Custo Brasil: Barreiras à Competitividade da Indústria Brasileira

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Curso sobre concorrência em transmissão, 10/2007
Advertisements

Nivalde J. de Castro André Luis Leite Graciella Martignago
Contas Externas Brasileiras Carlos Thadeu de Freitas Gomes Seminário APIMEC 40 anos Rio de Janeiro, 17 de Maio de
SUMÁRIO 1. CENÁRIO INTERNACIONAL 2. CENÁRIO NACIONAL
Cenários econômicos em um ambiente globalizado
Negócios Internacionais Capítulo 2.3 O Meio Económico International Business 10e Daniels/Radebaugh/Sullivan 2004 Prentice Hall, Inc4-1.
Setor Têxtil e de Confecção Brasileiro
Assessoria Econômica da FEDERASUL
O Cenário Econômico Atual
O Crescimento Econômico em 2010 e seus Determinantes
Evolução da Dívida Pública Brasileira e seu Custo
1 Assessoria Econômica da FEDERASUL Crise europeia e crescimento econômico no Brasil.
Conjuntura Econômica Brasileira
Assessoria Econômica da FEDERASUL
Assessoria Econômica da FEDERASUL
Assessoria Econômica da FEDERASUL
12o Congresso Brasileiro de Mineração
Perspectivas da Economia Brasileira para 2009 e de outubro de 2009 Simão Davi Silber
2a Conf. Int. de Crédito Imobiliário 19 de Março de 2010
A CRISE MUNDIAL E SEUS EFEITOS NO BRASIL
CENÁRIO ECONÔMICO Paulo Safady Simão – Presidente da CBIC Lima – Peru.
CANA-DE-AÇÚCAR NO BRASIL: ÁLCOOL E AÇÚCAR
Abordagem Macroeconômica: Medidas da Atividade Econômica; O Lado Real
Construção civil: desempenho e perspectivas
Construção civil: o desafio de sustentar o crescimento
INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS
Incertezas em um novo cenário Roberto Padovani Setembro 2008.
I – PERCEPÇÃO GERAL DA ECONOMIA
Perspectivas para a Siderurgia Brasileira
Assessoria Econômica da FEDERASUL
1 Março/2012 Produção Industrial de Janeiro 2012 Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos.
O Brasil e a Superação da Crise Internacional
SEBRAE – ANEFAC - EPN Economia Brasileira: Desafios.
Economia Brasileira: Desafios
A contribuição das exportações para o crescimento econômico do Brasil
Economia brasileira plano real e seus desdobramentos cap. 16
Vitória, 15 de agosto de 2007 Perspectivas do Mercado de Energia Elétrica no Brasil Perspectivas do Mercado de Energia Elétrica no Brasil Miroel Makiolke.
Perspectivas Econômicas para 2013: Brasil e Rio Grande do Sul.
ATO 1 Nove meses de pesquisas. Trinta oito entrevistas. Quatro painéis temáticos. Dezenas de estudos revistos.
A globalização econômica nos anos 1990
Tendências da Economia Mundial: Desafios e Oportunidades
Teste título Teste corpo do texto Mais testes Só pra ter certeza que ficou legal Oportunidades e Incentivos Setor Sucroalcooleiro EUDORO PEDROZA Secretário.
República Federativa do Brasil 1 LDO 2005 GUIDO MANTEGA MINISTRO DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Brasília 18 de maio de 2004.
DESAFIOS DO CENÁRIO ECONÔMICO EM UM ANO ELETORAL
Diferença com relação a relatórios como The Global Competitiveness Report e IMD World Competitiveness : • Conjunto limitado de países que, por suas características.
Parte II: Determinantes do Produto
Prof.ª Me. Marcela Ribeiro de Albuquerque
Perspectivas da Indústria Brasileira
1 ESTÁGIO AVANÇADO DA INTERNACIONALIZAÇÃO CRISE NA PRODUÇÃO : CICLO DE BAIXA 2002 AMBIENTE MUNDIAL.
Perspectivas econômicas para 2015
1 APIMEC - Novembro de Perfil da cadeia produtiva de plásticos Faturamento > R$ 45 bilhões Fonte: ABIQUIM / ABIPLAST Empresas > 8 mil Empregos.
Economia X Mercado Mundial de TI (2010, US$ BI) PAIS Trilhões ($) EUA15,5 CHINA7,7 JAPÃO6,1 ALEMANHA3,7 FRANÇA2,9 BRASIL2,61 Reino Unido2,60 ITÁLIA2,38.
Apoio do BNDES aos Investimentos em Infraestrutura
Retrospectiva de 2009 e Expectativas para Cenário Externo Impacto da Crise no PIB e Comércio Mundial.
Douglas Grego Gastão Mesquita Filho.
Assessoria Econômica da FEDERASUL
Índice Parte I. Programa de Competitividade Global
Setor Têxtil e de Confecção Brasileiro Balanço 2009 e Perspectivas 2010 Apresentação: Haroldo Silva Economista Chefe - ABIT São Paulo, 05 de março de 2010.
1 ABIMAQ Indústria de Máquinas e Equipamentos Indicadores Conjunturais Evolução Janeiro-Dezembro/08 Janeiro de 2009.
ECONOMIA PÓS - GUERRA 1ª Guerra Mundial: Houve um crescimento na indústria de aço e motores de combustão interna, eletricidade e petróleo. 1929: Queda.
Slide 1 Assessoria Econômica da FEDERASUL Análise de Conjuntura Econômica.
Mercado Mundial de Álcool e Flex Fuel Roberto Giannetti da Fonseca Fevereiro de 2004.
O COMÉRCIO E OS SERVIÇOS MUNDIAIS NA GLOBALIZAÇÃO.
Produtividade do Trabalho na Indústria Brasileira
“Caminhos para a retomada”
PRIMEIRO SEMESTRE ATIVIDADE 1º SEMESTRE PIB AGRÍCOLA: + 5% A +7% PIB INDUSTRIAL: + 0% A +2% PIB TERCIÁRIO (COMÉRCIO E SERVIÇOS): -2% A 0% PIB BRASIL:
Eduardo Carlos Spalding Comissão de Energia ABAL – Associação Brasileira do Aluminio SEMINÁRIO DA COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO.
A Industrialização Brasileira:
PERSPECTIVAS E OS GARGALOS DAS EXPORTAÇÕES DE MANUFATURADOS 29 de Abril de 2011.
APRESENTAÇÃO PESQUISA UNIJR Santa Cruz Novos Rumos em parceria com Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz do Sul e Prefeitura Municipal.
Transcrição da apresentação:

Custo Brasil: Barreiras à Competitividade da Indústria Brasileira Jose Ricardo Roriz Coelho Presidente da ABIPLAST 1

Contexto Atual da Economia Mundial Crise nas principais economias desenvolvidas: demanda estagnada. Nesse quadro, o crescimento com base na demanda externa tem menor potencial, logo os países que quiserem crescer nestes próximos anos vão depender da expansão do mercado interno. O Brasil possui mercado interno com crescimento relevante. Além disso, o Brasil ainda possui outras oportunidades que podem contribuir para a retomada do crescimento econômico nos próximos anos (eventos esportivos e a exploração de P&G). Porém, existem barreiras que elevam os custos da indústria brasileira, perdendo competitividade – e mercado – para produtores estrangeiros.

Determinantes do Custo Brasil: Câmbio Custo do Capital Burocra-cia Carga Tributária Encargos Trabalhis-tas Infra-estrutura Energia

Câmbio A perda de competitividade do Brasil é em parte devido à fortíssima valorização do real. Entre jan/04 e mai/12, o real foi a mais valorizada ante o dólar (78,5%) dentre várias moedas relevantes.

Juros e spread elevados Os juros básicos e spread bancário implicam em custo de R$ 156 bilhões com financiamento para capital de giro da indústria de transformação. Considerando a cumulatividade na cadeia, em 2011 7,5% do preço dos produtos industriais na porta da fábrica se deveram ao custo de capital de giro. O spread brasileiro é 11,5 vezes maior do que os países que calculam com critério idêntico ao nosso (Malásia, Japão, Chile e Itália).

Tributação e burocracia A indústria de transformação é o setor que mais contribui com a arrecadação dentre todos os setores: 33,9% do total da carga em 2010... ... mas sua participação no PIB foi de 16,2%. A carga tributária da indústria de transformação é de 59,5% do seu PIB, representando 40,3% dos preços dos produtos industriais. Os custos da burocracia para pagar os tributos existentes no país representam R$19,7 bilhões do faturamento da indústria de transformação. Considerando o carregamento na cadeia à montante, totaliza um custo anual de 2,6% do preço dos produtos industriais.

Encargos trabalhistas elevados Os encargos trabalhistas representam 32,4% do total dos custos de mão de obra na indústria, aumentando o custo de produção. O problema é mais grave na indústria de transformação, que compete em mercados com escala global. Quando medidos em % do custo da mão de obra, o Brasil é campeão em encargos sobre folha de pagamento. Os encargos de nossos competidores são muito menores: 14,7% em Taiwan, 17% na Argentina e Coréia do Sul e 27% no México.

Energia cara A tarifa de energia elétrica para a indústria no Brasil é uma das mais caras do mundo. Tarifa de energia elétrica para a indústria (US$/MWh) Nossa elevada tarifa não se justifica pela matriz energética. O Canadá é o país que tem a matriz mais semelhante à do Brasil, mas sua tarifa é 64% menor. Fonte: EIA - Energy Information Administration. Elaboração: DECOMTEC/FIESP

Infraestrutura deficiente Classificação do Brasil entre 142 países Os produtos industriais são encarecidos em R$17,1 bilhões pelos custos de um sistema logístico deficiente, que não faz jus aos tributos arrecadados pelo Estado. Considerando o carregamento de custo na cadeia à montante, as deficiências da infraestrutura logística representam 1,8% do preço desses produtos. Classificação do Brasil entre 142 países 104º Geral 66º Telefonia celular 91º Ferrovias 118º Estradas 122º Aeroportos 124º Procedimentos alfandegários 130º Portos Fonte: Word Economic Forum- The Global Competitiviness Report 2011-2012.

“Custo Brasil” Em síntese, produzir no Brasil é muito caro, especialmente devido a: 1. Câmbio valorizado Valorização de 78,5% ante o dólar desde jan/04 2. Juros e spreads elevados Custo do capital de giro é 7,5% do preço dos produtos industrializados (2011) 3. Tributação e burocracia Carga tributária do setor é 40,3% dos preços dos produtos. Custos da burocracia = 2,6% dos preços 4. Encargos trabalhistas elevados Igual a 32,4% do total dos custos de mão de obra 5. Energia cara Uma das mais caras do mundo. O Canadá, com matriz semelhante, tem tarifa 64% menor 6. Infraestrutura deficiente Muito ruim. Custos das deficiências da infraestrutura logística = 1,8% do preço dos produtos industriais

Jose Ricardo Roriz Coelho Presidente da ABIPLAST 11