esofágica completa.
Odinofagia: deglutição dolorosa. Fagofobia: medo de deglutir; - histeria, tétano, paralisia faríngea, receio de aspiração, lesões inflamatórias. Globus pharyngeous: sensação constante de “caroço alojado na garganta” que dificulta a deglutição e a respiração. - diagnóstico de exclusão na ausência de evidência de distúrbio mecânico e funcional; - associado a distúrbios psiquiátricos.
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Fisiologia da deglutição
Fase oral (voluntária) Fase faríngea Fase esofágica Musculatura esquelética (mastigação) SNC
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Fisiologia da deglutição
Fase oral Fase faríngea (involuntária) Fase esofágica Reflexo de deglutição Protecção nasofaríngea Protecção laríngea Relaxamento do EES
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Fisiologia da deglutição
Fase oral Fase faríngea Fase esofágica (involuntária) Ondas peristálticas Relaxamento do EEI Noção de peristaltismo Primário Secundário Terciário
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Patofisiologia da disfagia
Considerações gerais O transporte adequado no processo de deglutição depende: 1. da dimensão do bolo alimentar 2. do diâmetro luminal 3. da intensidade da contracção peristáltica 4. da inibição deglutiva (incluindo relaxamento normal dos esfíncteres esofágicos)
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História Clínica Localização Tipos: sólidos líquidos ambos
Duração e evolução (transitória/progressiva/episódica) Considerar: - outros sintomas (regurgitação nasal, aspiração traqueobrônquica, rouquidão, perda ponderal, dor retroesternal, odinofagia…) - medicação, doenças intercorrentes.
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Alterações mecânicas Descoordenação de eventos neuromusculares mastigação fase inicial da deglutição Alterações mecânicas Anormalidades na acção propulsora do corpo esofágico ou no relaxamento do EEI
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Disfagia Disfagia funcional Disfagia mecânica - Paralisia faríngea
- Acalásia cricofaríngea - Acalásia esofágica - Espasmo esofágico difuso - Esclerodermia Enfraquecimento das contracções peristálticas Debilidade da inibição deglutiva contracções não peristálticas Debilidade do relaxamento esfincteriano Disfagia funcional Disfagia - Divertículo de Zenker Estenoses benignas (péptica) - Anel esofágico inferior - Carcinoma -Causa luminal -Estreitamento intrínseco -Compressão extrínseca Disfagia mecânica
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Disfagias funcionais Orofaríngeas Esofágicas - Paralisia Faríngea
- Acalásia Cricofaríngea Esofágicas - Acalásia - Espasmo Esofágico Diuso - Esófago de “Quebra Nozes” - EEI hipertenso - Distúrbios motores esofágicos inespecíficos - Esclerodermia
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Disfagias funcionais orofaríngeas
Paralisia Orofaríngea: - ↓ amplitude das contracções faríngeas e esofágicas superiores; - ↓ pressão basal do EES. Sinais e sintomas: DISFAGIA Regurgitação nasal Complicações: Aspiração de conteúdos alimentares com possível compromisso da função respiratória.
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Disfagias funcionais orofaríngeas
Neuropatias Centrais AVC Esclerose Lateral Amiotrófica Doença de Parkinson Poliomielite, síndrome pós-poliomielite Disautonomia Familiar Esclerose Múltipla Neuropatias Periféricas Difteria Botulismo Disfunção Neuromuscular Miastenia Gravis Distúrbios Musculares Poliomiosite Dermatomiosite Miopatias (distrofia miotónica, miopatia oculo-faríngea)
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Disfagias funcionais orofaríngeas
Acalásia Criofaríngea: disfunção do EES - perda da inibição deglutiva do m. cricofaríngeo Sinais e sintomas: - Disfagia cervical, mais pronunciada para sólidos; - Tosse crónica por pequenas aspirações de saliva e alimentos (possíveis complicações pulmonares) Diagnósticos Diferenciais: Neoplasias esofágicas Refluxo gastro-esofágico Tratamento: miotomia do músculo cricofaríngeo e dos 3-4cm superiores da musculatura esofágica.
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Disfagias funcionais esofágicas
Acalásia Desordem motora do m. liso esofágico caracterizada por: Idade: todas, embora mais frequente na faixa etária anos. Etiologia: parece existir desnervação do esófago resultando primariamente na perda de neurónios inibitórios produtores de NO no plexo mientérico. A causa da desnervação é desconhecida. Relaxamento incompleto do EEI na deglutição; Perda de peristaltismo nos 2/3 distais do esófago.
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Disfagias funcionais esofágicas
Fisiopatologia - Hipertonia/ausência de relaxamento do EEI; - Contracções esofágicas de maior amplitude e duração: reacção compensatória do corpo esofágico para poder vencer o obstáculo formado pelo EEI contraído, e colocar o bolo alimentar no estômago; - A longo prazo determina desgaste muscular do esófago que se vê impotente para vencer o obstáculo; - O corpo esofágico torna-se progressivamente atónico e dilatado, transformando-se num saco sem peristaltismo, onde os alimentos se vão acumulando em putrefacção.
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Disfagias funcionais esofágicas
Sinais e sintomas: disfagia progressiva para sólidos e líquidos; regurgitação de alimentos não digeridos durante a refeição ou após várias horas; dor torácica retro-esternal (<50%) não relacionada com o exercício físico ou com as refeições; halitose perda ponderal (leve/moderada)
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Disfagias funcionais esofágicas
Distúrbios primários da motilidade esofágica Sinais e sintomas: intermitentes - disfagia, dor retro-esternal, nervosismo… Diagnósticos Diferenciais: - cardiopatia isquémica; - massas mediastinais; - tumores esofágicos benignos e malignos - esclerodermia - lesões intraluminais (exº: esofagite) Complicações: - hérnia hiatal por deslizamento; - divertículos epifrénicos; - regurgitação e aspiração.
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Disfagias funcionais esofágicas
Espasmo esofágico difuso Peristaltismo normal periodicamente Contracções não propulsoras (alteração do peristaltismo): - Multiplas e espontâneas; - Induzidas pela deglutição; - Início simultâneo - Longa duração - Recidivantes Esófago em “saca-rolhas”
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Disfagias funcionais esofágicas
Etiologia As contracções não peristálticas devem-se, provavelmente, à disfunção dos nervos inibitórios Primária: - idiopática Secundária: - refluxo gastroesofágico - stress emocional - diabetes - alcoolismo - neuropatias - radioterapia - isquemia - doença vascular colagénica
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Disfagias funcionais esofágicas
Esófago de “quebra-nozes” EEI hipertensivo (menos comum) Distúrbio motor esofágico inespecífico (35%) Síndrome de ondas peristálticas de grande amplitude; Duração média das contracções aumentada; Representa cerca de 50% dos distúrbios da motilidade esofágica; Associação com depressão, ansiedade e somatização. Pressão do EEI elevada; Relaxamento do EEI normal; Peristaltismo do corpo do esófago normal.
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- Divertículo Esofágico
Espasmo esofágico difuso e Acalásia (distúrbios peristálticos e relaxamento incompleto do EEI) Aumento da pressão intraluminal Herniação da mucosa e submucosa através de pontos fragilizados da parede muscular esofágica Mais frequente nos distúrbios inespecíficos da motilidade Geralmente assintomáticos Epifrénico - “de pulsão”: o tipo mais comum no contexto destas patologias DIVERTÍCULO
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Disfagias funcionais esofágicas
Esclerodermia: Doença crónica sistémica do tecido conjuntivo - deposição de colagénio e fibrose exagerada - envolvimento cutâneo e visceral (TGI, pulmões, rins, coração, m. esquelético) Fisiopatologia: - deposição progressiva de colagénio; - substituição do m. liso por tecido fibroso; - hipomotilidade esofágica: ↓amplitude das contracções nos 2/3 inferiores do esófago ↓pressão no EEI - atonia e dilatação: destruição progressiva da parede esofágica - refluxo gastroesofágico - esofagite de refluxo Esófago: porção do TGI mais frequentemente afectada! Esófago de Barret Estenose péptica (cárdia)
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Disfagias funcionais esofágicas
Sinais e sintomas Esofágicos: DISFAGIA sólidos (sem relação com a postura) líquidos (apenas em decúbito) Pirose Regurgitação - Outros: Calcinoses Fenómeno de Raynaud Esclerodactilia Telangiectasias Idade: anos 3M:1H
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Abordagem terapêutica Conservative treatment
Condition Conservative treatment Invasive treatment Diffuse esophageal spasms Nitrate, calcium channel blockers Serial dilations or longitudinal myotomy Achalasia Soft food, anticholinergics, calcium channel blockers Dilation, botulinium toxin injections, Hellers myotomy Scleroderma Anti-reflux, systemic medical management of scleroderma None GERD Anti-reflux drugs (H2 blockers, Proton pump inhibitors) Fundoplication Infectious esophagitis Antibiotics (nystatin, acyclovir,..) Pharyngoesophageal (Zenker_s) diverticulum Endoscopic or external repair in addition to cricopharyngeal myotomy Schatzky_s ring Soft food Dilation
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DISFAGIA MECÂNICA
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Causas comuns de disfagia mecânica:
Obstrução à passagem dos alimentos Orofaríngea Esofágica Causas comuns de disfagia mecânica: - carcinoma - estenose péptica
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Disfagia Mecânica – dificuldade em iniciar a deglutição Orofaríngea
regurgitação nasal e sinais de aspiração. Tumores Divertículo de Zenker Membranas esofágicas proximais Estenoses Osteófitos vertebrais
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Disfagia Mecânica - Orofaríngea
Só para sólidos Neoplasias orofaríngeas Membranas proximais (Sdr. Plummer-Vinson) Outras: vaso aberrante, Osteófito cervical
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Disfagia Mecânica - Orofaríngea
Membranas esofágicas proximais: Congénita ou inflamatória Concêntricas → Disfagia Intermitente para sólidos Sr Plummer-Vinson: mulheres de meia idade membranas hipofaríngeas sintomáticas - anemia ferropénica (disfagia sideropénica)
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Disfagia Mecânica - Orofaríngea
Para sólidos e líquidos Divertículo de Zenker Divertículo de pulsão faringoesofágico. Protrusão da mucosa faringea, na linha média posterior, ao nivel da junção faringoesofágica (área de fragilidade natural) É o divertículo esofágico mais comum; +freq em homens com +de 60A caucasianos.
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Disfagia Mecânica - Orofaríngea
Divertículo de Zenker Sinais e sintomas: Inicialmente: - Regurgitação de saliva e partículas alimentares; - Halitose - Paladar metálico e azedo na boca À medida que o divertículo aumenta e retém alimentos: - Compressão esofágica, provocando disfagia orofaríngea intermitente acompanhada de tosse ou desconforto faríngeo - Protrusão no pescoço ou mesmo obstrução completa Complicações: pneumonia, aspiração, bronquiectasia e abcesso pulmonar
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Disfagia Mecânica Esofágica Extrínsecas Intrínsecas Neoplasias
Inflamação (Esofagite) Membranas e anéis Estenoses Patologia tiroideia Massa mediastínica Compressão vascular
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Disfagia Mecânica - Esofágica
Lesões esofágicas Intrínsecas 1 – Neoplasias benignas 2 – Neoplasias malignas 3 – Esofagite secundária a infecções 4 – Esofagite corrosiva 5 – Esofagite provocada por fármacos 6 – Estenose péptica esofágica 7 – Ingestão de corpos estranhos 8 – Anéis e membranas esofágicas
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Lesões esofágicas Intrínsecas
1 – NEOPLASIAS BENIGNAS Leiomiomas Sinais e sintomas: Disfagia moderada Sensação de pressão no tórax ou no pescoço As lesões intramurais, como os leiomiomas, não devem ser biopsadas. Outras lesões benignas: pólipos inflamatórios, papilomas e cistos, fibromas, lipomas, mixomas… Dx Diferencial: neoplasia maligna Melenas Hematemeses Investigar outras causas
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Lesões esofágicas Intrínsecas
2 – NEOPLASIAS MALIGNAS Carcinoma pavimentoso Adenocarcinoma +++ Homens entre os 50 e 60A. A disfagia aparece tardiamente na hx natural da doença (a inexistência de camada serosa no esófago permite que o músculo liso se dilate com facilidade) Sinais e sintomas: Disfagia progressiva há menos de 2 anos Perda ponderal acentuada, grave e desproporcional ao grau de disfagia Odinofagia Acalásia Estenose esofágica induzida por cáusticos
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Lesões esofágicas Intrínsecas
3 – ESOFAGITE SECUNDÁRIA A INFECÇÕES Fungos: Candida albicans, Aspergillus Vírus: HIV, Herpes simplex, CMV Bactérias: M.tuberculosis Parasitas: Cryptosporidium, P.carinii Sinais e sintomas: Dor torácica Disfagia e odinofagia Febre Hemorragia
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Lesões esofágicas Intrínsecas
4 – ESOFAGITE CORROSIVA Hx de ingestão (acidental ou intencional) de sólidos ou líquidos de natureza Ácida ou básica produzindo queimaduras químicas. Sinais e sintomas: Fase aguda: lesão tecidular com risco potencial de perfuração - Queimaduras de lábios, boca, língua e orofaringe - Dor na cavidade oral e torácica - Hipersalivação - Odinofagia e disfagia - Febre - Hemorragia - Vómitos Fase crónica: estenose esofágica rígida e longa e fístulas - Reaparecem as queixas de disfagia Complicações: fístulas traqueoesofágicas e esofago-aórticas, estenoses.
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Lesões esofágicas Intrínsecas
5 – ESOFAGITE PROVOCADA POR FÁRMACOS Bisfosfonatos, AINEs, tetraciclinas, sulfato de ferro. Sinais e sintomas: Dor torácica retroesternal Disfagia Odinofagia Complicações: Úlcera esofágica Perfuração
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Lesões esofágicas Intrínsecas
6 – ESTENOSE PÉPTICA ESOFÁGICA Geralmente ocorre ao nível da junção gastroesofágica, resultando do refluxo crónico. Sinais e sintomas: Disfagia progressiva para sólidos, com evolução de meses a anos, sem perda de peso. Dx Diferencial com Carcinoma esofágico
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Lesões esofágicas Intrínsecas
7 – I NGESTÃO DE CORPOS ESTRANHOS As próteses dentárias e o estreitamento do lúmen por lesões esofágicas (estenose, carcinoma ou anel esofágico inferior) são os principais factores predisponentes nos adultos. Moedas e outros objectos crianças Alojamento preferencial ao nível do EES, próximo do arco aórtico ou acima do EEI. Sinais e sintomas: Disfagia, dor torácica. Complicações: Obstrução respiratória, ulceração e perfuração esofágica.
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Lesões esofágicas Intrínsecas
8 – ANÉIS E MEMBANAS ESOFÁGICAS Maioria assintomática; podem desenvolver-se em qualquer nível mas são mais frequentes na região subcricóide. Disfagia intermitente e não progressiva para sólidos. Extensões concêntricas de tecido esofágico mucosa, submucosa e muscular Anéis mucosa e submucosa Membranas Significado e patogénese controversos.
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Lesões esofágicas Intrínsecas
8 – ANÉIS E MEMBANAS ESOFÁGICAS Anel de Schatzki: - Anel mucoso estreito na extremidade esofágica inferior e que está muitas vezes associados a hérnia do hiato; a sua resolução passa por dilatação ou excisão do anel. Sinais e sintomas: Episódios curtos de disfagia durante a ingestão apressada de alimentos sólidos.
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Predominantemente sólidos
DISFAGIA - Dificuldade em iniciar a deglutição - Regurgitação nasal - Tosse ou asfixia durante refeições - Fraqueza muscular facial ou labial - Disfonia, xerostomia ou sialorreia - Sensação de encravamento de alimentos no esófago DISFAGIA ESOFÁGICA Sólidos e líquidos Predominantemente sólidos DISFAGIA OROFARÍNGEA Disfagia Funcional Disfagia Mecânica Intermitente Progressiva Intermitente Progressiva Dor retroesternal Regurgitação Perda de peso DRGE crónica Fenómeno de Raynaud DRGE crónica Sem perda peso Idade > 50A Perda peso Pão / carne Espasmo esofágico difuso Acalásia Esclerodermia Anel esofágico inferior Estenose péptica Carcinoma
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EXAMES AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Técnicas radiográficas Rx simples Esofagograma Trânsito Esofágico com radioisótopos Videofluoroscopia TAC
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Rx simples: Rx simples do tórax: pode evidenciar massas mediastínicas ou patologia pulmonar como causas da disfagia, assim como dilatação esofágica com níveis hidroaéreos que revelam retenção esofágica. também visualiza edema de tecidos moles (ex. epiglotite, abcesso retrofaríngeo) ou a presença de corpos estranhos radiopacos nos casos de disfagia aguda. Rx abdominal simples: pode sugerir dificuldade no trânsito esofagogástrico ao evidenciar a ausência de gás intragástrico. Metástases(massa mediastínica) Corpo Estranho no Esófago
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Esofagograma ( Estudo Baritado) 1º passo na suspeita de uma lesão obstrutiva. permite detectar massas tumorais faríngeas, mas é ineficaz no caso de anomalias motoras cricofaríngeas. pode ser mais sensível que a endoscopia na detecção de estenoses causadas por membranas ou anéis e nas estenoses pépticas >10 mm, dando informação útil na terapêutica. Esófago Normal
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Esofagograma ( Estudo Baritado) é especialmente útil nos estados iniciais de algumas disfunções motoras, como a acalásia ou o espasmo esofágico difuso, que podem não ser detectados na endoscopia. identifica hérnias paraesofágicas e divertículos faríngeos ou esofágicos, minimizando o risco de perfuração endoscópica. Acalásia Divertículos Esofágicos
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Trânsito Esofágico com radioisótopos permite avaliar a dinâmica da deglutição e quantificar o tempo de trânsito e o esvaziamento orofaríngeo, relacionando a resposta clínica e a melhoria do esvaziamento. possui uma sensibilidade e especificidade inferior à manometria no diagnóstico de disfunções motoras esofágicas. por outro lado é muito útil em pacientes que não podem realizar a manometria, como no caso de pacientes com paralisia motora esofágica e com síndrome de Down.
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Videofluoroscopia: técnica de eleição na disfagia orofaríngea ("gold standard"), já que proporciona informação acerca das quatro categorias de disfunção orofaríngea: incapacidade ou dificuldade para iniciar a deglutição faríngea. aspiração do alimento ingerido. regurgitação nasofaríngea. permanência do alimento ingerido na cavidade faríngea, depois da deglutição. permite avaliar a eficácia da terapia utilizada na correcção da disfunção observada. não permite quantificar a contractilidade faríngea ou a pressão do bolo alimentar durante a deglutição nem detectar um relaxamento incompleto do EES.
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
TAC: útil na visualização de compressões ou infiltrações esofágicas por orgãos adjacentes. esclarecer dúvidas que surjam na realização de outros exames (ex: esclarecer se disfunções motoras observadas em manometria são secundárias a lesões mediastínicas ou se derivam da união gastroesofágica (carcinoma gástrico ou esofágico). o TAC toracoabdominal constitui um exame fundamental no estudo da extensão da patologia maligna. Tumor Maligno do Esófago
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Técnicas Endoscópicas Faringolaringoscopia (transnasal e transoral) Endoscopia Esofagogástrica Ultrassonografia Endoscópica
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Faringolaringoscopia (transnasal e transoral) é de eleição para identificar lesões estruturais intrínsecas da mucosa oral, faríngea e laríngea, e permite a realização de biópsias. dá-nos informação acerca de três das categorias de disfunção orofaríngea: incapacidade ou dificuldade para iniciar a deglutição faríngea. aspiração de forma indirecta (secreções orofaríngeas acumuladas na via aérea subglótica). permanência do alimento ingerido na cavidade faríngea depois da deglutição. a nasoendoscopia pode avaliar o risco de aspiração traqueobrônquica.
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Endoscopia Esofagogástrica fundamental na evolução da disfagia esofágica, já que permite avaliar: inflamação e fibrose esofágica estenoses benignas e a patologia maligna permite também e realização de biópsias e obtencão de citologia exfoliativa. por outro lado, no estudo de disfunções motoras em estados precoces pode ter uma utilidade escassa. Esofagite Corrosiva Esófago de Barret Varizes Esofágicas Carcinoma Esofágico
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Ultrassonografia Endoscópica a ecoendoscopia é de grande utilidade no diagnóstico de tumores submucosos da união gastroesofágica não observados pela endoscopia esofagogástrica, que se comportam radiológica e manométricamente como disfunções motoras esofágicas primárias. além disso é superior à TAC para avaliar o estadio local de carcinoma esofágico.
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Manometria: Manometria Faríngea Manofluorografia Manometria Esofágica
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Manometria Faríngea permite quantificar a contractilidade faríngea, detectar o relaxamento completo do EEI e avaliar a sincronização destes eventos. proporciona informação acerca das categorias de disfunção orofaríngea de forma indirecta.
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Manofluografia combinação da manometria faríngea e da videofluoroscopia, permite identificar: as quatro categorias de disfunção orofaríngea. diferenciar a abertura incompleta do EES do relaxamento incompleto deste. distinguir uma contractilidade faríngea débil de um aumento de resistência manifestado por uma alta pressão do bolo alimentar durante a deglutição.
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Manometria Esofágica permite detectar e quantificar alterações estáticas (hipertonia/hipotonia do EES) e dinâmicas (relaxamento incompleto ou nulo do EES, incoordenação da deglutição e hipocontractilidade faríngea), sendo muito útil no diagnóstico de disfunções motoras cricofaríngeas. requerem uma série de detalhes técnicos (sistema de infusão de baixa compliance, microtransductores, catéteres com vários orifícios distribuídos radialmente) para que esta exploração seja eficaz e reprodutível. é a técnica mais sensível e específica no diagnóstico das disfunções motoras esofágicas primárias, como a acalásia o espasmo esofágico difuso, e das secundárias, como as colagenopatias ou as disfunções motoras associadas à doença de refluxo gastroesofágico.
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Exames Auxiliares De Diagnóstico
Manometria Esofágica:
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CASO CLÍNICO
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CASO CLÍNICO Nome: A. E. V. Idade: 56 anos Sexo: masculino Raça: caucasiana Estado civil: casado Naturalidade: Porto Residência: Porto Profissão: taxista Escolaridade: 4ª classe Religião: católica Queixa principal: Disfagia
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EVOLUÇÃO Instalação da disfagia progressiva ao longo do primeiro mês, não se agravando desde então, revelando-se permanente, sem períodos de intermitência. Local de retenção: localização retroesternal e epigástrica (superior), fixa. Tipo de alimento: disfagia para todos os alimentos (sólidos e líquidos) A odinofagia, descrita pelo doente como «dor em pontada», surge prevalentemente aquando da ingestão de líquidos quentes (p.e. café). No início de Abril deste ano, sobrevieram ao quadro inicial - disfagia e odinofagia queixas de enfartamento pós-prandial e eructações frequentes.
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NEGA: pirose halitose regurgitação sialorreia soluços hematemeses náuseas vómitos rectorragias melenas distensão abdominal icterícia diarreia obstipação NEGA: Anorexia, astenia, perda de peso, febre, edemas e adenopatias. Refere flatulência
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NEGA: - Doença cardíaca - Doença pulmonar - Doença renal - História de icterícia - Doença endócrina - Doença hematológica - Doença neurológica - Doença músculo-esquelética / tecido conjuntivo Da anamnese há a realçar hábitos etílicos (0,75L de vinho tinto por dia) e tabágicos (1 maço por dia há 20 anos),
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EXAME FÍSICO Observação geral:
- Bom estado geral, com idade aparente em consonância com a idade real. Doente consciente, orientado no espaço e no tempo; colaborante, usando linguagem adequada e coerente. Apresenta boa memória, de fixação e evocação. O doente não adoptou uma posição preferencial durante o exame. Postura e marcha normais. Peso e altura: 69 Kg e 1,69 m IMC: (peso/altura2) = 24,1 (normal)
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EXAME FÍSICO Palpação Inspecção Tiróide Faringe Cavidade oral
Gânglios linfáticos Pele Fígado Sem alterações Sem adenomegalias Sem organomegalias Auscultação: sem alterações Exame neurológico: sem alterações
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DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Hipóteses de diagnóstico: 1. Carcinoma do esófago 2. Carcinoma gástrico (do cárdia, fundo, ou parte alta do corpo) 3. Refluxo gastro-esofágico complicado (estenose péptica) 4. Acalásia 5. Espasmo difuso do esófago 6. Leiomioma
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1. Carcinoma do esófago (médio ou inferior)
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS B. Discussão do diagnóstico diferencial 1. Carcinoma do esófago (médio ou inferior) Elementos contra Elementos a favor: disfagia não selectiva para sólidos (indiferente), que apenas progrediu durante o primeiro mês de evolução ausência de sinais gerais como astenia ou anorexia, não tendo havido perda ponderal ausência de halitose, sialorreia e regurgitações sem evidência de hemorragia digestiva ausência de sinais de doença avançada (adenopatias supraclaviculares, disfonia) doente do sexo masculino, na 5ª década de vida antecedentes tabágicos e etílicos disfagia como sintoma principal, com localização fixa retroesternal, carácter permanente, e progressiva (inicialmente) eructações odinofagia
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2. Carcinoma Gástrico (cárdia, fundo, ou parte alta
do corpo) indivíduo do sexo masculino, com 56 anos antecedentes tabágicos e etílicos disfagia com localização fixa e carácter permanente, progressiva (inicialmente) eructações ausência de sinais gerais (emagrecimento, astenia, anorexia) sem epigastralgias ausência de náuseas, vómitos, sialorreia sem melenas ou hemateses, ou anemia crónica secundária a perda oculta de sangue ausência de sinais de doença avançada (gânglio de Troisier, ascite, hepatomegália, nódulos metastáticos umbilicais)
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3. Refluxo gastro-esofágico complicado (estenose péptica)
- ausência de história de pirose, azia, ou epigastralgia pós-prandial - sem náuseas, vómitos, sialorreia ou regurgitação - sem tosse nocturna, ou sinais de afectação traqueo-pulmonar (refluxo nocturno de decúbito dorsal) - odinofagia associada a disfagia - evolução insiduosa (desde Outubro) - enfartamento pós-prandial - não houve perda de peso
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4. Acalásia - disfagia não selectiva, que apenas aumentou no 1º mês de evolução - sensação de paragem da deglutição, com localização retro-esternal inferior - disfagia permanente e fixa, que não necessita de manobras externas tendo em vista a passagem dos alimentos - mais comum entre anos - ausência de halitose ou regurgitação - ausência de dor retro-esternal nocturna
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5. Espasmo difuso do esófago
- dor irradiante para a região cervical, mandibular, e interescapular. - ausência de dor esofágica espontânea - idade superior a 50 anos - disfagia para sólidos e líquidos
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6. Leiomioma - hábitos etílicos e tabagicos - baixa incidência - sem pirose ou regurgitação - ausência de dispneia ou dor torácica (por compressão mediastínica) - sexo masculino - disfagia com localização fixa e carácter permanente, e progressivo (inicialmente) - ausência de sinais gerais (emagrecimento, astenia, anorexia) - ausência de adenopatias palpáveis
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DIAGNÓSTICO PROVISÓRIO
Tendo em conta a exposição até agora elaborada, o diagnóstico diferencial penderá para a possibilidade de patologia esofágica orgânica, de natureza benigna ou maligna. A idade e o sexo do doente, as características da disfagia (ainda assim algo atípica), e os hábitos tabágicos e etílicos, poderão sugerir malignidade. Acresce ainda a baixa proporção de benignidade (<5%), na patologia tumoral do esófago.
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Endoscopia digestiva alta
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO Normal Hemograma Endoscopia digestiva alta Esófago: prega espessada, de superfície irregular, a 35 cm dos dentes incisivos, com características suspeitas Estômago: normal Duodeno: normal * efectou-se biópsia Biópsia do terço distal do esófago. 8 retalhos, 7 em carcinoma epidermóide invasivo, constituído por maciços sólidos de células disqueratósticas, com pleomorfismo nuclear marcado e, ocasionalmente, pequenos globos córneos
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Eco-Endoscopia Digestiva Alta
Espessamento da parede esofágica em cerca de 30% da circunferência, e que em profundidade parece estar limitado às camadas superficiais (mucosa e submucosa), não se podendo garantir absolutamente o não atingimento da muscular. Não se observaram adenopatias. Se biópsia confirmar carácter neoplásico, deve tratar-se de lesão T1 N0. Raio X simples do tórax Sem alterações TAC torácica Trânsito esófago-gastro-duodenal
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CARCINOMA EPIDERMÓIDE INVASIVO DO
DIAGNÓSTICO CARCINOMA EPIDERMÓIDE INVASIVO DO 1/3 INFERIOR DO ESÓFAGO TERAPÊUTICA Esofagectomia (subtotal ou total), com linfadenectomia Esofagogastroplastia
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…… Seminário realizado por: Daniela Xará Joana Faria
Maria Alina Rosinha Maria Celeste Peixoto Turma 1
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