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Introdução Porque vamos à escola? Alguns diriam que Inicialmente vamos para aprender a ler, a escrever e a fazer contas, para depois estudamos história, física, matemática e diversas outras disciplinas que caem no vestibular, o que dá acesso à universidade e nos permite ter diplomas, os quais são necessário para conseguir um bom emprego. E quando não se pretende ir para a academia? E quando a escola não consegue dar conta sequer das suas três funções básicas: ensinar a ler, a escrever e a contar, especialmente à aqueles que não tiveram acesso a ela na idade própria ou pior, entraram e saíram dela várias vezes? Será que ela está realmente conseguindo oferecer um modelo de educação nos moldes que os jovens e adultos necessitam e esperam? Como explicar o analfabetismo ou analfabetismo funcional de pessoas que a frequentaram? Investigar essas questões pode nos ajudar a compreender melhor o porquê a escola tem falhando tanto com a população de EJA, além de conhecer o que esses homens e mulheres esperam dessa instituição, a mais legitimada socialmente como primeira agência de letramento. Referências Bibliográficas BORTONI-RICARDO, S. M. O professor pesquisador. São Paulo: Parábola, SOARES, Magda (2003). Letramento e escolarização. Em: RIBEIRO, Vera Masagão (org.). Letramento no Brasil, reflexões a partir do INAF. 2 ed. São Paulo: Global, 2004b. pp Objetivo O objetivo deste artigo é fazer uma reflexão sobre a importância e a necessidade da escola e do tipo de letramento que esta instituição oferece, através de relatos de adultos não alfabetizados ou analfabetos funcionais. Metodologia Pesquisa qualitativa de cunho etnográfico realizada entre os meses de outubro de 2009 e março de A construção das informações se baseou na história de vida de 2 colaboradores e 2 colaboradoras. O principal instrumento utilizado foi a entrevista gravada em áudio, a qual foi transcrita na íntegra para posterior análise. Os colaboradores e as colaboradoras são residentes do Plano Piloto e do Paranoá-DF. Uma das colaboradoras é dona de casa e a outra trabalha como empregada doméstica. Já os colaboradores, um deles é pequeno empresário do ramo de estofados e o outro é militar. Os parceiros de pesquisa têm entre 34 e 68 anos, oriundos dos estados da Bahia, de Minas Gerais, de Tocantis e de São Paulo, todos provenientes de comunidades rurais. Resultados Resultados A inutilidade da escola “ A escola só me ensinou a escrever mal, como escrevo até hoje. Depois é que eu fui aproveitando. Eu comecei a ler jornal, revista e fui tomando alguns conhecimentos da vida e fui em frente. Foi eu “ L., 68 anos, Militar da reserva. “ Trabalhar num trapalhou em nada nos estudo não, eu que não tinha mais vontade de estudar não. Falei pro meu pai mesmo que num queria mais estudar” M.R, 42 anos, Estofador. “Não entrava nada assim, sabe? Na minha cabeça, sabe? Ai, eu achava muito difici. E também não fazia muuito interesse pra mim aprendê. O português, né? Matemática eu já sabia” M., 37 anos, Empregada doméstica. O sistema da avaliação escolar como elemento de exclusão “ Eu tentei ainda fazer o que chamavam antigamente de admissão, não fui bem na admissão então parei de vez. Comecei a trabalhar mais ou menos com 12 anos de idade” L., 68 anos, Militar da reserva. “A professora passava lição e tal. A gente tinha que trazer decorada de casa, decorada... decorada... pra falar rapidão. Quem sabe a lição? Eu não sei professora e aí era pau, pau... pau... pau na mão” E., Dona de casa. A inutilidade do tipo de letramento oferecido pela escola e o papel das práticas sociais e das redes sociais como espaço de aprendizagem “Aonde eu fui eu me virei. Se eu viajar daqui pro Rio eu arranjo trabalho. Eu sou um profissional de alto gabarito na minha linha. Eu nunca necessitei de ficar dependendo de ir atrás de trabalho. Onde eu chego eu tenho emprego” M.R, 42 anos, Estofador. “A Vida foi me ensinando a ser inteligente e a aproveitar da cultura dos colegas, né? E fazer os meus.. porque eu não sabia “L., 68 anos, Militar da reserva. “ Aham, da sim. Tranquilo” M., 37 anos, Empregada doméstica. Ao ser perguntada se conseguia se virar bem mesmo sem saber ler e escrever. Conclusão Os resultados apontam que todos os entrevistados abandonaram a escola por não enxergarem nela algo que lhes fosse útil. Revelou ainda que a escola continua sendo um espaço de exclusão, especialmente pelo modelo de educação e avaliação que adota. Assim, como enfatiza os colaboradores, as práticas sociais letradas e orais e as redes sociais que constroem fora da escola, acabam por configurarem como substitutas do letramento alienante que a escola oferece. Uma educação atraente e eficiente deve proporcionar aos indivíduos condições de aprender novas tarefas e de se tornarem senhores de suas próprias vidas. Deve estar intrinsecamente ligada à realidade dos estudantes e não fechada em seu próprio universo. Escola para quê? Autora: Fernanda Fernandes Beirão Rodrigues de Oliveira Faculdade de Educação-UnB Projeto “A Brasília que não lê” Apoio: FAP-DF