CASA GRANDE & SENZALA Críticas e percepções CAMILA SOSSAI PATRICIA FURLAN.

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Transcrição da apresentação:

CASA GRANDE & SENZALA Críticas e percepções CAMILA SOSSAI PATRICIA FURLAN

Textos analisados Um livro perene – por Fernando Henrique Cardoso Gilberto Freyre: da Casa Grande ao Sobrado – Gênese e Dissolução do Patriarcalismo Escravista no Brasil – por Márcio Maestri Gilberto Freyre: a reavaliação prossegue- por David Lehmann

CONTEXTO DO LIVRO Escrito em 1933 por Gilberto Freyre Expansão da tese de sociologia elabora por ele Contexto histórico: Ambiente dominado por intelectuais conservadores, principalmente entre os anos de 1937 e 1945, com o Estado Novo, fortalecido pelo regime fascista e nazista.

Fatos sobre o livro Para FHC, os críticos nem sempre foram generosos Com Gilberto Freyre. “ Casa Grande & Senzala constitui livro de poucas e ralas idéias, não raro espichadas ao absurdo” (Mário Maestri) Freyre inova nas análises sociais da época pois incorpora a vida cotidiana, não apenas a vida pública como a privada.

Anos 30 Europa: Fortalecimento do domínio fascista e ascensão nazista Brasil: Apontado possível fracasso Clima tropical População miscigenada Afro-descendentes Solução: Qualificação da raça brasileira Por meio da imigração européia para aumento da população branca e mestiça branca Freyre: A população não era decaída devido a miscigenação mas por causa das condições sociais e meios perversos

Cultura, meio e raça: A invenção do português Freyre: Inversão dos pressupostos racistas e determinantes geográficos e climáticos Interpretação inspirada nas visões das elites Nordestinas, sendo funcional aos novos tempos. Não pensa a miscigenação em termos de purificação, mas sim em termos de fortalecimento da raça.

As solução colonial, escravista e latifundiária, dada ao Brasil não teriam causas históricas econômicas e sociais, e sim climáticas e geológicas. Embora o português possuísse pré disposição cultural,psíquica e racial única para viver em clima quente, não consegui empreender esforço físico nesse meio. Para Freyre, portanto a raça, o clima e a fauna impediam a exploração camponesa e livre do Brasil. O português precisou encontrar um trabalhador que fizesse todo o trabalho duro no agreste brasileiro. Comentário crítico: Entretanto, no sul do país, haviam imigrantes europeus que obtiam sucesso no campo em temperaturas que no verão, eram semelhantes ao do nordeste.

Meio, raça e cultura: A invenção do índio Em relação ao povo indígena Freyre os coloca como sendo “molengos” inveterados, incapaz de aplicar-se ao trabalho sistemático, por razões, sobretudo culturais. Nômades Das florestas e não agrícolas Lavoura (o pouco que tinha) era entregue as mulheres Homens eram caçadores, pescadores e guerreiros O que não impede a grande contribuição do índio a formação da sociedade brasileira.

O supermacho português “Atavicamente atraído pela mulher de cor, historicamente habituado a miscigenação, fogueado na sua fome sexual pelo abrasivo, o homem lusitano se teria aplicado com desbragado afinco ao embarrigamento de uma nativa que se entregava a ele com singular ardor, fogosidade e boa vontade” O português já estava habituado a fusão racial e devido a vida nômade e guerreiro dos índios, as mulheres eram eternamente insatisfeitas sexualmente.

Meio, raça e cultura: A invenção do judeu As relações inter-raciais no Brasil seriam exemplares. O preconceito de Portugal contra mouros e judeus, aconteceu no momento em que os cristãos perceberam que estavam sendo “abusados” O problema do judeu em Portugal foi sempre econômico. Freyre afirma sem embasamento histórico, a incapacidade produtiva do judeu, recapitulando as teses anti-semitas dos anos 30. O que foram fatores de impediram a integração plena dessas comunidades a nacionalidade portuguesa.

“O mito da democracia racial” Foi atribuída a Freyre a crença de que o Brasil é uma democracia racial Mas, alguns autores, como Levy Cruz, afirmam que em nenhum momento Freyre tenha declarado isso Ao contrário, Freyre propôs que o Brasil poderia estar a caminho de uma “democracia étnica ou racial”

Meio, raça e cultura: A invenção do negro Logo, a solução para o trabalho duro no agreste seriam os africanos. “Um africano fonte exaurível de reservas extraordinárias de alegria e robustez animal.” Freyre deixou de lado a explicação tradicional de que os africanos seriam escravos devido a sua inferioridade racial para substituir pela superioridade cultural e biológica. A explicação foi aceita “devido a ignorância absoluta das evidencias e conhecimentos históricos, sociológicos e antropológicos da época sobre as civilizações africanas e a escravidão do americano e, por outro, por expressar as necessidades ideológicas das classes proprietárias dominantes no país”.

Críticas : Idealização em demasia do negro, podendo iludir o leitor. Ainda que aparece a crueldade dos senhores Gilberto Freyre deixa de dar importância aos escravos que trabalhavam nas plantações. Gilberto Freyre não se omite em falar da realidade dos escravos, mas trata com muita glória à sociedade patriarcal portuguesa, pois conta na história o que a elite queria ler e ouvir. A união entre o senhor e a escrava não foi algo natural – Abusos (tanto moral quanto sexual) – Transmissão de doenças Meio, raça e cultura: A invenção do negro

Genocídio americano Freyre afirma que nenhum colonizador como o português conservou as culturas e civilizações da terra que colonizou. “Ainda assim, o Brasil é dos países americanos onde mais se tem salvo da cultura e dos valores nativos.” Crítica: Isso se comprovaria se fosse mantido por exemplo o uso corrente e geral de línguas nativas em paises como Peru, Bolívia, Guatemala, entre outros.

Meio, raça e cultura: A invenção do Brasileiro A conclusão geral de Freyre era de, sem negar a ciência racista de então e reafirmando a hierarquia social da época, promovia o brasileiro de ser racionalmente impróprio ao desenvolvimento, sugere o tipo ideal do homem moderno para os trópicos, europeu com sangue negro ou índio à avivar-lhe a energia. Destinado pelo nascimento ao mandoDestinado biológica e culturalmente ao trabalho duro

Outras críticas Freyre não denuncia detalhadamente os efeitos do latifúndio e da monocultura  afetar as famílias que estavam no poder Há uma omissão da reflexão sobre religião em Casa Grande e Senzala São ignorados por exemplo alguns cultos africanos, antecedentes mulçumanos dos escravos e o candomblé Para muitos, Freyre era defensor de uma ordem social injusta e discriminatória Não era alinhado a nenhum ideologia ou partido, sempre estando ao lado com o governo que estava no poder.