*Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais (GRUPNAT) - UNISUL. “Mecanismos de ação envolvidos na atividade antinociceptiva da Casearia sylvestris” Anna Paula Piovezan *, Denise Vitorazzi de Pieri da Silva *, Simone Davet Muller* *Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais (GRUPNAT) - UNISUL. PROJETO PUIC RESULTADOS Tabela 1 - determinações de umidade inicial e final de folhas de Casearia silvestris, Dados em porcentagem. 2008. INTRODUÇÃO O conhecimento sobre a identificação e utilização correta de plantas é de muita importância, já que as mesmas são muito utilizadas para diversas tipos de patologias em humanos. É uma das responsabilidades do profissional da saúde conhecer e informar a população sobre os cuidados e maneiras de utilização das mesmas. Neste trabalho, investigamos a planta Casearia sylvestris, conhecida popularmente em nossa região como guaçatona, erva-de-bugre ou ainda como pau-de-lagarto; a mesma pertence à família das Flacurtiáceas, e ocorre na Mata Atlântica em todo região sul do Brasil (Lorenzi, 2002). O uso popular desta planta é para tratar feridas de pele, úlceras gástricas, e também como antipirético, antiséptico e anestésico local (Alonso, 2004), entre outros. A partir de dados que indicam a ação da Casearia sylvestris sobre enzimas inflamatórias e em modelos de dor, o nosso grupo de pesquisa (Grupo de Pesquisas em Produtos Naturais - GRUPNAT), vinha com o objetivo e interesse em investigar mais as propriedades analgésicas da planta, cujos resultados promissores puderam ser recentemente publicados (J Ethnopharmacol., 2007, Feb 2; [Epub ahead of print[, PMID: 17399925, Fonte: PUBMED). OBJETIVO GERAL Executar diferentes etapas de padronização e fracionamento do extrato da planta, para poderem ser utilizados em outros projetos de pesquisa. METODOLOGIA Colheita de planta Partes aéreas da planta Casearia sylvestris,, folhas e galhos, foram coletadas na cidade de Sangão/S.C., no mês de julho de 2008. A mesma foi identificada botanicamente pelo agrônomo Professor Jasper Zanco, do Herbarium Laelia purpurata, do curso de Agronomia da UNISUL. Preparo do extrato bruto hidroalcoólico A planta foi colocada para secar, em seguida moída e pesada e colocada em um recipiente, adicionou-se álcool 70%, ali permanecendo em repouso para ocorrer seu intumescimento. Depois, a planta foi retirada do recipiente e transportada para o percolador, e neste foi adicionado mais solução de álcool 70%, ficando mais dez dias em repouso absoluto. Após a filtração do extrato, começou-se o processo de evaporação, sendo a solução da planta colocada no aparelho rota-vapor, que tem por finalidade extrair o solvente e obter o extrato seco. Fracionamento do extrato bruto da Casearia sylvestris nas frações acetato de etila, n-hexano e diclorometano: O extato foi submetido a extração, por três vezes, em funil de separação com porções de 100 mL dos diferentes solventes: hexano, diclorometano e acetato de etila. O líquido restante foi denominado fração aquosa que foi concentrado em rota vapor até secura. Determinação do Teor de Umidade Adicionou-se o extrato bruto e a planta seca em placas petris e colocadas em estufa a uma temperatura de 105 ºC, por quatro horas, em seguida resfriada e pesadas. este procedimento foi repetido várias vezes, até que se obteve um valor de variação entre as duas pesagens inferior a 0,25% Controle de Qualidade Microbiológico do Extrato da planta Casearia sylvestris.: Preparação da amostra: pipetou-se 1 mL do extrato aquoso da planta em 9 mL de diluente estéril, a base de TWEEN 80, obtendo-se uma diluição 1:10. Então, a partir deste, fez-se outras diluições para realizar a contagem de microrganismos viáveis totais. Determinação de cinzas totais e cinzas insolúveis em ácido clorídrico: Segundo procedimento descrito na Farmacopéia Brasileira, pesou-se 3 g de planta seca e colocou-se a mesma num cadinho de silício, calcinado, resfriado e pesado. Colocou-se na mufla para incinerar a uma temperatura de 450oC, até que o carvão foi totalmente eliminado, e depois foi resfriado e pesado. Após, realizou-se procedimento de cinzas insolúveis em ácido clorídrico: ferveu-se o resíduo obtido na determinação de cinzas totais, durante cinco minutos com 25 ml de ácido clorídrico em cadinho coberto com vidro relógio. Lavou-se o vidro relógio com 5 ml de água quente, juntou-se esta água ao cadinho, recolheu-se o resíduo insolúvel em ácido sobre papel filtro, lavou-se com água quente até que todo o filtrado estivesse de cor neutra. Transferiu-se o papel filtro com o resíduo para o cadinho original, secou-se sobre chapa quente, depois incinerou-se a 500oC até obter-se o peso constante. . REPETIÇÃO PESO INICIAL(G) PESO FINAL(G) UMIDADE INICIAL(%) UMIDADE FINAL(%) 1 5,02 2,917 41,89 10,33 2 5,01 2,977 40,58 10,31 3 2,915 41,81 13,30 4 2,922 41,67 11,33 Resultados Obtidos: Valor de umidade: 3,27 % ou 0,0327 g/m l TESTE MICROBIOLÓGICO: Bactérias heterotróficas: zero UFC/mL Fungos e leveduras: 1,0 x 10-1 UFC/mL Coliformes totais: ACB Coliformes fecais: ACB Pseudomonas sp: ACB Escherichia coli: ACB Stafilococus aureus: ACB Salmonella sp :ACB Legenda: UFC = unidades formadoras de colônias ACB = ausência de crescimento bacteriano DETERMINAÇÃO DE CINZAS PESO VAZIO PESO C/CINZAS PESO C/ CINZAS EM ÁCIDO CLORIDRICO CADINHO 1 20,28 19,99 19,37 CADINHO 2 24,16 23,27 20,30 CADINHO 3 19,32 18,60 24,19 CADINHO 4 20,07 18,60 20,10 CADINHO 5 35,24 35,47 35,25 CADINHO 6 29,95 30,20 20,88 A partir dos dados acima, foi realizado um cálculo de percentual chegando ao seguinte valor: Resultado: 4% Conclusões: A partir dos resultados apresentados anteriormente podemos concluir que o extrato da planta casearia sylvestris esta de acordo com os dados da farmacopéia brasileira, estando em ótimo estado para ser utilizado em experimentos com os animais para a realização de outros experimentos, não apresentando nenhuma irregularidade, quanto a sua qualidade. REFERÊNCIAS Alonso, J., 2004. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Corpus Libros, Rosario, Argentina, pp. 577-579. Borges, M.H., Soares, A.M., Rodrigues, V.M., Andriao-Escarso, S.H., Diniz, H., Hamaguchi, A, Quintero, A. , Quintero, A ., Lizano, S., Gutierrez, J.M., Giglio, J.R., Homsi-Brandeburgo,M., 2000. I. Effects of aqueous extract of Casearia sylvestris (Flacourtiaceae) on actions of snake and bee venoms and on activity of phospholipases A2 – Comparative Biochemistry and Physiology. B: Comparative Biochemistry 127, 21-30. Borges, M.H., Soares, A.M., Rodrigues, V.M., Oliveira, F., Fransheschi, A .M., Rucavado, A, Giglio, J.R., Homsi-Brandeburgo, M.I., 2001. Neutralization of proteases from Bothrops snake venoms by the aqueous extract from Casearia sylvestris (Flacourtiaceae). Toxicon 39, 1863-1869. FARMACOPÉIA brasileira. 4. ed. São Paulo: Livr. Atheneu, 1988-2005. 2 v. Lorenzi, H., 2002. Árvores Brasileiras. Plantarum, Nova Odessa, p.131. Menezes, P.R., Schwarz, E.A .,Santos,C.A .M., 2004.In vitro antioxidant activity of species collected in Paraná. Fitoterapia 75, 398-400 Ruppelt, B.M., Pereira,E.F., Gonçalves, L.C., Pereira,N.A.,1991. Pharmacological screening of plants recommended by folk medicine as anti-snake venom-I. Analgesic and anti- inflammatory activities. Memorias do Instituto Osvaldo Cruz 86, 203-205.