Revolução Mexicana

Antecedentes mexicanos: Das lutas pela independência à construção do Estado Nacional mexicano (1821-1910) Vicerreinado de Nova Espanha = colônia espanhola mais rica do continente americano responsável por cerca de 75% do valor total da arrecadação de impostos na América Espanhola Século XIX = início das lutas pela independência. Movimentos populares liderados por padres pobres: Hidalgo e Morelos. Os movimentos, ocorridos entre 1808-1810, reivindicavam terras para os camponeses e abolição da escravidão. Ideal de liberdade dos movimentos camponeses liderados pelos padres contrastava com a liberdade pretendida pela elite criolla. Os padres foram presos e executados. Em 1821 o Plano de Iguala representou os ideais da elite criolla e declarou a independência mexicana. O novo país teria o catolicismo como religião oficial e um Estado monárquico. Primeiro Império Mexicano (1821-1823)= Augustín de Itúbide como imperador do México. Conflitos entre o imperador e o congresso provocaram sua deposição pelos militares liderados pelo general Antonio de Santa Anna. Proclamação da República no país. México Republicano. Lutas entre Liberais e Conservadores para o governo do país. Condições econômicas= Exploração das minas estava com a produção desorganizada. Agricultura estacionária, concentração fundiária nas mãos da elite criolla. Precariedade nas comunicações, péssimo estado de conservação das estradas. Problemas separatistas na região de Yucatán. Imperador Itúbide

Guerra contra os E.U.A (1845-1848) = O processo expansionista ianque pelo oeste provocou atritos com os mexicanos, detentores de extensos territórios na região. A guerra marcou a derrota mexicana e a perda do 1/3 do seu território para os E.U.A (Texas, Califórnia, Nova México, Arizona e Nevada) A derrota frente aos E.U.A provocou o enfraquecimento e queda do governo de Santa Anna (apoiado pelos conservadores). Igreja Católica mexicana= Extremamente poderosa e influente no país. Era detentora de numerosos prédios urbanos e terras no campo. A deposição de Santa Anna proporcionou a ascensão dos liberais ao poder em 1855. Benito Juarez tornou-se presidente da República mexicana. Leis liberais que afetaram as relações com a Igreja Católica como a Lei Juarez (1855) abolindo os tribunais militares e eclesiásticos. Constituição de 1857= Estabelecia a divisão do Estado em 3 poderes, uma República Federativa e limites à influência da Igreja Católica. Benito Juarez presidente mexicano Mapa do México antes de 1848

Imperador Maximiliano de Habsburgo Reação dos conservadores frente à Constituição Liberal de 1857. A resposta de Benito Juarez foi a promulgação das Leis da Reforma em 1858. LEIS DA REFORMA= Determinavam a separação Estado e Igreja , liberdade de culto, abolição dos dízimos e ensino leigo. Tais leis provocaram o acirramento das lutas entre liberais e conservadores, ocasionando uma guerra civil no país: A Guerra da Reforma (1858-1861) Ao longo da guerra a postura liberal perante à Igreja foi radicalizada: Em 1859 foram nacionalizados os bens eclesiásticos e as ordens religiosas na país foram proibidas. Conservadores apelaram para a intervenção estrangeira no México, declarando que o governo liberal pretendia dar um calote na dívida externa do país Tropas francesas enviadas ao México pelo imperador Napoleão III impuseram um novo governo imperial no país, liderado pelo austríaco Maximiliano de Habsburgo. Segundo Império Mexicano (1864-1867) = mantido com o apoio dos conservadores e de tropas francesas. Lutas contra os liberais, atritos entre o imperador Maximiliano e os conservadores e a retirada de tropas francesas do México provocaram a deposição e execução do último imperador mexicano. Retorno dos liberais ao poder. Problemas econômicos, políticos e sociais continuaram no país até que em 1876 ocorreu um golpe militar que marcou a História da nação mexicana. Imperador Maximiliano de Habsburgo Execução de Maximiliano em 1867

Governo de Porfírio Díaz (1876-1911) Conhecido como “Porfiriato” Governo ditatorial que procurou desenvolver o país. Abertura ao capital estrangeiro, construção de ferrovias, portos e indústrias. Díaz cercou seu governo de intelectuais interessados no progresso técnico do México. Ocorreu um intenso desenvolvimento econômico e estabilidade política, entretanto as eleições eram fraudulentas, a oposição perseguida e a imprensa censurada. Os frutos sociais do “Porfiriato”foram o aumento da concentração fundiária nas mãos dos mais ricos e maiores privações à população pobre do país. Aumento da desigualdade social. Leis dos Baldios (1893) = Os possuidores de terras no México necessitavam de comprovar sua posse através de documentos legais, como muitas comunidades indígenas não dispunham de tais documentos , suas terras foram vendidas a indivíduos que pudessem comprá-las. No início do século XX ocorriam manifestações na sociedade mexicana clamando por mudanças democráticas a política do país. Em 1908 Porfírio Díaz concedeu uma entrevista a um jornalista estadunidense anunciando que finalmente o México estava pronto para eleger livremente seus governantes. Um liberal e rico fazendeiro chamado Francisco Ignácio Madero interessou-se pela sucessão presidencial, publicando um livro: “A Sucessão presidencial em 1910” . Defendendo eleições livres, democracia e a saída de Porfírio Díaz da presidência mexicana. Durante as eleições contra Porfírio Díaz, Madero foi preso por ordens do ditador. Porfírio Díaz foi reeleito presidente do México. Madero foge da prisão e faz um manifesto à nação convocando para a luta armada contra o “Porfiriato”. O Plano de San Luís Potosí foi respondido por camponeses pobres liderados por Emiliano Zapata e Pancho Villa. Porfírio Díaz Francisco Madero

Importância da Revolução Mexicana Processo revolucionário marcou o México entre 1910 até as primeiras décadas de 1920. A questão da terra ocupou um papel central no desenrolar da Revolução. Começou como um movimento visando reformas políticas para combater a ditadura de Porfírio Díaz. Estabelecer no México em governo democrático. Conseguiu o apoio de líderes camponeses interessados em reformas sociais amplas como a reforma agrária. A Revolução Mexicana foi a primeira grande revolução social do século XX. Teve importantes repercussões principalmente na América Latina. Ainda hoje o processo revolucionário é lembrado por historiadores e pela população em geral (como por exemplo canções populares exaltando as ações de Emiliano Zapata). Talvez a Revolução Mexicana constitua, hoje em dia, o maior ponto da História do México. Sua lembrança faz parte da identidade nacional mexicana. O movimento iniciado por Francisco Madero derrubou a ditadura de Porfírio Díaz em 1911.

Presidência de Huerta (1913-1914) Início do movimento armado contra Porfírio Díaz em novembro de 1910. Apoio de camponeses na luta armada culminaram com a renúncia do presidente Díaz em 1911. Ascensão de Francisco Ignácio Madero como residente mexicano (1911-1913). Madero pretendia realizar uma reforma política no país, respeitando a constituição e as garantias democráticas. Os líderes camponeses como Emiliano Zapata pressionavam o governo para conseguir a reforma agrária no país. Questão social foi um tema central da Revolução. Zapata rompe com Madero e declara o famoso Plano de Ayala. Pelo plano foi defendido a reforma agrária imediata no país, confisco de 1/3 das terras dos grandes proprietários , criação de bancos de créditos para os camponeses e confisco de bens de todos os indivíduos que se opusessem à reforma pretendida por Zapata. Presidente Madero não conseguiu conciliar as pressões para a realização da reforma agrária com os interesses dos grandes latifúndios e empresas estrangeiras. Em 1913 sofreu um golpe de Estado encabeçado por Victoriano Huerta com o apoio dos E.U.A Presidência de Huerta (1913-1914) O governo de Victoriano passou a ter forte oposição do governador de Cohauilla Venustiano Carranza que passou a liderar a frente anti-Huertista ao lado de Emiliano Zapata e Pancho Villa. Seu governo deixou de ter o apoio dos E.U.A por incentivar a entrada de capitais ingleses no país objetivando diminuir a influência ianque no México. Victoriano Huerta Venustiano Carranza

Principais líderes camponeses Emiliano Zapata (1879-1919) Nasceu em Morelos filho de camponeses Liderou tropas de camponeses armados no sul do país no chamado Ejército Libertador del Sur . Era conhecido como o “Caudilho do sul” Em 1914, junto com Pancho Villa, entrou com seus exércitos na Cidade do México após a deposição de Huerta Considerado o maior líder do processo Revolucionário mexicano. Foi assassinado em uma emboscada em 1919. Pancho Villa (1878-1923) José Doroteo Arango Nasceu em Durango, filhos de camponeses Comandou os exércitos do norte do México Foi assassinado em uma emboscada em 1923

Cenas da Revolução Mexicana

Presidente Lázaro Cárdenas Após a renúncia e fuga de Victoriano Huerta, as tropas de Emiliano Zapata e Pancho Villa entraram na cidade do México em 1914. Zapata assumiu o controle do Estado de Morelos onde colocou em prática a reforma agrária defendida. Venustiano Carranza assumiu a presidência do país entre 1915 e 1920. Durante seu governo foi aprovada a Constituição de 1917 (considerada um retrocesso ao processo revolucionário) determinava: separação Estado e Igreja, propriedade privada reconhecida, direto à greve, jornada de trabalho de 8 horas diárias e os Ejidos ( terras onde a comunidade indígena tinha posse coletiva) voltaram a existir, porém sob o controle do Estado. Pela Constituição de 1917 muitos dos interesses das elites mexicanas foram preservados em detrimento das aspirações camponesas por reforma agrária. O início da década de 1920 as lutas sociais no México diminuíram, líderes como Zapata e Pancho Villa foram assassinados em emboscadas Durante o Governo de Álvaro Obregón (1920-1924) os sindicatos foram organizados e ganharam força e as escolas leigas espalharam-se pelo México. Em 1929 foi criado o poderoso Partido Revolucionário Nacional (PRN) , atualmente conhecido como Partido Revolucionário Institucional (PRI), tal partido foi organizado visando oferecer aos veteranos da Revolução Mexicana um lugar no poder político do pais e evitar maiores conflitos militares. O PRN manteve sua hegemonia no México entre 1929-2000. A reforma agrária pretendida por Emiliano Zapata foi colocada, parcialmente, em prática durante o governo populista de Lázaro Cárdenas (1934-1940). Distribuiu milhões de hectares de terras aos camponeses, foi fundado o Banco de Crédito Nacional para conceder créditos aos camponeses , Cárdenas também adotou uma política nacionalista com a criação da PEMEX em 1938, estabelecia o monopólio estatal sobre a exploração do petróleo. Tais medidas não fizeram de Cárdenas um revolucionário, pois atrelaram o movimento popular ao Estado contribuindo para sua neutralização política. Presidente Álvaro Obregón Presidente Lázaro Cárdenas