A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

Série “Impunidade – O Brasil vive o crime sem castigo”

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "Série “Impunidade – O Brasil vive o crime sem castigo”"— Transcrição da apresentação:

1 Série “Impunidade – O Brasil vive o crime sem castigo”
O Globo, de 16 de junho a 1 de julho de 2007 “Execração” Zuenir Ventura O Globo, 4 de julho de 2007

2 No momento em que O Globo faz o mais exaustivo e revelador esforço de cobertura dos escândalos e crimes sem punição na história de nossa imprensa, analisemos a reação dos leitores: numa tiragem média diária de 400 mil exemplares, responderam com sugestões apenas 1.500, cuja seleção apresentamos na seção “Memória da Impunidade” de nosso portal Há quem diga que são ainda poucos, há quem diga que são os melhores. Mas cabe sobretudo aos poucos que têm espaço na mídia estimular a sua multiplicação! 2

3 3

4 Como tem feito um dos maiores jornalistas brasileiros, nosso mestre Zuenir Ventura através de seus artigos que estão sempre a vigiar nossos políticos e defender a sociedade. Mas num trecho de seu recente artigo “Execração”, em que atribui ao presidente Lula e à ministra Dilma o poder de culpar ou inocentar o neo-oligarca Renan, até mesmo Mestre Zuenir deixa escapar o detalhe de que este poder não é do Executivo, nem uma verdadeira democracia poderia esperar que fosse. O poder de demover do Senado tão nefasta criatura é dos próprios senadores ou do Poder Judiciário provocado pelo Ministério Público. Sempre caímos na cilada da maioria de nossas elites acadêmicas, sociais e econômicas que pensam torto o cenário político nacional, como me referi aqui noutro dia mesmo, replicando os artigos do jornalista Nelito Fernandes e da psicanalista Junia de Vilhena sobre a diluição por toda a sociedade da culpa e da responsabilidade política pela escalada de violência social brasileira. 4

5 5

6 Pois para o entendimento de alguns poucos, mas que influenciam muitos uma vez que têm acesso aos poucos espaços da mídia para o debate público, os culpados sempre são todos nós, menos os verdadeiros culpados! Somos nós, toda a sociedade, as raízes de nossa cultura colonial e patriarcal, os pais que não sabem educar os filhos, a injustiça social, a distribuição de renda, as políticas afirmativas e nunca os verdadeiros culpados. Primeiro, os que praticam os delitos tais como tipificados no código penal. Segundo, as autoridades judiciárias, policiais e legislativas, que não aplicam o código penal sob a alegação cínica de obedecer a letra da lei do código de processo penal e toda a penca de privilégios e atenuantes apensadas ao mesmo, ao ponto de desfigurá-lo e torná-lo inócuo. 6

7 E o que o cidadão comum pode esperar desse imbróglio
E o que o cidadão comum pode esperar desse imbróglio? Que esta corja de bandidos travestidos de senadores, deputados, ministros e desembargadores vá mudar a legislação leniente sob a qual eles mesmos se protegem e permanecem imunes? Como tenho dito em nossas oficinas de cultura de cidadania, que é dedicada aos quadros gestores de empresas e entidades, temos de reler os clássicos da filosofia política, sobretudo aqueles que têm acesso à mídia e influenciam o debate público. 7

8 No século XVII, muito antes de Montesquieu, que sistematizou o princípio da independência e harmonia dos poderes da República, John Locke já concebia o Poder Executivo como subalterno ao império da lei, dando margem ao próprio Montesquieu a entendê-lo, inclusive, como executivo das sentenças dos tribunais, ou seja, do próprio Poder Judiciário, em caso de choque com a soberania do povo e de seus representantes legislativos. Mas como entender a independência entre os poderes se toda a cultura política de sub-cidadania brasileira sempre espera mais e mais poder do Executivo, despreza o Legislativo e nem se dá conta do Poder Judiciário? 8

9 Temos todos de apostar na mídia, o menos comprometido sistema de reprodução de valores do país, diante da inoperância da justiça e da deterioração ética do Legislativo, pois ela se tornou a última esperança e trincheira de luta da cidadania mais consciente, sobretudo com a decisão histórica do Globo de cobrir sistematicamente a sucessão de escândalos, sobretudo dos poderes Legislativo e Judiciário, para além do hipertrofiado Poder Executivo, como demonstra nesta série de reportagens sobre a impunidade. 9

10 Não cabe a Lula inocentar de antemão o neo-oligarca Renan
Não cabe a Lula inocentar de antemão o neo-oligarca Renan! Pois se o arqui-oligarca Severino foi enxotado da presidência da Câmara pelos seus próprios pares, a despeito da ação penal cabível, precisamos mobilizar muito mais a sociedade civil para conseguir quebrar o corporativismo do Senado. Através de poucas idéias muito claras, quais sejam a urgência das reformas dos sistemas político e judiciário. E neste caso, o serviço da mídia à cidadania é fundamental, não podendo se dar ao luxo de pensar torto para não retardar o processo como ainda fazem alguns intelectuais, jornalistas e líderes do empresariado. 10

11 Que os grandes jornalistas brasileiros, como mestre Zuenir, nos ajudem no esforço decisivo de começar a mudar nossa ancestral cultura de impunidade, demagogia e providencialismo religioso por uma cultura de plena cidadania! O espaço que a mídia nos dá é muito precioso para qualquer desvio de cultura política. As sugestões que os leitores do Globo estão dando para a transformação da cultura de impunidade em cultura de cidadania são todas relativas ao Legislativo e ao Judiciário e valem mais do que , que são omissos, céticos ou cínicos! 11

12 Pouco importa a equivocada presunção de inocência que Lula está a penhorar pro compadre Renan. A cultura de cidadania é essencialmente cultura política das elites sociais e econômicas. E como bem lembra mestre Zuenir, a presunção de inocência foi criada para defender os cidadãos da tirania dos governantes e não os maus governantes dos cidadãos. E se a justiça só se move pelo clamor público, a mídia é seu melhor motor. 12

13 Não podemos desperdiçar energia
Não podemos desperdiçar energia! Pois com tanto espaço dado ao Executivo, mais ele é tentado pela demagogia e menos espaço sobra para o que realmente interessa à cidadania, que é o debate público sobre a Justiça, os códigos de processo que sacramentam a impunidade e a usurpação do Legislativo pela delinqüência política. Senão, veja aqui mesmo na Voz do Cidadão a compilação que fizemos das sugestões dos próprios leitores. Pois, com o apoio da mídia, podemos, sim, mudar a cultura da impunidade! E para além da execração dos governantes, possamos passar à construção da cidadania! Jorge Maranhão 13


Carregar ppt "Série “Impunidade – O Brasil vive o crime sem castigo”"

Apresentações semelhantes


Anúncios Google