MERCADO INFORMAL E O CIRCUITO INFERIOR DA ECONOMIA URBANA

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
RESUMO DAS AÇÕES REALIZADAS
Advertisements

JOVENS E A CIDADE: UM ESTUDO EM JUIZ DE FORA JOVENS E A CIDADE: UM ESTUDO EM JUIZ DE FORA Resultados: As relações com o bairro e a cidade dos jovens de.
Alguns elementos para reflexão:
Estudo de Caso: Ibitinga
Aula Semelhanças: desemprego, violência, marginalidade.
Metodologia de Pesquisa
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE DANÇA PIBID/UFBA
Contabilidade Sistemas de Informação
UFRGS UM MODELO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO PARA EMPRESAS DE ALTA TECNOLOGIA : O CASO DA EMPRESA DOMINIO CONSULTORIA EM INFORMAÇÃO Aluno: Roberto Pinho Mazzilli.
DIRETRIZES CURRICULARES
Experimentação em Ciências na formação inicial de professores
SISTEMA DA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
CIDADES MÉDIAS SOBARZO, O. As cidades médias e a urbanização contemporânea. Cidades, Presidente Prudente, v. 5, n. 8, p. 277 – 292, SPOSITO, M.E.B.
Os lugares que formam o mundo
Plano de Trabalho Atividades a serem realizadas: 1ª. Etapa
Revisão Importância do conhecimento Tipos de conhecimento
Cristiane jonas Francisconi
DO TCC PROJETO INTENÇÃO PLANEJAMENTO INTENÇÃO
Laboratório de Responsabilidade Social, Desenvolvimento Local e Políticas Públicas Em Busca de Indicadores de Desenvolvimento Humano, Comunitário e Social.
Geografia As principais formas de regionalizar o Brasil
MODO DE VIDA E ATIVISMO SOCIAL
Sensibilização no IF-SC
Profª Carol - Geografia
Nossa empresa está em total reformulação
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
As Paisagens e o Trabalho
ABC OFFICE SHOP O auxílio da Tecnologia da Informação e Comunicação em relação ao fluxo da cadeia de suprimento na empresa ABC Office Shop J04, 19Y Ana.
O que é Zona rural: Zona rural é o espaço compreendido no campo. É uma região não urbanizada, destinada a atividades da agricultura e pecuária, extrativismo,
Coordenadoria do Orçamento Participativo
ELABORAÇÃO PROJETO SOCIAL.
Turismo como amálgama da destinação( lugar turístico)
O CONTEXTO DAS FAMILIAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL
Universidade Federal de Santa Catarina
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PROJETO SALA VERDE
Urbanização brasileira Aula ª série
FUNDAMENTOS DE MARKETING PARA A ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Economia e Mercado 2ª AULA.
ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO
Rodrigo Silva da Conceição / Liane M. Azevedo Dornelles UERJ
RESGATE, ANÁLISE, ATUALIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DOS DADOS E RESULTADOS DOS CONGRESSOS DE HISTÓRIA DA REGIÃO DO GRANDE ABC REALIZADOS NAS CIDADES DE SÃO CAETANO.
Pesquisa Científica Metodologia Científica na Ciência da Computação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
Objeto e objetivos A revisão bibliográfica sobre o papel das imagens nas pesquisas sociais e nas sociedades fundamenta o campo de reflexão onde nos situamos.
PROMOTORES IMOBILIÁRIOS
Diagnóstico do nível de modernidade das indústrias de móveis da cidade de Tubarão. Economia (Economia Industrial: Mudança Tecnológica). Projeto PUIC Individual.
A PESQUISA E SUAS CLASSIFICAÇÕES
Fundamentos de economia
Conceitos Logísticos LOGÍSTICA EMPRESARIAL – MÓDULO C.
Professora: JAQUELINE RODRIGUES
GLOBALIZAÇÃO DEFINIÇÕES.
Consequências: Saturação da infraestrutura urbana
A afirmação dissimulada: O papel do Estado no desenvolvimento brasileiro Aborda de foma a enteder que as cidades e o capitalismo contemporâneo não são.
1 A Satisfação do Consumidor. 2 Atualmente, há uma valorização maior do consumidor no processo de comercialização. Empresa Divulgação das técnicas de.
ROSANA MARIA FRANCO GRIMALDI
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UFSC Como elaborar projetos de pesquisa Antonio Carlos Gil.
Perfil dos Consumidores de Cereais do Município de Tubarão
Rua Luciano Cordeiro – Lisboa “Nós Propomos”
Fundamentos da Administração Pública
Aluno-autor: Marcela Prado Silva, bolsista CNPq/PIBIC
MODOS DE PRODUÇÃO OLIVEIRA, Pérsio dos Santos. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, Bibliografia.
ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA
Pré-projeto Disciplina: Metodologia da Pesquisa Tecnológica
Urbanização brasileira
ET 7: Formação de Professores UTILIZANDO DINÂMICAS PARA A CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O USO DE DROGAS E SEUS EFEITOS Ariana de Melo Borges; Kálita Cristina Marcelino.
RESULTADOS E DISCUSSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Metodologia da Pesquisa
ESCOLA NORMAL ESTADUAL PADRE EMÍDIO VIANA CORREIA
ANÁLISE CRÍTICA DO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO
MESTRADO EM ADMINISTAÇÃO MÉTODO DE PESQUISA I PAINEL DE DISSERTAÇÃO Bruna Protázio Flávia Guimarães.
Departamento de Geografia A EXPANSÃO DE CONDOMÍNIOS FECHADOS EM CAMPO GRANDE, CIDADE DO RIO DE JANEIRO: MUDANÇAS NA COMPOSIÇÃO SOCIOECONÔMICA NA PERIFERIA.
Transcrição da apresentação:

MERCADO INFORMAL E O CIRCUITO INFERIOR DA ECONOMIA URBANA Bolsa Milton Santos PROJETO: PEU - Produção do Espaço Urbano AUTOR: Willian Guedes Martins Defensor Menezes – UFBA ORIENTADORA: Maria Auxiliadora da Silva – UFBA ÁREA: Ciências Humanas SUB-ÁREA: Geografia SUB-SUB-ÁREA: Geografia Humana INTRODUÇÃO Esta pesquisa realiza uma discussão do segmento econômico comumente denominado por mercado informal, relacionando e entendendo-o a partir do conceito do circuito inferior da economia urbana proposto por Milton Santos. Por um lado realiza-se um trabalho teórico sobre os conceitos de Mercado informal e circuitos da economia urbana buscando seu entendimento a partir do espaço urbano brasileiro. Por outro lado, há análises destes fenômenos a partir da espacialização dos ambulantes nas imediações da Cidade Alta de Salvador. Neste espaço encontra-se um rico laboratório humano composto por uma diversidade de atividades das classes mais pobres que possibilita envolver toda a problemática abordada no presente estudo. A formação de dois circuitos econômicos para Santos nas cidades do Terceiro Mundo: “A existência de uma massa de pessoas com salários muito baixos ou vivendo de atividades ocasionais, ao lado de uma minoria com rendas muito elevadas, cria na sociedade urbana uma divisão entre aqueles que podem ter acesso de maneira permanente aos bens e serviços oferecidos e aqueles que, tendo as mesmas necessidades, não têm condições de satisfazê-las. Isso cria ao mesmo tempo diferenças quantitativas no consumo. Essas diferenças são a causa e o efeito da existência, ou seja, da criação ou da manutenção, nessas cidades, de dois circuitos de produção, distribuição e consumo dos vens e serviços” (SANTOS, 1979). OBJETIVO GERAL Realizar uma discussão entre os conceitos de mercado informal e circuito inferior da economia urbana, analisando suas espacializações nas imediações da Cidade Alta de Salvador. São muitas as barracas que dividem os poucos espaços. A improvisação é uma necessidade. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Apresentar a teoria dos dois circuitos da economia urbana de Milton Santos como ferramenta teórica necessária para o entendimento dos espaços dos países subdesenvolvidos; Analisar a questão dos ambulantes a partir do circuito inferior da economia e do mercado informal. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Leitura e análise da Teoria dos dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos; Leitura e análise de trabalho que abordasse circuitos econômicos e o conceito de mercado informal; Entrevistas junto a trabalhadores informais; Coleta de dados em diferentes fontes: jornais, entidades e órgãos de planejamentos, entre outros. Foto 3 Fonte: Willian Guedes, 2007. Foto 4 Fonte: Willian Guedes, 2007. A união faz a força Uma das características do comércio ambulante que lhe confere importância está justamente no fato que Santos nos chama a atenção quando demonstra que é o trabalho a base fundamental do circuito inferior. Estamos falando do grande contingente de trabalhadores, a cada dia maior e comercializando maior diversidade de artigos, este tipo de segmento do comércio urbano é condição de existência para os habitantes pobres deste espaço. RESULTADOS Ao relacionar a situação dos ambulantes nas imediações da Cidade Alta com a teoria dos dois circuitos urbanos percebe que as ações adotadas pelo Estado (Prefeitura) de transferir ambulantes de espaços valorizados e criar camelôdramos tornam-se comuns e justificados para apenas reorganizar o espaço e atender os reclames das lojas ali instaladas, na medida em que o estado não dispõe de mecanismos que combatam a precarização do trabalho de forma direta, na direção de solucionar o problema. A indiferença da Prefeitura em solucionar o problema em benefício dos ambulantes representa sua situação de impotência diante da situação. A construção deste espaço marcado por uma economia de dominados e dominadores começa a ser delimitadas em outros recantos já que os processos acontecem em distintas escalas, dentre elas as globais que interferem diretamente na organização da vida e na formação do espaço dos ambulantes. O SEBRAE em parceria com outras entidades realizou o “Censo empresarial e dos pequenos negócios informais no centro da Cidade Alta”, no ano de 2005. Para o comércio informal obteve os seguintes resultados: 29,7% (o que equivale a 607 estabelecimentos) das atividades comerciais, no centro da Cidade Alta, foi classificada como informal; 80,7% destes estabelecimentos informais era comércio de produtos (como bolsas, roupas, equipamentos eletro-eletrônicos,etc.) e 19,3% era serviços (acarajé, alimentação em geral, etc.); Os dados do Censo demonstram que o mercado informal, baseado no comércio de produtos, possui um contingente considerado de estabelecimentos que influenciam a vida comercial do Centro da Cidade Alta. Para muitos o mercado informal desregula a economia do país, no entanto, entendê-lo como parte do circuito inferior proporciona outro debate, já que sua formação está relacionada a condição de subdesenvolvimento do país. A Rua Portão é toda ocupada por barracas. Por ali há lojas e prédios residenciais Diversidade de produtos comercializados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HEINONEN, Noora Maria. Cidade Alta em alta? Circuitos e cenários das dinâmicas comerciais do Centro Velho de Salvador. (dissertação de mestrado em Geografia) Salvador: UFBA, 2000. 262p; SEBRAE. Censo empresarial e dos pequenos negócios informais localizados no centro da Cidade Alta – Salvador Ba. Salvador, Novembro de 2005. Disponível em: http://www2.ba.sebrae.com.br/home/default.asp. Acesso em: Salvador, 8 de Maio de 2007; SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. 3ª edição, São Paulo, 1996; _______, Milton. A Natureza do Espaço: espaço e tempo - razão e emoção. 3° edição. São Paulo. Hucitec. 1999. _______, O Espaço Dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos; tradução de Myrna T. Rego Viana. Rio de Janeiro: F. Alves, 1979; Foto 2 Fonte: Willian Guedes, 2007. Foto 1 Fonte: Willian Guedes, 2007.