CAPÍTULO 4 – NATUREZA E CULTURA

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Transcrição da apresentação:

CAPÍTULO 4 – NATUREZA E CULTURA

Dê um título que relacione as duas imagens Contorno de mão na gruta de Pech-Merle, França. Era Paleolítica, cerca de 15 mil anos atrás. Pegada do astronauta Neil Armstrong na chegada do homem à Lua, em 1969.

1. Para começar 1920 – encontradas na Índia duas meninas que teriam crescido entre lobos. Seu processo de humanização só teve início quando passaram a participar do convívio humano. Um fato notável ocorreu nos EUA com Helen Keller (1880-1968), nascida cega e surda e que portanto não aprendera a falar. Com o tempo aprendeu a falar, a ler e a escrever. Tornou-se escritora e conferencista conhecida mundialmente. Seria a linguagem o elemento que caracteriza fundamentalmente a cultura humana e que distingue o ser humano do animal?

2. O comportamento animal Muitas vezes nos surpreendemos com as semelhanças entre os humanos e os animais, principalmente com aqueles que se encontram nos níveis mais altos da escala zoológica de desenvolvimento, como macacos e cães. Tal como eles, temos inteligência, demonstramos amor e ódio, sentimos prazer, dor e sofrimento, expressamos alegria, tristeza e desejos, além de tantas outras características comuns que descobrimos no convívio com os animais.

A ação por instinto Níveis mais baixos da escala zoológica – tais como os insetos -, agem principalmente por reflexos e instintos. A ação instintiva é regida por leis biológicas. Os atos não se renovam, não tem história. Salvo no que se refere às modificações decorrentes da evolução das espécies e das mutações genéticas. Os atos instintivos ignoram a finalidade da própria ação. Em contrapartida, o ato humano voluntário é consciente da finalidade.

O uso da inteligência Ao contrário da rigidez dos reflexos e instintos, a inteligência dá uma resposta ao problema ou à situação nova de maneira improvisada e criativa. Experiências psicólogo Wolfgang Köhler – 1910 – colônia de chimpanzés (ato de inteligência).

A linguagem, limiar do humano Os animais também têm um certo tipo de linguagem. Por exemplo, por meio de uma dança as abelhas indicam umas às outras onde acharam pólen. Linguagem programada biologiamente. O cachorro expressa emoção por sons que nos permitem identificar medo, dor, prazer. O cão rosna por instinto, mas entende seu dono pela inteligência, mediante aprendizagem por reflexo condicionado. Chimpanzés – linguagem rudimentar, que não alcança o nível de elaboração simbólica de que somos capazes.

3. O agir humano, a cultura A linguagem humana intervém como forma abstrata. É pela palavra que nos situamos no tempo, para lembrar o que ocorreu no passado e antecipar o futuro pelo pensamento. Dada a infinita possibilidade humana de simbolizar, as culturas são múltiplas. A ação cultural é coletiva, por ser exercida como tarefa social, pela qual a palavra toma sentido pelo diálogo.

Tradição e ruptura O mundo cultural é um sistema de significados já estabelecidos por outros, de modo que, ao nascer, a criança encontra-se diante de valores já dados (idioma, maneira de alimentar-se, tom de voz nas conversas...). Até na emoção, que nos parece uma manifestação tão espontânea, ficamos à mercê de regras que educam a nossa expressão desde a infância. Se o processo de humanização se faz por meio das relações sociais, será dos impasses e confrontos surgidos nessas relações que a consciência de si poderá emergir lentamente. Ao mesmo tempo que nos reconhecemos como seres sociais, também somos pessoas, temos uma individualidade que nos distingue dos demais.

4. Uma nova sociedade? Ainda que em todos os tempos e lugares sempre tenham ocorrido mudanças, as chamadas sociedades tradicionais fixavam hábitos mais duradouros que ordenavam a vida de maneira padronizada com estilos de comportamento resistentes a alterações, sempre introduzidas de maneira gradativa. No entanto, a partir dos anos de 1960 nota-se uma mudança de paradigma, porque os parâmetros que vinham orientando nosso modo de pensar, valorar e agir desde o Renascimento e a Idade Moderna começaram a entrar em crise no final do século XIX.

A sociedade da informação A formidável revolução da informática já se faz sentir na cultura contemporânea.

A sociedade da informação Imaginemos a mudança de paradigma que representou, na Grécia Antiga, a introdução do alfabeto fonético. E no Renascimento, o que significou a democratização do saber pela invenção dos tipos móveis, engenhos que deu início à era da imprensa. Na contemporaneidade, os textos que circulavam nos livros, revistas e jornais se integraram às imagens e aos sons, primeiro pelo cinema e pela televisão, depois por todos os canais que as recentes descobertas tecnológicas tornaram disponíveis no campo da automação, robótica e microeletrônica.

Estamos vivendo a era da sociedade da informação e do conhecimento. Sociedade em rede – é um conjunto de nós interconectados e podem ser dos mais variados tipos. Exemplo: Rede de fluxos financeiros globais, de produção e distribuição de drogas, de gangues de rua, de sistemas de comunicação ou transporte, de estúdios de entretenimento e tantas outras. O impacto das novas mídias também se reflete nos nossos valores e crenças, a uma velocidade que não se compara a nenhuma outra época. O desafio dos novos tempos é ser capaz de selecionar a informação e refletir sobre seu significado.

5. A cultura como construção humana Por mais que adestremos os animais superiores e os façamos se aproximar de comportamentos semelhantes aos humanos, jamais eles conseguirão transpor o limite que separa a natureza da cultura. Esse limiar encontra-se na linguagem simbólica, na ação criativa e intencional, na imaginação capaz de efetuar transformações inesperadas. Característica humana mais nobre: a capacidade de produzir sua própria história e de se tornar sujeito de seus atos.