FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL, TAXA DE CÂMBIO, ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
POLÍTICAS: MONETÁRIA, FISCAL,CAMBIAL E DE RENDAS
Advertisements

SCN 01. (AFRF, 2003) Considere as seguintes informações para uma economia hipotética aberta e COM governo, em unidades monetárias: exportações de bens.
MEIOS DE PAGAMENTO.
- O Setor Externo Fundamentos do Comércio Internacional
POLÍTICA CAMBIAL.
BALANÇO DE PAGAMENTOS.
CAP. 10 ECONOMIA INTERNACIONAL
EVOLUÇÃO DA ECONOMIA INTERNACIONAL
MACROECONOMIA INTRODUÇÃO.
Mercado Cambial Prof.Vivian Ester de Souza Nascimento
Índice 1. Comercio internacional 1.1 Definição 1.2 Breve introdução
Balanço de Pagamentos 1- Transações correntes
Introdução Comércio exterior Economia internacional Conceitos básicos
Aula 20 Fluxos de renda e tendência ao desequilíbrio
Fundamentos de Economia
Fundamentos de Economia
GF 115: Economia do Desenvolvimento Prof
ESTRUTURAS DE MERCADO Partimos da premissa de que o mercado, sem interferências, encontra o ponto de equilíbrio entre oferta e demanda. A premissa adotada.
Taxa de Câmbio e Balanço de Pagamento
Balanço de Pagamentos Prof. Ricardo Rabelo
POLÍTICAS EXTERNAS POLÍTICA CAMBIAL: depende do tipo de regime de câmbio adotado: taxas fixas de câmbio ou taxas flexíveis. POLÍTICA COMERCIAL: alterações.
MERCADO DE CÂMBIO (Taxa de Câmbio)
Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos
Questão Cambial Prof. Paulo Adani
A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR
Economia Internacional Exercícios - IS-LM-BP
“ A BALANÇA COMERCIAL SOBRE O REGIME DE CÂMBIO FLUTUANTE” Barros & Giambiagi. Brasil globalizado: o Brasil em um mundo surpreendente. Ed. Campus, 2008.
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Aula de Economia Política
ADM. Mercado Exterior Balanço de Pagamentos
Inflação e Índice de Preços
Fundamentos de Economia
Mercado cambial Uma importante diferença do comércio internacional em relação ao nacional, é que este último é realizado com uma mesma moeda nacional,
POLÍTICA CAMBIAL.
Contabilidade Nacional
Organismos Financeiros Internacionais
Economia Brasileira1 Política Econômica Externa e Industrialização:
O Setor Externo da Economia
CRISE INTERNACIONAL NOS ANOS 1970
A Contabilidade do Balanço de Pagamentos
Macroeconomia ..
CONTAS EXTERNAS GRUPO: Charlot Clarissa Flávio Henrique Polianne.
BALANÇO DE PAGAMENTOS A medida que o Comércio Internacional começou a crescer, os países começaram a sentir a necessidade de medi-lo, para avaliar a importância.
O Setor Externo O mundo apresenta-se crescentemente interligado, seja por fluxos comerciais ou financeiros. A constatação da importância do setor externo.
Introdução à Macroeconomia
A MACRO E MICRO ECONOMIA
ECONOMIA ABERTA As transações internacionais permitem uma série de ganhos de eficiência, como: Especialização na produção/ vantagens comparativas Diversificação.
ÍNDICES DE PREÇOS OS DIVERSOS ÍNDICES DE PREÇO NO
BALANÇO DE PAGAMENTOS.
ECONOMIA E FINANÇAS Quinta Aula Professor Dr. Jamir Mendes Monteiro.
POLÍTICA CAMBIAL.
SETOR EXTERNO
Harcourt, Inc. items and derived items copyright © 2001 by Harcourt, Inc. Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos Capítulo 31.
POLÍTICA MONETÁRIA Moeda e Crédito.
MOEDA E CÂMBIO. Cambiar é trocar por definição. O mercado utiliza este conceito agregado ao de moeda (como meio de troca). O câmbio é expresso em unidades.
MOEDA E CÂMBIO. Cambiar é trocar por definição. O mercado utiliza este conceito agregado ao de moeda (como meio de troca). O câmbio é expresso em unidades.
Manual de Economia e Negócios Internacionais
TAXA DE CÂMBIO Profª Salete P. Borilli.
Economia Unip Universidade Paulista Economia Unip Universidade Paulista Aula 07 Fundamentos do Comércio Internacional, Taxa de Câmbio e Estrutura do Balanço.
UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 1/20 Economia Brasileira Aula 5 Setor Externo GREMAUD, Amaury P.; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; TONETO, Rudnei.
Taxas de Câmbio e o Mercado de Câmbio Economia e Mercado Prof. Wesley Borges.
O setor externo Aula 11.
Amaury Gremaud HEG II Sistema Monetário Internacional: conceitos e definições.
Objetivos e Instrumentos
Taxas de Câmbio e o Mercado de Câmbio Teoria Econômica Prof. Wesley V. Borges.
Taxas de Câmbio e o Mercado de Câmbio. 2 Introdução Taxas de câmbio são importantes porque nos permitem comparar os preços dos bens e serviços de diversos.
Roberto Name Ribeiro ECONOMIA – Micro e Macro 1 Baseado na Obra: Economia – Micro e Macro Marco Antônio Sandoval de Vasconcellos.
OS GRANDES TEMAS DA ECONOMIA INTERNACIONAL BAUMANN, R, CANUTO O., GONÇALVES, R (2004) – CAP. 1 CAVES, R.E.(2001), Introdução KRUGMAN, P.; OBSTFELD, M.
Macroeconomia: O Setor Externo
Pós-graduação em Políticas Públicas Introd. Pol. Macroeconômica Aula 4 O Balanço de Pagamentos Paulani & Braga (2000), cap. 5 Curado (2008), cap. 3.
Transcrição da apresentação:

FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL, TAXA DE CÂMBIO, ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

O que leva os países a comercializarem entre si ? Teoria das Vantagens Comparativas: formulada por David Ricardo em 1817; sugere que cada país deva especializar-se na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Desvantagens: é uma teoria estática, não leva em consideração a evolução das estruturas de oferta e demanda, nem as relações de preços entre os produtos negociados. Teoria Moderna do Comércio Internacional (Modelo de Hecksher – Ohlin): postula que as vantagens comparativas e, logo, a direção do comércio, estarão dadas pela escassez ou abundância relativa dos fatores de produção.

Taxa de câmbio nominal: é o preço da moeda (divisa) estrangeira em temos da moeda nacional ou vice-versa. No caso do Brasil é quanto se precisa em termos da moeda nacional (o real, nossa unidade monetária) para se comprar uma unidade de uma moeda estrangeira. Seu preço é determinado pela oferta e demanda de divisas e, ainda, intervenção das autoridades monetárias. Ex.: Brasil:US$ 1.00 = R$ 3,10 Exterior:R$ 1,00 = US$ 0.32 Oferta de Divisas: depende do volume de exportações e da entrada de capitais externos; Demanda de Divisas: depende do volume das importações e da saída de capitais externos (amortização de empréstimos, remessa de lucros, pagamentos de juros etc.).

Oferta de divisas > Demanda de divisas Aumenta a disponibilidade de moeda estrangeira (valorização cambial) Oferta de Divisas < Demanda de divisas Diminui a disponibilidade de moeda estrangeira (desvalorização cambial)

Taxa Fixa de Câmbio: o Banco Central fixa a taxa de câmbio: Maior previsibilidade aos agentes do mercado. Evita aumentos de preços de produtos importados, sendo, portanto, útil para controle da inflação. Taxa de Câmbio Flutuante: a taxa é determinada pelo mercado de divisas (oferta e de demanda): Dirty Floating [Flutuação “suja”]: (mais adotado) regime de câmbio flutuante, mas com intensa atuação do Banco Central na venda e na compra, que procura mantê-la em níveis relativamente estáveis; Minibanda cambial: o regime é flutuante, porém dentro de limites fixados pelo Banco Central.

Valorização (apreciação) Taxa de câmbio cai (moeda nacional mais forte) Importadores pagarão menos reais por dólar e tendem a importar mais, aumentando a concorrência com os nacionais (âncora cambial). Pressão pela queda dos preços internos (Aumenta a eficiência produtiva, pelo aumento da competição) Efeito das Variações na Taxa de Câmbio sobre Exportações e Importações (Controle da Inflação) + Política de Abertura Comercial (liberação de Importação) Custos: Setor Exportador (perde mercado pelo alto custo relativo de seu produto). Setores protegidos que passarão a sofrer concorrência.

Desvalorização(depreciação) Taxa de câmbio sobe (moeda nacional mais fraca) Pode proporcionar um aumento nas Exportações e redução das Importações (leva um certo tempo para esta resposta) Pressão sobre os custos de produção (Aumento no custo das Importações, incluindo produtos essenciais (demanda inelástica) Ex: Petróleo. ) Custos: inflação de custos (pass- through) Aumento do nível geral de preços – inflação de custos (pass- through)

A teoria da paridade do poder de compra é a teoria mais simples e mais aceita para explicar as variações da taxa de câmbio. é baseada no princípio chamado de lei do preço único; de acordo com a lei do preço único, um bem precisa ter o mesmo preço em todos os países, quando medido na mesma moeda. se o poder de compra de uma moeda é imutável no país e no resto do mundo, então a taxa de câmbio real não pode mudar. A taxa de câmbio nominal entre as moedas de dois países deve refletir os diferentes níveis de preços destes países. Taxa de Câmbio Real e Paridade de Poder de Compra – PPP

Taxa de Câmbio Real A t A t-1 ITC r = x a 1 + b onde ITC r  Índice de Taxa de Câmbio Real A t  Taxa de Câmbio Nominal na época t, expressa na moeda A A t-1  Taxa de Câmbio Nominal na época t-1, expressa na moeda A a  Inflação no país da moeda A b  Inflação no país da moeda B

Definição: registro contábil de todas as transações de um país com o resto do mundo. Envolve tanto transações com bens e serviços como transações com capitais físicos e financeiros. Créditos:  Exportações de Bens e Serviços  Recebimento de Doações e Indenização de Estrangeiros  Recebimento de Empréstimos de Estrangeiros  Recebimento de Reembolso de Capital do Estrangeiro  Venda de Ativos para Estrangeiros  Recebimento de Fretes, etc Débitos:  Importações de Bens e Serviços  Pagamentos de Doações e Indenizações a Estrangeiros  Pagamentos de Capital Emprestado por Estrangeiros  Reembolsos de Capital a Estrangeiros  Compras de Ativos de Estrangeiros  Pagamentos de fretes, etc Balanço de Pagamentos (BP)

O BP apresenta dois tipos de transações: Autônomas (espontâneas): motivadas pelos interesses dos agentes (empresas, consumidores, governo); Compensatórias (induzidas): destinadas a financiar o saldo final das transações autônomas (“zerar” as contas do BP)

Balanço de Pagamentos A – Balança de Transações Correntes (BTC ou Saldo em Conta Corrente do BP = A1 + A2 + A3) A1 – Balança Comercial A1.1 – Exportações (FOB): débito A1.2 – Importações (FOB): crédito A2 – Balança de Serviços e Rendas A2.1 – Transportes (fretes, etc) e Seguros A2.2 – Viagens Internacionais e Turismo A2.3 – Rendas de Capital (lucros, juros, dividendos, lucro reinvestido pelas multinacionais) A2.4 – Royalties e licenças A2.5 – Diversos (serviços governamentais – embaixadas, consuladodos, representações no exterior, etc) A3 – Transferências Unilaterais Correntes (donativos) B – Conta Capital e Financeira (Balança (movimento) de Capitais) B1 – Investimentos direto líquido (instalação e participação do capital de multinacionais no país) B2 – Reinvestimentos (reinvestimentos de multinaiconais já instaladas no país) B3 – Empréstimos e Financiamentos a Longo e Médio Prazo (Banco Mundial, etc) B4 – Empréstimos a Curto Prazo B5 – Amortizações de Empréstimos e Financiamentos B6 – Empréstimos de Regularização do FMI (problemas de liquidez) B7 – Capitais a Curto Prazo (aplicações no mercado financeiro) C – Erros e Omissões Saldo do Balanço de Pagamentos (A + B + C) D – Transações Compensatórias (Financiamento Oficial Compensatório) D1 – Variação de Reservas = - SBP

A1. BALANÇA COMERCIAL 10,5(3,5)(5,6)(6,8)(6,6)(1,2)(0,7)2,713,124,833,744,8 Exportações FOB43,546,547,753,051,148,055,158,260,473,196,5118,3 Importações FOB(33,1)(50,0)(53,3)(59,7)(57,7)(49,2)(55,8)(55,6)(47,2)(48,3)(62,8)(73,6) A2. SERVIÇOS E RENDAS (14,7)(18,5)(20,4)(25,5)(28,3)(25,8)(25,0)(27,5)(23,1)(23,5)(25,3)(34,1) Juros(6,4)(8,2)(9,8)(10,6)(12,1)(15,2)(15,9)(14,9)(13,1)(13,0)(13,4)(13,5) Lucros e Dividendos(2,5)(2,6)(2,4)(5,6)(6,9)(4,1)(3,6)(5,0)(5,2)(5,6)(7,3)(12,7) Viagens Internacionais(1,2)(2,4)(3,6)(4,4)(4,3)(1,4)(2,1)(1,5)(0,4)0,20,4(0,9) Outros (fretes, royalties, etc)(4,6)(5,3)(4,6)(4,9)(5,0)(5,1)(3,4)(6,1)(4,4)(5,0)(4,9)(7,0) A3. TRANSF. UNILAT. CORR 2,43,62,41,81,51,71,51,62,42,93,33,6 BAL.TRANS.COR =A1+A2+A3(1,8)(18,4)(23,5)(30,5)(33,4)(25,3)(24,2)(23,2)(7,6)4,211,714,2 B. CAPITAL E FINANCEIRA ,134,025,829,717,319,327,184,4(7,3)(8,8) Investimentos Diretos8,14,79,417,126,130,129,824,916,610,118,212,7 Emprést/Financ. (líquido)11,024,424,68,73,6(12,8)(10,5)2,2(8,6)(5,7)(25,5)(21,5) C=ERROS E OMISSÕES 0,32,2(1,8)(3,3)(4,3)0,22,6(0,5)(0,07)(0,1)(2,1)(1,1) SPB = A+B+C17,612,98,7(7,9)(8,0)(7,8)(2,3)(0,5)0,38,52,24,3 D=- SBP =VAR. RESERVAS (17,6)(12,9)(8,7) 7,98,07,82,30,5(0,3)(8,5)(2,2)(4,3) FONTE: Banco Central (US$ bilhões) Balanço de Pagamentos do Brasil

Balanço de Pagamentos ( ) US$ milhões Balança Comercial Balança de Serviços Balança de Rendas Transferências Unilaterais Saldo em Tr. Correntes Investimento Direto Capitais de Carteira Saldo da Conta Capital Fonte: Banco Central

Organismos Financeiros Internacionais Mudanças na economia após a Segunda Guerra Mundial levaram ao surgimento de órgãos de fomento ao desenvolvimento econômico e financeiro. I. Acordo de Bretton Woods Estabeleceu o padrão dólar-ouro, consagrando o dólar como moeda internacional, baseando sua conversibilidade nas reservas de ouro; 1971 – rompimento do acordo pelos EUA e adoção de taxas de câmbio flutuantes. II. Fundo Monetário Internacional Tem como objetivo promover a cooperação monetária entre as nações; Ajuda a problemas conjunturais no BP e estimula o comércio internacional. III. Banco Mundial (Banco Mundial de Reconstrução e Desenvolvimento – Bird) Captador e fornecedor de crédito para investimentos produtivos em países subdesenvolvidos. IV. Organização Mundial do Comércio (OMC) Regras e instituições que regulem o comércio internacional.