Ciclo de conferências no âmbito do Centenário do Sismo de 1909 Benavente, 26 de Junho de 2009 CONCEPÇÃO ANTI-SÍSMICA DE EDIFÍCIOS E CONSTRUÇÕES DE PEQUENO PORTE Mário Lopes, IST mlopes@civil.ist.utl.pt
1 – Construção 2 – Protecção Civil
As construções podem ser calculadas e construídas (ou reforçadas) para resistir a sismos violentos Sismo de 1998, Açores
Sismo de 1998, Açores – construções próximas na freguesia de Pedro Miguel Igreja: construção antiga em alvenaria Escola: construção recente em betão armado
O que faz o Estado português: Investigação (LNEC, LREC, Universidades) Regulamentação (RSA, REBAP, EC8) Protecção Civil (ANPC, Serviços de Protecção Civil Regionais e Municipais)
O que o Estado português tem a obrigação de fazer e não faz (salvo raras excepções): Promover a fiscalização da construção Reabilitação estrutural Avaliação e reforço de: Infraestruturas (energia, comunicações, água, esgotos, gás, instações críticas) Indústria Monumentos - Preparação da população (ex: tsunami, compra de habitação)
Artigo 20º Apreciação dos projectos de obras de edificação Exemplo: regime jurídico da urbanização e da edificação (Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro com a redacção do Decreto-Lei nº177/2001, de 4 de Junho Artigo 20º Apreciação dos projectos de obras de edificação 8 – As declarações da responsabilidade dos autores dos projectos das especialidades que estejam inscritos em associação pública constituem garantia bastante do cumprimento das normas legais e regulamentares aplicáveis aos projectos, excluindo a sua apreciação prévia pelos serviços municipais. Conclusões: O Estado disponibiliza os meios que tornam possível a protecção de pessoas e bens contra os efeitos dos sismos O Estado não assume as suas responsabilidades, pois, além das omissões, não se esforça para que os meios que disponibiliza sejam aplicados
Objectivo desta Conferência: Transmitir à população informação sobre: Enquadramento do problema sísmico Resistência sísmica das construções (não chega para tirar conclusões sobre a resistência sísmica das construções mas pode alertar para a necessidade de consultar um engenheiro)
Conceitos básicos: Resistência a forças de inércia (principalmente horizontais) Capacidade de deformação e dissipação de energia
CONCEPÇÃO Condições externas Terrenos inclinados Edifícios de gaveto
Turquia, 1999
Construção sobre falhas activas
CONCEPÇÃO Condições internas Plantas SISTEMAS ESTRUTURAIS Pórtico Sistema laje, viga, pilar Estrutura mista pórtico-parede
Critérios de boa concepção: Boa ligação entre elementos Redundância Simetria Uniformidade em altura Uniformidade em planta
Piso rígido no seu plano Boa ligação entre elementos
Redundância
Simetria (boa concepção) Falta de simetria (má concepção)
Resistência à rotação em planta
Uniformidade em altura
L´Áquila - Hotel Duca degli Abruzzi – Antes do sismo (Abril de 2009)
Hotel Duca degli Abruzzi – Após o sismo
Influência negativa de elementos secundários
Fundações
LIQUEFACÇÃO
PORMENORIZAÇÃO
Utilização de varões lisos e armadura transversal insuficiente (muito espaçada)
Utilização de varões lisos e armadura transversal insuficiente (muito espaçada)
EXECUÇÃO
Portugal Turquia, 1999
Construções de pequeno porte: boa concepção + boa pormenorização e execução boa resistência sísmica Concepção: Travamento de paredes de alvenaria para fora do seu plano Disposição, dimensões e reforço das aberturas Evitar irregularidades em planta e em altura Ligação entre paredes ortogonais Confinamento e reforço de paíneis de alvenaria
Danos em paredes – sismo de LÁquila
Má ligação entre alvenarias e estrutura de betão armado
Paineis de alvenaria não confinados por elementos de betão
Danos em paredes interiores
Mecanismo de rotura das alvenarias para fora do seu plano
Reforço de paredes de alvenaria
Ciclo de conferências no âmbito do Centenário do Sismo de 1909 Benavente, 26 de Junho de 2009 CONCEPÇÃO ANTI-SÍSMICA DE EDIFÍCIOS E CONSTRUÇÕES DE PEQUENO PORTE Mário Lopes, IST mlopes@civil.ist.utl.pt