INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA E CONFIABILIDADE

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Amostragem em Pesquisas Sócio-Econômicas
Advertisements

Interpolação.
Algoritmos para Geração de Variáveis Aleatórias
Q-Q plots Construídos a partir das distribuições marginais de cada componente do vetor p-variado. São de fato um gráfico do quantil amostral versus quantil.
Aula 03.
A fiabilidade é a função complementar de F(t)
Estatística 8 - Distribuições de Probabilidade de Variáveis Aleatórias Contínuas Prof. Antonio Fernando Branco Costa Página.
Página da FEG: Estatística Testes de hipóteses acerca dos parâmetros
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Centro de Ciências e Tecnologia – CCT Departamento de Engenharia Civil - DEC ESTATÍSTICA APLICADA A HIDROLOGIA.
Introdução à Metodologia de Pesquisa Tecnológica
Variáveis Aleatórias Uma variável aleatória associa um número real a cada resultado de um experimento aleatório. Mais precisamente…
Variáveis Aleatórias Contínuas
CONCEITOS INICIAIS DE CONFIABILIDADE
3 - Equações Lineares de Segunda Ordem
J. Landeira-Fernandez Ética e Ciência
TÍTULO, CENTRALIZADO, TAMANHO 48, LETRAS MAIÚSCULAS, EM NEGRITO, IGUAL AO TÍTULO DO RESUMO EXPANDIDO SOBRENOMEBOLSISTA01, Fulano1; SOBRENOMEBOLSISTA02,
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Bootstrap na análise de sobrevivência
Linguagem de Programação II Parte IX
Estudos de prognóstico
Apêndice.
DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS
Estatística Para um dado conjunto de dados, podemos calcular as seguintes grandezas: 1) Medidas de posição 2) Medidas de dispersão 3) Parâmetros de simetria.
CONCEITOS BÁSICOS.
Carlos Oberdan Rolim Ciência da Computação
O que é Estatística, afinal de contas?
ANÁLISE DE SOBREVIDA DE PACIENTES COM CÂNCER DE ENCÉFALO
Capítulo 10 - Estatística 10.1 Introdução:
Distribuições de Probabilidade 1 ESTATÍSTICA PARA ENGENHARIA CAPÍTULO 5 DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE.
Introdução à Estatística
Curso de Introdução à Metodologia Científica
POTENCIAÇÃO E FUNÇÃO EXPONENCIAL
Elementos de Estatística
Aula 05 Distribuição de freguência Prof. Diovani Milhorim
Análise de sobrevida.
Aplicações Estatísticas uma rápida abordagem
Matemática Financeira
INTRODUÇÃO À BIOESTATÍSTICA
Análise de sobrevida 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
DISTRIBUIÇÃO NORMAL.
Aproximação da binomial pela normal
Estatística Teste de Aderência Prof. Antonio Fernando Branco Costa
Estimativas de grandezas cap 2. e cap 3 Média Desvio Padrão e Variância Definições importantes Distribuição Normal Teorema do limite central Hipóteses.
Definição de Estatística
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA APLICADA À ENGENHARIA
TÓPICOS DE ENGENHARIA DE QUALIDADE Globalização Produtos e sistemas de melhor desempenho e menor custo Redução da probabilidade de falha CONFIABILIDADE.
DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE
CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO (CEP)
PROCESSO DE POISSON [ Parte II ] 1 - INTRODUÇÃO 2 - PROCESSO DE POISSON 3 - TEMPOS DE CHEGADA 4 - TEMPOS ENTRE CHEGADAS 5 - PROCESSOS DE RENOVAÇÃO 6 -
Aula 4 – Estatística- Conceitos básicos
Metodologia da Pesquisa em Ensino de Ciências I
DISTRIBUIÇÃO DE POISSON
Distribuição Normal de Probabilidade
Interpolação Polinomial: Introdução; Lagrange.
Sônia Vieira/ Ronaldo Wada
Modelos de distribuições discretas de probabilidade
INTERVALOS DE CONFIANÇA
GESTÃO E GARANTIA DA QUALIDADE
TÍTULO DO TRABALHO A SER APRESENTADO NA FORMA DE PÔSTER Fulano de Tal 1, Beltrano da Silva 2, Nome do professor-orientador 3* 1 Bolsista PIBIC/CNPq 2 Bolsista.
Modelos de distribuições discretas de probabilidade
NOÇÕES DE INFERÊNCIA ESTATÍSTICA
Distribuição. de freqüência
Aula 4 Bioestatística Probabilidade para variáveis aleatórias.
Modelagem de Fenômenos Físicos Utilizando a Técnica de Monte Carlo Universidade de Brasília Departamento de Engenharia Mecânica Programa de Pós graduação.
Autor : Lênin Charqueiro. Pelotas,8 de março de
Amostragem e tratamento de dados faltantes Prof. Luciana Nunes Risco Relativo e Razão de Chances.
Estatística - Gráficos em escala logarítma
A Matemática Atuarial Em uma linguagem bastante simplista, poderíamos dizer que os cálculos atuariais combinam os princípios da Estatística com a Matemática.
Estatística: Aplicação ao Sensoriamento Remoto SER ANO 2016 Distribuições de Probabilidade Camilo Daleles Rennó
Transcrição da apresentação:

INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA E CONFIABILIDADE Fulano de Tal1 Beltrano da Silva2 Cleber Giugioli Carrasco3* 1 Bolsista PIBIC/CNPq 2 Bolsista PBIC/UEG 3 Orientador – Curso de Matemática – Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas – UEG e-mail: cleber.carrasco@ueg.br UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS INTRODUÇÃO Análise de Sobrevivência é o estudo de dados relacionados ao tempo até a ocorrência de um determinado evento de interesse (falha), a partir de um tempo inicial até um tempo final (tempo de falha). A análise de sobrevivência e confiabilidade é uma das áreas da estatística que mais tem crescido nos últimos anos, uma evidência quantitativa deste sucesso é o número de aplicações de análise de sobrevivência na área médica e industrial. Na medicina, além do tempo até o falecimento do paciente, estuda-se entre outros, o tempo até a ocorrência de uma determinada doença ou complicação da mesma, tempo de duração da doença, tempo até a cura, etc. Condições similares ocorrem em outras áreas do conhecimento, como, por exemplo, na engenharia, onde são comuns os estudos para determinar se certo produto dura mais do que tantos anos. Essa área é denominada Confiabilidade. Em análise de sobrevivência e confiabilidade é comum termos a presença de censuras nos dados. Vários fatos podem colaborar para a ocorrência de censuras. Entre outros podemos citar, o evento de interesse pode não ocorrer até o final do tempo de estudo, devido a diversas peculiaridades como, por exemplo, o abandono de pacientes antes do término da pesquisa ou a falha de um determinado componente devido a outras causas não consideradas no estudo. Estes fatos comprometem a observação do tempo de vida para alguns indivíduos. Portanto, a necessidade da introdução de uma variável que indique se o tempo de vida foi ou não observado se faz necessária. Essa variável é definida na literatura como variável indicadora de censura ou simplesmente censura. Neste trabalho faz-se uma pequena introdução à análise de sobrevivência e confiabilidade, apresentando a função de sobrevivência e a função de risco. Também apresentamos um método não-paramétrico de estimação da função de sobrevivência conhecido como estimador de Kaplan-Meier. Exemplos numéricos ilustram a metodologia adotada. MATERIAL E MÉTODO Seja T uma variável aleatória não-negativa a qual representa o tempo de falha, tal variável é usualmente especificada pela sua função de sobrevivência ou função de taxa de falha (ou risco). A seguir apresentamos estas duas funções e apresentaremos o estimador de Kaplan-Meier. A Função de Sobrevivência A função de sobrevivência S(t) é definida como a probabilidade de uma observação não falhar até um certo tempo t. Desta forma, podemos escrever S(t) como: ( 1 ) A Tabela 1 apresenta algumas funções de sobrevivência que podem ser expressas analiticamente e que são normalmente utilizadas em análise de sobrevivência e confiabilidade. Tabela 1: Algumas funções de sobrevivência paramétricas. * é a função distribuição acumulada de uma normal padrão. A Função de Risco A função de risco, representada por h(t), especifica a taxa de falha instantânea no tempo t condicionada à sobrevivência até o tempo t e é dada por (Cox & Oakes, 1984): ( 2 ) Devido a sua interpretação, a função de risco tem sido preferida por muitos autores, uma vez que ela descreve como a probabilidade instantânea de falha se modifica com o passar do tempo. Além disso, através da função de risco podemos obter classes especiais de distribuições de sobrevivência. Por exemplo, a distribuição exponencial acomoda funções de riscos constantes, isto é, h(t)=1/μ, enquanto que se a função de risco for monotonicamente decrescente ou crescente em t, temos uma distribuição de Weibull (Lawless, 1982). As distribuições log-normal e log-logística acomodam funções de risco unimodais (Kalbfleish & Prentice, 1980). A Tabela 2 apresenta algumas funções de risco que podem ser expressas analiticamente e que são comumente utilizadas em análise de sobrevivência paramétrica. Tabela 2: Algumas funções de risco paramétricas. A função de risco do modelo log-normal não pode ser escrita analiticamente. Estimador de Kaplan-Meier Considere um estudo envolvendo n indivíduos, e que os tempos (não censurados) de sobrevivência (distintos), são ordenados, isto é, t(1) < t(2) < ... < t(r). Note que r  n (no caso em que o conjunto de dados não apresenta nenhum valor repetido e nenhum valor censurado temos r = n). O estimador de Kaplan-Meier é dado por: ( 3 ) onde: di: número de falhas no tempo ti; ni: número de observações sob risco (não falhou e não foi censurado) até o tempo ti (exclusive). RESULTADOS E DISCUSSÃO Consideremos o exemplo extraído de Colosimo (2001), onde o fabricante de um tipo de isolador elétrico quer conhecer o comportamento de seu produto funcionando na temperatura de 200ºC. Um teste de vida foi realizado nestas condições usando 60 isoladores elétricos. O teste terminou quando 45 deles haviam falhado, e os tempos (horas) das falhas foram: 151, 164, 336, 365, 403, 454, 455, 473, 538, 577, 592, 628, 632, 647, 675, 675, 727, 785, 801, 811, 816, 867, 893, 930, 937, 976, 1008, 1040, 1051, 1060, 1183, 1329, 1334, 1379, 1380, 1633, 1769, 1827, 1831, 1849, 2016, 2282, 2415, 2430, 2686, 2729. As 15 unidades que não haviam falhado foram censuradas em t = 2729. Dessa forma temos as funções de sobrevivência dos modelos exponencial, weibull e log-normal dadas abaixo por: ( 4 ) ( 5 ) ( 6 ) A Tabela 3 apresenta os resultados das estimativas para a função de sobrevivência através do estimador de Kaplan-Meier e, através dos modelos paramétricos ajustados: exponencial, weibull e log-normal. Por exemplo no tempo t = 403, temos que a estimativa de Kaplan-Meier é de 0,917, enquanto que as estimativas dos modelos ajustados log-normal, weibull e exponencial são 0,901; 0,879 e 0,819, respectivamente. Tabela 3: Estimativas da função de sobrevivência para os modelos exponencial, weibull, log-normal e para estimador de Kaplan-Meier. A Figura 1 abaixo, apresenta um indicativo de que o modelo log-normal se ajusta melhor ao conjunto de dados do que os outros dois modelos propostos: weibull e exponencial. Figura 1: Gráfico da Função de Sobrevivência para os Modelos exponencial(verde), weibull(vermelha),log-normal(azul) e para o estimador de Kaplan-Meier(preta). CONCLUSÕES Neste trabalho introduzimos o conceito de análise de sobrevivência e confiabilidade, apresentando as definições das funções de sobrevivência e de risco. Também, apresentamos algumas funções paramétricas de sobrevivência e de risco que são comumente utilizadas em análise de sobrevivência e confiabilidade. Para o exemplo extraído de Colosimo (2001), modelamos os dados através da função de sobrevivência paramétrica, onde podemos observar (Figura 1) que há um indicativo de que o modelo log-normal se ajusta melhor aos dados, do que os modelos exponencial e weibull. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Cox, D. R. Oakes, D. Analysis of Survival Data. London: Chapman and Hall, 1984. 201p. 2. Colosimo, E. A. Análise de Sobrevivência Aplicada. 46ª Rbras. 2001. 145p. 3. Kalbfleisch, J.D., Prentice, R.L. The Statistical Analysis of Failure Time Data. New York: Wiley, 1980. 4. Kaplan. E.L. and Meier P.,”Nonparametric estimation from incomplete observations”, Journal American Statistical Association, 53, 1958. 5. Lawless, J.F. Statistical Models and Methods for Lifetime Data. New York: Wiley, 1982. 580p.