HUMANISMO. Eras Literárias PORTUGAL Era Medieval Trovadorismo (séc. XII ao XIV) Humanismo (séc. XV e início do XVI) Era CLássica Classicismo (séc. XVI)

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HUMANISMO.
Transcrição da apresentação:

HUMANISMO

Eras Literárias PORTUGAL Era Medieval Trovadorismo (séc. XII ao XIV) Humanismo (séc. XV e início do XVI) Era CLássica Classicismo (séc. XVI) Barroco (séc. XVII) Neoclassicismo-Arcadismo (séc. XVIII) Era Moderna (Romântica) Romantismo (séc. XIX - 1ª metade) Realismo/Naturalismo/Parnasianismo/ Simbolismo (séc. XIX - 2ª metade) Modernismo (séc. XX) BRASIL Era Colonial (Clássica) Escritos de Formação* (séc. XVI) (Quinhentismo*) Escritos de Informação* (séc. XVI) Barroco (séc. XVII) Neoclassicismo-Arcadismo (séc. XVIII) Era Nacional (Romântica) Romantismo (séc. XIX - 1ª metade) Realismo/Naturalismo/Parnasianismo/ Simbolismo (séc. XIX - 2ª metade) Pré-Modernismo* (início do séc. XX) Modernismo (séc. XX) - 1ª Geração ( ) - 2ª Geração ( ) - 3ª Geração ( ?)

HUMANISMO Humanismo é o período intermediário entre o mundo medieval e o mundo clássico e inaugura um período que a história chamou de Renascimento. Neste período o homem passou a ser o centro dos pensamentos (antropocentrismo), em substituição ao teocentrismo. Surgimento da Burguesia, uma nova classe social voltada para o comércio e decadência do Feudalismo. Transição do Feudalismo para o Capitalismo. Outro fato que contribuiu para as mudanças ocorridas durante a transição do Trovadorismo para o Humanismo foi a generalização do uso do papel em toda a Europa o que favoreceu, juntamente com a imprensa, a difusão dos manuscritos. Isso tudo acabou por determinar a supremacia da escrita sobre a oralidade, que anteriormente fora muito difundida.

HUMANISMO Filosofia – o homem deve ligar-se exclusivamente àquilo que é de ordem humana. Salvação – força humana x Deus e fé Estrito ou histórico - Movimento intelectual; Esforço de realçar a dignidade do espírito humano para valorizá-lo; Substrato ideológico da Renascença.

HUMANISMO Revolução cultural – dois princípios -A volta às origens do cristianismo - revalorização do legado cultural da Antiguidade Clássica Autoritarismo e desvios da Igreja Difusão dos estudos clássicos Escolástica – filosofia católica que se dedicava à explicação e descrição da verdade revelada nos textos sagrados

HUMANISMO Liberdade intelectual abala teocentrismo Matéria deve ser desprezada O reino da matéria é a natureza Homem deve lutar contra naureza corpórea Humanistas adotam outra visão de mundo: -natureza como testemunho -razão, iniciativa, capacidade de ação sobre a natureza e a história, poder de construção de seu próprio destino.

PERÍODO HISTÓRICO Morte do rei D. Dinis (1325) Revolução de Avis (XIV) Conquista da costa ocidental da África, a passagem pelo Cabo das Tormentas, a chegada às Índias e o descobrimento do Brasil Início da expansão ultramarina

HUMANISMO Didaticamente, convencionou-se determinar como marco inicial do Humanismo a nomeação de Fernão Lopes como guarda-mor da Torre do Tombo, em 1418, pelo rei D. Duarte. Fernão Lopes foi o mais importante cronista (historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi o início da segunda Escola Literária de Portugal Seu término ocorre em 1527 quando Sá de Miranda retorna da Itália e começa a introduzir em Portugal a nova estética Clássica

FERNÃO LOPES Foi o primeiro grande prosador Após 16 anos (1434) – cronista-mor - língua portuguesa -deu grande atenção ao povo -Baseou-se em documentos, não em imposições eclesiásticas GARCIA RESENDE - Retorno da poesia após Revolução de Avis Poesia palaciana 1516 Cancioneiro Geral

GIL VICENTE ( ) Teatrólogo da corte de D. Manuel e D. João III Gênero dramático – discurso direto, rubrica (movimentação, ações e sentimentos) 1502 – O auto da visitação ou Monólogo do vaqueiro Características comuns das peça: Versos Discurso religioso, moral e conservador

Auto da barca do Inferno ESTRUTURA DA O BRA: VERSOS REDONDILHOS MAIORES À / bar / ca, à / bar / ca, / hou / ­lá! / ESTROFES: normalmente, compostas por OITO versos em que predomina o esquema (abbaacca): Ao inferno todaviaA Inferno há aí para mi?!B Ó triste! Enquanto viviB Nunca cri que o aí havia.A Tive que era fantasia; A Folgava ser adorado; C Confiei em meu estado C E não vi que me perdia.A

Auto da barca do Inferno Roteiro de leitura: preparativos Anjo e demônio – contraditórios 1.Diabo 2.Fidalgo (D. Anrique) e Anjo 3.Onzeneiro 4.Bobo 5.Sapateiro - Joanantão 6.Frade Babriel 7.Brísida Vaz 8.Judeu 9.Corregedor, Procurador e Enforcado 10.Cavaleiros

Auto da barca do Inferno Personagens tipo: São aquelas que agem e falam, não como seres individualizados, mas como generalizações, esteriótipos, que representam uma classe social ou uma categoria profissional (tipo social );ou, ainda, um conjunto de pessoas identificadas por um traço psíquico comum (tipo psicológico) tipo social – fidalgo, frade, juiz, sapateiro etc.; tipo psicológico – o velho apaixonado, a mulher malcasada, a“moiçola casadoira”.

Auto da barca do Inferno Alegoria – metáfora alongada; falar a para dizer b, ou seja, afirma uma coisa nas palavras e sugere outra no significado. Personagens alegóricas: são personificações de ideias ou instituições, ou seja, de coisas abstratas. Por meio delas, o dramaturgo/poeta/autor reveste de corpo e alma deuses, anjos, diabos, virtudes, a Igreja, um país, as estações do ano etc.

Auto da barca do Inferno Arte gótica – falta-lhe unidade de ação (clímax) = falta de perspectiva na pintura Não segue a Lei das Três Unidades do teatro clássico (ação, tempo e lugar), preconizada por Aristóteles. Enfatiza o tema da morte – revela a influência das famosas Danças Macabras (Literatura da Idade Média) Peça de ação fragmentária – não havia enredo, quadros mais ou menos independentes, ordem aleatória.

GIL VICENTE - OBRAS Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação (1502) Auto Pastoril Castelhano (1502) Auto dos Reis Magos (1503) Auto de São Martinho (1504) Quem Tem Farelos? (1505) Auto da Alma (1508) Auto da Índia (1509) Auto da Fé (1510) O Velho da Horta (1512) Exortação da Guerra (1513) Comédia do Viúvo (1514) Auto da Fama (1516) Auto da Barca do Inferno (1517) Auto da Barca do Purgatório(1518) Auto da Barca da Glória (1519) Cortes de Júpiter (1521) Comédia de Rubena (1521) Pranto de Maria Parda Farsa de Inês Pereira (1523) Auto Pastoril Português (1523) Frágua de Amor (1524) Farsa do Juiz da Beira (1525) Farsa do Templo de Apolo (1526) Auto da Nau de Amores (1527) Auto da História de Deus (1527) Tragicomédia Pastoril da Serra da Estrela (1527) Farsa dos Almocreves (1527) Auto da Feira (1528) Farsa do Clérigo da Beira (1529) Auto do Triunfo do Inverno (1529) Auto da Lusitânia, intercalado com o entremez Todo-o-Mundo e Ninguém (1532) Auto de Amadis de Gaula (1533) Romagem dos Agravados (1533) Auto da Cananea (1534) Auto de Mofina Mendes (1534) Floresta de Enganos (1536)

HUMANISMO GIL VICENTE O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais desta cena. Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância, vaidade, petulância, como se ele representasse a maioria das pessoas na terra (todo o mundo). E atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente ninguém é assim no mundo. Ninguém: Que andas tu aí buscando? Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar:elas não posso achar, porém ando porfiando (teimando )por quão bom é porfiar. Ninguém: Como hás nome, Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo e meu tempo todo inteiro sempre é buscar dinheiro e sempre nisto me fundo (baseio). Ninguém: Eu hei nome Ninguém, e busco a consciência. Belzebu: Esta é boa experiência: Dinato, escreve isto bem. Dinato: Que escreverei, companheiro? Belzebu: Que ninguém busca consciência e todo o mundo dinheiro. Ninguém: E agora que buscas lá? Todo o Mundo: Busco honra muito grande. Ninguém: E eu virtude, que Deus mande que tope com ela já. Belzebu: Outra adição nos acude (ocorre. ):escreve logo aí, a fundo, que busca honra todo o mundo e ninguém busca virtude.

HUMANISMO GIL VICENTE Ninguém: Buscas outro mor (maior) bem... Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse tudo quanto eu fizesse. Ninguém: E eu quem me repreendesse em cada cousa que errasse. Belzebu: Escreve mais. Dinato: Que tens sabido? Belzebu: Que quer em extremo grado todo o mundo ser louvado, e ninguém ser repreendido. Ninguém: Buscas mais, amigo meu? Todo o Mundo: Busco a vida a quem ma dê. Ninguém: A vida não sei que é, a morte conheço eu. Belzebu: Escreve lá outra sorte. Dinato: Que sorte? Belzebu: Muito garrida (engraçada ):Todo o mundo busca a vida e ninguém conhece a morte. Todo o Mundo: E mais... queria o paraíso, sem mo ninguém estorvar. Ninguém: E eu ponho-me (proponho) a pagar quanto devo para isso. Belzebu: Escreve com muito aviso. Dinato: Que escreverei? Belzebu: Escreve que todo o mundo quer paraíso e ninguém paga o que deve.

HUMANISMO GIL VICENTE Todo o Mundo: Folgo (gosto) muito d'enganar, e mentir nasceu comigo. Ninguém: Eu sempre verdade digo sem nunca me desviar. Belzebu: Ora escreve lá, compadre, não sejas tu preguiçoso. Dinato: Quê? Belzebu: Que todo o mundo é mentiroso, E ninguém diz a verdade. Ninguém: Que mais buscas? Todo o Mundo: Lisonjear.(elogiar). Ninguém: Eu sou todo desengano. Belzebu: Escreve, ande lá, mano. Dinato: Que me mandas assentar? Belzebu: Põe aí mui declarado, não te fique no tinteiro:Todo o mundo é lisonjeiro, e ninguém desenganado.