Teófilo Leite Beviláqua LITERATURA NATURALISMO

Contexto Histórico Estética surgida no final do século XIX. Época de novas concepções sobre o homem e a sociedade. A Biologia, a Psicologia e a Sociologia tiveram grande impulso. Augusto Comte (Positivismo), Charles Darwin (Evolucionismo), Hypolyte Taine (Determinismo) Opondo-se à metafísica, à religião e a tudo que escapasse dos limites da matéria Surgiu na França, em 1870, com a publicação da obra “Germinal” de Émile Zola. O Mulato (1881), de Aluísio de Azevedo, marca o início do Naturalismo brasileiro.

Carcaterísticas Principais Significou a radicalização do Realismo. Observação fiel da realidade e da experiência O indivíduo é determinado pelo ambiente, pela hereditariedade, classe social, etc. Cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências. Mantém a neutralidade do Realismo e aprofunda as descrições minuciosas e linguagem simples, estilo franco, personagens esteriotipados, etc. Temas principais: miséria, adultério, crimes, problemas sociais, taras sexuais e etc. Análise das podridões do comportamento humano e social, sem se preocupar com a reação do público, apontando saídas e soluções.

Carcaterísticas Principais Denunciar estes problemas, era uma forma de tentar reformar a sociedade. Retratação da sociedade de uma forma bem objetiva. Abordam a existência humana de forma materialista. O homem: produto biológico passando a agir de acordo com seus instintos, chegando a ser comparado com os animais (zoomorfização). Romances de Teses O homem é uma máquina guiada por vários fatores e sem livre arbítrio O homem é um brinquedo nas mãos do destino e deve ser estudado cientificamente.

Naturalismo no BRASIL Temas mais obscuros da alma humana (patológicos) Fatos importantes da nossa história como a Abolição da Escravatura e a República foram deixados de lado. Em O Cortiço, dentre outras qualidades, temos:  O tratamento do espaço - um dos aspectos privilegiados da técnica naturalista - se afirma na construção de uma galeria de tipos sabiamente vinculados a certos estamentos sociais.  Todos esses tipos se entrelaçam; as vidas dos personagens repercutem umas nas outras, de maneira que o leitor tem a visão nítida, de um lado, da coletividade, e de outro, dos indivíduos atuando em função do meio a que pertencem.  O autor se aproxima da realidade sem preconceitos, libertando-se parcialmente do romance de tese típico do Naturalismo e escrevendo segundo a estética realista mais pura.  Dentre as personagens, destaca-se a figura de Bertoleza, por meio da qual o autor mostra as atrocidades da escravidão; mas a principal personagem é o próprio cortiço, uma coletividade que parece ter vida própria, respirar - o núcleo gerador de todos os dramas. 

Autores brasileiros Aluízio de Azevedo

Trechos NATURALISTAS […] Um dia, porém, o seu homem, depois de correr meia légua, puxando uma carga superior às suas forças, caiu morto na rua, ao lado da carroça, estrompado como uma besta. (p. 7) […] Descobriu-lhe no cheiro da pele e no cheiro dos cabelos perfumes que nunca lhe sentira; notou-lhe outro hálito, outro som nos gemidos e nos suspiros. E gozou-a, gozou-a loucamente, com delírio, com verdadeira satisfa- ção de animal no cio. (p. 13) […] Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito. (p. 20) O CORTIÇO

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