“Magnificat”: Um canto de Maria?

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Transcrição da apresentação:

“Magnificat”: Um canto de Maria? O canto é de Maria.

Nos últimos dois séculos, por influência de uma exegese racionalista, houve quem negasse a Maria a autoria do “Magnificat”. “Como seria possível”, perguntam, “que uma jovem judia fosse capaz de compor um hino tão rico e belo?” Concluem que “um literato”, “um profissional dos salmos” ou, mais provavelmente, “uma primitiva comunidade cristã” fosse seu autor.

O evangelista Lucas, tendo conhecido esse canto, provavelmente rezado numa comunidade de Jerusalém, tê-lo-ia atribuído a Maria. Colocando-o em seus lábios, destacava, dessa maneira, sua importância na História da Salvação.

Diante dessas observações, cabe-nos perguntar: afinal, o “Magnificat” é um canto de Maria, uma criação literária ou o canto de uma comunidade? O canto “Magnificat” é de Maria. O evangelista Lucas o atribui formalmente a ela, e sua afirmação tem um peso nada desprezível.

Quando escreve, esse evangelista o faz com conhecimento de causa: visitou a comunidade de Jerusalém (cf. At 21), onde se encontrou com Tiago (cf. At 21,18). Juntamente com Paulo, ficou naquela cidade um longo período (cf. At 21-23). Suas informações foram obtidas nas fontes. Lucas, portanto, é digno de crédito. É o mais histórico dos evangelistas.

Para escrever seu Evangelho, procurou levar em conta o que foi transmitido por aqueles que, desde o começo, foram “testemunhas oculares”. Informou-se cuidadosamente “de tudo, a partir das origens”. Para que seus ouvintes pudessem verificar a solidez dos ensinamentos recebidos, procurou oferecer-lhes uma “narração ordenada” (cf. Lc 1,1-4). Tudo isso é afirmado solenemente pelo evangelista, no início de suas narrativas.

Conservava tudo no coração Por três vezes, nos dois primeiros capítulos de seu Evangelho, Lucas refere-se a palavras e acontecimentos que as testemunhas guardavam em seu coração (1,65-66; 2,19 e 2,51 ). Nas suas referências a Maria, insiste: ela conservava todos esses acontecimentos em seu coração.

Não se trata, apenas, de recordações sentimentais, uma vez que na Bíblia, a palavra “coração” designa o centro profundo da personalidade. A comunidade que guardava a reação de todos diante dos fatos ocorridos por ocasião do nascimento de João Batista e a própria Mãe de Jesus tornaram-se, para Lucas, fontes altamente confiáveis de tradições orais.

Se o evangelista obteve suas informações diretamente de Maria ou de alguma tradição oral ou escrita, não há meios de precisar. Maria pertencia a um povo que vivia especialmente de tradições orais. A história dos antepassados, seus cânticos e, particularmente, os salmos, estavam sempre no coração de todos e alimentavam suas próprias orações.

O “Magnificat” é, pois, um fruto, verbalmente pouco original, dessa tradição. Percebe-se, por exemplo, que tem marcas profundas do cântico de Ana (1Sm 2,1-10), mãe de Samuel, depois que Deus a livrou da “humilhação” da esterilidade. As ideias principais do canto de Maria estavam presentes na memória de todos: Deus é poderoso; seu nome é santo; seu amor é para todos; ele dispersa os orgulhosos, exalta os humildes e alimenta os famintos; acolhe Israel etc. .

Vivendo uma experiência de Deus que deixava ela própria surpresa, Maria, que costumava guardar tudo em seu coração, foi buscar inspiração nele para sua oração. Surgiu, então, uma oração realmente bela e rica, pois brotou de alguém que era “cheia de graça” e estava sob a ação do Espírito Santo.

Por esses e muitos outros motivos, a Igreja alegra-se em rezar o “Magnificat”. E sabe que assim como o Senhor olhou para sua serva e nela fez maravilhas, de igual maneira quer olhar para todos os que foram redimidos pelo sangue de seu Filho, para neles fazer maravilhas. À medida que encontrar corações abertos, disponíveis e generosos, Ele os conduzirá, porque é fiel a seu amor. Só nos resta, fazer nossa, a oração de Maria.

Texto – Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ – Música J. Norman Imagens – Google – Formatação – Altair Castro 14/07/2012