Regime de Crescimento e Geração de Emprego como Determinantes Macroeconômicos da Desigualdade de Renda: uma análise para o caso do Brasil Miguel Bruno.

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Transcrição da apresentação:

Regime de Crescimento e Geração de Emprego como Determinantes Macroeconômicos da Desigualdade de Renda: uma análise para o caso do Brasil Miguel Bruno (IPEA, UERJ e ENCE/IBGE) Ricardo Macedo (IPEA, IBMEC e UCAM)

Objetivo: Efeitos do regime de crescimento econômico sobre criação de emprego e distribuição de renda. Abordagem neo-estruturalista (Função de Progresso Técnico Kaldoriana + Análise do Regime de Crescimento) Caso Brasileiro: finance-led growth regime ( após a liberalização)

Características pós 1990`s: Baixas taxas de crescimento do PIB; Forte dependência de capitais especulativos; Taxas de Juros muito elevadas Taxa de câmbio flutuante (viés de apreciação)

No Brasil: Especialização regressiva na indústria brasileira – maior dependência das exportações e da absorção da poupança externa Problema: superar seus limites estruturais ao desenvolvimento econômico.

Aumento da riqueza dos detentores de ativos financeiros, os quais não são conectados ao financiamento da formação bruta de capital fixo. Financiamento de capital fixo dependente do crédito público

1 – CRESCIMENTO DE LONGO PRAZO DO PIB PER CAPITA BRASILEIRO (1900-2009) FONTE: IPEADATA

A pobreza é um problema macroeconômico: Necessidade de acumular capital fixo produtivo para acelerar a taxa de crescimento – há complementaridade entre FBKF e capital humano e geração de postos de trabalho

GRÁFICO 2 – A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL FIXO PRODUTIVO É A BASE DA GERAÇÃO DE EMPREGO (2002-2009) FONTE: IPEADATA para o estoque de capita; PME-IBGE para estimação do nível geral de emprego.

Distribuição de renda no Brasil – panorama Concentração de renda e do estoque de riqueza (Graf. 03) Apesar da queda de desigualdade: tendência de crescimento da profit-share (ps) e declínio do wage-share (ws) (Graf. 04) 2005-2006: crescimento do ws coincide com trajetória de crescimento (Graf.06)

GRÁFICO 3 – A QUEDA DA DESIGUALDADE DE RENDA NOS ANOS 90 FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1997/2007. (1) Exclusive as informações das pessoas sem declaração de rendimento. (2) Exclusive o rendimento das pessoas da área rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

GRÁFICO 4 – EVOLUÇÃO DA PARCELA DOS LUCROS NO PIB A CUSTO DE FATORES (1994-2009) FONTE: Contas Nacionais- IBGE

GRÁFICO 5 – EVOLUÇÃO DA PARCELA SALARIAL NO PIB A CUSTO DE FATORES (1990-2009) FONTE: Contas Nacionais- IBGE

GRÁFICO 6 – DETERMINANTES MACROECONÔMICOS DA DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA RENDA (1994-2009) FONTE: Índices de evolução das variáveis da Tabela 1

GRÁFICO 7 - ÍNDICE DE GINI DA DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO MENSAL DOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, COM RENDIMENTO (1997-2007) FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1997/2007. (1) Exclusive as informações das pessoas sem declaração de rendimento. (2) Exclusive o rendimento das pessoas da área rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Importância da relação capital-trabalho/Distribuição funcional da renda/Compreensão do ritmo de acumulação do capital Relações de salários (concorrencial ou administrada) Correlação entre salários e consumo

GRÁFICO 8 – OS SALÁRIOS SÃO A BASE DO CONSUMO FAMILIAR (2002 T1 – 2009 T1) FONTE: IPEADATA. NOTA: As variáveis foram tomadas em logaritmo natural

Salário Mínimo reduz desigualdade

GRÁFICO 9 – EVOLUÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL REAL DESDE SUA CRIAÇÃO (1940-2009) FONTE:IPEADATA NOTA: Índice dos valores do salário mínimo real, a preços de abril de 2010, pelo INPC-IBGE e ICV-Fipe (para o período 1940-1944).

GRÁFICO 10 – SALÁRIO MÍNIMO NOMINAL E SEU “GAP” CONSTITUCIONAL (JAN/2009 – MAI/2010) FONTE: IPEADATA e DIEESE.

GRÁFICO 11 – O SALÁRIO MÍNIMO REAL REDUZ A DESIGUALDADE DE RENDA (1997-2008) FONTE:IBGE e IPEADATA. NOTA: Salário mínimo real obtido a partir do salário mínimo nominal deflacionado pelo INPC-IBGE e ICV-Fipe (para o período 1940-1944).

GRÁFICO 12 – SALÁRIO MÍNIMO REAL E RENDIMENTO MÉDIO REAL POR CATEGORIA DE OCUPAÇÃO (2002 -2008) FONTE: IPEADATA.

GRÁFICO 13 – CRESCIMENTO ECONÔMICO E NÍVEL DE EMPREGO (2002 T2 – 2008 T2) FONTE: PME-IBGE para o nível de emprego e BCB, para o PIB mensal. NOTA: As variáveis foram tomadas em logaritmo natural.

GRÁFICO 14 – CRESCIMENTO ECONÔMICO E OCUPAÇÃO POR CATEGORIA (2002 M06 – 2009 M05) FONTE: PME-IBGE. NOTA: As variáveis foram tomadas em logaritmo natural.

GRÁFICO 15 – CRESCIMENTO ECONÔMICO E RENDIMENTO MÉDIO REAL POR SEGMENTO (2003 - 2008) FONTE: PME-IBGE. NOTA: As variáveis foram tomadas em logaritmo natural.

Transição demográfica e regime de crescimento em interação macroeconômica Elevação PIA/POP Regime de crescimento distancia economia brasileira do pleno-emprego Destruição da coesão social

GRÁFICO 16 – A TENDÊNCIA DE BAIXO CRESCIMENTO ECONÔMICO SE MANTÉM NO PERÍODO DE LIBERALIZAÇÃO (1950-2009) FONTE: IPEADATA.

GRÁFICO 17 – O REGIME DE CRESCIMENTO ATUAL MANTÉM A ECONOMIA MUITO AQUÉM DO PLENO EMPREGO (1950-2008) FONTE: IPEADATA, IBGE e Marquetti (2003) para o nível geral de emprego anterior a 1990.

Considerações finais: Investimento é necessário à inserção econômica e desenvolvimento social Políticas Públicas devem ampliar o acesso aos ativos produtivos Salário possui papel relevante PIA/POP X Txs. De crescimento baixas – efeitos perversos e redesenho do sistema de seguridade social

TABELA 2 – BRASIL: DETERMINANTES MACROECONÔMICOS DA DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA RENDA (2002-2009)