Poder, Política e Ideologia

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Camille Monet e a Criança
Advertisements

TRABALHO : SENTIDO ONTOLÓGICO
Max weber busca explicar o capitalismo através de fatores externos à economia. Para Weber, o capitalismo se constitui a partir da herança de um modo de.
Sociologia Matemática e Letras Prof. Dr. Vidal Mota Junior
MARXISMO UNIJUI- UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO
PROFESSOR DEJALMA CREMONESE
MARKETING Consumismo O que é o Marketing? O que é o consumismo?
Unidade iii Marxismo Slides utilizados na disciplina – Sociologia Aplicada para o Curso de Administração/UFSC Por Prof. Juliana Grigoli.
Matrix e o Mundo das Mercadorias
“ A sociedade se resume à luta de classes”
RESUMO DE SOCIOLOGIA Caro(a) aluno(a), o presente resumo permite ter uma visão panorâmica dos tópicos mais importantes ministrados neste primeiro semestre.
ALGUMAS OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
UM BREVE RESUMO DO SEMESTRE: SOCIOLOGIA Caro(a) aluno(a), o presente resumo permite ter uma visão panorâmica dos tópicos mais importantes ministrados,
UM BREVE RESUMO DO SEMESTRE: SOCIOLOGIA Caro(a) aluno(a), o presente resumo permite ter uma visão panorâmica dos tópicos mais importantes ministrados.
violência. trabalho. cultura. religião. educação política. modernidade
Os clássicos e o trabalho
O SEGREDO finalmente revelado Edgar Andrade & Márcia Rodrigues.
A análise do capitalismo por Karl Marx
Materialismo histórico e dialético
Criação: Marlos Urquiza Cavalcanti
TRABALHO – SENTIDO ONTOLÓGICO
FUNDAMENTOS POLÍTICOS-ECONÔMICOS DA EDUCAÇÃO
ALIENAÇÃO Karl Marx (1818 – 1883) 02/04/2017
A mercadoria: O Capital, Marx afirmava que a nossa sociedade APARECE INICIALMENTE COMO UM GRANDE DEPÓSITO DE MERCADORIAS. No entanto, o que pode existir.
A Gestão Escolar no âmbito das Reformas Educacionais
Aula 01 – Relações de Poder (Capítulo 21, pag 267)
Karl Marx e a História da Exploração
TEMA: O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Sociologia e sociologia e senso comum
IFSC Joinville Sociologia Profª Danielli Vieira
Como se tornar um consumidor consciente? Isso é possível?
O materialismo histórico
Então vamos para a prova final!
DESIGUALDADES SOCIAIS
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
Revisão para a prova – 9º ano Grupo 8 – A sociedade de consumo Grupo 9 – Maiorias e minorias Grupo 10 – Pobreza Grupo 11 – Violência ATENÇÃO: Essa revisão.
Professor Romildo Tavares – Filosofia/Sociologia
Teoria de Karl Marx Os Saltimbancos
Fundamentos de economia
Contexto, obras e conceito de educação
Karl Marx Máxima: 1818 – 1883 d.C. “Os filósofos não têm feito senão interpretar o mundo de diferentes maneiras, o que importa é transformá-lo”. Teses.
A INVERSÃO DA REALIDADE
Colégio Adventista de Diadema
Karl Marx (1818 – 1883).
Cap. 6 – Trabalhadores, uni-vos!
Aula de Sociologia – Karl Marx
Karl Marx: História, Dialética e Revolução
Karl Marx e as modos de produção social
Karl Marx e a Sociologia
IDEOLOGIA.
MODOS DE PRODUÇÃO OLIVEIRA, Pérsio dos Santos. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, Bibliografia.
Prof. Esp. Jefferson Luis Brentini da Silva
Modos de Produção Em Karl Marx.
A CRÍTICA AO CAPITALISMO Prof. Max DANTAS
Karl Marx e F. Engels Marx ( ) Engels ( )
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
CAP 20 – As teorias socialistas e o marxismo
Paulo Fernandes Paulo Valverde Bruno Araújo Gustavo Araújo Victor Cerqueira Glauber Brennon Guilherme Velloso.
Processos de produção textual Profª Margarete Apª Nath Braga.
Acadêmicos: Franklin Schappo Rodrigo Balen Tarlan Renk.
Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista
Marx e a educação.
Karl Marx e o materialismo histórico
Karl Marx.
Trabalho alienado > Consumo alienado
A teoria do Valor-trabalho O valor das “coisas” – O valor de qualquer mercadoria corresponde à quantidade de trabalho social médio nela contida. A quantidade.
As bases do pensamento de Marx
Aula 8 - A teoria de Karl Marx Karl Marx ( ) As bases do pensamento de Marx Filosofia alemã Socialismo utópico francês Economia política clássica.
A BASE ECONÔMICA DA SOCIEDADE
Transcrição da apresentação:

Poder, Política e Ideologia

Desde que homens e mulheres passaram a viver em grupos e a trabalhar coletivamente, várias formas de organização social foram se configurando, sendo que uma das mais recentes e que permanece até hoje em várias sociedades, chama-se Estado. Mas, por que isso aconteceu? Se retornarmos aos filósofos que realizaram as primeiras análises acerca do Estado, iremos perceber que esses chegaram a algumas conclusões, mas principalmente a uma, que fala da necessidade que os homens têm, como um todo, quando vivem em sociedade, de estar sob a responsabilidade de uma instância ordenadora.

O Estado se consolidou como uma instituição que no decorrer do desenvolvimento das sociedades, apresentou características as mais distintas, que foram desde o poder de um único homem, até o Estado que buscava representar a coletividade. A partir do início do desenvolvimento do capitalismo, temos a formação dos Estados Nacionais Modernos, os quais são caracterizados por mecanismos políticos que facilitam o governo de determinado grupo sobre determinado território. Esses mecanismos baseiam-se em sistemas de leis e regras sociais, mas principalmente na capacidade do governo de usar a “força” com a finalidade de implementar suas políticas.

Essa capacidade de atingir objetivos (sem ou com o uso da força), inclusive diante de fortes resistências, chama-se poder. O poder, para ser efetivado (bem -sucedido em seus objetivos) faz uso da coerção(força/violência) e da ideologia. Vamos começar a estudar a relação entre poder, política e Estado a partir da IDEOLOGIA.

Desde pequenos nós comemos lixo. Quando nascemos fomos programados A receber o que vocês Nos empurraram com os enlatados Dos U.S.A., de nove as seis. Desde pequenos nós comemos lixo. Comercial e industrial. Mas agora chegou nossa vez Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês (Trecho da música Geração Coca-cola, Legião Urbana)

Ideologia

Definição de ideologia A ideologia pode ser definida como o conjunto de idéias ou como a “visão de mundo” de um grupo (ou classe social). A ideologia dominante (ou hegemônica) é aquela do grupo com mais poder econômico e ou político e que se impõe, ou procura se impor sobre toda a sociedade.

Qual é o conjunto de ideias que predomina em nossa sociedade? O que significa ser feliz e realizado nos dias de hoje? Qual a ideia de “felicidade” que é propagada pela mídia? Significa consumir, ou seja, ser proprietário de um carro maravilhoso, do último modelo de celular, freqüentar lugares badalados da moda...As conseqüências desse tipo de raciocínio nos levam a uma busca desenfreada por produtos e por um modelo de vida quase inatingível! Trata-se de uma corrida sem ponto de chegada, e na qual descobrimos que esta “felicidade” que se compra, caberá a apenas alguns. E como ficam os milhões de seres humanos que morrem de fome e de epidemias, que nunca freqüentaram uma escola, que vivem nas ruas ou na beira das estradas?

O que nos leva a desenvolver este pensamento individualista O que nos leva a desenvolver este pensamento individualista? E a acreditar que o sucesso e a felicidade dependem unicamente do esforço de cada um? A ignorar que vivemos numa sociedade na qual as oportunidades não são colocadas igualitariamente. Hoje vamos procurar entender como as ideologias dominantes disseminam um conjunto de normas e idéias que vão reproduzindo as relações sociais e o modo de vida existente.

A ideologia e a dominação capitalista O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) afirmou que a ideologia dominante será aquela advinda da classe que domina a sociedade, ela representará, então, as ideias, a forma de pensar e explicar o mundo provenientes desta mesma classe. Essas afirmações encontramos na obra A Ideologia Alemã escrita em 1845-1846: “As idéias (...) da classe dominante são, em cada época, as idéias dominantes; isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante” (MARX).

E essas idéias possuem a característica de aparecerem para todos como universais e racionais. Para Marx, na sociedade capitalista a produção de objetos é a atividade essencial, pois é com ela que a divisão em classes e a exploração do trabalho ocorrem. Essa divisão impulsiona a classe dominante a manter o controle sobre o conjunto da sociedade.

. Quando compramos alguma coisa não nos importamos em saber em quais condições de trabalho e com qual salário aquele objeto foi produzido. Por exemplo, se você está com frio e tem que comprar uma blusa, vai se preocupar com a utilidade que ela terá para você. Não se preocupará com as condições de trabalho dos operários da indústria têxtil.

A propaganda atua sobre nós e o consumo ocorre através desta ação misteriosa e mágica que revela somente a utilidade do produto. Marx chamou esse processo de fetiche da mercadoria. Para Marx: “A mercadoria é misteriosa simplesmente por encobrir as características sociais do próprio trabalho dos homens, apresentando-as como características materiais e propriedades sociais inerentes aos produtos do trabalho”.

Ao consumirmos somos influenciados pela necessidade e utilidade – básica ou supérflua – que temos de possuir determinado objeto. Em geral, não nos preocupamos em compreender o que ocorre com a realidade do trabalhador e seu modo de vida.

Alienação, consumismo, meritocracia Assim, poderíamos dizer que na ideologia capitalista somos levados a trabalhar e a consumir : Sem pensar em todo o trabalho humano que existe em cada mercadoria. Trabalho no qual o trabalhador recebe apenas uma pequeníssima parte sobre toda a riqueza que produz (seu trabalho é que paga seu salário, os custos da produção e ainda gera um excedente, o lucro (a “mais-valia”). Toda a riqueza é revertida ao capitalista ( aos donos das empresas, das indústrias, das grandes marcas).

2) Para que haja mais e mais produção de riqueza somos levados a crer que precisamos de determinados bens, produtos, marcas para sermos reconhecidos. Trata-se da ideologia de que é preciso ter (bens, objetos valiosos) para ser (alguém, para ter aprovação dos outros, para não ser “tirado”, para ser famoso...). Em nossas sociedades capitalistas-consumistas quanto mais poder de consumo mais acesso se tem não somente à bens materiais, mas a direitos que deveriam ser garantidos a todos como: saúde, educação, lazer. Esses direitos acabam virando também “mercadorias”, são comercializados , e nesse sentido, é que se diz que vivemos numa sociedade de “consumidores” na qual só é de fato cidadão quem consome.

3) Passamos também a acreditar na MERITOCRACIA, ou seja na ideia de que todos estão em condições iguais de competir e que quem consegue enriquecer, quem consegue uma vaga na universidade, quem consegue um bom emprego é porque “fez por merecer”, como se quem não conseguisse essas coisas não tivesse se esforçado. Nada mais ilusório, já que há desigualdades materiais (de classe) e de outros tipos também, como as de gênero e etnia, que estão fora das “escolhas” dos indivíduos, e que acabam tornando desiguais também, as oportunidades sociais das pessoas.