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Linguagem em Processo.

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1 Linguagem em Processo

2 As linguagens classificam-se em:

3 1. analógicas –há relação entre o signo e o que ele representa
1. analógicas –há relação entre o signo e o que ele representa. São: fotos; pinturas realistas; desenhos; caricaturas; gráficos; mapas; hologramas etc.

4 2. digitais – seqüências lineares de sinais em que não há relação entre o signo e o que ele representa. São:línguas naturais (português inglês...); línguas artificiais (morse, trânsito ...); códigos de bandeiras, luzes etc.

5 3. analógicas percebidas como digitais – a analogia realiza-se aí com referência a padrões definidos pela cultura e que se repetem ou se transformam ao longo da experiência humana. O planejamento gráfico é um caso típico: tende, em regra, às proporções de média/extrema razão, ou àquelas dos vasos gregos.

6 Qualquer coisa com proporção menor do que 1/1,4 poderá ser assemelhada a um quadrado; qualquer proporção acima de 1/1,7 será provavelmente vista como fita ou tira. Proporções assim incomuns são consideradas improváveis e, portanto, contém taxa de informação elevada, o que as faz ser notadas.

7 FUNÇÕES DA LINGUAGEM (1960)
Roman Jakobson classifica as funções da linguagem (analógicas ou digitais) em:

8 FUNÇAO EMOTIVA É a função em que o emissor fala de si mesmo. O nome (emotiva) provém do fato de que a função é típica da lírica, uma das formas literárias clássicas. É a função dos discursos na primeira pessoa. das formas proposicionais (penso, acho, acredito, sei etc.); do pronome possessivo meu e do demonstrativo este.

9 Toda arte tem conteúdo emotivo, isto é, ainda que represente a realidade objetiva, sua forma de expressão revela um tanto de subjetividade.

10 2. FUNÇÃO CONATIVA É a função voltada para o receptor. É chamada por outro autor, Bühler, de apelativa. São discursos na segunda pessoa (em português, tu ou você), tipicamente no modo imperativo; do pronome possessivo teu (em português também seu) e do demonstrativo esse.

11 Toda publicidade tem conteúdo conativo, isto é, pretende uma resposta do receptor.

12 3. FUNÇÃO REFERENCIAL É a função que fala do contexto
3. FUNÇÃO REFERENCIAL É a função que fala do contexto. São discursos na terceira pessoa, tipicamente no modo indicativo; do pronome possessivo seu (dele) e do demonstrativo aquele.

13 O jornalismo e os discursos informativos ditos objetivos (por exemplo, da ciência) têm função referencial.

14 4. FUNÇÃO POÉTICA É a função que se refere à própria mensagem. O nome nada tem com o conceito moderno de poesia: refere-se ao sentido da palavra nas línguas européias antes do Século XVIII, ou ao sentido originário da palavra grega poiesis (ποιησιζ ), que significava criação, confecção, o ato de dar forma a qualquer mensagem.

15 O discurso crítico é poético, na medida em que situa a obra em um tempo-espaço cultural, ou se reporta à sua feitura. Não deve ser confundida com a função emotiva, que corresponde ao tanto de individualidade posto em uma mensagem, nem com a função metalingüística, que se refere ao código empregado.

16 5. FUNÇÃO METALINGÜÍSTICA – é a função que se reporta ao código empregado. Sua forma típica é a cópula (verbos ser/estar) e os aspectos imperfeitos (presente do indicativo, passado imperfeito). É a função típica do discurso didático: nela, um elemento do código (desconhecido) é sempre igualado ou assemelhado a outros elementos do código (conhecidos) que o definem.

17 6. FUNÇÃO FÁTICA – é a função que identifica o canal e constata seu funcionamento. Na fala corrente, corresponde a expressões sem sentido referencial, tais como “alô”, “como vai” ou “bom dia”. A diagramação dos jornais, logomarcas e símbolos cumprem função fática, ao permitir a identificação do canal para dado procedimento de comunicação.

18 Programação Mental + Estímulo Social = Língua Natural

19 A linguagem é, como o processamento das imagens captadas pelos olhos ou a caminhada ereta, algo para que o homem nasce particularmente adestrado. Isso significa não apenas que ele tem aparelho fonador apto a emitir sons plosivos, ou consoantes, e sonoros, ou vocálicos, bem como rosto e mãos expressivos.

20 Significa também, e principalmente, que é portador de herança genética que o habilita a representar, em cadeias sonoras ou por outros meios (a linguagem de gestos dos mudos, os códigos analógicos da arte), sensações, sentimentos, desejos e percepções da realidade exterior, desde que socialmente estimulado.

21 Essa herança genética – tal como acontece com o andar bípede – deve materializar-se em dada etapa da vida. A programação inata de aprendizado habilita o individuo não apenas a reproduzir cadeias de sons de línguas naturais a que é submetido; ele pode inferir, a partir de exemplares que lhe são propostos, regras combinatórias que lhe permitem gerar, a partir de número finito de símbolos e circunstâncias, uma infinidade de enunciados.

22 Assim, a criança, em pouco tempo e na época certa, expandirá seu vocabulário, formulará sentenças distintas daquelas que já ouviu e construirá discursos pertinentes a diferentes contextos; aprenderá ainda a perceber e avaliar intenções (afetivas, informativas, imperativas etc.) a partir da percepção de signos do ambiente: visuais (por exemplo, gestos), sonoros (por exemplo, entonações), expressão do olhar, movimentos das mãos etc.

23 A excessão é uma regra particular que prevalece

24 Passada a época ideal, na infância, a habilidade de incorporar e produzir padrões próprios de linguagem não se perde, mas se especializa, conforme a estimulação ambiente, no sentido de selecionar e tornar mas eficientes, adequados ou elegantes os enunciados; aguçar ou ampliar a percepção no sistema lingüístico originário.

25 O aprendizado de novas línguas – isto é, de novos códigos de signos arbitrários e regras combinatórias – oferecerá dificuldade maior.

26 A língua que se adquire tardiamente distingue-se, em regra, do idioma ou idiomas maternos. Pelo sotaque, por exemplo.

27 O inatismo pode implicar a existência de uma gramática universal (GU) que se possa, portanto, aplicar a todas as línguas e reproduzir como programação básica de um sistema eletrônico tradutor / produtor de mensagens em diferentes línguas naturais.

28 Por definição, essa gramática universal, que vem sendo investigada há décadas, deverá ser computável.

29 O que é, no entanto, regra lingüística
O que é, no entanto, regra lingüística? Existe, sem dúvida, ou os enunciados seriam incompreensíveis. No entanto, pode ser bastante elástica a ponto de permitir flutuações importantes (caso da concordância verbo-nominal) e bastante complexa para, em alguns casos, não se poder compreendê-la ou traduzi-la em proposições.

30 Acontece isso, por exemplo, em português, com os casos em que denominações geográficas (Paraná/ Pernambuco) podem ser ou não precedidas de artigo definido ou em que objetos inanimados se alojam nas categorias de gênero masculino e feminino.

31 A questão da incerteza, da flutuação e da variabilidade das regras conduz às peculiaridades do cérebro humano, quando comparado com os dispositivos de cálculo seqüencial de que dispomos, ou com os princípios da lógica clássica.

32 Até onde se pode imaginar, o processamento cerebral é, pelo menos em boa parte, analógico. Através da analogia, e não da indexação, operam sistemas de recuperação de dados na memória enciclopédica humana; é a analogia que pode explicar certas conotações dos signos.

33 Regras lingüísticas são padrões de procedimentos analógicos com abrangência limitada pelo escopo de outras regras prevalecentes; assim, verbos em –ar fazem o subjuntivo em -asse (cantar / cantasse), mas estar faz estivesse, como ter faz tivesse, por mais estranha ou imotivada que pareça a relação estabelecida neste segundo paradigma.

34 Da mesma forma, reverter é, em português, verbo depoente, isto é, com forma ativa indireta (+ para) e sentido passivo (o sujeito é paciente da ação de reverter).

35 Assim, “a renda reverterá para [beneficiário]. ”
Assim, “a renda reverterá para [beneficiário]...”. No momento em que prevalece a sintaxe inglesa junto aos segmentos cultos que legitimam o uso do verbo, típico do discurso técnico ou jurídico, aparece a variante “a renda será revertida para...[beneficiário]”, de “to be reverted”.

36 O mesmo poderia ocorrer com continuar (“to be continued” = será continuado), não fosse o verbo de uso coloquial, difundido em um público menos influenciado pela hegemonia cultural externa.

37 A formação de novas palavras

38 Itens léxicos – substantivos, adjetivos, verbos etc
Itens léxicos – substantivos, adjetivos, verbos etc. – sofrem processo de substituição e redefinição a partir do surgimento de novos objetos, novas categorias de objetos ou de teorias que definem de nova forma objetos e categorias já existentes.

39 A substituição foi calculada na grandeza de 20 por cento, tomando-se como referência o francês do Século XIX. Novos substantivos podem ser formados com base em radicais de línguas formadoras, como o latim ou o grego, ou de línguas vizinhas.

40 Esse critério foi o único aceito no meio erudito até recentemente.

41 A partir de certo momento, começou-se a utilizar outros radicais, tomados de nomes de inventores ou de regiões.

42 Finalmente, nas últimas décadas, tem-se generalizado a fórmula baseada em siglas (correspondendo a locuções extensas, de onde se extraíram nomes como laser, radar ou aids) e trocadilhos, como bit (= pedacinho, de binary digit).

43 Novos substantivos, tomados como nomes genéricos, dão origem a séries de adjetivos (como aidético), verbos (como computadorizar, que se distingue do anterior computar, de onde computador; informatizar, de informática, que vem de informar). novos nomes relacionados à operação designada pelos verbos (computação, diferente de cômputo; informatização, diferente de informação) e advérbios (em locuções ou pela sufixação por –mente).

44 Além de geradora de combinações sintáticas novas, a mente humana é capaz de derivar ou compor palavras novas e, na coexistência de duas formas, especializar uma delas, como em falador / falante, amador / amante, encanto / encantamento.

45 A característica básica das línguas humanas, herdada de um princípio que se observa no estudo da percepção dos animais, é provavelmente a consideração de aspectos do mundo não como eles se apresentam, como relações entre ou ações de seres, mas como seres em relação ou em ação: embora as situações “eu+comprando+automóvel”, “eu+dirigindo+automóvel” e “eu+lavando+automóvel” sejam percebidas em momentos diferentes e despertem emoções diferentes.

46 Podemos discernir a relativa persistência de “eu” e “automóvel”, em oposição à transitoriedade de comprar (particularmente, comprar automóvel), dirigir (particularmente, dirigir automóvel) e lavar (particularmente, lavar automóvel). Reconheço-me nas três relações e reconheço, também, nelas, o automóvel.

47 Cada item léxico (entidade; relação ou ação; e atributo) reporta-se a um conceito mental, necessariamente análogo à realidade (ou não a representaria).

48 Assim, tenho um modelo mental de automóvel, a que recorro quando penso em comprar, dirigir ou lavar algum e que especifico conforme o modelo que compro, o objetivo ou a maneira como dirijo e a lavação – diferente, por exemplo, se a faço por necessidade ou como exercício.

49 Não é o mesmo que afirmar que eu existo ou que o automóvel existe
Não é o mesmo que afirmar que eu existo ou que o automóvel existe. Poderíamos falar de unicórnios que espetam dragões, embora sabendo que não há unicórnios nem dragões.

50 Mesmo não havendo, a ação de espetar é cabível para um unicórnio, como a de queimar seria cabível para um dragão. A relação descrita na briga entre eles é consistente, isto é, não contraditória, para qualquer dragão e qualquer unicórnio tais como concebemos essas entidades.

51 Como algo se torna nomeável

52 Suponhamos que tenho algumas sacas de soja e vendo para um atacadista, que abre as sacas e derrama o conteúdo em um silo. Imaginemos que uma decisão judicial, movida por uma ONG ecológica, me obriga a desfazer o negócio.

53 Quero de volta a minha soja – não uma soja qualquer, mas aquela que produzi em minhas terras. Estaria pretendendo o impossível, porque os grãos da minha soja não se distinguem dos da soja de meus vizinhos ou de quaisquer outros.

54 O que tornaria minha soja notável e me permitira recuperá-la, ainda que com esforço, seria, por exemplo, um colorido ou uma consistência diferente, portanto uma relação de oposição notável.

55 Poderia chamar minha soja, então, de soja-rosa, ou soja-áspera; teria identidade, seria reconhecível e nomeável. Já no Gênesis, do Antigo Testamento, Deus separa as coisas (o céu da terra, a terra do mar etc.) para nomeá-las.

56 Mas não apenas o que contrasta é notável – há outra possibilidade.

57 Suponhamos que alguém transplantou, durante a noite, uma roseira para o meu jardim, onde já existiam várias outras roseiras.

58 O que faz aquela roseira notável é o fato de que surgiu de
um dia para o outro; ontem não estava lá. É uma nova roseira, plantada por alguém que não eu. É notável o que existe (isto é, se evidencia, se mostra) e não existia antes.

59 A oposição é entre uma realidade e a memória de outra realidade, ou entre a realidade A (sem roseira) e a realidade B (com a roseira).

60 Finalmente, há uma forma indireta de se tornar evidente e nomeável.

61 Suponhamos que estou olhando para a paisagem
Suponhamos que estou olhando para a paisagem. Em frente à minha casa há o mar, uma ilha preservada com sua mata original e, ao longe, a rota por onde passam navios cargueiros que vêm ou vão para os portos meridionais da América do Sul.

62 De repente, alguém me diz; “Está vendo aquele navio lá
De repente, alguém me diz; “Está vendo aquele navio lá? É o Canopus, que leva aquela carga de lixo nuclear que o jornal noticiou, com aqueles malucos fantasiados de caveiras tentando a abordagem no porto de Buenos Aires.”

63 As formas possíveis de tornar algo notável são, em última análise, três:
transformar (no caso, fazer surgir), deslocar (no caso, trazer de algum lugar para cá) enunciar (isto é, atribuir ação ou relação, seja esta espacial (em presença) ou de memória (semelhança / oposição, causa / conseqüência ou aparência / essência).

64 Isso nos permite concluir que o que torna algo notável é o que se atribui ou predica a esse algo. A notabilidade pressupõe uma proposição. E dar nomes já é predicar um atributo (o nome) a algo (a coisa). Do ponto de vista da filosofia da linguagem, só há duas unidades possíveis: o ente e a proposição que se formula sobre ele.

65 Proposições pressupõem sentenças.
Sentenças são formas possíveis de proposições. Por exemplo:

66 PROPOSIÇÃO SENTENÇAS Eles se amam 1. Eles se amam 2. Ele a ama e ela o ama 3. Entre eles há amor 4. Os dois se amam 5. ...

67 Predicação é o estabelecimento de relações entre objetos (de re) ou entre nomes ou enunciados (de dicto).

68 PROPOSIÇÃO E SENTENÇAS; DE RE E DE DICTO; FUNÇÕES

69 Relação entre objetos ocorre quando se diz que um está mais perto ou distante no mundo; que são diferentes, iguais ou parecidos em suas formas ou funções; que existem e em quais circunstâncias etc.

70 Relação entre nomes ocorre quando se diz que um está mais perto ou distante no enunciado (este/ aquele); que os nomes (não necessariamente os objetos) são diferentes, iguais ou parecidos; que os nomes se aplicam a tais objetos e em quais circunstâncias etc.

71 Consideremos o caso de cidades e populações
Consideremos o caso de cidades e populações. Ao relacionar, por hipótese,

72 CIDADE HABITANTES Massópolis Gentópolis Populópolis Pessoápolis

73 Estou estabelecendo a relação “tem x habitantes” de modo que a correspondência se faz com um número de habitantes para cada cidade ou um número para mais de uma cidade (Gentópolis e Pessoápolis têm a mesma população),

74 A um ou vários da série “cidades” corresponde um da série “habitantes”.

75 Se faço o mesmo com [país ou estado – capital] posso ter duas capitais com o mesmo nome ou dois países / estados com a mesma capital (seria possível ocorrer com Jerusalém, atualmente).

76 Não é possível, porém, haver duas capitais para o mesmo país, salvo se são capitais em sentido distinto (administrativa, histórica) ou o país vive em guerra civil (seriam, na verdade, dois países ainda que momentaneamente, já que o conceito, aí, é político).

77 Havendo relações, elas podem ser unilaterais, bilaterais, reflexivas, etc. Em todo caso, a relação de predicação é sempre um-um ou vários-um. Relações desse tipo são chamadas de função.

78 Toda proposição expressa uma função no sentido lógico-matemático do termo.

79 Se A é jornalista, jornalista é função de A; se B é bonita, ser bonita é função de B; se A ama B, amar é função de A em B ou amar B é função de A. Esse raciocínio permite, em tese, a formalização das línguas naturais, desde que considerada sua especificidade.

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