Zonas costeiras Escola Secundária Dr. Augusto César da Silva Ferreira Disciplina de Biologia Geologia 11º ano 2008-2009 Zonas costeiras Capítulo 1 – Ocupação antrópica e problemas de ordenamento Professora Cidália Santos de Aguiar
Ocupação Antrópica Zonas Costeiras
Situação-problema “O mar está a «comer» grande parte da costa portuguesa e a colocar em risco muitas populações, que há alguns anos construíram ou compraram habitações a alguns metros da praia e, algumas delas, têm apenas um muro a dividi-las das ondas do mar.” Imagine o que aconteceria se o nível médio das águas do mar subisse repentinamente, apanhando a população de surpresa - Como prevenir este tipo de situações?
Ocupação Antrópica consiste na ocupação de grandes zonas da superfície terrestre pelo Homem com consequente modificação das paisagens naturais. Zonas Costeiras ou Zonas de Orla Marinha caracterizam-se por uma intensa actividade geológica estimulada pelo mar. A evolução do litoral (avanço do mar, e consequente recuo da linha de costa) tanto pode ter causas naturais, como antrópicas, sendo estas últimas as mais significativas.
Causas Naturais A alternância entre períodos de glaciação e interglaciação; A deformação das margens continentais provocada por movimentos tectónicos.
Causas Antrópicas Agravamento do efeito de estufa provocado pelo excesso de produção de CO2 e consequente aumento do nível médio da água do mar; Diminuição da quantidade de sedimentos devido à construção de barragens nos rios; Destruição de dunas; Extracção de inertes para a construção civil.
Por vezes, há um desgaste do material da superfície continental em determinadas zonas costeiras e a sua deposição noutros locais, provocado por: - movimentação das ondas; - subida e a descida das marés; - correntes marinhas.
A erosão e a deposição dos sedimentos originam formas de relevo, das quais de salientam as: Praias, que resultam da acumulação de sedimentos; Arribas, resultantes da intensa erosão marinha.
zonas baixas onde ocorre a acumulação de sedimentos de varias dimensões. grande maioria delas é de origem fluvial. Praias Em algumas, existem dunas litorais que impedem o avanço do mar para o interior e que constituem ecossistemas únicos de grande biodiversidade.
O efeito da erosão marinha faz-se sentir de uma forma notável. são faixas de litoral escarpado, muito íngreme; constituídas por material rochoso consolidado; com escassa cobertura vegetal. Arribas O efeito da erosão marinha faz-se sentir de uma forma notável.
Na faixa litoral, em especial nas arribas, ocorrem fenómenos de abrasão marinha. E na base das arribas, existem por vezes, plataformas de abrasão.
Abrasão Marinha É o desgaste provocado pelo constante rebentamento das ondas (transportam sobretudo partículas sólidas) nas rochas. Exemplo: No Algarve, na praia de Benagil, existia uma gruta onde hoje é a praia, caiu em 1987 por fenómenos de abrasão marinha.
Plataformas de Abrasão São superfícies relativamente planas e próximas do nível do mar onde se encontram sedimentos de grandes dimensões que resultam do desmoronamento das arribas. Exemplo: Plataforma de erosão marinha adjacente (parcialmente coberta de areias). A sul da Praia de S. Paio, Labruge, Vila do Conde.
Natureza das rochas A geologia avalia a natureza das rochas e sedimentos criando uma classificação baseada no comportamento e escala de dureza dos minerais que a compõem.
Transporte e deposição de sedimentos A linha de costa está em constante alteração, devido a acção continua de erosão, provocada pelas ondas. A energia trazida por estas, é dissipada não só contra as rochas, mas também na turbulência e fricção causada no fundo e no movimento de sedimentos que são colocados em suspensão. O resultado final da constante inter-relação entre as forças erosiva e forças deposicionais é uma grande variedade de linhas de costa e formas costeiras.
Medidas que ajudam a combater Em Portugal, a linha de costa está a recuar em praticamente toda a sua extensão, ameaçando construções, colocando em risco a vida e os bens das populações e provocando desequilíbrios nos ecossistemas. Medidas que ajudam a combater a erosão do litoral: Ordenamento do território; Construção de paredões, esporões e quebra-mares; Estabilização de arribas; Alimentação artificial das praias com inertes; Recuperação de dunas.
Citamos um exemplo da sua utilização: Paredões, estruturas paralelas à linha de costa, destinam-se a evitar o efeito abrasivo sobre a linha de costa. Esporões, estruturas transversais, destinam-se a evitar o arrastamento de sedimentos e areias. Quebra-mares, estruturas aderentes ou destacadas. Citamos um exemplo da sua utilização: Têm sido construídos sistematicamente para protecção da costa ocidental norte de Portugal. Esmoriz é uma pequena cidade piscatória do concelho de Ovar onde estas protecções se têm manifestado ineficazes perante o avanço do mar.
Ordenamento do território Baseia-se, num conjunto de processos integrados de organização do espaço biofísico, tendo como objectivo a sua ocupação, utilização e transformação de acordo com as capacidades do referido espaço.
Risco Geologico Integra-se num conceito mais vasto que é o de risco natural. Outros termos como risco ambiental e risco tecnológico estão também interligados, havendo situações em que estes conceitos se sobrepõem parcialmente. Para ilustrar a relação entre estes diferentes conceitos, apenas a título de exemplo, as chuvas torrenciais podem levar a situações de cheias numa determinada região e devem ser consideradas um risco natural.