HEGEL E A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA

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Transcrição da apresentação:

HEGEL E A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA 3º Bimestre profa. Carla G. Meassi

Teoria Filósofo da totalidade, do saber absoluto, do fim da história, da dedução de toda a realidade a partir do conceito, da identidade que não concebe espaço para o contingente, para a diferença; Hegel era crítico das filosofias claras e distintas, uma vez que, para ele, o negativo era constitutivo da ontologia. Neste sentido, a clareza não seria adequada para conceituar o objeto. Introduziu um sistema para compreender a história da filosofia e do mundo mesmo, chamado geralmente dialética: uma progressão na qual cada movimento sucessivo surge como solução das contradições inerentes ao movimento anterior.

A Crítica de Hegel a Kant Muito embora Kant tenha sido responsável por uma grande reviravolta no pensamento filosófico desde a aparição da segunda edição da Crítica da Razão Pura, Hegel dirá que uma das suas faltas graves será ter permanecido preso ao entendimento. E, dentre outras coisas isso significará alegar que Kant reduz o conhecimento à percepção de fenômenos os quais não se pode conhecer a essência, ou seja, o em-si.  Além disso, Kant também é acusado por Hegel, em virtude da construção do seu próprio pensamento, de ter caído vítima de uma identidade abstrata à qual se reduz os universais. Outra critica feita à Kant por Hegel trata-se daquele ter maltratado os conceitos de Ideia e Razão, reduzindo-os em virtude do conteúdo idealístico-subjetivo da Crítica da Razão pura à simples determinações do entendimento.

Consciência e História Hegel estabelece que a história é o percurso do conhecer para o saber absoluto, é a formação da consciência filosófica. Sua tese se baseia que na busca para um saber absoluto primeiro tem de se estabelecer qual a relação entre a consciência, o ato de conhecer e o absoluto. O caminho entre a consciência natural e a filosófica é unicamente marcado pelo ato de conhecer. Toda a ciência da experiência da consciência se baseia neste ato, no que ele é e no que pode oferecer ou enganar. Pois, conhecer é uma faculdade determinada, cuja natureza precisa ser analisada, tanto quanto suas limitações. Para Hegel, o princípio desta analise é a dúvida que é quase um desespero, em oposição a uma dúvida que é só um vacilo contingente de algo dado como verdade.

Logo, se temos uma dúvida que nos leva a questionar o que percebemos, há uma separação entre o absoluto e o ato de conhecer. Não colocaríamos em questão aquilo que nos afeta, caso isso fosse diferente. E também não colocaríamos em questão o próprio ato de conhecer, caso também não houvesse uma clara separação entre nós e ele. Mesmo assim, podemos estabelecer o ato de conhecer como verdadeiro, mesmo este não dando caminho direto para o absoluto. Pois presente a dúvida, este não deixa de ser uma verdade do absoluto, mesmo não sendo este. O ato de conhecer, que tanto pode ser um instrumento para contemplar o absoluto, tanto uma passividade para receber o que deste é emitido, é verdadeiro, e mesmo não podendo ainda nos dar uma visão do absoluto em si, pode nos dar verdades. Verdades que não são o absoluto, mas que também podem se encontrar neste. Cria-se uma questão, se só o absoluto pode ser dado como verdadeiro, ou só o verdadeiro pode ser dado como absoluto. A ciência da aparência, a da consciência natural, atua nesta questão, procurando verdades sem a necessidade de um absoluto.

A dialética A dialética de Hegel geralmente aparece fragmentada, por comodismo, em três momentos chamados: tese (em nosso exemplo, a revolução), antítese (o terror subsequente) e a síntese (o estado constitucional de cidadãos livres). No entanto, Hegel não empregou pessoalmente essa classificação absolutamente; ela foi criada anteriormente por Fichte em sua explicação mais ou menos análoga à relação entre o indivíduo e o mundo. Os estudiosos sérios de Hegel não reconhecem, em geral, a validade desta classificação, ainda que possivelmente tenha algum valor pedagógico. Hegel utilizou-se deste sistema para explicar toda a história da filosofia, da ciência, da arte, da política e da religião, mas muitos críticos modernos assinalam que Hegel geralmente parece analisar superficialmente as realidades da história a fim de encaixá-las em seu modelo dialético.

Os hegelianos Após a morte de Hegel, seus seguidores dividiram-se em dois campos principais e contrários. Os hegelianos de direita, discípulos diretos do filósofo na Universidade de Berlim, defenderam a ortodoxia evangélica e o conservadorismo político do período posterior à restauração napoleônica. Os hegelianos de esquerda, chamados jovens Hegelianos, interpretaram Hegel em um sentido revolucionário, o que os levou a se aterem ao ateísmo na religião e ao socialismo na política. Entre os hegelianos de esquerda encontra-se Bruno Bauer, Ludwig Feuerbach, David Friedrich Strauss, Max Stirner e, o mais famoso, Karl Marx. Os múltiplos cismas nesta facção levaram, finalmente, ao individualismo egoísta de Stirner e à versão marxiana do comunismo.

No século XX a filosofia de Hegel experimentou um grande renascimento: tal fato deveu-se em parte por ter sido descoberto e reavaliado como progenitor filosófico do marxismo por marxistas de orientação filosófica, em parte devido a um ressurgimento da perspectiva histórica que Hegel colocou em tudo, e em parte ao crescente reconhecimento da importância de seu método dialético. Algumas figuras que relacionam-se com este renascimento são Georg Lukács, Herbert Marcuse, Theodor Adorno, Ernst Bloch, Alexandre Kojève e Gotthard Günther. O renascimento de Hegel também colocou em relevo a importância de suas primeiras obras, ou seja, as publicadas antes da Fenomenologia do Espírito.