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VINÍCIUS DE MORAES 1913 - 1980. SONETO DA SEPARAÇÃO De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma.

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1 VINÍCIUS DE MORAES 1913 - 1980

2 SONETO DA SEPARAÇÃO De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.

3 Nascido Marcus Vinitius Cruz e Mello Moraes, Vinicius muda de nome aos nove anos de idade. Na época, abandonou o Marcus, trocou a grafia em latim de Vinitius substituindo a letra "t" por um "c" e desistiu do Cruz e Mello. A mudança foi registrada em cartório na rua São José, no centro do Rio.

4 Foi diplomata, dramaturgo,jornalista, poeta e com- positor brasileiro. Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.

5 Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933. Três anos depois, obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos depois, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã". Tornou-se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos Bancários.

6 Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda. Atuou até o final de 1968 na carreira diplomática.

7 VINÍCIUS DE MORAES O CASAMENTO PERFEITO: DOIS GÊNIOS SE ENCONTRAM NA BOSSA Aos quarenta e cinco anos, em janeiro de 1958, Vinicius - o poeta, encontra a semente da Bossa Nova em "Chega de Saudade" - uma das faixas do LP "Canção do Amor Demais", gravado por Elizeth Cardoso. Seu parceiro - o maestro maior - foi Tom Jobim. A Bossa Nova nascia privilegiada. Três "monstros sagrados". Já podia-se ouvir a batida do violão de João Gilberto. De repente um diplomata foi promovido a guru de um movimento musical. E não parou mais de escrever maravilhas.

8 Antologia Poética Vinicius dispensa apresentação como compositor de canções, parceiro de Tom Jobim, Chico Buarque e tantos outros expoentes de música popular brasileira. O poeta Vinicius, porém, é bem menos conhecido, embora não seja obscuro.

9 Estilo do poeta Linguagem culta e coloquialismo Figuras recorrentes: anáfora, apóstrofe, comparação personificação, anadiplose, quiasmo, paralelismo, metáfora, paradoxo. Retomada de formas e temas clássicos. Neorromantismo Neossimbolismo Neomodernismo: adequação de aspéctos da poesia do séc. XIX ao séc. XX

10 Alguns de seus poemas cunharam expressões lapidares, que se entranharam na memória coletiva nacional, como “Porque hoje é sábado” ou “Que não seja imortal, posto que é chama, / mas que seja infinito enquanto dure”.

11 A poesia de Vinicius é um prodígio de misturas. Estilística e tematicamente, ele mistura tradições clássicas, românticas, parnasianas e simbolistas com certas propostas do modernismo. Seus poemas evocam aspectos do lirismo camoniano, fazem eco ao sentimentalismo romântico, ostentam o apuro técnico de um Bilac ou, ainda, recuperam atmosferas rarefeitas e místicas de um Cruz e Sousa.

12 Soneto de fidelidade De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure

13 “Com o ar de quem conversa ocasionalmente...Vinicius vai transformando tudo em estilo, um espaço poético vasto e arejado. E criando alguns dos poemas mais belos e necessários do nosso tempo", - disse Antonio Candido, o mais importante e respeitado estudioso de literatura do país.

14 Não se trata de ecletismo, mas de profunda assimilação da tradição lírica, para unificá-la numa poesia de forte personalidade autoral, que dialoga com a produção literária de seu próprio tempo.

15 Convém assinalar que a poesia de Vinicius surge no momento em que o modernismo, como movimento, dava sinais de esgotamento e algumas de suas propostas, como a valorização da oralidade coloquial e da temática prosaica, perdiam o efeito de surpresa e se estereotipavam da produção poética de diluidores sem muito talento artístico.

16 Por volta de 1930, poetas como Augusto Frederico Schmidt deslocam o eixo de interesse temático – das coisas simples do cotidiano para os temas universais –, assim como reagem contra linguagem modernista despojada, que é substituída por uma elocução poética solene.

17 A orientação mística e transcendental generaliza-se com a formação de uma verdadeira corrente poética, que alguns críticos chamaram de neossimbolismo e que conta com autores como Cecília Meireles e o próprio Vinicius da fase inicial. Porém, a trajetória deste poeta o afastaria dessa tendência.

18 Assim sendo, cumpre caracterizar tal trajetória, pois ela serviu de critério para composição da Antologia poética, como sugere o próprio Vinicius na “Advertência” que escreveu para uma reedição do livro (em 1967).

19 As produções poéticas de Vinicius são divididas em duas fases, intermediadas por uma transição.

20 1ª. FASE (1933 -1938) Poesia transcedental Misticismo cristão Busca do sublime Angústica: pureza / pecado; espiritualismo / sensualismo Estilização da linguagem bíblica: longos versos livres Neossimbolismo

21 Transição (1938 – 1943) Permanência da 1ª. Fase Busca de novos caminhos: experimentalismo

22 A segunda fase, circunscrita entre 1946 e 1959, mais próxima do modernismo, mostra- se interessada nas coisas prosaicas do cotidiano e ostenta uma orientação espiritual materialista.

23 2ª. Fase (1946 – 1959) Materialismo Poesia do cotidiano A modernidade da vida urbana Erotismo: o amor físico A natureza (associada à sexualidade) Temática social: a guerra, a bomba atômica, a miséria, a exploração.

24 A intertextualidade Metapoesia Humorismo Antilirismo Formas tradicionais (sonetos ) Verso livre.

25 No meio das duas fases, a fase de transição representada pelos poemas colhidos no livro Cinco elegias dão continuidade a experiências da primeira fase e antecipam aspectos desenvolvidos na segunda.

26 POEMA DOS OLHOS DA AMADA Ó minha amada Que olhos os teus São cais noturnos Cheios de adeus São docas mansas Trilhando luzes Que brilham longe Longe dos breus... Ó minha amada Que olhos os teus Quanto mistério Nos olhos teus Quantos saveiros Quantos navios Quantos naufrágios Nos olhos teus... Ó minha amada Que olhos os teus Se Deus houvera Fizera-os Deus Pois não os fizera Quem não soubera Que há muitas era Nos olhos teus. Ah, minha amada De olhos ateus Cria a esperança Nos olhos meus De verem um dia O olhar mendigo Da poesia Nos olhos teus.

27 O Mais-Que-Perfeito Ah, quem me dera Ir-me contigo agora A um horizonte firme, comum Embora amar-te Ah, quem me dera amar-te Sem mais ciúmes De alguém em algum lugar Que nem presumes Ah, quem me dera ver-te Sempre a meu lado Sem precisar dizer-te Jamais cuidado Ah, quem me dera ter-te Como um lugar Plantado num chão verde Para eu morar-te Ah, quem me dera ter-te Morar-te até morrer-te

28 Dialética É claro que a vida é boa E a alegria, a única indizível emoção É claro que te acho linda Em ti bendigo o amor das coisas simples É claro que te amo E tenho tudo para ser feliz Mas acontece que eu sou triste...

29 Rosa de Hiroxima Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada.

30 Três respostas em face de Deus (....) Sim, vós sois (eu deveria ajoelhar dizendo os vossos nomes!) E sem vós quem se mataria no presságio de alguma madrugada? À vossa mesa irei murchando para que o vosso vinho vá bebendo De minha poesia farei música para que não mais vos firam os seus acentos dolorosos Livres as mãos e serei Tântalo – mas o suplício da sede vós o vereis apenas nos meus olhos Que adormeceram nas visões das auroras geladas onde o sol de sangue não caminha… (...)

31 Escreveu para crianças A Arca de Noé O Pato Corujinha A Foca As Abelhas A Pulga Aula de Piano A Porta A Casa São Francisco O Gato O Relógio Menininha

32 FIM!!!


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