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Trabalho de análise do Conto 9º Ano Turma: A
A AIA Eça de Queirós Trabalho de análise do Conto 9º Ano Turma: A
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Acção Resumo da Acção Um rei jovem e valente partira a batalhar por terras distantes, deixando só e triste a rainha e um filho pequeno. Desafortunadamente o rei perdeu a vida numa das batalhas e foi chorado por sua esposa. Sendo herdeiro natural do trono, o bebé estava sujeito aos ataques de inimigos dos quais se destacava o seu tio, irmão bastardo do rei morto que vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes. O pequeno príncipe era amamentado por uma aia mãe de um bebé também pequeno. Alimentava os dois com igual carinho pois um era seu filho e outro viria a ser seu rei. A escrava mostrava uma lealdade sem limites.
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Ora, como se esperava, o bastardo desceu da serra com a sua horda e começou uma matança sem tréguas. A defesa estava fragilizada pois a rainha não sabia como fomentá-la, limitando-se a temer e a chorar a sua fraqueza de viúva sobre o berço de seu filho. Uma noite a aia pressentiu uma movimentação estranha verificando a presença de homens no palácio. Rapidamente se apercebeu do que iria passar-se e trocou, sem hesitar, as crianças dos respectivos berços. Nesse instante, um homem enorme entrou na câmara, arrebatou do berço de marfim o pequeno corpo que ali descansava e partiu furiosamente. A rainha, que entretanto invadira a câmara, parecia louca ao verificar as roupas desmanchadas e o berço vazio. A aia mostrou-lhe, então, o berço de verga e o jovem príncipe que ali dormia.
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cravou-o no seu coração, dizendo que agora que tinha salvo
Entretanto, o capitão dos guardas veio avisar que o bastardo havia sido vencido, mas infelizmente o corpo do príncipe tinha também perecido. A rainha mostrou, então, o bebé e, identificando a sua salvadora, abraçou-a e beijou-a, chamando-lhe irmã do seu coração. Todos a aclamaram, exigindo que fosse recompensada. A rainha levou-a ao tesouro real, para que pudesse escolher a jóia que mais lhe agradasse. A ama, olhando o céu, onde decerto estava o seu menino, pegou num punhal e cravou-o no seu coração, dizendo que agora que tinha salvo o seu príncipe tinha de ir dar de mamar ao seu filho.
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Estrutura da Acção Introdução (dois primeiros parágrafos)
Apresentação do rei e do seu reino. Partida do rei, deixando sozinhos a rainha, o filho e o reino.
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Desenvolvimento (de "A rainha chorou magnificamente o rei ..." até " Era um punhal de um velho rei (...) e que valia uma província.") Comportamento das personagens aquando da morte do rei: a aia troca as crianças quando pressente o ataque ao palácio pelo ambicioso tio e a sua horda; morte do tio e do escravo zinho; reacção das personagens à morte do suposto principezinho.
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Conclusão ( três últimos parágrafos) Por amor ao filho, a aia suicida-se. Da conclusão infere-se que se considerarmos a história da aia, estamos perante uma narrativa fechada, pois apresenta um desenlace irreversível. A articulação das sequências narrativas (momentos de avanço) faz-se por encadeamento. Os momentos de pausa abrem e fecham a narrativa e interrompem, por vezes, a narração com descrições (espaço, objectos, personagens).
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Símbolos Ao longo da acção há inúmeras referências ao ouro, material precioso e incorruptível, símbolo de perfeição. Para além do seu valor material, simboliza a salvação, a elevação de uma forma superior de vida, mais espiritual. O príncipe, frágil e inocente, tem cabelos louros e dormia no seu berço com o seu guizo de ouro fechado na mão. Na câmara dos tesouros todos os objectos cintilavam e até o céu se tingia de ouro. E era no céu, que se encontrava o escravo, salvo dos perigos e era junto dele que a aia desejou estar.
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Por outro lado, a presença da escuridão, da noite ao longo da acção, acentua o carácter trágico da mesma. Os cabelos negros do escravo, em contraste com os cabelos louros do príncipe são referências à morte do primeiro versus a salvação do segundo.
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Personagens Personagens Caracterização Física
* Neste texto, ressalta uma ambivalência de temor que envolve as personagens nobres, habitantes de um palácio. Personagens Caracterização Física Caracterização Psicológica Rei Moço, formoso Valente, alegre, rico, poderoso, sonhador, ambicioso Rainha Desventurosa, chorosa, solitária, triste, angustiada, grata surpreendida Tio Face escura, homem enorme Mau, terrível, cruel, ambicioso selvagem Aia Bela, robusta, olhos brilhantes Leal, nobre, venerável, sofredora, dedicada, terna, perspicaz, decidida, corajosa Príncipe Cabelo louro e fino Simples, seguro e livre Escravo Cabelo negro e crespo olhos reluzentes
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Caracterização Ao longo do texto está presente o processo de caracterização directa, visto que as informações são-nos dadas pelo narrador. No entanto, há também informações que são deduzidas a partir do comportamento das personagens (caracterização indirecta).
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* Deste quadro de personagens, destaca-se, obviamente, aquela que dá nome ao conto:
a Aia, personagem principal, tornando-se modelada, no fim do conto, porque adquire uma densidade psicológica significativa. Mulher de uma dedicação desmesurada ao filho, ao príncipe e aos reis prova, com o gesto da troca das crianças, uma grandeza de alma que não pode ser compreendida por nenhum humano e que, por consequência, não tem nenhuma recompensa ou pagamento material.
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A crença espiritual que alimenta o seu gesto demonstra uma linearidade e uma simplicidade de pensamento que coloca o dever acima de tudo: o dever de escrava e o dever de mãe. O desejo da aia de provar que a cobiça e a ambição podem estar arredadas de um coração leal, fez com que ela escolhesse um punhal para pôr termo à sua vida. Trata-se de um objecto pequeno certeiro que remete para o carácter decidido da personagem e que era o maior tesouro que aquela mulher ambicionava, pois, esse objecto lhe abriria caminho para o encontro com o seu filho, para cumprir o seu dever de mãe, dando-lhe de mamar.
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O rei, a rainha, o tio, o príncipe e o escravo são personagens secundárias e planas. Não são identificadas por um nome próprio uma vez que remetem para a intemporalidade da história.
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As crianças estão, no conto, marcadas pela sua posição social:
uma dorme em berço de ouro entre brocados a outra num berço pobre e de verga. À hora da morte é por essa marca que o inimigo vai identificar o futuro rei. O príncipe não intervém directamente na acção, mas é o centro das atenções de todas as personagens. A Personagem Escravo existe para salvar a vida do príncipe.
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Tempo Não há referências a datas ou locais que permitam localizar a acção no tempo. Há apenas algumas expressões referentes ao tempo: « lua cheia », «começava a minguar»,«noite de Verão», «noite de silêncio», «luz da madrugada». É à noite que acontecem os principais acontecimentos desta história – a morte do rei, o nascimento do príncipe e do escravo, o ataque ao palácio, a troca das crianças, as mortes do escravo, do tio e da sua horda. No entanto, a acção culmina com a morte da aia, de madrugada.
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O núcleo central da acção centra-se numa noite
O núcleo central da acção centra-se numa noite. A condensação de um tempo da história tão longo, numa narrativa curta (conto) implica a utilização sistemática de sumários ou resumos (processo pelo qual o tempo do discurso é menor do que o tempo da história). É possível também identificar no texto um outro processo de redução do tempo da história, que é a elipse (eliminação, do discurso de períodos mais ou menos longos da história). Na parte inicial da acção, «a lua cheia que o vira (o rei) marchar» começava a minguar, quando um dos seus cavaleiros aparece trazendo a notícia da sua morte. Quanto à ordenação dos acontecimentos, predomina o respeito pela sequência cronológica.
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Espaço 1. Especifica o espaço físico onde se desenrola a acção.
2. A sala do tesouro é objecto de uma breve descrição. Localiza-a na narrativa. 3. Nessa passagem descritiva pretende-se acentuar a sensação visual, sobretudo a notação de brilho. Confirma com elementos do texto. 4. Caracteriza o espaço social em que a acção se desenvolve.
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Narrador 1. Classifica o narrador quanto à sua presença.
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