M ERCADOS DE F UTUROS Evora 5/3/2012. O QUE SÃO ? M ERCADOS DE F UTUROS.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
PARTE II Microeconomia.
Advertisements

Introdução aos Derivativos na BMF
Introdução aos Derivativos Sérgio Cardoso. Definições Derivativo é todo e qualquer ativo cujo valor depende do comportamento de uma outra variável subjacente.
Planejamento e Controle de Estoque
ANÁLISE DE CUSTO, VOLUME E LUCRO
Empresas em Mercados Competitivos
Classificação de Custos
Custos de Operações Corretagens - Tabela sugerida pela Bovespa.
CUSTOS E ORÇAMENTOS Aspectos Práticos
Resultado Bruto com Mercadorias
Sumário, aula 6 1) Mercado Curva da Procura Curva da Oferta
Sumário 28 Teoria do produtor
Sumário, aula 12 Intervenções do Governo Imposição de um Preço Máximos
MÓDULO IV AS PRINCIPAIS REPERCUSSÕES DO EURO SOBRE AS DIFERENTES ACTIVIDADES DAS EMPRESAS AS PRINCIPAIS REPERCUSSÕES DO EURO SOBRE AS DIFERENTES ACTIVIDADES.
COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS
GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II
Concorrência Perfeita e Monopólio Natural
PREVISÃO DE VENDAS Carlos Roberto C. Almeida.
DEMANDA A demanda (procura) de um indivíduo por um determinado bem (ou serviço) refere-se à quantidade desse bem que ele está disposto e capacitado a comprar,
Custos para Tomada de Decisão
1 Novo Instrumento de Comercializacão Opcão Privada Novo Instrumento de Comercializacão Opcão Privada Porto Alegre-RS, 01 de mar;o de 2004.
Análise da Oferta de Mercado
Análise de Custos Prof. Mônica Brandão
Comércio Exterior, suas Motivações, Importância, Mercadorias e Países.
Termo de moeda (NDF) E outros derivativos.
Sistemas sócio-econômicos
CAP. 2 COMÉRCIO E TECNOLOGIA: O MODELO RICARDIANO 1
Quantidade de Pedidos Prof. Reinaldo Di Lucia 1º Semestre de 2011.
CURSO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO
International.
Análises de Demanda e Oferta
CAPÍTULO 8 A FORMAÇÃO DE PREÇOS.
Economia e Gestão Financeira
ESTOQUE DE DEMANDA INDEPENDENTE
Oferta e Demanda A Curva de Oferta
2EE117 Economia e Política da Regulação Os Aspectos Financeiros da Regulação Económica Hélder Valente 1.
Custeio Variável Prof. Carlos Alexandre.
PROFª MSc. MARIA CECILIA PALÁCIO SOARES
Perguntas O custo total de um estoque é o custo de aquisição mais o custo de envio. Um estoque é necessário quando o custo da falta de estoque é maior.
TEORIA DA PRODUÇÃO.
"Comercialização de Soja" Gerente Comercial de Grãos
Fundamentos da Proteção Financeira
Trabalho realizado por: Sandra Leal. 10º3A
Sistema Monetário Aula 6 Prof. Karine R. de Souza.
Empresários podem participar como um ponto de aceitação e service desk KB de câmbio e beneficiar das vantagens do KB Vision. Quer saber mais sobre KB.
São necessários controles financeiros eficientes
Consumo versus poupança
GESTÃO DE RISCOS NO MERCADO DE BIODIESEL
Opções Financeiras - 3 As Gregas
Teoria da produção e produtos marginais
Administração Financeira e Orçamentaria
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS PROFESSOR: PIERRE LUCENA
Elasticidade e sua Aplicação
INSTRUMENTOS DE GESTÃO:
Administração de Recursos de Curto e Longo Prazo – 4ª aula ARECA05 –14/05/14.
A Formação de Preços de Serviços. Se você fizer um serviço para outra pessoa durante quatro horas seguidas, quanto deve ganhar por isso. Será que no final.
MATRIZ BCG.
FUNDAMENTOS NEOCLÁSSICOS PARA A LEI DA OFERTA E DA DEMANDA
UNIBERO Módulo: Negociações Internacionais
Mercado Futuro.
Mercado de Crédito Objetivo:
Demanda por moeda 4.1 Conceitos:
Natiara Penalva Muniz Novembro de 2010
CRÉDITO PARA AQUISIÇÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS 1 A contração de crédito para a aquisição de valores mobiliários ou do empréstimo de valores mobiliários,
BOLSAS DE VALORES > Operadores no mercado de capitais 1 Instituições de crédito ou “bancos” Sociedades corretoras e sociedades financeiras de corretagem.
Compras – Controle de Estoque. Por que é necessário controlar o estoque? Reduzir custos –Se há excesso em estoque A empresa terá custos operacionais para.
Bancos Comerciais ► Têm como principal característica a criação de moeda, através da captação de recursos em depósitos à vista que são repassados na forma.
Contabilidade Aplicada as Instituições Financeiras José Leandro Ciofi Aula 13.
MARKETING E VENDAS NO SÉCULO XXI As Razões Pelas Quais Todas as Pessoas Precisam Entender Um Pouco de Marketing e De Vendas Quanto Mais as Empresas Se.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Transcrição da apresentação:

M ERCADOS DE F UTUROS Evora 5/3/2012

O QUE SÃO ? M ERCADOS DE F UTUROS

São o conjunto das transações que se fazem numa bolsa com vista a fixar o preço e a quantidade de uma mercadoria para uma entrega a diferido no tempo M ERCADOS DE F UTUROS

P ORQUÊ E QUANDO A PARECERAM ?

Fixar os preços antes das colheitas Fixar a sua margem Diminuir o risco em aberto Apareceram para satisfazer necessidades dos AGRICULTORES

D ão finalmente corpo a contratos informais a diferido, que já existiam há alguns séculos em diversas partes do mundo, incluindo Portugal São formalizados pela primeira vez em 1936 nos Estados Unidos

Centralizados numa Bolsa Centro de formação de preços A Bolsa como actor central das transações Instrumento para transferência de risco Subordinado a instrumentos standard de transação P RINCIPAIS C ARACTERÍSTICAS

Contratos de Futuros não podem ser transacionados fora de uma bolsa, ao contrario das acções Há uma obrigação mutua do comprador e do vendedor, que são garantidos pela bolsa Com este mecanismo há uma facilidade de transação, bem como garantia Centralizados numa Bolsa

É absolutamente transparente o preço a que o vendedor vendeu e o comprador comprou A formação do preço das transações é um processo dinâmico, uma vez que as ordens de compra ou de venda, estão a chegar de uma forma continua e são constantemente cruzadas O facto dos preços serem transparentes permite tirar importante informação adicional, como sejam históricos, altos ou baixos e tendências Centro de formação de preços

A bolsa parte cada uma das transações numa venda à bolsa e numa compra à bolsa (novation) A bolsa é o vendedor perante cada comprador e é o comprador perante cada vendedor A bolsa é o simétrico em cada contrato A bolsa é uma entidade central que garante cada transação Actor central das transações

Há um anular da posição no mercado de físico ao fazer a operação contrária no mercado de futuros Entidades (agricultores ou industria) para minorar o risco de variação de preços sobre o físico, podem transferi-lo para outras, tipicamente tomadoras de risco,os especuladores Essa possibilidade de transferência de risco, tem uma duração finita no tempo, terminando na maturidade do contrato de futuros Instrumento para transferência de risco

Os compradores e os vendedores atuam perante o mesmo contrato O contrato criado pela bolsa tem regras standard em termos e obrigações o Quantidade o Qualidade o Mês ou período de entrega o Preço o Termos de Entrega- Cif,ex store Instrumentos standard de transação

T ERMOS DO C ONTRATO Matif (euro next )CBOT Chicago Board of Trade Milho Quantidade 50 tons milho EU 5000 bushels (127 tons) Qualidade São, leal e comercial Nº2 yc (usda grade) Mês Jan, Mar, Jun, Aug, Nov Mar, Mai, Jul, Set, Dez Preço euros/tm (min 0.25 cts) Usd/bushel (min 0,25 cents) Termos de entrega no silo público em Bayonne, Bordeaux, Blaye ou Nantes Num barcaça no rio Illinois

Quem opera o mercado de Futuros? Agricultores, industria de rações, extractoras de óleo, moagens, comerciantes de maior ou menor dimensão Bancos, que oferecem produtos financeiros baseados no mercados de futuros Fundos financeiros Pequenos especuladores

T ERMINOLOGIA DE F UNCIONAMENTO Se não estivermos minimamente familiarizados com a linguagem, podemos perder ou interpretar mal o que queremos dizer ou o que alguém nos quer dizer Temos que entender a linguagem (tal como falar uma língua) para comunicarmos exactamente o que queremos

D OIS P RINCÍPIOS DOS M ERCADOS DE F UTUROS Os preços de mercado dos futuros e o do físico acompanham-se em tendência o Quando o mercado de futuros sobe o físico sobe, não necessariamente no mesmo valor Num mercado perfeito (ou melhor numa zona de entrega) os preços do físico e dos futuros colapsam,ou seja são iguais na maturidade

Posição Expirar do contrato (Expiry) Margin call Diferença (Spread) Prémio Cobertura (Hedge) P RINCIPAIS T ERMOS U TILIZADOS

Nº toneladas físicas compradas ou produzidas (Cf)- Nº toneladas físicas vendidas(Vf) o Se (Cf) > (Vf) estou largo de físico (LONG CASH) o Se (Cf) < (Vf) estou curto de físico (SHORT CASH) POSIÇÃO Posição de futuros Nº contratos comprados (C)-Nº de contratos vendidos (V) o Se (C) > (V) estou largo de futuros (LONG FUTURES) o Se (C) < (V) estou curto de futuros (SHORT FUTURES) Posição colapsada= Posição de físico –Posição de futuros Posição de físico (cash)Posição colapsada

Diferença entre o valor a que compramos (vendemos) um determinado contrato, e o fecho do mercado desse dia o Compramos um contrato a 205 euro e o mercado fechou a 207 = margin call positiva em 2 euros Valor que podemos retirar, ou que temos de por na nossa conta corrente de futuros, para o saldo continuar como inicialmente Maturidade do contrato (Expiry)Margin call Último dia em que se pode transacionar um determinado mês

Valor a somar (ou diminuir) ao valor do contrato de futuros normalmente para o referenciar a outro local o Premio FOB o Premio Cif É este o valor que se transaciona normalmente e representa uma % relativamente pequena do valor da mercadoria Diferença (Spread)Prémio Diferença entre o preço de um mês e outro Diferença entre Bolsas para o mesmo produto Diferença entre produtos Também são um instrumento de trading de posição zero

Mercado de futuros matif trigo março 205 euros/ton e 258 euros Frete França Lisboa euros A variação do preço de mercado dá-se numa proporção de 53 para 3 por causa do mercado de futuros do que pelo frete Cobertura (Hedge) É a operação normalmente feita pelos produtores ou pela industria para fazer uma diminuição do seu risco Num local que não é centro de entregas do mercado de futuros, não há o chamado Hedge Perfeito, uma vez que o preço final está afetado por variações de preços de transporte, ou de armazenagem Isto quer dizer, que no momento da maturidade do contrato, o preço do mercado de futuros e de físico, não é exatamente igual. No entanto, a variação é normalmente pequena em relação ao preço final, o que nos permite duma forma eficiente transacionar futuros como cobertura de risco

Não são vantagens ou desvantagens, são simplesmente características, a sua vantagem depende da utilização correta O que implica para o agricultor os mercados de futuros? P ARTE 1 P ARTE 2

Permite ter um referencial diário do potencial preço de venda da sua produção Permite transacionar a sua produção, minorando a pressão dos elementos físicos: o Armazenagem (ou falta dela) o Meteorologia o Disponibilidade de máquinas Pode tomar uma decisão antecipada do que vai semear Pode fixar uma parte muito importante da sua margem bruta, conhecendo os seus custos e o preço de venda ao mesmo tempo P ARTE 1

Tem que ter uma opinião do mercado Tem que estar no mercado muito mais vezes do que está tradicionalmente Tem que quebrar a barreira mental de apenas vender a sua produção quando tem o físico Tem que estar familiarizado com a linguagem utilizada P ARTE 2

Tem que ter uma consciência da informação de mercado e utilizar essa informação Tem que deixar de ser um especulador no momento da sementeira para ser um gestor de risco Implica ser mais um comerciante e menos um produtor puro P ARTE 1 P ARTE 2

E XEMPLO PRÁTICO DA COBERTURA DE RISCO NUM MERCADO PERFEITO

Temos um agricultor que produz historicamente 1000 tons de trigo O mercado de futuros para Setembro N+1 está a 220 euros O agricultor agrada-lhe o preço e decide vender toda a sua produção Vende 1000 tons ( 20 contratos de futuros ) a 220 euros/ton Sabe que tem de custos normalmente 170 euros/ton Está imediatamente a fixar uma margem bruta teórica de 50 euros /ton A sua posição de futuros é (1000) short A sua posição de físico é teoricamente 1000 long A sua posição colapsada é ZERO Hoje estamos em Setembro do ano N

Para a abertura da conta de futuros a bolsa obriga a um saldo inicial proporcional ao volume de transações pedido pelo agricultor, ou seja para 1000 tons a bolsa estabelece por exemplo de saldo Enquanto a venda não for liquidada com uma compra, todos os dias a bolsa irá calcular o margin call a por ou a retirar, para que o saldo mantenha em Exemplo: num determinado dia a bolsa fechou a 225, o margin call negativo é de 5 /ton ou seja 5000 que o agricultor terá que repor para que o seu saldo permaneça em euros À contrária, se num outro dia o mercado fechou a 210, o margin call é positivo em 10 /ton.O agricultor vai poder retirar do seu saldo que agora está em uma vez que ganhou nesse dia Este processo é feito diariamente Entre Setembro de n e Setembro de n+1

O agricultor colheu as suas 1000 tons que vai ter que vender no mercado de físico, por exemplo, a uma moagem Estamos num exemplo de mercado perfeito então os futuros e o físico têm o mesmo preço O agricultor vende à moagem a 230 /ton O agricultor compra novamente 1000 tons de futuros a agora a 230 A operação de cobertura está concluída Hoje estamos em Setembro do ano N+1 Caso 1- O mercado está a por exemplo a 230 /ton

DataFuturos tons Preço /ton Resultado Set n(1000)220 Set n /ton Total /ton DataFísico tons Preço /ton Resultado Set n Set n+1(1000) /ton Total /ton ColapsadaResultado Futuros /ton Físico /ton Total0+10+0/ton Caso 1 - R ESULTADOS

O resultado final foi uma perda de custo de oportunidade em 10 /ton Foi como ter vendido a colheita a 220 /ton tal como o agricultor queria em primeiro lugar Teve uma margem bruta de 50 /ton tal como queria inicialmente De cara aos seus pares fez algo completamente desnecessário e perdeu dinheiro, quando na realidade cumpriu o seu plano inicial e ganhando o que havia planeado inicialmente Caso 1 - R ESULTADOS

O agricultor colheu as suas 1000 tons que vai ter que vender no mercado de físico por exemplo a uma moagem Estamos num exemplo de mercado perfeito então os futuros e o físico têm o mesmo preço O agricultor vende à moagem a 190 /ton O agricultor compra novamente 1000 tons de futuros a agora a 190 A operação de cobertura está concluída Hoje estamos em Setembro do ano N+1 Caso 2- O mercado está a por exemplo a 190 /ton

DataFuturos tons Preço /ton Resultado Set n(1000)220 Set n /ton Total /ton DataFísico tons Preço /ton Resultado Set n Set n+1(1000) /ton Total /ton ColapsadaResultado Futuros /ton Físico /ton Total0-30+0/ton Caso 2 - R ESULTADOS

O resultado final foi uma ganho de custo de oportunidade em 30 euros/ton Foi como ter vendido a colheita a 220 /ton tal como o agricultor queria em primeiro lugar Teve uma margem bruta de 50 /ton tal como queria inicialmente De cara aos seus pares fez algo genial e ganhou dinheiro, quando na realidade cumpriu o seu plano inicial ganhando o que havia planeado inicialmente Caso 2 - R ESULTADOS

Ao ter uma opinião de mercado sobre o preço de venda, anulou o risco de variação de mercado entre a sementeira e a venda de físico quando da colheita Anulou a margem de variação dos mercados físico e futuro e fixou a margem bruta C ONCLUSÃO

Perguntas ?

Compras em prémios Analise técnica dos mercados de futuros Spreads entre matérias primas Efeito cambial Outros assuntos que podemos agendar