Adriana Aureliano e Delina Santos Azevedo

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Transcrição da apresentação:

Adriana Aureliano e Delina Santos Azevedo Universidade Federal da Bahia – UFBA Programa de Pós – Graduação / Mestrado Metodologia da Pesquisa em Direito Profs. Nelson Cerqueira e Rodolfo Pamplona Adriana Aureliano e Delina Santos Azevedo Salvador/BA - 2011

Biografia do autor Nascimento: El Biar, Argélia, em 15 de julho de 1930. Família Judia. Perseguição anti-semita. Mudou-se para a França em 1949. Ingressou na Escola Normal Superior de Paris, em 1952. Falecimento: Paris, 8 de outubro de 2004.

Biografia do autor Em 1964 obteve o prémio Jean-Cavaillè (um prêmio para produção em Epistemologia), por sua tradução de A origem da geometria, de Edmund Husserl. Lecionou na Sorbonne (1960-1964) e na École Normale Supérieure de Paris (1964-1984); Publica, em 1967, seus três primeiros livros: Gramatologia, A Escritura e a Diferença e A voz e o Fenômeno. Diretor de Estudos da École des Hautes Études em Sciences Sociales de Paris (1984-2003); Em 1981, fundou a associação Jan Hus, para auxiliar intelectuais dissidentes da Tchecoslováquia. Criou, em 1983, o Colégio Internacional de Filosofia, presidido por ele até 1985;

Biografia do autor Professor convidado das mais prestigiadas universidades européias e norte-americanas: Berlim, San Sebastiian, John Hopkins, Yale, Irvine, New School for Social Research, Cardozo Law School, Cornell, New York University, entre muitas outras. Professor auxiliar na Universidade de Harvard. Doutor Honoris Causa por diversas universidades: Universidade de Cambridge, Universidade de Columbia, The New School for Social Research, Universidade de Essex, Universidade de Leuven, Williams College,Universidade de Silesia, Universidade de Coimbra. Foi membro estrangeiro honorário, desde 1985, da American Academy of Arts and Sciences e da Modern Language Association of America, assim como Presidente honorário do Parlement International de Écrivains.

Biografia do autor Em 2002 foi nomeado para a Cátedra - Gadamer na Universidade de Heidelberg por designação expressa do próprio filósofo alemão. Esteve no Brasil três vezes: em 1995, na USP e na PUC-SP; em 2001, no Rio de Janeiro, e em agosto de 2004, em evento organizado na Maison de France, no Rio de Janeiro. Influências: Jean-Jacques Rousseau, Friedrich Nietzsche, André Gide, Albert Camus, Edmund Husserl, Soren Kierkegaard e Heidegger. Pensadores da mesma época: Claude Lévi-Straus, Michel Foucault, John Searle, Paul Ricoeur, Jugen Habermas. Fortemente influenciado por Sigmund Freud e Martin Heidegger, Jacques Derrida foi um dos mais importantes filósofos do pós-estruturalismo e pós-modernismo.

Principais Publicações Gramatologia, 1967 A Escritura e a Diferença, 1967 A voz e o fenômeno, 1967 Estrutura, Signo e Jogo no Discurso das Ciências Humanas, 1972 Margens da Filosofia, 1972 Heidegger e a Questão do Espírito, 1990. Do espírito, 1990 Paixões, 1993 Espectros de Marx, 1993 O olho da universidade A universalidade sem condição A religião Papel-Máquina A Farmácia de Platão Força de Lei, 1994

Única interpretação - Autor Livre interpretação - Receptor Estruturalismo Desconstrutivismo Única interpretação - Autor Livre interpretação - Receptor Significado absoluto Sistema não de significados - différance “correta” “paradoxo” - jogo Estrutura binária Diversidade de linguagem

Estruturalismo Ferdinand de Saussure modelo da linguística. apreende a realidade social como um conjunto formal de relações. A língua como um sistema no qual cada um dos elementos só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos (sistema binário).

Pós-estruturalismo Desconstrutivismo, construtivismo, relativismo e pós-modernismo. pluralidade de sentidos do texto. A realidade como uma construção social e subjetiva. Significante e o significado como inseparáveis. Privilegia uma análise das formas simbólicas, da linguagem, mais como constituintes da subjetividade do que como constituídas por esta.

Pós-estruturalismo Retomada dos temas nietzscheanos, como a crítica da consciência e do negativo (por Deleuze). Projeto genealógico (por Foucault), Radicalização e a superação da valorização ontológica da linguagem heideggeriana, Perspectiva anti-dogmática e anti-positiva.

Pós-estruturalismo Rejeição a definições que encerrem verdades absolutas sobre o mundo A verdade depende do contexto histórico de cada indivíduo Representantes: Filosofia: Jacques Derrida, Gilles Deleuze, Jean-François Lyotard), Psicanálise: Jacques Lacan, Político e sociológico: Lois Althuser (Neomarxista), Análise literária: Roland Barthes, Maurice Bianchot.

Entendendo a Desconstrução tornou-se famoso pela “desconstrução”, nem método, nem disciplina, mas uma revolução intelectual. Desconstruir um texto não é destruí-lo, e sim re-interrogar os pressupostos, para abrir novamente a partir dai, as significações. Desta forma, o filósofo colocou em crise seus conceitos e suas categorias mais seguras, para relançar o sentido e a precária verdade. 12

Entendendo a Desconstrução "Origem da Geometria" de Edmund Husserl (1962); decomposição dos elementos da escrita; processo de análise crítico-filosófico que tem como objetivo imediato a crítica da metafísica ocidental e da sua tendência para o logocentrismo= tendência no pensamento ocidental de colocar o logos (razão) como o centro de qualquer texto ou discurso. Desconstrução = Desmontagem de um sistema, de modo a se poder reaproveitar as suas peças, sob uma nova ordem construtiva.

Entendendo a Desconstrução   A escritura e a différance: crítica ao sistema metafísico tradicional. Uso de seu arque-conceito da différance. Através da différance critica o sistema binário. A partir de uma desconstrução de seus termos, mostrar as contradições e impossibilidades deste sistema.

A Escritura Para Derrida, o conceito de escritura, incorpora uma vastidão de noções de linguagem que têm sido utilizadas nos últimos tempos tais como ação, movimento, pensamento, reflexão, consciência, inconsciente, experiência, afetividade.... “não apenas os gestos físicos da inscrição literal, pictográfica ou ideográfica, mas também a totalidade do que a possibilita... não apenas o sistema de notação que se anexa secundariamente a tais atividades, mas a essência e o conteúdo dessas atividades mesmas” (Gramatologia, 1973, p. 11)

A Escritura a língua é um sistema no qual o sentido de cada palavra é a diferença entre ela e todas as outras. A escritura está associada a ausência, ao vazio, ao silêncio, à crise e à negatividade. Distinção entre fala e escrita o que está 'fora dos livros' é 'marginal', está à 'margem da tradição' e situa-se no 'limite do discurso'.

A Escritura Relação significado – significante “O advento da escritura é advento do jogo”. A língua é constituída por um número finito de elementos, articulados em leis combinatórias que também se realizam num número finito, contudo a língua apesar dessa finitude de elementos e de leis combinatórias oferece a possibilidade de um desempenho infinito.

O Jogo da linguagem Nesse campo - a linguagem – é que são substituições infinitas dentro de um conjunto finito: jogo. “Este campo permite estas substituições infinitas porque em vez de ser um campo inesgotável, como na hipótese clássica, em vez de ser demasiado grande lhe falta alguma coisa, a saber, um centro que detenha e funde o jogo das substituições”. (p.244)

A Diferença Derrida introduz o seu conceito de diferença para abalar e substituir as oposições binárias do sistema logocêntrico. A diferença é um ponto não fixo que pode estar em qualquer lugar da escala imposta pelas oposições binárias hierarquizadas.

A Diferença Différance: o intervalo de tempo entre o sujeito como autor do discurso e o mesmo sujeito considerado enquanto assunto do discurso. o eu do qual você fala não é nunca o eu que está falando. Cada elemento textual, cada signo lingüístico, não é interpretado por si mesmo, mas através de toda cadeia de significantes e signos que compõem um sistema de linguagem.

A Desconstrução na Poesia Estudo desconstrucionista adotada pelo poeta Murilo Mendes nos poemas que compõem sua obra História do Brasil. História do Brasil, cuja primeira edição é de 1932, foram produzidos logo depois da fase inicial do Modernismo brasileiro.

“Divisão das Capitanias” A primeira pros londrinos, Pra assentarem telefones, Bondes puxados a burros Naturais deste país; Cruzados nos emprestaram A cinco por cento ao mês. A segunda dos holandeses, Pra ensinarem a fazer queijo, Lidar direito com moinhos E algumas regras de asseio. Que trouxeram nas fragatas Muitos vidros de perfume, Mulheres muito excitantes, Maneiras finas, distintas E romances de adultério. Quem falou francês foi nós. A quarta foi para os turcos, Pra vender chitas, miçangas Na porta das mamelucas. Compraram a capitania Em diversas prestações. A quinta aos italianos Ajudam a lavrar a terra, Engraxaram as botas da gente; Nas sacolas de emigrante Trouxeram discos de canto Que amenizam a nossa vida Na hora do inglês chegar

A Construção e Desconstrução nos Filmes Infantis As histórias estão diretamente ligados à construção da personalidade das crianças. Funcionam como exemplos no período da construção de identidade delas. Essas histórias não são apenas criação da imaginação, mas nasceram de acontecimentos reais que o povo recolheu e guardou e que mais tarde formaram, na base a moral das sociedades.

Shrek: uma desconstrução dos clássicos Shrek apresenta a história de um ogro que precisa libertar uma princesa, Fiona, e fazê-la casar-se com um nobre, Lord Farquaad, para que, então, veja seu pântano livre das personagens de contos de fadas que, banidos do feudo, alojaram-se em frente ao seu sossegado lar.

Shrek: uma desconstrução dos clássicos Era uma vez uma linda princesa. Mas havia um terrível feitiço sobre ela que só poderia ser quebrado pelo primeiro beijo de amor. Ela foi trancafiada num castelo guardado por um terrível dragão que cuspia fogo. Muitos bravos cavaleiros tentaram livrá-la dessa horrível prisão, mas ninguém conseguiu. Ela esperou sob a guarda do dragão no quarto mais alto, da torre mais alta, por seu verdadeiro amor e pelo primeiro beijo de seu verdadeiro amor.

Casal canadense decide criar bebê sem definir sexo David Stocker, de 39 anos, e Kathy Witterick, de 38, decidiram criam o bebê de 4 meses que tiveram sem definir o sexo. Embora não tenha qualquer ambiguidade na genitália, o bebê não é chamado nem de menino, nem de menina. O casal de Toronto diz que, com a decisão, está respeitando o direito de o bebê escolher o seu próprio sexo, livre das pressões e das normas sociais.

A Desconstrução e as Artes Plásticas Pablo Picasso: "A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade". “Braque sempre disse que na pintura só conta a intenção. É verdade. O que conta é aquilo que se faz. É isso o importante. O que era afinal o mais importante no cubismo, era aquilo que se queria fazer, a intenção que se tinha. E isso não se pode pintar”.

A Desconstrução e as Artes Plásticas CARLOS NOVAES: desconstrução de espaço, tempo e pensamento humanos

A Desconstrução na Arquitetura Hotel Marqués de Riscal - Frank Gehry

A Desconstrução na Arquitetura A casa dançante Praga Vlado Milunic e Frank Gehry.

A Desconstrução na Arquitetura UFA Cinema Center Dresden, Germany

A Desconstrução e o Direito não é a força que justifica a validade da norma, mas é a validade da norma que justifica o uso da força Relação Direito e Justiça direito é válido porque é justo. a autoridade das leis não tem qualquer fundamento, não assenta senão no crédito que se lhes dá. Crê-se nelas, tal é o seu fundamento único. Este acto de fé não é um fundamento ontológico ou racional

A Desconstrução e o Direito O direito é historicamente fundado, construído sobre camadas textuais interpretáveis e transformáveis. Derrida tentou mostrar que o direito fundado é sempre desconstrutível, pois a sua fundação é histórica e seu fundamento é mitológico (Kelsen).

Mensagem Final “se a língua é um sistema de diferenças entre signos, ela não tem qualquer referência a um "significado" externo. Tudo o que o ser humano diz, escreve ou pensa é apenas a exploração das possibilidades internas do sistema. Não tem nada a ver com "realidade", "fatos" etc. O universo inteiro ao alcance do pensamento humano é constituído de "textos" ou "discursos", mas, como não há nenhuma realidade externa pela qual esses discursos possam ser aferidos, não tem sentido falar de discursos "verdadeiros" ou "falsos". Não existe representação da realidade. Todo discurso é livre invenção de significados”.