USO DE EFLUENTES DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO NA AGRICULTURA NUPEGEL – USP USO DE EFLUENTES DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO NA AGRICULTURA ADOLPHO JOSÉ MELFI e CÉLIA REGINA MONTES UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Um grande desafio a ser enfrentado pela humanidade neste século 21 será o de garantir a disponibilidade de água de boa qualidade para atender as necessidades humanas ► Quantidade de água doce disponível é reduzida ► Demanda crescente ► Distribuição heterogênea ► Recursos hídricos cada vez mais poluídos
USO DA ÁGUA Atualmente de toda água doce retirada da natureza • 70% agricultura irrigada • 12% processos industriais • 8% consumo humano A demanda crescente por água tem feito do reúso planejado um tema atual e de grande importância O uso de efluentes de sistemas de tratamento de esgoto apresenta um grande potencial para a agricultura
Por que usar? GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS QUALIDADE DA ÁGUA Norte:Disponibilidade concentrada na região amazônica Nordeste: seca e necessidade de desenvolvimento sócio- econômico Sul e Sudeste: demanda de água para fins industrial, agrícola e urbano - poluição hídrica pela falta de saneamento básico Centro-oeste: a nova fronteira agrícola
Por que usar? Economia de fertilizantes Economia de água potável Reserva orgânica? Evitar eutrofização dos cursos d´água
ORGANISMOS PATOGÊNICOS Por que não usar? ORGANISMOS PATOGÊNICOS NITRATO, BORO toxicidade em plantas e poluição de águas subterrâneas SÓDIO Dependendo das concentrações no solo Sodicidade alterações estruturais (DISPERSÃO DE ARGILAS) METAIS PESADOS
COM O OBJETIVO DE RESPONDER A ESTAS PERGUNTAS..... Universidade de São Paulo e a SABESP criaram no Município de Lins (2000), um campo experimental, pioneiro no Brasil, para desenvolver pesquisas visando a utilização sustentável do efluente de esgoto, gerado pelo sistema municipal de tratamento Financiamento: SABESP, Finep (Projeto Prosab), FAPESP e CNPq
Sistema de tratamento de esgoto (SABESP – Lins) e área experimental (irrigação com efluente) Área experimental
Nestes 8 anos de projeto foram pesquisadas: Diferentes culturas
foram estudados os efeitos da irrigação com efluente:
E foi avaliada a aceitação, por parte de produtores rurais de Lins, da irrigação com EET, pois..... É NA CONQUISTA PELA ACEITAÇÃO DO PÚBLICO QUE RESIDE O MAIOR DESAFIO PARA O USO DA ÁGUA RESIDUÁRIA EM SUAS DIVERSAS APLICAÇÕES (urbanas, agrícolas, industriais)
Capim Tifton: economia de 32 a 81% na dose de NFM (função das chuvas) Alguns resultados: As produtividades das culturas aumentaram: seja pelo efeito do EET como fonte de água, seja pelo complemento de nutrientes Capim Tifton: economia de 32 a 81% na dose de NFM (função das chuvas) EET - 200 EET - 150 EET - 125 Produtividade da Cana-de –açúcar: EET - 100 Sem irrigação Média nacional 1o corte ton/ha
Houve aumento de sais no solo, sobretudo sódio, que deve ser monitorado para não causar danos a sua estrutura. (Quando necessário aplicação de um condicionador de solo) Na+ entrada entre 1000 a 2000 kg/ha/ano A qualidade do lençol freático não foi prejudicada pela irrigação Metais pesados, B e patógenos não são problemas
E.... Os produtores consultados não teriam problemas na utilização. Todos são favoráveis ao uso da técnica Todos utilizariam o EET, ressaltando a economia de fertilização mineral Indicaram como fator limitante para o uso a logística de transporte Avaliaram que a participação da Universidade dá credibilidade aos resultados pesquisa
Do ponto de vista técnico, no caso de Lins, A UTILIZAÇÃO DO EET NA AGRICULTURA APRESENTA-SE COMO UMA SOLUÇÃO ADEQUADA QUANDO COMPARADA AOS IMPACTOS PROVOCADOS PELA SUA DEPOSIÇÃO NOS CORPOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS Então por que não usar?
Maior impedimento atual: LEGISLAÇÃO ainda não temos uma legislação que regulamente a aplicação do EET para irrigação – Não pode ser utilizada RESOLUÇÃO No 54/2005 CNRH – MMA Estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reúso direto não potável de água reúso para fins: urbanos agrícolas e florestais ambientais fins industriais aqüicultura
Fase atual - em avaliação pela CTCT para encaminhamento a CTIL e CNRH As diferentes modalidades de reúso dependem de Resolução específica para implantação Desde 2006 estamos trabalhando na elaboração da Resolução específica para fins agrícolas e florestais Fase atual - em avaliação pela CTCT para encaminhamento a CTIL e CNRH CETESB – orientação para apresentação de projetos para aplicação de EET na agricultura
A LEGISLAÇÃO TEM QUE EXISTIR TEM QUE SER RIGOROSA TEM QUE HAVER FISCALIZAÇÃO MAS PRECISA TAMBÉM SER FACTÍVEL