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«Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett

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Apresentação em tema: "«Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett"— Transcrição da apresentação:

1 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett

2 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
Emissor, destinatário e circunstâncias do discurso A «Memória ao Conservatório Real» foi lida por Almeida Garrett aos membros do Conservatório Real de Lisboa, a 6 de maio de 1843, antes da apresentação pública da peça. Almeida Garrett

3 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
Importância deste paratexto Trata-se de um texto de reflexão sobre a literatura, o teatro e a função do artista na sociedade, que contribui para entender melhor as circunstâncias que levaram o autor à produção de Frei Luís de Sousa, bem como os aspetos que conduzem a uma definição relativamente à classificação genológica da obra.

4 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
Tese defendida Almeida Garrett começa por referir que os factos históricos portugueses se caracterizam pela simplicidade. Camões, pela simplicidade com que abordou o episódio de Inês de Castro, surge como exemplo dessa característica dos lusitanos.

5 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
«É singular condição dos mais belos factos e dos mais belos caracteres que ornam os fastos portugueses serem tantos deles, quase todos eles, de uma extrema e estreme simplicidade. (…) Inês de Castro, por exemplo, com ser o mais belo, é também o mais simples assunto que ainda trataram poetas. E por isso todos ficaram atrás de Camões, porque todos, menos ele, o quiseram enfeitar, julgando dar-lhe mais interesse.»

6 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
Mitologia clássica vs. Cristianismo A história de Frei Luís de Sousa apresenta a simplicidade das fábulas trágicas antigas, seguindo a tradição de Eurípides, Ésquilo e Sófocles. Prometeu, Édipo e Jocasta servem, assim, de termo de comparação com algumas das personagens da obra do autor. Em Frei Luís de Sousa, no entanto, o desespero das personagens é suavizado pelo espírito do Cristianismo.

7 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
«Na história de Frei Luís de Sousa (…) há toda a simplicidade de uma fábula trágica antiga. Casta e severa como as de Ésquilo, apaixonada como as de Eurípides, enérgica e natural como as de Sófocles, tem, demais do que essoutras, aquela unção e delicada sensibilidade que o espírito do Cristianismo derrama por toda ela, molhando de lágrimas contritas o que seriam desesperadas ânsias num pagão, acendendo até nas últimas trevas da morte a vela da esperança que se não apaga com a vida.»

8 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
Classificação da obra Apesar de afirmar que Frei Luís de Sousa «é uma verdadeira tragédia», Garrett dá-lhe a designação de drama, uma vez que a não escreveu em verso (por considerar que este não é adequado a assuntos tão modernos) e porque não pretende ferir a suscetibilidade dos literatos mais tradicionais.

9 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
«Esta é uma verdadeira tragédia − se as pode haver, e como só imagino que as possa haver, sobre factos e pessoas comparativamente recentes. Não lhe dei, todavia, esse nome porque não quis romper de viseira com os estafermos respeitados dos séculos que, formados de peças que […] ainda têm, contudo, a nossa veneração, ainda nos inclinamos diante deles quando ali passamos por acaso.»

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Classificação da obra (continuação) Segundo o autor, Frei Luís de Sousa pertence, pela índole, ao género trágico, mas é um drama à maneira romântica, no que diz respeito à forma. Estamos, portanto, perante uma peça híbrida, isto é, uma obra que sintetiza aspetos dos dois géneros: tragédia clássica e drama romântico (atual classificação genológica da obra).

11 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
«Contento-me para a minha obra com o título modesto de drama; só peço que a não julguem pelas leis que regem, ou devem reger, essa composição de forma e índole nova; porque a minha, se na forma desmerece da categoria, pela índole há de ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico. (…)»

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Classificação da obra (continuação) Almeida Garrett manifesta a sua intenção de verificar se era possível despertar no público, através de uma história simples e sem recorrer a “ingredientes” macabros, os dois sentimentos únicos de uma tragédia: o terror e a piedade. Assim, ao contrário do que ocorre nas tragédias clássicas, a catástrofe não se verifica através de uma morte física violenta.

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«Nem amores, nem aventuras, nem paixões, nem carateres violentos de nenhum género. (…) [E]u quis ver se era possível excitar fortemente o terror e a piedade ao cadáver das nossas plateias, gastas e caquéticas pelo uso contínuo de estimulantes violentos, galvanizá-lo com só estes dois metais de lei.»

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Classificação da obra (continuação) O autor considera a história de Frei Luís de Sousa ideal para testar as suas teorias da relação entre literatura e sociedade. À semelhança do drama, também a sociedade se encontrava em construção.

15 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
«Nem pareça que estou dando grandes palavras a pequenas coisas: o drama é a expressão literária mais verdadeira do estado da sociedade; a sociedade de hoje ainda se não sabe o que é; o drama ainda se não sabe o que é; a literatura atual é a palavra, é o verbo, ainda balbuciante, de uma sociedade indefinida, e contudo já influi sobre ela; é, como disse, a sua expressão, mas reflete a modificar os pensamentos que a produziram.»

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Fontes inspiradoras Garrett aponta as fontes de que se serviu para escrever Frei Luís de Sousa: uma representação a que assistiu em Vila do Conde, levada a cabo por um grupo de teatro ambulante de atores castelhanos; a Memória do Sr. Bispo de Viseu; a narrativa de Frei António da Encarnação; o drama O cativo de Fez.

17 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
«Há muitos anos, (…) fui dar com um teatro ambulante de atores castelhanos fazendo suas récitas numa tenda de lona no areal da Póvoa de Varzim, além de Vila do Conde. (…) davam a comédia famosa não sei de quem, mas o assunto era este mesmo de Frei Luís de Sousa.»

18 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
«(…) poucos anos depois, lendo a célebre Memória do Sr. Bispo de Viseu, D. Francisco Alexandre Lobo, e relendo, por causa dela, a romanesca mas sincera narrativa do padre Frei António da Encarnação, pela primeira vez atentei no que era de dramático aquele assunto.»

19 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
«Não passou isto, porém, de um vago relancear do pensamento. Há dois anos, e aqui nesta sala, quando ouvi ler o curto mas bem sentido relatório da comissão que nos propôs admitir às provas públicas o drama, O cativo de Fez, é que eu senti como um raio de inspiração nas reflexões que ali se faziam sobre a comparação daquela fábula engenhosa e complicada com a história tão simples do nosso insigne escritor.»

20 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
Advertência do autor Apesar de respeitar os factos históricos, Garrett não se preocupou com a cronologia, nem rejeitou aquilo que a verdade histórica não permitiu apurar.

21 «Memória ao Conservatório Real», de Almeida Garrett
«Escuso dizer-vos, Senhores, que me não julguei obrigado a ser escravo da cronologia nem a rejeitar, por impróprio da cena, tudo quanto a severa crítica moderna indigitou como arriscado de se apurar para a história. Eu sacrifico às musas de Homero, não às de Heródoto: e quem sabe, por fim, em qual dos dois altares arde o fogo de melhor verdade! (…)»

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Hibridismo de género – drama ou tragédia? Ao longo do discurso, é notória a dificuldade que o próprio Almeida Garrett sente para classificar Frei Luís de Sousa. Contudo, o dramaturgo aponta algumas características que aproximam a obra da tragédia clássica e outras que a aproximam do teatro romântico, designadamente do drama.

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Frei Luís de Sousa – hibridismo de género Tragédia Drama romântico três atos; assunto de índole trágica; ação simples; número reduzido de personagens (três – principais; três secundárias); contenção de cenas; texto escrito em prosa; clima psicológico (conflitos interiores); morte como melhor solução para os conflitos; assunto de caráter nacional e histórico; individualismo; espírito cristão; caráter didático;


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