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Estoicismo e epicurismo
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Estoicismo “Indiferença, renúncia e apatia estoica” A frase acima é de Sêneca, um dos grandes expoentes da escola filosófica do estoicismo.
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Estoicismo A escola estoica recebe esse nome do local onde foi fundada, a porta pintada ("Stoa Poikile"), em Atenas, por Zenão de Cício, por volta de 300 a.C
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Bem viver Entre os grandes estóicos de Roma encontram-se o escravo Epicteto ( d.C) e o imperador Marco Aurélio ( d.C.). Mas em que consiste a filosofia estoica e por que ela conseguiu vigorar durante tanto tempo?
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Bem viver Em primeiro lugar, por que o estoicismo considerava que a ética e as questões morais, ou seja "a arte de bem viver", eram mais importantes do que as questões teóricas. Nesse sentido, era uma filosofia prática.
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Bem viver Os textos dos autores estoicos se assemelham aos textos de autoajuda contemporâneos, na medida em que propunham maneiras de se atingir esse "bem viver".
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Tudo tem um motivo Para o estoico, enquanto o animal é guiado pelo instinto; o homem é guiado pela razão. O mundo que a razão apresenta ao homem é a Natureza e não existe nada superior a ela. Deus, portanto, não está fora da Natureza mas impregnado nela.
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Tudo tem um motivo Uma vez que a Natureza é governada pela razão divina, tudo tem um motivo para ser e nós não podemos mudar isso. Por conseguinte, nossa atitude diante das adversidades e da própria morte deve ser de serena resignação.
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Tudo tem um motivo Assim, o ideal do estoicismo é atingir a ataraxia ou apatia, ou seja, a indiferença em relação a todas as emoções, o que se alcança pela prática da virtude.
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Tudo tem um motivo Os estoicos suportavam as adversidades com calma e dignidade, mas também acreditavam que as circunstâncias da vida de um homem podia se degradar a tal ponto (seja devido a uma tragédia pessoal, à ruína e a subsequente miséria, seja devido a uma doença dolorosa e terminal), que um suicídio indolor se tornava a coisa mais racional a fazer.
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“Sêneca (c. 2 a.C.-65 d.C)” “Toda a vida é uma escravidão. É preciso, pois, acostumar-se à sua condição, queixando-se o menos possível e não deixando escapar nenhuma das vantagens que ela possa oferecer: nenhum destino é tão insuportável que uma alma razoável não encontre qualquer coisa para consolo.
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“Sêneca (c. 2 a.C.-65 d.C)” Vê-se frequentemente um terreno diminuto prestar-se, graças ao talento do arquiteto, às mais diversas e incríveis aplicações, e um arranjo hábil torna habitável o menor canto.
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“Sêneca (c. 2 a.C.-65 d.C)” Para vencer os obstáculos, apela à razão: verás abrandar-se o que resistia, alargar-se o que era apertado e os fardos tornarem-se mais leves sobre os ombros que saberão suportá-los.”
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Epicurismo No tempo áureo da Antiguidade Grega, três séculos antes de Cristo, o filósofo Epicuro introduziu, não tanto um princípio do prazer (há hoje uma certa confusão à volta da palavra "epicurismo"), mas mais um princípio de fuga da dor ou de procura da tranquilidade.
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Epicurismo Epicuro era, de certo modo, um físico-químico, tendo retomado as ideias atomistas do filósofo pré-socrático Para Demócrito e para Epicuro todo o mundo é composto por átomos. "Tudo é átomos e espaço vazio", disse Demócrito.
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Epicurismo "Tudo é átomos e espaço vazio", disse Demócrito. Epicuro foi atomista ao ponto de imaginar que também os deuses, que na altura estavam no Olimpo, eram feitos de átomos e espaço vazio.
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Epicurismo Mas os átomos dos deuses não se combinavam de nenhuma forma com os átomos dos homens.
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Epicurismo O filósofo recusou, portanto, a ideia de os deuses serem senhores das ações dos homens. Estes eram livres e não tinham que ter medo dos deuses, não tinham que sofrer a dor devida a eventual castigo dos deuses.
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Epicurismo O prazer, no sentido de ausência de dor, foi erguido como trave-mestra da sua filosofia: a procura dele era o impulso para uma vida que merecesse a pena ser vivida.
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Epicurismo Para Epicuro, havia dois tipos de prazer: passivo e ativo
Passivo: aquele prazer estável, que não depende de estímulo interno e externo, que só alcança pela tranquilidade do espírito e o conforto da vida saudável; Ativo: aquele tipo de prazer que depende de estímulos internos e externos. Ele está ligado às paixões e sentimentos, que geram alegria, gozo e tristeza.
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Epicurismo A ideia é tão simples e atrativa que não se estranha que os seus seguidores se tivessem multiplicado e chegado até aos nossos dias. Só se estranha é que não haja mais. Ao contrário, hoje prevalece o hedonismo, que não se confunde com o epicurismo. No hedonismo, cultiva-se o prazer pelo próprio prazer, que acaba também gerando dor e sofrimento.
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