O Programa Crediamigo do Banco do Nordeste do Brasil: Impactos na renda e mediações de gênero Dayany Silva Barros da Costa – UFPB Alicia Ferreira.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Desenvolvimento Local & Territórios
Advertisements

FORTALECENDO A INSTITUCIONALIZAÇÃO E OS CONCEITOS DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO NO BRASIL: uma agenda para todos Profa. Dra. Maria Ozanira da Silva e Silva.
Fernando Augusto Silva Marins
SEMINÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA
AVALIANDO O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RH
SEMINÁRIO BRASIL SEM MISÉRIA INCLUSÃO PRODUTIVA URBANA
SECRETARIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA AGENDA TERRITORIAL – EJA
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS Secretaria Nacional de Renda de Cidadania - SENARC Foro de Diálogos Brasil-Espanha: Desenvolvimento.
Metodologia de Pesquisa
SIPS Sistema de Indicadores de Percepção Social
UMA ECONOMIA EMANCIPATÓRIA NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
CESED - CENTRO DE ENSINO SUPERIOR E DESENVOLVIMENTO
SECRETARIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA
Apresentação do Projeto
PROGRAMA DE APOIO AO SEGMENTO DE MICROCRÉDITO
ORGANIZAÇÃO DE FÓRUNS ESTADUAIS. MOTIVADORES A relevância que vem sendo dada ao microcrédito nos últimos anos; A necessidade de nivelar e aprofundar conhecimentos,
Rio de Janeiro, 6 de julho de 2011
Novas Perspectivas de Apoio e de Avaliação de Políticas para MPEs em Arranjos Produtivos Locais Seminário RedeSist-SEBRAE Rio de Janeiro, 4 de julho de.
Faculdade de Medicina de Marília Disciplina de Informática em Saúde 1/20 O papel do Bibliotecário Frente às Tendências Tecnológicas e sua Relação com a.
EXPERIÊNCIA DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA UFRN
Desenvolvimento Local e Sustentabilidade Gilson Domingues Cardoso Gerente de Desenvolvimento e Planejamento Vitória 19 de novembro de ª Gestão das.
SÉCULO XX.
A identificação e cadastramento de grupos em situação específica: assentados da Reforma Agrária, beneficiários do Programa Nacional do Crédito Fundiário.
Cidade Saudável, Cidade Educadora,
2012 A ERRADICAÇÃO DA POBREZA NOS MUN ICÍPIOS CEARENSES
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Treinamento SEER à distância: uma estratégia para repasse de tecnologia A educação à distância (EaD) não é, propriamente, uma novidade possibilitada pela.
16 de novembro de 2010, Rio de Janeiro
Giuseppina Pellegrini João Carlos Bastian
REDE DE MULHERES – GT-2 01/10/2013
uma perspectiva curricular relativa às fontes de informação.
Monitoramento dos Programas Sociais – parte 2
Dilemas da institucionalização de políticas sociais em 20 anos de Constituição Lenaura de Vasconcelos Costa Lobato Universidade Federal Fluminense
Banco do Povo Paulista Maio, 2010.
I Reunião - Preparatória Coordenadoria da Mulher
Seminário Itaú de Microfinanças
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO II Encontro Brasil-Canadá de Educação Profissional e Tecnológica Novembro de 2011.
Seminário Complexo Industrial da Saúde O Desenvolvimento do Sistema Nacional de Proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual no Campo da Saúde Jorge.
Universidade Federal de Santa Catarina
Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Curso: Biblioteconomia Acadêmica: Fátima Machado Florianópolis, 2005.
Agenda Estratégica 2011/ de março de 2011 Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio 1.
FÓRUM PERMANENTE DA MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE Comitê de Investimento e Financiamento Abril/2008.
PRONATEC: PERSPECTIVAS E DESAFIOS
Políticas Públicas para APLs de Base Mineral
PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DO ESPORTE
ATUAÇÃO DOS EGRESSOS DO ENSINO SUPERIOR: Avaliação comparativa da inserção profissional da mulher formada no Curso de Administração da UNEB (Campus Salvador)
Por que estudar sistemas de informação?
I Seminário do Plano Diretor de Atenção Primária à Saúde da Região Macro Sul de Minas Gerais A INSERÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA NA ESTRATÉGIA DE.
* TRABALHO DECENTE * ARAXA – 04/10/ O compromisso do governo brasileiro com a promoção do trabalho decente inicia-se formalmente com a assinatura.
Objeto e objetivos A revisão bibliográfica sobre o papel das imagens nas pesquisas sociais e nas sociedades fundamenta o campo de reflexão onde nos situamos.
TransFormação: Habilidades para Produtividade
JANETTE MARIA FRANÇA DE ABREU
Política de microfinança solidária, geração de renda e mediações de gênero: em perspectiva participação das mulheres em sítios e assentamentos rurais do.
Área: Relações Internacionais Título – O campo de atuação do profissional de Relações Internacionais na região da Grande Florianópolis: características.
ESTUDOS DE CasO ILUSTRAndo O UsO DOS MÉTODOS MISTOS
CrediAMIGO COMUNIDADE
Economia Solidária e Políticas Públicas: a experiência da Associação das Mulheres em Ação – AMA, em Fortaleza (CE) Autor: Janainna Edwiges de Oliveira.
COOPERAÇÃO BRASIL-CANADÁ Intercâmbio de conhecimento para a promoção de equidade de gênero Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica Brasil,
AUTORA: Adelice Ferreira Silva Orientadora: Margareth L. de Macedo PROGRAMA ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA Porto Nacional – TO. Julho/2010.
1 w w w. c a p l a b. o r g. p e Rio de Janeiro, 20 e 21 de maio de 2008 Painel 3: Desenvolvimento e promoção de políticas, estratégias e serviços integrados.
AGENDA 2020 O Rio Grande que queremos. Crescimento econômico Elevação da qualidade de vida Eqüidade social e regional Referência em inovação e tecnologia.
BNDES, Rio de Janeiro – 14 de agosto de APRESENTAÇÃO Mestrado em Avaliação de políticas Públicas - MAPP: I. Estrutura e funcionamento II. Resultados.
PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SAÚDE
Perfil dos Consumidores de Cereais do Município de Tubarão
Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social
METODOLOGIA CIENTÍFICA (ENG2510)
Universidade de Brasília. CDT Criação do CDT Ato da Reitoria nº 011/86 de 24 de Fevereiro de 1986, assinado pelo Reitor Cristovam Buarque. Regimento Interno.
Projeto Bancos Comunitários em Rede 12 de maio de 2015.
O Público e o Privado na Economia Equipe 4 Diego Sampaio (Líder) Alex Pavão Manoel Furtado Cássia Machado Paulo Marcelo Ferreira Menino Pedro Paulo Ferreira.
Sueyla Ferreira da Silva dos Santos Orientadora: Tânia R. Bertoldo Benedetti Área de Concentração: Atividade Física e Saúde NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA.
Transcrição da apresentação:

O Programa Crediamigo do Banco do Nordeste do Brasil: Impactos na renda e mediações de gênero Dayany Silva Barros da Costa – UFPB Alicia Ferreira Gonçalves – UFPB Definição do Objeto O Crediamigo é o Programa de Microcrédito Produtivo Orientado do Banco do Nordeste do Brasil, criado em 1997, oferecendo incentivos através da concessão de crédito, estratégias de integração, orientação gerencial a milhares de empreendedores, que se situam em setores informais da economia. Operacionalmente trabalha com o atendimento, por pessoas treinadas, aos empreendedores, com o objetivo de efetuar o levantamento socioeconômico para definição das necessidades de crédito e a prestação de serviços de orientação sobre o planejamento e operacionalização do negócio. Objetivos do Trabalho O presente trabalho é fruto do Projeto de Pesquisa PIBIC iniciado em julho de 2012 no âmbito do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal da Paraíba. A temática abordada remete às interfaces entre programas de microcrédito, especialmente, o Programa Crediamigo executado pelo Banco do Nordeste do Brasil, a geração de renda e os efeitos nas relações de gênero, a partir da perspectiva etnográfica. O foco do projeto é o combate à pobreza no Brasil por meio de do Programa de Microcrédito Produtivo Orientado que financiam atividades produtivas na área de atuação do Banco. Estudos indicam que percentual significativo de participantes são mulheres (66%) casadas e com filhos, dentre elas, uma grande proporção sustenta sozinhas as suas famílias. A problemática central do estudo remete ao empoderamento das mulheres via microcrédito. Metodologia Trata-se de uma pesquisa de corte etnográfico que analisa os efeitos do Programa na renda e as mediações de gênero. Neste sentido foi realizada pesquisa de campo e entrevistas qualitativas com os clientes e as clientes do referido Programa, com a finalidade de apreender a perspectiva dos tomadores/as de empréstimo. Revisão bibliográfica e fichamentos dos textos relativos as temática em foco (pobreza, microfinanças e gênero); negociação da pesquisa com os agentes institucionais; agendamento das entrevistas com os sujeitos da pesquisa: as “clientes” e os clientes (nomeação institucional); entrevista qualitativa com os tomadores de empréstimo na cidade de João Pessoa; histórias de vida das clientes – abordagem biográfica; questionário fechado para delinear o perfil das tomadoras de empréstimo e do grupo solidário; registros visuais e reuniões quinzenais com a orientadora para acompanhamento da pesquisa.

Resultados Podemos considerar que crédito oferecido pelo Programa gerou impacto nas rendas dos clientes, o que favoreceu uma ampliação de limites de crédito disponível como também uma ampliação e em alguns casos mudanças de suas atividades e geração de renda, 10% a 90% segundo os relatos dos entrevistados. Com relação às condições de vida do/as clientes não se evidenciaram maiores alterações, com exceção de uma entrevistada que apresentou considerável alteração em sua renda, mas a mesma atribui essa alteração não ao Programa, mas sim ao momento em que se tornou empreendedora. Caso também evidenciado por Alcides Gussi (2011) em sua pesquisa realizada na periferia da cidade de Fortaleza, onde também constatou que o aumento na renda não levou a mudanças expressivas em aspectos como “escolaridade, capacitação profissional, moradia, saúde e lazer”. Como considerações finais, podemos afirmar, a partir da pesquisa realizada na cidade de João Pessoa, que o Programa, possui entraves com relação aos objetivos a que se propõem tanto com relação a sua missão (promoção do desenvolvimento sustentável da região e geração de emprego e renda), como principalmente em relação à pergunta levantada anteriormente. Não se pode negar que o Crediamigo auxilia na agregação de renda a vida dos clientes, mas também se pode evidenciar que ele não conferiu autonomia às mulheres (pois isso elas adquiriram quando se tornaram empreendedoras, antes de entrar no programa), isso quer dizer que como disse Alcides Gussi ele apresenta limitações. Possivelmente se mantiver as atuais regras de concessão do crédito não conseguirá engendrar uma “Revolução Feminina” como descrita por Marcelo Neri. Referências AMARAL, Carlos. Microfinanças e Produção Sustentável nos Ambientes Costeiro e Marinho no Brasil: Possibilidades e Desafios. AGÊNCIA COSTEIRA, 2005. CARDOSO, Gil Célio de Castro. O Estado desenvolvimentista e o Nordeste: o BNB na busca de um novo modelo de desenvolvimento regional. Tese de Doutorado em Ciências Sociais. Natal/RN: PPGCS/UFRN, 2006. GARCIA, Celia. O Desenho do Programa Crediamigo do Banco do Nordeste. Fortaleza: BNB, 2010. GONÇALVES, Alicia Ferreira. Microfinanças, pobreza & relações de gênero no Estado da Paraíba. Paraíba: UFPB , 2012. GUSSI, Alcides Fernando; SILVA, Rita Josina Feitosa da. Microcrédito e desenvolvimento: avaliação dos impactos do Programa Crediamigo em população de baixa renda de Fortaleza. CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais, Número 16, março de 2011, Pág. 249 – 271. Disponível: http://www.cchla.ufpb.br/caos/n17/18.%20GUSSI,%20A%20FEITOSA,%20R%20MAPP%20249-271.pdf. Acesso: 16 de ago de 2012. NERI, Marcelo Caetano (Org.). Microcrédito: o mistério nordestino e o grameen brasileiro – perfil e performance dos clientes do crediamigo. Rio de Janeiro: FGV, 2008. SPOONER, Lysander. Poverty: its ilegal causes, and legal cure. 1846. Delegacia da Mulher de João Pessoa recebe 15 novos casos por dia. G1 PB: 2012. Disponível: http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2012/11/delegacia-da-mulher-de-joao-pessoa-recebe-15-novos-casos-por-dia.html. Acesso em: 17 de maio de 2013.