Concepção Psicanalítica de Temas Psiquiátricos Psicanálise de Crianças 14 de Julho 2007 Rio de Janeiro Dra. Débora Regina Unikowski Psicóloga pela Université René Descartes Paris V - Sorbonne Psicanalista de adultos, adolescentes e crianças; Membro Associado e docente da Associação Psicanalítica Rio 3; Filiada a International Psychoanalitical Association, Fepal e ABP
Hermine von Hugh-Helmuth - 1920 BREVE HISTÓRICO I Freud - 1909 Pequeno Hans Tratamento indireto Hermine von Hugh-Helmuth - 1920 Brincar induzido Comunicação Inconsciente Sem interpretação
BREVE HISTÓRICO II Melanie Klein Anna Freud Brincar / Associações Fantasias Transferência Interpretação Anna Freud Ego em evolução Sem Transferência Super ego não estruturado
PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Coleta de dados clínicos Modelos teóricos de referência Reflexão crítica Busca do sentido e não da causa (Jean-Louis Lang- Introduction à la Psychopathologie Infantile)
SINTOMA Melhor alternativa Tentativa de elaboração do conflito possibilitando a demanda FAMÍLIA ESCOLA MÉDICO PAIS CRIANÇA
SINTOMA E DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL Aspectos normais e patológicos Distúrbio e etapa do desenvolvimento A gênese do sintoma não é fundamentalmente diferente da gênese das condutas normais
DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL Fase Oral Fase Anal Fase Fálica Latência
Momentos Decisivos no Desenvolvimento Primeiro Semestre de Vida Os primeiros 3 meses: Amamentação; Sono; De 4 a 6 meses; Início da consciência de si; Importância do pai.
Momentos Decisivos no Desenvolvimento Segundo Semestre Desmame; Dentição; Desenvolvimento psicomotor; Distúrbios do sono; Distúrbios da alimentação; Fenômenos pré-fóbicos : Angústia do 8° mês – Medo do estranho Medo do escuro. Não surgimento de sintoma pode ser sinal de alarme
Momentos Decisivos no Desenvolvimento A criança de 1 a 3 anos A marcha; A linguagem; O controle dos esfíncteres; A chegada de um irmão; Pesadelos e terror noturno; Medo de grandes animais; Idade do protesto – Fase do “NÃO”: Oposição alimentar; Oposição ao dormir; Agressividade como forma de expressão.
Momentos Decisivos no Desenvolvimento A criança de 3 a 5 anos Ingresso na pré-escola; Identificação com seu sexo; Elaboração do Complexo de Édipo; Desadaptação escolar e fobia escolar.
O NOSSO PACIENTE A Criança Permite chegar perto do seu sofrimento Exposição / Labilidade Dependência do adulto Mais cedo a procura maiores as transformações
RITMO DE VIDA FRENÉTICO Século XXI Intensidade de estímulos Aflição vira ação Menos imaginação Inibição do brincar de “Faz-de-conta” Valorização do Competitividade Introspecção, conversa, leitura desvalorizados
Pouco tempo e espaço para questões psicológicas DISPONIBILIDADE DOS PAIS Fazer/Ter Pouco tempo e espaço para questões psicológicas Ser/ Estar
AMBIVALENTES: Querem e Não Querem PAIS AMBIVALENTES: Querem e Não Querem Narcisismo Ferido Amnésia Infantil – FREUD Fobia da Vida Psíquica – Florence GUIGNARD
Fantasias Anti-tratamento PAIS Fantasias Anti-tratamento A criança não entende muita coisa, por que conversar? Certamente ao crescer, suas dificuldades desaparecerão; Infância tempo mágico, sem problemas, nem sofrimentos, paraíso para onde todo mundo gostaria de retornar; Como poderá mudar brincando com um psicanalista?
Tratamento Psicanalítico O analista junto com o paciente: Identificar a angústia Dar significado Levando em conta o funcionamento mental Modo de relacionamento da dupla Não acolhimento angustia se transforma em ação ou ao contrário inibição
Enquadre Físico e Mental “SETTING” Enquadre Físico e Mental Duração Liberdade Sigilo Limites Caixa
CARACTERÍSTICAS DO “SETTING” Rapidez e dinamismo Processo constante Disponibilidade do analista Modulação da ansiedade Mínimo de interferência Comunicação
COMUNICAÇÃO NA SESSÃO PERSONAGENS Diálogo Desenho Jogo Brincadeira --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- PERSONAGENS Diálogo Desenho Jogo Brincadeira Brotam como necessidade do texto relacional de exprimir emoções e afetos
Espaço de Comunicação FUNCIONAMENTO DO “SETTING” Contratransferência Interpretação Fantasias Funcionamento Mental Transferência Mudanças
FUNÇÃO DO ANALISTA Continente; Revêrie – Atenção flutuante, atitude receptiva; Decodificar, Significar e Nomear angústias; Assinalar - Campo e Referencial Externo.
VINHETA CLÍNICA
MUDANÇAS NA LATÊNCIA Menos Repressão Sexual Maior Estimulação e Excitação Mistura Pais e Filhos Pouca Privacidade com Corpo Excitação/ Curiosidade Relação Sexual dos Pais Puberdade e Adolescência Precoce Percepção das Dificuldades Demanda Desejo de Mudar Re-organização das Experiências Emocionais
PSICANÁLISE DE CRIANÇAS NO SÉCULO XXI O que vem mudando na abordagem técnica: ”Setting” Divã Inclusão dos Pais Linguagem Brincadeiras criativas Acolhimento de brinquedos individualizados
BIBLIOGRAFIA FERRO, A. (1995) A técnica na psicanálise infantil. A criança e o analista: da relação ao campo emocional, Imago, Rio de Janeiro, 1995. FREUD, S (1909) Análise de uma fobia em um menino de 5 anos. GUIGNARD, F. (1996) O Infantil ao Vivo: Reflexões sobre a situação analítica. Imago Editora, Rio de Janeiro, 1997. KLEIN, M. (1932) A Psicanálise de Crianças. Imago Editora, Rio de Janeiro, 1997. MELTZER, D. (1967) Introdução. In: O Processo Psicanalítico – Da criança ao adulto. Imago Editora, Rio de Janeiro, 1971. UNIKOWSKI, D.R.(2003) Incluindo os Pais: Sobre o início do processo em psicanálise de crianças. Trabalho apresentado no XIX Congresso Brasileiro de Psicanálise, Recife, Outubro 2003. ______________ (2006) Mudanças na abordagem técnica em análise de crianças no século XXI. Trabalho apresentado no I Encontro de Psicanálise de Crianças e Adolescentes do Rio de Janeiro, Setembro 2006. ______________ (2007) Desafios da psicanálise de crianças na atualidade: Como se apresenta o Período de Latência no século XXI. Anais do XXI Congresso Brasileiro de Psicanálise, Porto Alegre, Maio 2007.