O Mito e a religião.

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Transcrição da apresentação:

O Mito e a religião

No desenvolvimento da cultura humana não podemos fixar um ponto onde termina o mito e começa a religião. Em todos curso da história , a religião permanece indissoluvelmente ligada à elementos míticos e repassada deles.

3 fases que caracterizam a formação dos conceitos de deuses 1ª: Multiplicidade de deuses momentâneos. Não representam força da natureza. As vezes tratava-se de um conteúdo mental como a Alegria, a Decisão,a Inteligência, ou de um objeto ou um realidade percebida como tendo sida repentinamente enviada do céu.

2ª: Descoberta da individualidade do divino. Assim toda atividade particular ganha o seu deus funcional que está presente em cada momento de sua vida. Cada ato, por mais especializado que seja, adquire significado religioso: o ser humano recorre a divindades que devem protegê-lo a cada momento. Ex: Deméter: deus que preside os ritmos das estações e das colheitas, Afrodite: regula o amor, etc. Ao mesmo tempo, o caráter existencial do mito conduz à prática de rituais mágicos, e a fé na magia constitui o despertar na confiança em si mesmo.Ex: os ritos mágicos da fertilidade sem os quais se acreditava que nem a terra fecundaria, nem a mulher conceberia.

3ª: Aparecimento do deus pessoal. O deus pessoal caracteriza-se por ser capaz de sofrer e agir como pessoa. Atua de maneiras diversas e seus múltiplos nomes expressam diferentes aspectos de sua natureza, seu poder e sua eficiência: Palas Atenas, filha de Zeus, surge como deusa guerreira, protetora dos exércitos.Aos poucos sua proteção se amplia para o trabalho em geral, e mas tarde par atividades intelectuais e artes. Ao mesmo tempo é a deusa da sabedoria, a protetora da cidade de Atenas.

Religiões monoteístas Surgem com o desenvolvimento da 3ª fase. Privilegiam força morais do indivíduo e se concentram no problema do bem e do mal. A interpretação da natureza passa a ter um caráter mais racional. O divino deixa de ser concebido pelos poderes mágicos e passa a ser enfocado com pelo poder de justiça A partir de então, o indivíduo entra em contato com o sagrado como árbitro do seu próprio destino. Ao dar a sua livre adesão ao bem, torna-se aliado da divindade, praticando o dever religioso.

O mito hoje O pensamento crítico reflexivo quebra a unidade do mito. A nova forma de pensar o mundo dessacraliza o pensamento e a razão, retira o caráter sobre natural e faz surgir a filosofia, a ciência e a técnica. O desenvolvimento do pensamento reflexivo decretou a morte da consciência mítica?

Augusto Comte (séc. XIX), fundador do positivismo, opõe radicalmente mito e razão, inferioriza o mito como tentativa fracassada de explicação da realidade. Positivismo exalta a ciência e faz nascer o “mito” do cientificismo = ciência como única forma de saber., onde surge o mito do progresso, da objetividade e da neutralidade científica.

Mas a ciência não é a única forma de interpretação válida do real, nem é suficiente. O mito é o ponto de partida para a compreensão do ser. Tudo o que pensamos e queremos se situa inicialmente no horizonte da imaginação, nos pressupostos míticos, cujo sentido existencial serve de base para todo trabalho posterior da razão. O mito é nossa primeira leitura do mundo. O advento de outras interpretações da realidade não exclui o fato de ele ser a raiz da intelegibilidade.

Até mesmo os psicanalistas aproveitam a riqueza dos mitos e descobrem neles as raízes do desejo humano. Freud interpretou o mito de Édipo. Com artistas, políticos, esportistas que os meios de comunicação transformam em imagens exemplares, faz com que no imaginário das pessoas, representem seu tipos de anseios como: sucesso, poder, atração sexual, etc.

Os desenhos animados exprimem a luta do bem contra o mal, a dupla personalidade dos super-heróis atinge o desejo da pessoa comum superar a própria inexpressividade e impotência, tornado-o poderoso. O socialismo pode ser considerado um mito na política. Considerado por uns como algo inatingível ou do que um dia poderá “vir- a ser”.

Nosso comportamento também é permeado por rituais: comemorações de nascimento, casamento, aniversário, festa de ano novo, formatura, trotes, etc. O mito pode ter conotações negativas como o do cientificismo e da raça ariana. O mito é um conceito amplo e rico que não pode se esgotar em uma só linha de interpretações.

Conclusões O mito faz parte da nossa vida. Mito e razão se complementam. O mito propõe, mas cabe à sabedoria dispor.