Ilha do Combu, Belém-Pará

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Transcrição da apresentação:

Ilha do Combu, Belém-Pará CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE AMBIENTE E SAÚDE EM POPULAÇÕES RURAIS NA AMÉRICA LATINA Água, Saúde e Ambiente Ilha do Combu, Belém-Pará Karla Ribeiro (UFPA/CCB)

AMAZÔNIA Nos estudos dos ecossistemas amazônicos a água é fator preponderante na paisagem, na vida e nas características da região. Os rios além de fazerem parte do caminho natural são também fonte de subsistência de grande parte da população que vive nas margens dos inúmeros cursos d’água que drenam as cidades amazônicas - ribeirinhos, caboclos, camponeses, pescadores, quilombolas, extratores - extraindo e manejando os recursos florestais e hídricos de onde provém seu sustento (Benchimol, 1996; Sioli, 1985).

AMAZÔNIA Apesar da grande abundância de água da região, a qualidade dos ecossistemas aquáticos vem se constituindo em grave problema ambiental devido: Falta de infra-estrutura sanitária; Ocupação de áreas sujeitas às inundações; Destruição das reservas ecológicas; Poluição: por despejos domésticos e industriais, e resíduos sólidos;

AMAZÔNIA Com a perda de igarapés e rios as cidades restringem-se de sua base física e de sobrevivência de grupos humanos com qualidade de vida, uma vez que os cursos d'água utilizados pelos “ribeirinhos” para consumo humano, atividades domésticas e higiene tornaram-se receptores de esgotos domésticos e efluentes industriais, além de produtos tóxicos e metais pesados oriundos das atividades antrópicas.

AMAZÔNIA Esta situação torna-se mais agravante na área rural, uma vez que grande parcela da população não tem acesso aos serviços básicos de saneamento. Oferecendo condições propícias para a instalação de doenças preveníveis por atividades de saneamento.

Considerando que as alterações no ambiente aquático e no modo de vida tradicional das populações têm repercussões para a sociedade como um todo, foi realizado o estudo Qualidade sanitária da água e saúde humana em áreas de influência de duas bacias hidrográficas no município de Belém-Pará. Este estudo focalizou a situação de saúde-doença, em território socialmente demarcado pelas experiências dos habitantes das margens de dois igarapés, de que maneira a falta de acesso à água de abastecimento público e ao esgotamento sanitário pode influenciar na saúde humana e ambiental.

Qualidade sanitária da água e saúde humana em áreas de influência de duas bacias hidrográficas em Belém-Pará Karla Tereza Silva Ribeiro Orientadora: Profª Drª Rosa E. Acevedo Marin Apoio: MEGAM-NAEA/UFPA; SAMAM-IEC/FUNASA; PDTU-NAEA/UFPA; PROINT2001-CCB/UFPA.

Qualidade sanitária da água e saúde humana em áreas de influência de duas bacias hidrográficas em Belém-Pará OBJETIVOS DO ESTUDO - Identificar as atividades transformadoras, de natureza antrópica, que reduzem sensivelmente a qualidade de cursos d’água de duas bacias hidrográficas do município de Belém. - Compreender o inter-relacionamento de fatores socioambientais e de saúde, examinando a situação sanitária da água superficial e de consumo utilizada pela população assentada nas margens dos cursos d’água da cidade.

Belém - Cidade das Águas Belém é, antes de tudo, a água: o rio Guamá, a baía do Guajará, o sem número de igarapés ... e a chuva (Martins, 2000). Dados Gerais do Município de Belém - Localização: no vértice do estuário amazônico - Área: 505,82km2 (34,36% / área continental; 65,64% / área insular = 39 ilhas); - Divisão administrativa: 8 distritos - População: 1.280.614 hab. (IBGE/Censo, 2000) e (99,4%/urbano; 0,65%/rural);

Fonte: IV Workshop do Projeto MEGAM NAEA/UFPA, 2001. Belém Cidade das Águas Fonte: IV Workshop do Projeto MEGAM NAEA/UFPA, 2001.

Área Insular de Belém Ilha do Combu Fonte: IV Workshop - Projeto MEGAM (NAEA/UFPA, 2001)

Ilha do Combu A Ilha do Combu situa-se na margem esquerda do rio Guamá e encontra-se distante cerca de 1,5 km de Belém. Em 1997 a ilha do Combu passou a ser administrada pela Prefeitura Municipal de Belém integrado o distrito de DAOUT.

Ilha do Combu No aspecto geográfico a ilha corresponde a uma área de várzea, com alagações periódicas do rio Guamá . Na mata de várzea alta predominam as palmeiras, como o miriti e o açaí. A ilha é drenada pelos furos da Paciência e Benedito, além dos igarapés do Combu e Piriquitaquara.

Ilha do Combu METODOLOGIA  Perfil socioeconômico: renda, escolaridade, ocupação, moradia, saneamento entre outros;  Análise da água superficial e de beber Parâmetros bacteriológicos: - Coliformes totais, termotolerantes e enterococos - Contagem de bactérias heterotróficas - Pesquisa de E. coli e Salmonella spp. Parâmetros físico-químicos: temperatura, pH, turbidez, condutividade elétrica, sts, std, fosfatos, cloreto, nitrato, nitrito, amônia.

Ilha do Combu Em 2000 foi construído o prédio de “maloquinhas” onde funciona a escola da ilha. Esta escola é um anexo da Escola Municipal Sílvio Nascimento de Belém. Apresenta duas salas de aula, dois banheiros, copa-cozinha e sala dos professores. As crianças são transportadas para a escola nos “casquinhos”. As professoras deslocam-se de Belém para a ilha todos os dias. São oferecidos os cursos de educação infantil e ensino fundamental (ciclos básicos I e II). Educação

Ilha do Combu Habitações

Ilha do Combu O Posto de Saúde foi construído na frente do Centro Comunitário da ilha e atende a população do Combu e ilhas vizinhas. Em 2002 foram cadastrados pelo Programa da Família Saudável 297 famílias, com um total de 1463 moradores na ilha do Combu. Saúde

Ilha do Combu Saneamento

No discurso de uma cidade saudável ou para o desenvolvimento urbano sustentável torna-se necessário que políticas públicas de saúde, saneamento e ambiental sejam integradas em prol da melhoria de vida do “ribeirinho” belenense , em particular. Por outro lado, é preciso dedicar atenção especial para os efeitos da urbanização sobre a demanda de água potável e o papel desempenhado pelas autoridades locais na gestão dos usos, abastecimento e tratamento da água com finalidade de melhorar as condições de saúde da população inserida na área urbana e rural de Belém.

Procedimentos Metodológicos IEC/SAMAM Lab. Microbiologia Ambiental

Análise da água de consumo - Foram coletadas 16 amostras de água de consumo dos domicílios do igarapé do Combu; - Procedentes de potes, vasilhames plásticos e garrafas de refrigerantes; - Pesquisa de Coliformes: - CT = 81,35% - CF = 68,8% - E. coli = 25%

De acordo com a Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde a água dos domicílios está imprópria para consumo humano.

Análise bacteriológica da água superficial Coliformes totais

Análise bacteriológica da água superficial Coliformes termotolerantes

Análise bacteriológica da água superficial Pesquisa de E. coli

Análise bacteriológica da água superficial Pesquisa de Salmonella spp

Considerações Finais FATORES DE RISCO À SAÚDE HUMANA E AMBIENTAL 1. Riscos associados com a disposição dos resíduos sólidos e líquidos: águas residuárias escoam para os igarapés; dejetos; lixo, presença de vetores; 2. Riscos associados com a água superficial: igarapés do Paracuri e Combu: erosão; assoreamento; extração de argila, conjuntos habitacionais; orla da baía do Guajará e rio Guamá; 3. Riscos associados com a água de consumo doméstico: ausência de tratamento ou tratamento inadequado; condições de higiene dos vasilhames; fora dos padrões da Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde.

Considerações Finais No discurso de uma cidade saudável ou para o desenvolvimento urbano sustentável torna-se necessário a integração das políticas públicas de saúde, saneamento e ambiental. É preciso também dedicar atenção especial para os efeitos da urbanização sobre a demanda de água potável e o papel desempenhado pelos órgãos públicos na gestão dos usos, abastecimento e tratamento da água com finalidade de melhorar as condições de saúde da população inserida na área urbana e rural das cidades amazônicas.

Obrigada