3º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
USOS DA EPIDEMIOLOGIA:
Advertisements

Álvaro Escrivão Junior
Analfabetismo no Brasil: Tendências, Perfil e Efetividade dos Programas de Alfabetização de Adultos Reynaldo Fernandes Inep/MEC e FEA-RP/USP.
Dados e Informações sobre Acidentes de Trânsito nas Rodovias Disponibilidade E Comparabilidade José Hamilton Bizarria.
Indicadores.
CODIFICAÇÃO E ESTATISTICA DAS DECLARAÇÕES DE OBITO NO MUNICIPIO DE JAÚ
Núcleos de Prevenção de Violências e
Aids no Brasil 1980 – 2007 Novembro, 2007
Selo de Qualidade da Informação
COMO ALAGOAS IRÁ ACOMPANHAR OS MUNICÍPIOS
Modelo de Estimativa de Risco de Incidência de Tuberculose em Municípios Brasileiros Mineração de Dados Cleiton Lima Eric Ferreira.
INSTITUCIONALIZAÇÃO DA BUSCA DIRECIONADA DE NASCIMENTOS E ÓBITOS
SISTEMA DE INFORMAÇÃO E INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE DADOS
Mortalidade - Exercícios
Para cada criança Saúde, Educação, Igualdade, Proteção FAZENDO A HUMANIDADE AVANÇAR.
Atenção ao Câncer do Colo do Útero
Estudos retrospectivos de zoonoses no Estado do Paraná e municípios da Região Metropolitana de Curitiba Nathalia Terra Ferreira e Souza Iniciação Científica.
Fontes de Dados Demográficos
PROJETO: DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA SECRETARIA.
Violência contra idosos
Vigilância do Óbito por Causas Mal Definidas
ESTATÍSTICAS DE MORTES EM ACIDENTES DE TRÂNSITO
1.
Quem somos O que fazemos Slide 1
Crimes Letais Intencionais contra Mulheres no Espírito Santo
Radar Social Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Epidemiologia e Saúde Ambiental
II Encontro Nacional de Produtores e Usuários de Informações Sociais, Econômicas e Territoriais Avaliação do georreferenciamento das estatísticas do registro.
SITUAÇÃO DE SAÚDE EM FORTALEZA
Projeto de Pesquisa Fatores Associados aos Desfechos do Tratamento da Tuberculose em um Centro de Atenção Básica de Saúde: Uma Análise Sob a Ótica Antropológica.
Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis
Relacionamento de Bases de Dados na ANS
Sistema Nacional de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária
PLANO DE ENFRENTAMENTO DAS DCNT DE PALMAS-TO
SECRETARIA DE PARTICIPAÇÃO E PARCERIA COORDENADORIA DA MULHER Análise comparativa de dados sobre a Região Leste da Cidade de São Paulo; entre Subprefeituras.
EPIDEMIOLOGIA Prof Ms Benigno Rocha.
Estudo epidemiológico das mortes violentas auto-infligidas nos municípios catarinenses, visando possibilidades de prevenção e atendimento no âmbito do.
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Ferramenta para a organização dos serviços
MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA
Vigilância Epidemiológica do Câncer e de seus Fatores FUNASA Universidade Federal Fluminense Instituto de Saúde da Comunidade Departamento de Epidemiologia.
O EXAME CADAVÉRICO “ TERMINADA A VIDA DA VIDA, COMEÇA A VIDA DA MORTE “ SEGUNDO THOINOT “ MORTE É A CESSAÇÃO DOS ATOS VITAIS “
Violência e seu enfrentamento
Mortalidade por Acidente de Trânsito na Cidade de Tubarão –SC, no ano de Área de conhecimento. Geisiane Custódio – Autora – Curso de Medicina do.
Epidemiologia de Medicamentos – Mortalidade e Morbidade
VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UM ESTUDO DOS ATENDIMENTOS NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS/SC Renatha Christine Silva Veber; Msc. Ilse Lisiane.
PROFESSORA EDIR ANTUNES CARVALHO
, PAINEL DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE Equipe de Elaboração: Tânia de Jesus Subcoordenadora de Informações em.
Ministério da Saúde - MS Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães - CPqAM Departamento de Saúde Coletiva - NESC Laboratório de.
Economia e Gestão da Saúde (ECO059)
Medidas de mortalidade
Seminário Preparatório da Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde 5 de agosto de 2011.
Contando óbitos: do indivíduo ao coletivo. Brasil Quantos óbitos ocorrem no Brasil a cada ano? Qual a taxa de mortalidade no Brasil? Quais as principais.
PORTARIA 183/2014.
Universidade Federal da Bahia
INDICADORES DE SAÚDE Profa. Priscilla Indianara Di Paula Pinto Taques.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE.
INTRODUÇÃO Entre os mais importantes problemas de saúde pública.
A Declaração de Óbito Consa. Maria Madalena de Santana.
Declaração de Óbito MORTES VIOLENTAS Luiz Augusto Rogério Vasconcellos
Medidas em saúde coletiva: indicadores de morbidade
Profª Enfª Adriana Cristina Hillesheim EPIDEMIOLOGIA APLICADA ÀS EMERGÊNCIAS INDICADORES DE SAÚDE.
EPIDEMIOLOGIA MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA MÔNICA FONSECA 2014.
Introdução à Saúde Coletiva Conceito de saúde
VIGILÂNCIA DE AIDS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Entre 1982 e 2014, o ERJ registrou : casos de Aids, sendo: casos (SINAN) SISCEL/SICLOM.
Objetivos O Programa de Redução da Violência Letal tem como objetivos: mobilizar e articular a sociedade em torno do tema dos homicídios construir mecanismos.
PRÁTICAS DO AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA DO MUNICÍPIO DE ARARANGUÁ-SC NA DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA: Ciências Biológicas / Ciências Médicas e da Saúde.
Fontes de Dados Demográficos São José dos Campos 7 de maio de 2007 Ricardo Ojima Conceitos fundamentais e formas de acesso.
Medidas de ocorrência de eventos em saúde Agosto de 2011 Prof. Marcia Furquim de Almeida e Zilda Pereira da Silva Prof as. Marcia Furquim de Almeida e.
25 a Oficina de Trabalho Interagencial – OTI Rede Interagencial de Informações para a Saúde - RIPSA Usos das correções no SIM Dr. Juan Cortez-Escalante.
Transcrição da apresentação:

3º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo Mesa redonda Produção e análise de estatísticas de criminalidade A visão do setor saúde Marcos Drumond Júnior Coordenação de Epidemiologia e Informação – CEInfo Secretaria Municipal da Saúde da Cidade de São Paulo

Dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) Informações produzidas pela Epidemiologia Informação é o dado contextualizado, com referencial explicativo. É a representação da realidade para um sujeito

SISTEMA DE INFORMAÇÃO Mecanismo de coleta, processamento de dados, tabulação, produção de análises e divulgação 

SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOMICÍDIOS/AGRESSÕES Diferenças entre dados da segurança pública e da saúde Foco/unidade: ato (crime) e vítima Motivo: esclarecimento e atendimento Endereço: ocorrência e residência Momento: no ato ou em qualquer momento

Fonte: Declaração de Óbito Evento único Registro obrigatório Base populacional

Variáveis disponíveis para análise Individuais: idade, sexo, estado civil Sociais: raça/cor, escolaridade, ocupação, endereço de residência Relacionadas à morte e sua causa: - Local de ocorrência - Causa de morte

Doença que iniciou a sucessão de eventos que levou diretamente à morte Causa básica e Causas externas Doença que iniciou a sucessão de eventos que levou diretamente à morte   Causa externa: circunstâncias do acidente ou violência que produziu a lesão fatal

CAUSAS EXTERNAS: agressões - Agressões por arma de fogo - Por instrumento cortante ou penetrante - Por estrangulamento - Outras agressões especificadas - Agressões sem especificação - Lesão de intenção indeterminada - Intervenção legal

preenchimento da declaração de óbito Ferimento perfuro-contuso CAUSAS EXTERNAS: preenchimento da declaração de óbito Hemorragia aguda Ferimento perfuro-contuso Projétil de arma de fogo Homicídio

Informações complementares para causas externas de morte

A quem cabe atestar o óbito? CAUSA NATURAL CAUSA EXTERNA SEM ASSISTÊNCIA MÉDICA COM ASSISTÊNCIA MÉDICA MAL-DEFINIDO CAUSA CONHECIDA SVO MÉDICO DO PACIENTE OU SUBSTITUTO IML

Qualidade do dado/informação dado secundário investigação no IML: a experiência do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM) da cidade de São Paulo  

DIVULGAÇÃO CD-ROM do Ministério da Saúde TABNET Tabulações on-line pela Internet Brasil: Datasus com atraso de cerca de 2-3 anos com dados agregados por município, unidade da federação, região e país

DIVULGAÇÃO TABNET nos municípios Tabulações on-line pela Internet com atrasos de alguns meses: Secretarias Municipais da Saúde (ex: São Paulo e Campinas) dados agregados em distritos administrativos ou áreas de abrangência de unidades de saúde

EPIDEMIOLOGIA: conceito Estudo da distribuição e determinantes dos agravos à saúde em populações Disciplina que fornece os instrumentos (conceitos e métodos) para a qualificação dos dados e análise visando diagnóstico, monitoramento e avaliação  

Produção do Conhecimento Distribuição: espaço, tempo e pessoas (grupos sociais) Determinantes: causas Agravos à saúde: agressões Populações: coletivo

Exemplos O indicador número absoluto, proporção e taxa Brasil: 47.578 homicídios em 2005 variando de 93 em Roraima e 8732 em São Paulo % de homicídios no total das mortes Brasil: 4,7% foram homicídios em 2005 variando de 2,1% em Santa Catarina e 11,1% no Amapá

Taxa de mortalidade por agressões por 100 Taxa de mortalidade por agressões por 100.000 habitantes segundo Unidade da Federação – Brasil - 2005

Taxa de mortalidade por agressões por 100 Taxa de mortalidade por agressões por 100.000 habitantes segundo Capital de Unidade da Federação – Brasil - 2005

Características das vítimas sexo e idade Proporção do sexo das vítimas fatais de agressões com números absolutos e razão de sexos segundo capital – Brasil - 2005 Capitais Razão: 13/1 Brasil Razão: 11/1

Proporção de faixa etária das vítimas fatais de agressões segundo UF – Brasil - 2005

Condições sociais das vítimas

Proporção de raça/cor das vítimas fatais de agressões na Cidade de São Paulo em 2007 Proporção de escolaridade das vítimas fatais de agressões na Cidade de São Paulo em 2007

Tendência Variação no tempo

Taxa de mortalidade por agressões por 100 Taxa de mortalidade por agressões por 100.000 habitantes entre 1996 e 2005 segundo Unidade da Federação – Brasil

Instrumento utilizado na agressão Causa da Morte: Instrumento utilizado na agressão

Proporção de meio utilizado nas agressões que levaram à morte - Brasil - 2005

Proporção de mortes por agressões utilizando arma de fogo e instrumento cortante/penetrante segundo UF e Região – Brasil - 2005

Algumas possibilidades de aprofundamento analítico Diferenciais intraurbanos: variação em espaços com menor nível de agregação: exemplo do Município de São Paulo

10 principais distritos segundo número absoluto e taxa de mortalidade por agressões no Município de São Paulo em 2007

Taxa de mortalidade por agressões (por 100 Taxa de mortalidade por agressões (por 100.000 hab) nos distritos com os maiores valores e no distrito com o menor valor - Município de São Paulo entre 2000 e 2007

Taxa de mortalidade por agressões (por 100 Taxa de mortalidade por agressões (por 100.000 habitantes) entre 1996 e 2007 – Município de São Paulo Taxa de mortalidade por agressões (por 100.000 habitantes) nos distritos com as maiores quedas no Município de São Paulo entre 1996 e 2007

Tendência nas lesões de intenção indeterminada e causas indeterminada Impacto da qualidade da informação na queda dos homicídios: exemplo do Município de São Paulo Tendência nas lesões de intenção indeterminada e causas indeterminada

Número de mortes atestadas no Instituto Médico Legal como de intenção indeterminada entre 1996 e 2007 no Município de São Paulo

Número de mortes atestadas no Instituto Médico Legal como de causa indeterminada entre 1996 e 2007 no Município de São Paulo Número de mortes atestadas no Serviço de Verificação de Óbitos como de causa indeterminada entre 1996 e 2007 no Município de São Paulo

Número de mortes atestadas no Instituto Médico Legal de São Paulo como de causa ou lesão de intenção indeterminada entre 1996 e 2007 Coeficiente/taxa de mortalidade por agressões e por agressões ou intenção ou causa indeterminada no Município de São Paulo entre 1996 e 2007

Exemplo da população adolescente no Município de São Paulo Impacto da mudança da estrutura etária da população na queda dos homicídios Exemplo da população adolescente no Município de São Paulo

População entre 10 e 19 anos residente no Município de São Paulo Estimativas para os anos de 1996 a 2007 Entre 2000 e 2007 houve uma queda de 230.833 adolescentes na cidade

CONCLUSÕES O setor saúde disponibiliza dados de alta relevância para o monitoramento da situação dos homicídios no Brasil possibilitando análises que podem contribuir efetivamente para sua abordagem Estes dados são públicos e devem ser utilizados para a denúncia, o monitoramento e o estudo das dinâmicas de produção da violência no país visando a sua redução