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PublicouFelipe Antunes Godoi Alterado mais de 8 anos atrás
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Religião, Modernidade e Desencantamento Prof. Júlio Paulo T. Zabatiero
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Tempo Pré-Moderno Densidade metafísica Controle teológico e político Tópico, cumprimento da vontade divina Subsume o secular ao sagrado Céus desafiam a terra
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Tempo Moderno Densidade histórico- ontológica Controlado, econômica e tecnologicamente Utópico, teleológico; Absorve o E(e)terno, laiciza o sagrado Domina o “homem”, que domina o espaço
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Espaço Pré-Moderno Local-Regional Baixa mobilidade Conflito entre Nobres e “Nações” Territorial: delimitado pela nobreza Campo predomina sobre a cidade Homogeneidade cultural-religiosa local
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Espaço Moderno Eurocêntrico Vencido pela mobilidade/velocidade Globalizador Territorial: delimitado cultural/economica- mente Cidade predomina sobre o campo Heterogeneidade
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Mundo Moderno Comercial Industrial Financeira Urbanização Nuclearização da família Individualização da pessoa Mercado onipresente... Mundo Pré-Moderno Agrícola Troca Rural Família extensa Comunidade acima da pessoa Nobreza e Deus onipresentes...
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No mundo pré-moderno o estado era pessoal e oni-abarcante; a lei era divino-natural – direito e moral unificados; Na Modernidade: O Estado se despersonaliza, burocratiza e regulamenta; separa-se da sociedade civil e vive em tensão com ela; O Direito é constitucional, a lei é positiva, implanta a vigilância na identidade das pessoas e desacopla o direito da moral; Como veremos em um próximo encontro, cria-se tensão com as normas religiosas e o lugar da religião na esfera pública é questionado e reduzido.
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Na Europa pré-moderna, a filosofia era uma “sub-divisão” da teologia – * a revelação determinava os limites da razão, * a teologia fornecia os critérios de verdade; e * impunha à racionalidade uma atmosfera teístico-transcendental derivada da ortodoxia “cristã”; * por outro lado, a ortodoxia se construiu predominante a partir da apropriação do pensamento de Aristóteles na magistral síntese ontoteológica de Tomás de Aquino;
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Na Europa moderna, a filosofia se desliga da teologia e a razão da revelação (um processo que se consuma no século XIX), embora tenham se desenvolvido correntes filosóficas que mantinham espaço para a fé religiosa e que reconheciam o substrato cristão de seus conteúdos principais; Em termos gerais, porém, o título de um dos livros de Kant fornece o tom do pensamento moderno em relação à fé – “a religião dentro dos limites da razão”;
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As principais características da cultura filosófica moderna podem ser assim descritas: (1) uma concepção mecanicista do universo (que substitui o Universo denso de conteúdo dos tempos pré-modernos), incluindo o planeta Terra e todos os seres nele viventes – mesmo o corpo humano passa a ser concebido como máquina – um organismo-máquina, por assim dizer, anômalo, pois busca e produz sentido;
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(1) Essa concepção mecanicista possibilita o surgimento e o desenvolvimento das ciências: * autônomas em relação à revelação e à filosofia, * o predomínio da metodologia empirista (ciências da natureza acima das ciências humanas), * a matematização e formalização do pensamento científico, * a mentalidade nomológica – o universo (e a vida humana) é “regido” por leis que a ciência deve construir e dominar, a fim de tornar a vida humana melhor, e, por fim, * o desenvolvimento da técnica (tecnologia), que passa a ser o modo predominante da relação humana com o mundo em sua totalidade;
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(2) Como conseqüência da concepção mecanicista, apoiada pelos movimentos de reforma teológica e institucional do cristianismo, promoveu-se o desencantamento do mundo (que estudaremos melhor no próximo encontro), e a virada antropocêntrica da cultura: * o ser humano não é mais poroso, submetido a forças espirituais incontroláveis, mas se torna impermeável, senhor e sujeito da vida e história, * desenvolveu-se uma ética centrada e fundada na liberdade humana, desvinculada do dever para com Deus, e * a noção de dignidade da pessoa, fazendo do indivíduo a base dos direitos e a fonte da legitimidade das leis;
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(3) Por fim, construiu-se o que se convencionou chamar de civilização, noção que fez dos tempos pré- modernos tempos de barbárie, tempos sub-humanos, sem as luzes da razão (daí a Idade Média ter sido chamada de a Idade das Trevas). A civilidade é: * desenvolvimento das boas-maneiras e da cortesia (comportamento da corte que se populariza e universaliza: não cuspir em público, não arrotar, não peidar, não comer em pratos comuns...), * desenvolvimento da privacidade e da intimidade, que fazem da família nuclear e sua casa o centro da vida emocional, * letramento e educação formal, disciplina pessoal, valorização da produtividade, senso de decoro, respeito às leis...
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Pré-Modernidade Teológica - Eternidade Racionalidade religiosa Confissão Individuação subsumida à família e comunidade Feudalizante (desigualdade humana legitimada) Absorção ao “urbi et orbi” – súdito de Deus e do Rei
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Modernidade Histórica – passado Racionalidade técnico- instrumental Disciplinarização Individuação e identificação Democratizante (desigualdade humana deslegitimada) Absorção do objeto – produto de consumo
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Sujeito Moderno Centrado Sujeito da História Conquistador Produtor Corpo e emoções racionalizados Vigilante e punitivo Individualista Autônomo (em relação a Deus, Estado...)
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Identidade Moderna Etnocêntrica e Nacionalista Ontológica Civilizatória Individualizada e individualizante Mecanicista Vigilante (espaço da Lei, da Moral e da religião)
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